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COP30 avança na agenda climática, mas mantém sistemas alimentares e diversificação de proteínas fora do centro das decisões

Os resultados formais da COP30, reunidos no Pacote de Belém e na chamada Decisão do Mutirão Global, reforçaram compromissos importantes em financiamento climático, adaptação e preservação de florestas. No entanto, apesar da relevância crescente dos sistemas alimentares para a agenda climática global, o tema segue sub-representado nos documentos de decisão. Enquanto as negociações oficiais mantêm foco em energia, transparência e fluxos financeiros, a transformação dos sistemas de produção de alimentos, responsável por um terço das emissões globais e profundamente ligada à segurança alimentar, à saúde pública e à conservação, apareceu apenas de forma indireta. Os sistemas alimentares e a diversificação das fontes de proteína não integraram o texto final do Mutirão ou do Global Goal on Adaptation.  Por outro lado, a Presidência da COP30 reconheceu de maneira explícita, em sua agenda de ação, que transformar a agricultura e os sistemas alimentares é essencial para acelerar a implementação do Acordo de Paris. O eixo dedicado ao tema inclui restauração de terras, agricultura sustentável e construção de sistemas alimentares mais resilientes e justos. 4ª Carta da Presidência sobre a COP30  Entre os muitos documentos que cercaram a COP30, a chamada “4ª carta” da Presidência (COP30 4th Letter: Action Agenda / Mutirão) revela a ambição política que o Brasil buscou imprimir ao encontro. Ali, a Presidência delineia seis grandes eixos da mobilização global, e um deles assume papel estratégico: Transformar a Agricultura e os Sistemas Alimentares.Nesse eixo, a carta descreve três frentes que, juntas, formam um roteiro de futuro para o setor: restauração de terras e agricultura sustentável, construção de sistemas alimentares mais resilientes e adaptativos e garantia de acesso equitativo a alimentos adequados e de qualidade. É um reconhecimento de que a transformação dos sistemas alimentares não é apenas necessária, mas central para enfrentar a crise climática, reduzir desigualdades e garantir segurança alimentar para milhões de pessoas.O fato de termos, pela primeira vez em um documento oficial da Presidência da COP30, a citação direta a sistemas alimentares e sistemas alimentares sustentáveis é significativo. Essa inclusão coloca a agricultura e a alimentação dentro da narrativa maior do Mutirão Global, que é o esforço de mobilização planetária proposto pelo Brasil para impulsionar a implementação célere e justa do Acordo de Paris.Mas é importante destacar que essa carta é uma peça de orientação política, uma sinalização de prioridades. Ela não tem o peso jurídico ou negociado das decisões formais da COP, como o Multirão Global ou a Meta Global de Adaptação. Ainda assim, sua força simbólica e estratégica é inegável. Ela mostra onde a Presidência enxerga potencial de transformação e indica caminhos que, mesmo fora do texto final aprovado pelos países, podem influenciar agendas nacionais, movimentos da sociedade civil e expectativas para as próximas rodadas de negociação.Em outras palavras, a carta não decide, mas aponta. E o fato de apontar diretamente para a necessidade de transformar a maneira como produzimos, distribuímos e consumimos alimentos é, por si só, um avanço no debate global sobre clima e sistemas alimentares. Esse contraste revela um desafio persistente: a urgência climática já pressionou energia limpa e financiamento climático para o centro do processo multilateral, mas a mudança sistêmica na forma como produzimos e consumimos alimentos ainda não migrou da agenda paralela para o coração das decisões negociadas. Para que a transição global seja de fato compatível com a meta de limitar o aquecimento a 1,5 °C, é fundamental que os sistemas alimentares, incluindo proteínas alternativas, deixem de ser tratados como tema secundário e passem a ocupar o espaço estratégico que deveriam. A COP30 mostrou que há vontade política e evidência científica suficientes. O próximo passo é transformar essa visão em compromissos formais, claros e mensuráveis, capazes de mobilizar investimentos e orientar políticas públicas. Sem isso, o mundo continuará ignorando uma das alavancas mais poderosas para enfrentar a crise climática. Principais avanços Principais lacunas e críticas GFI na COP30 Ao longo das duas semanas do evento, uma mensagem ficou evidente: o investimento tem um papel decisivo na transformação do sistema agroalimentar e na diversificação das fontes de proteína. O GFI foi uma das organizações que levaram esse debate para o foco das discussões. Confira a seguir os principais destaques. 12 de novembro: Jantar com negociadores   O GFI Brasil participou da organização do tradicional jantar plant-based para negociadores agrícolas (com 38 delegados), apresentando um produto de proteína alternativa desenvolvido com tecnologia da Embrapa, apoiado pelo programa de grants do GFI. Este jantar serviu para demonstrar a narrativa do GFI Brasil sobre inovação no Sul Global, promovendo soluções feitas com ingredientes nativos (fibra de caju). 13 de Novembro: Aligning Agriculture Finance and Fiscal Measures with Climate and Nature Goals O evento reuniu formuladores de políticas públicas, investidores e organizações da sociedade civil para discutir como instrumentos financeiros e fiscais podem impulsionar uma transformação global dos sistemas alimentares alinhada ao clima e à natureza. Nossa analista de políticas públicas, Mariana Bernal, participou do painel juntamente com Megan Waters e Changtong Huang (FAIRR), Prof. Shenggen Fan (China Agricultural University), Hongyu GUO (Greenovation Hub), Jeroom Remmers (TAPP Coalition), Rune-Christoffer Dragsdahl, Leonardo Gava Mataram (International Vegetarian Union) e Virginia Antonioli (WRI Brasil). Mariana comenta que durante o painel houve um consenso sobre a necessidade de que os investimentos em soluções agroalimentares sejam feitos por várias fontes. “As blended finances ajudam a estimular investimentos em soluções agroalimentares, que ainda são tidas como inovações de risco, especialmente para o setor privado e os produtores rurais.  A analista do GFI também chamou a atenção para as políticas públicas e medidas fiscais que podem ajudar a democratizar o acesso às proteínas alternativas. “As proteínas alternativas ainda enfrentam resistência do mercado e têm desafios de preço que afastam os consumidores. Medidas fiscais podem auxiliar toda a cadeia de produção de alimentos a ingressar nesse mercado e ofertar produtos de qualidade a um preço justo para as pessoas”.       Principais destaques: A diversificação de proteínas oferece às empresas com alta dependência de proteínas animais a oportunidade de proteger suas cadeias de suprimento de ingredientes e, ao mesmo tempo, construir portfólios de produtos

Não existe futuro climático sem um sistema alimentar resiliente: o que aprendemos em Bonn, no “esquenta” para a COP 30?

Em junho, a cidade de Bonn, na Alemanha, foi palco da 62ª sessão da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (SB62), uma espécie de “ensaio diplomático” que antecede a realização da trigésima Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), marcada para novembro, em Belém (PA). Representado por Mariana Bernal, analista sênior de políticas públicas, o The Good Food Institute Brasil esteve presente como um dos observadores da UNFCCC. Confira os principais destaques. Bonn 2025: bastidores dos processos de negociação O GFI Brasil continuou seu trabalho no âmbito do Sharm el-Sheikh Joint Work on Agriculture (SSJWA), onde já havia contribuíndo, em parceria com organizações animalistas aliadas, com submissões em parceria para políticas de alimentação baseada em vegetais. Mas o que é o SSJWA? Essa iniciativa de quatro anos – estabelecida em 2022, em Sharm el-Sheikh, no Egito (durante a COP 27) – dedica-se à implementação de ações climáticas no setor agrícola e de segurança alimentar. Durante a COP29, no Azerbaijão, as entidades vinculadas apresentaram um portal online para exibir essas ações. Países-membro e Organizações da Sociedade Civil (CSOs), como o GFI, foram convidados a participar. Em Bonn, por sua vez, o foco do SSJWA baseou-se em abordagens sistêmicas e holísticas para implementar ação climática em agricultura, sistemas alimentares e segurança alimentar, assim como compreensão, cooperação e integração em planos. Para o SB64, programado para junho de 2026, o segundo workshop do grupo será sobre acesso a meios de implementação para ações climáticas na agricultura e segurança alimentar, incluindo o compartilhamento de melhores práticas. No dia a dia dos países, isso inclui temas como: Finanças e tecnologia; Abordagens sustentáveis (agroecologia, agricultura climaticamente inteligente, práticas regenerativas, etc.); Integração em estruturas nacionais (NDCs, NAPs, TNAs, etc.); Capacitação e acesso a financiamento; Coordenação entre órgãos e fundos da UNFCCC; Gestão de riscos, incluindo sistemas de alerta precoce; Sustentabilidade do sistema alimentar vinculada à mitigação. Cabe destacar que o trabalho junto ao SSJWA é essencial para o futuro das proteínas alternativas a nível global. Durante o workshop, o GFI Brasil articulou-se com negociadores da agricultura, além de apoiar uma redação que fosse, de fato, capaz de considerar o sistema alimentar em sua totalidade – incluindo o avanço das proteínas alternativas como estratégia climática fundamental. “Essa perspectiva representa um avanço nas discussões da UNFCCC. Em vez de tratar apenas setores isolados, buscamos integrar áreas como agricultura, energia, transporte e indústria, além de todos os estágios da cadeia alimentar — do plantio e processamento à manufatura, armazenamento, comercialização e consumo” Mariana Bernal Analista sênior de políticas públicas do GFI Brasil O evento em Bonn também foi marcado por discussões sobre o Global Goal on Adaptation (em tradução livre, “Meta global de adaptação”), nas quais o GFI atuou junto a grupos de negociadores para manter indicadores relacionados a sistemas alimentares no radar — ainda que o texto final tenha ficado sem consenso. Além disso, a 4ª Carta da Presidência da COP 30 foi publicada durante a SB62, apoiada por um briefing da Presidência sobre a Agenda de Ação e um briefing logístico durante as sessões. A agricultura e os sistemas alimentares foram incluídos no item 3 da agenda oficial, apresentando os seguintes subtópicos: restauração da terra e agricultura sustentável, sistemas alimentares mais resilientes, adaptáveis e sustentáveis e acesso equitativo a alimentos e nutrição adequados para todos. Conferência coproduzida pelo GFI Brasil No segundo dia de evento, em parceria com Proveg e PAN International, o GFI Brasil coorganizou a conferência Future proofing food: Is protein diversification the key to healthier and sustainable food policies? (em tradução livre, “Alimentos à prova de futuro: a diversificação de proteínas é a chave para políticas alimentares mais saudáveis e sustentáveis?”). Apesar do espaço menor oferecido pela UFCCC na programação dedicada a conferências paralelas, o Future Proofing Food reuniu representantes do EIT Food, do Ministério da Alimentação, Agricultura e Pesca da Dinamarca e da Proveg, além de 30 participantes na plateia (incluindo representantes da Fundação das Nações Unidas e da própria Convenção-Quadro da ONU). Na apresentação, destacamos a importância do texto Carne de origem vegetal e alimentos ultraprocessados: o que os profissionais de saúde precisam saber, elaborado pelo GFI Europa e a PAN Internacional. Enfatizamos, também, os desafios e oportunidades para ampliar a adoção de proteínas alternativas no Brasil, em um contexto de políticas alimentares mais saudáveis e sustentáveis. Side Event Future proofing food: Is protein diversification the key to healthier and sustainable food policies? (Bonn, 2025). Caminhos para a COP e a Declaração de Belém por Dietas Ricas em Plantas Por fim, junto a diversas organizações que atuam no setor – a ProVeg International e Plant Based Canada são alguns desses nomes –, o GFI Brasil assinou a Declaração de Belém por Dietas Ricas em Plantas. A carta divide-se em 5 pontos essenciais: 1) Mitigação da crise climática; 2) Benefícios na saúde pública; 3) Proteção à biodiversidade; 4) Segurança e resiliência alimentar; e 5) Benefícios econômicos. Ela também chama atenção de governos para o fato de que dietas tradicionais do Sul Global são responsáveis por alimentos ricos em fibras e à base de plantas, e cobra ações diretas que ajudem a promover sistemas alimentares mais saudáveis e resistentes ao clima. “Com a próxima COP acontecendo no Brasil, temos a chance de liderar o debate global sobre sistemas alimentares resilientes ao clima. A Declaração de Belém é um chamado claro para que os governos apresentem compromissos e planos concretos até 2027”, enfatiza Bernal. Essa declaração ganha uma urgência ainda maior quando se considera que os sistemas alimentares geram cerca de um terço (34%) das emissões de gases de efeito estufa no mundo e representam 74% das emissões totais do Brasil. Nessa conjuntura, as proteínas alternativas têm a capacidade real de adaptação climática, podendo poupar 12% das terras agrícolas do mundo e frear o desmatamento. Confira um trecho: “Tendo em vista a próxima Conferência das Partes da UNFCCC no Brasil, apelamos aos Estados-Membros da ONU para que: Estabeleçam Planos de Ação Nacionais para Alimentos à Base de

GFI Brasil e Fundação Araucária anunciam R$ 2 milhões em investimentos para Programa de Pesquisa em Proteínas Alternativas

O GFI Brasil e a Fundação Araucária anunciam R$ 2 milhões para apoiar pesquisas em proteínas alternativas no Paraná. A iniciativa busca desenvolver tecnologias inovadoras em fermentação e cultivo celular para criar alimentos mais acessíveis, sustentáveis e nutritivos. Com prazo de submissão até 25 de julho de 2025, o edital reforça o protagonismo do estado na produção de alimentos do futuro.

No Dia Mundial da Segurança de Alimentos, o GFI Brasil apresenta estudos sobre carne cultivada e proteínas vegetais

No Dia Mundial da Segurança de Alimentos, o GFI Brasil apresenta dois estudos técnicos inéditos que reforçam a importância da segurança no setor de proteínas alternativas. Um deles traz uma análise aprofundada dos riscos e medidas de controle na produção de alimentos vegetais análogos à carne, incluindo planos APPCC para hambúrguer, frango, linguiça e peixe vegetal. O outro estudo, focado em carne cultivada, propõe um plano de segurança alimentar baseado em uma linha piloto de hambúrguer, identificando perigos e lacunas que exigem mais pesquisa.

Utilizada há milênios na gastronomia, a fermentação pode, mais uma vez, revolucionar a alimentação

Kafta feito por fermentação. Empresa - Chunk Foods

A próxima grande revolução alimentar já está em curso — e o Brasil tem todas as condições para liderá-la. Estamos falando do avanço das proteínas alternativas produzidas por fermentação, uma tecnologia inovadora que pode transformar profundamente a forma como produzimos alimentos, tornando o sistema alimentar global mais sustentável, seguro e eficiente. Para ajudar a traçar os caminhos desse futuro promissor, o GFI Brasil acaba de lançar a publicação Fermentação no Brasil: oportunidades e caminhos para o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas. O estudo reúne dados inéditos sobre o estado da arte da fermentação no país, identifica as capacidades técnicas e industriais já existentes, e propõe ações concretas para alavancar esse setor estratégico. Um novo uso para um saber antigo A fermentação é uma tecnologia conhecida há milênios — pão, vinho, tofu, tempeh e iogurte são produtos fermentados. Mas, nas últimas décadas, ela vem ganhando novas aplicações por meio da biotecnologia moderna. Hoje, é possível usar micro-organismos como “fábricas celulares” para produzir ingredientes funcionais, proteínas com alto valor nutricional e até estruturas com textura e sabor semelhantes aos de produtos de origem animal. Trata-se de uma tecnologia versátil, com aplicações que vão desde a formulação de alimentos plant-based mais atrativos até a produção de proteínas completas e ingredientes para a carne cultivada. E o melhor: com menor impacto ambiental e maior eficiência no uso de recursos naturais. “O Brasil tem um papel fundamental na produção de alimentos e pode liderar a construção de um sistema alimentar mais sustentável. Com o aumento da demanda por proteínas e os desafios ambientais da produção convencional, a fermentação surge como uma solução promissora para a obtenção de ingredientes com melhores aspectos sensoriais, nutricionais e tecnológicos.”, afirma Isabela Pereira, uma das autoras do estudo. Isabela Pereira Analista de ciência e tecnologia do GFI Brasil Esse processo tecnológico, segundo Isabela, pode ser utilizado para desenvolver proteínas alternativas por meio da fermentação tradicional (que usa bactérias e fungos para transformar ingredientes em alimentos como tofu, tempeh e iogurtes), de biomassa (que utiliza, por exemplo, fungos filamentosos para produzir micoproteínas com textura semelhante à carne) ou de precisão (que aplica engenharia genética para programar microrganismos a produzirem proteínas e ingredientes idênticos aos de origem animal), permitindo a criação de produtos e insumos de forma eficiente, em virtude do crescimento rápido e alta produtividade dos microrganismos. O que torna o Brasil tão bem posicionado para se destacar nessa indústria? Nosso país já conta com uma base sólida para impulsionar esse novo setor. A experiência acumulada nas últimas décadas com a indústria de biocombustíveis — especialmente o etanol — e com a produção de enzimas industriais é uma vantagem competitiva real. Temos infraestrutura instalada, mão de obra qualificada, capacidade de produção de insumos e uma rede de pesquisa científica robusta. O estudo do GFI Brasil identificou mais de 60 instituições relevantes no ecossistema de fermentação no Brasil, incluindo 40 universidades, além de centros de pesquisa com know-how técnico e científico. É um retrato de um país que já possui as peças-chave para ativar uma nova cadeia produtiva — com potencial de geração de valor, empregos e inovação. Um setor estratégico para o futuro do Brasil Investir no setor de fermentação para proteínas alternativas é investir em soberania tecnológica, segurança alimentar, bioeconomia e desenvolvimento sustentável. É posicionar o Brasil não apenas como celeiro do mundo, mas como laboratório de soluções alimentares para o planeta. Para que o Brasil se consolide como líder global em fermentação para proteínas alternativas, o estudo recomenda o estabelecimento de parcerias entre universidades, startups e empresas para compartilhamento de infraestrutura e conhecimento; investimento público e privado em CMO (Contract Manufacturing Organizations); engajamento de agroindústrias como fornecedoras de insumos fermentescíveis; promoção da pesquisa em novos microrganismos e rotas biotecnológicas; e fortalecimento de políticas públicas que estimulem a inovação e a bioeconomia. “Com políticas públicas adequadas, apoio à inovação, incentivo à formação de talentos e articulação entre governo, academia e setor privado, podemos acelerar esse desenvolvimento e colher frutos em médio prazo”, argumenta Isabela. Com este estudo, convidamos empresas, pesquisadores, investidores e formuladores de políticas a construírem juntos um futuro em que a comida boa para todos também seja boa para o planeta.

GFI Brasil realiza Trilha de Capacitação sobre o setor de proteínas alternativas. Inscreva-se agora!

GFI Brasil promove Trilha de Capacitação

O GFI Brasil lançará a Trilha de Capacitação, uma série de eventos online e gratuitos entre maio e outubro, com o objetivo de formar profissionais para o setor de proteínas alternativas. A programação inclui workshops técnicos e de mercado, com foco em inovação, ciência e tendências do setor. O primeiro evento será em 29 de maio e abordará meios de cultivo celular para carne cultivada, em parceria com o MCTI.

Buscando financiamento de pesquisa? Conheça as novas chamadas do GFI Brasil e envie a sua proposta até 15 de junho!

Com o objetivo de levar a indústria nacional de proteínas alternativas a um novo patamar, o The Good Food Institute Brasil lança duas novas chamadas para Estudos Direcionados e convida pesquisadores de instituições de pesquisa, startups e empresas a enviarem propostas – inclusive em parceria! A primeira RFP (Request for Proposal) foca na utilização de subprodutos agroindustriais para fermentação e cultivo celular.  A segunda, por sua vez, privilegia a obtenção de ingrediente protéico otimizado a partir da farinha de soja desengordurada.  Esses dois temas buscam fortalecer o setor, reduzindo o custo e expandindo com qualidade a produção e comercialização dos produtos plant-based no Brasil. Acesse o edital completo por meio deste link, e envie a sua proposta até 15/06/2025, pelo e-mail ciencia@gfi.org. Conheça os detalhes de cada linha:  Estudo para estabelecer rotas tecnológicas para utilização de subprodutos da cadeias agroindustriais para produção de proteínas alternativas por fermentação e cultivo celular O principal objetivo desta linha é avaliar o potencial de cadeias produtivas e a viabilidade técnico-econômica da conversão de subprodutos agroindustriais – como cana-de-açúcar, milho e laranja. Além disso, o projeto selecionado deve propor ações para engajar pesquisadores, indústrias, setor público e reguladores. Confira os objetivos específicos: 1. Identificar subprodutos nas principais cadeias produtivas e selecionar ao menos duas com maior potencial de aproveitamento, considerando viabilidade tecnológica e barreiras existentes.  2. Desenvolver roadmaps tecnológicos para ao menos duas cadeias, categorizando as tecnologias de conversão por escala, custo e uso de recursos, com fluxogramas voltados à produção por fermentação ou carne cultivada. Estudo para Identificar Rotas Tecnológicas de Obtenção de Ingrediente Proteico Otimizado a Partir de Farinha de Soja Desengordurada Esta chamada objetiva aprimorar o sabor e custo-benefício dos análogos cárneos produzidos com ingrediente otimizado obtido  da farinha de soja desengordurada, uma matéria-prima com grande versatilidade e potencial de escalonamento no cenário brasileiro. Entenda as metas específicas: 1. Aprimorar o perfil sensorial e nutricional da farinha de soja desengordurada, analisando como diferentes tecnologias afetam suas propriedades tecnofuncionais. 2. Compreender as propriedades deste insumo, de modo a orientar sua aplicação ideal em diferentes formulações. 3. Elaborar um roadmap com foco em tecnologias escalonáveis e compatíveis com a realidade produtiva nacional, comparando a viabilidade econômica dessas inovações. Instruções para inscrição As propostas devem focar em soluções para a indústria, com atenção à viabilidade técnico-financeira durante a execução. Encaminhe seu projeto em PDF para o e-mail ciencia@gfi.org até o dia 15/06/2025. Os resultados serão divulgados até 01/07/2025. O início do projeto está previsto para outubro de 2025.  Por que se inscrever? Essas chamadas são uma oportunidade estratégica para que centros de pesquisa, empresas e universidades ajudem a transformar o setor plant-based e de carne cultivada no Brasil, fortalecendo o posicionamento do país na oferta de produtos mais competitivos, acessíveis e nutritivos.Para conhecer os detalhes da submissão, acesse o edital! Em caso de dúvidas, contate nossa equipe: ciencia@gfi.org.

Projeto Lâmpada ilumina o futuro do mercado plant-based no Brasil

Líder global na produção de alimentos, o Brasil tem potencial para se tornar referência, também, em proteínas alternativas. As condições são extremamente favoráveis: possuímos ampla biodiversidade e expertise agrícola, capacidade industrial e um ecossistema de pesquisa em expansão. É da busca por incentivar essa indústria que nasce o Projeto Lâmpada, conduzido pelo The Good Food Institute Brasil. O LAMPADA – abreviação para Levantamento e análise de melhorias em proteínas alternativas e desenvolvimento de ações – oferece uma análise detalhada sobre as principais áreas de atenção enfrentadas pelo mercado brasileiro no desenvolvimento de alimentos plant-based. Metodologia robusta: O Lâmpada combinou pesquisas qualitativas e quantitativas. Isso envolveu entrevistas com especialistas, análise de dados secundários e consultas ao setor produtivo, acadêmico e regulatório. Confira alguns dos insights: Diante do fato que os insumos usados no setor ainda são importados, o estudo sugere alternativas como o estímulo à produção nacional de ingredientes estratégicos e o fortalecimento de cooperativas e o apoio a produtores locais. Outra frente importante é o avanço tecnológico. Isso implica na criação de polos de inovação, com laboratórios compartilhados e acesso facilitado a tecnologias de ponta, sobretudo para pequenas e médias empresas. Essas ações culminam, dentre outros aspectos, no fortalecimento do varejo através da nomeação, precificação, posicionamento e ativação dos produtos plant-based de forma adequada. — Nossa sugestão, nesse caso, é que as indústrias priorizem formatos mais simples e economicamente viáveis, alinhados ao perfil do consumidor e às exigências do varejo, a fim de reduzir o impacto da embalagem no custo final do produto (Bruno Filgueira, analista do GFI Brasil e responsável pelo estudo). Junte-se ao Lâmpada! A partir de articulação multissetorial, visão de longo prazo e decisões coordenadas, é possível elevar o Brasil à condição de potência em proteínas alternativas! Diante disso, o GFI convida todos os setores da sociedade, especialmente empresas e empreendedores, a utilizarem este estudo como um guia estratégico para transformar desafios em oportunidades concretas. Acesse o Projeto Lâmpada, e conecte-se com o nosso time para entender como o estudo pode beneficiar o seu negócio ou a sua pesquisa.

Chamada aberta! Trabalhe com o GFI e transforme o varejo plant-based no Brasil

O The Good Food Institute Brasil recebe, até o dia 30/04/2025, através do e-mail brunof@gfi.org, propostas de consultoria voltadas à ampliação dos produtos análogos cárneos no varejo brasileiro. Com um orçamento de até R$50.000,00, a empresa selecionada irá desenvolver um relatório técnico pautado em ações concretas e estratégicas para a aceleração do setor. Como se inscrever? As propostas devem ser encaminhadas até o dia 30/04/2025, para Bruno Filgueira, Analista de Engajamento Corporativo, através do e-mail brunof@gfi.org.  Atenção! Os projetos deverão conter:  É importante ressaltar que a proposta não deve pautar outras categorias alimentícias, privilegiar empresas específicas, ou focar em análises teóricas sobre o setor. O resultado deverá ser divulgado até o dia 09/05/2025. Por que se inscrever? No ano passado, o estudo “Levantamento e análise de melhorias em proteínas alternativas e desenvolvimento de ações” identificou uma série de pontos de atenção no mercado brasileiro e latino-americano de proteínas alternativas. Além do preço e da similaridade sensorial, as dificuldades de inserção no atacarejo e a disposição dos análogos cárneos nas gôndolas também representaram entraves.  Entendendo a necessidade de superação desses aspectos, a proposta escolhida atuará como um apêndice do estudo publicado em 2024, e deverá indicar estratégias e recomendações para aumentar fatores como competitividade e posicionamento comercial. Tendo em vista que o aumento do consumo de análogos cárneos é capaz de deter a disseminação de doenças zoonóticas e diminuir as emissões de metano – dois problemas causados, em boa parte, pela produção animal em larga escala – o relatório pode impactar diretamente a saúde humana e a situação climática atual. Para mais detalhes, acesse o regulamento completo aqui.