Depois de duas rodadas de financiamento bem sucedidas, a BlueNalu, empresa americana com sede na Califórnia, anunciou que recebeu novo investimento no valor de US$60 milhões. O novo aporte, inédito até então no setor de pescados cultivados, vai possibilitar com que a empresa siga expandindo suas operações.
Entre as próximas atividades previstas, está a construção de fábrica própria e o início de testes de aceitação do produto ainda em 2021. Esses são passos importantes em direção à carne de peixe cultivada chegar ao mercado.
O mercado de frutos do mar, avaliado em US$200 bilhões, encontra- se em uma posição extremamente vulnerável por conta do consumo de recursos naturais e das variações do ambiente. Escalar a produção de pescados a partir do cultivo celular vem para introduzir soluções nesse sentido.
A BlueNalu está se dedicando a aperfeiçoar a produção de carne de peixe por meio dessa tecnologia para desenvolver produtos sustentáveis. Para isso, planejam introduzir uma grande variedade de frutos do mar cultivados no mercado, começando com as carnes de mahi mahi e atum no fim deste ano. Também estão firmando parcerias-chave nos mercados onde pretendem operar, para que os produtos cheguem às gôndolas mais rápido e a um custo mais acessível.
Olhando para o panorama dos pescados vegetais
O anúncio da BlueNalu é um feito inédito para a indústria de pescados cultivados. O investimento de US$60 milhões representa o maior aporte que esse setor já recebeu até agora e solidifica a tendência de crescimento que vemos acontecendo no ecossistema de alternativas aos frutos do mar.
E a BlueNalu não é a única empresa de frutos do mar alternativos a arrecadar fundos com sucesso em 2021. Na primeira semana de janeiro, a New Wave Foods anunciou a conclusão de uma rodada de $18 milhões da Série A para levar seu camarão vegetal ao mercado.
Esses são sinais claros de que os resultados encontrados pelas empresas e pesquisadores estão inspirando a confiança de investidores em injetar recursos significativos em seu crescimento. Restaurantes também expressam a mesma confiança, demonstrando interesse em incorporar a carne de peixe cultivada em seus menus.
O Good Food Institute (GFI) é uma organização sem fins lucrativos, mantida com recursos filantrópicos, que trabalha para transformar a cadeia de produção de alimentos. Para isso, apoiamos o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas, especialmente o mercado de carnes, ovos, e produtos lácteos vegetais, cultivados ou obtidos por fermentação.
As possibilidades de inovações em alimentos são infinitas, já existem muitas alternativas excelentes baseadas em plantas para produtos de cultivo industrial, mas no Brasil, temos o privilégio de ter uma vasta biodiversidade em nossos biomas, com potencial para transformar produtos de manejos sustentáveis em ingredientes para o mercado de produtos plant-based. Ao trabalhar com as potencialidades de nossa biodiversidade, o Especialista em Tecnologia de Alimentos identificará novos ingredientes que poderão agregar valor aos produtos nativos e poderão ser aplicados em produtos plant-based, tornando-os, genuinamente brasileiros, ao mesmo tempo em que preserva o ecossistema sob a perpectiva do uso sustentável dos recursos naturais.
Nesta função, o Especialista em Tecnologia de Alimentos ajudará a construir o mercado de produtos plant-based com ingredientes da biodiversidade brasileira. O seu foco de atuação será no desenvolvimento do projeto de “Proteínas alternativas a partir de produtos dos biomas Amazônia e Cerrado”, inclusive, colaborando na construção de um relacionamento com profissionais de comunidades produtoras, cooperativas, pesquisadores e agentes do governo que atuam nestes ecossistemas. Como Especialista em Tecnologia de Alimentos, você deverá buscar, por meio de pesquisa, dados técnicos, de produção e científicos de diversos produtos dos biomas Amazônia e Cerrado, que serão selecionados e farão parte de um edital de financiamento a pesquisa a ser lançado pelo GFI, assim você será responsável por:
O que estamos procurando?
O Especialista em Tecnologia de Alimentos deve ter:
Queremos as melhores pessoas e não queremos preconceitos nos impedindo. Nós encorajamos pessoas de todas as cores, orientações, idades, gêneros, origens e habilidades para se inscreverem. Como valorizamos um local de trabalho diversificado, priorizamos um clima inclusivo, sem discriminação e assédio durante o processo de inscrição e depois que você se juntar à equipe.
Condições de trabalho:
Prepare-se para o processo seletivo!
O processo seletivo se dará em duas fases, sendo:
Fase 1: enviar currículo atualizado para o e-mail: ciencia@gfi.org até 05 de fevereiro de 2021 até às 23:59h (horário de Brasília) juntamente com um plano de projeto sobre “Obtenção de ingredientes a partir de produtos nativos dos biomas Amazônica e Cerrado”, contendo:
Para a elaboração do plano de projeto, você deverá selecionar um produto nativo do bioma Amazônia ou Cerrado, que possui potencial proteico para aplicação em produtos plant-based, justificar a sua escolha com embasamento técnico e científico e dados de mercado, citar os objetivos do projeto, fazer uma breve introdução sobre o estado da arte da pesquisa com relação ao produto selecionado, propor um cronograma de projeto com as etapas necessárias para atingir os objetivos propostos e citar as referências bibliográficas utilizadas. O plano de projeto pode ser uma proposta de projeto de pesquisa acadêmica ou uma proposta de instalação agroindustrial para processamento e obtenção do ingrediente.
O Plano de projeto deve ter, no máximo, 4 (quatro) páginas, redigido usando a fonte “Times New Roman”, no tamanho 11, e deve ser enviado no formato PDF. O arquivo deve ser nomeado com o primeiro nome e sobrenome do candidato (exemplo: Projeto Paulo Junqueira).
Currículo e plano de projeto recebidos fora do prazo estabelecido serão automaticamente desconsiderados.
Fase 2: O candidato selecionado na Fase 1 será convidado a fazer uma apresentação de 15 (quinze) minutos sobre o plano de projeto apresentado na primeira fase, onde responderá perguntas sobre a apresentação e passará, na sequência, por uma entrevista geral.
As entrevistas acontecerão nos dias 11 e 12 de fevereiro de 2021 no formato online, em horário a ser informado posteriormente.
Fique de olho nos prazos!
Início desejável do trabalho: Março de 2021
O ano de 2020 foi desafiador em muitos sentidos. Com a pandemia, tivemos que nos reinventar por completo, seja interrompendo ou adiando atividades já planejadas, seja transformando a maneira como nos relacionamos com as pessoas e com o planeta. Ainda assim, conseguimos manter em nosso horizonte a missão de criar uma nova cadeia de produção de alimentos, muito mais sustentável, segura, justa e saudável. Inclusive, sendo reconhecidos como uma das 4 ONGs mais eficientes do mundo pela Animal Charity Evaluators. Os desafios nos acompanharão no próximo ano, mas não faltam motivos para celebrar. A sua parceria e confiança em nosso trabalho é um deles. Por isso, como forma de agradecer essa trajetória compartilhada, enviamos esse registro com as atividades mais impactantes do nosso trabalho. É uma prestação de contas, mas muito mais do que isso, é a nossa maneira de dizer a você que o nosso sonho segue vivo.
Saiba o que a força do seu apoio nos fez realizar em 2020:
Engajamento Corporativo
Esse ano, a área de Engajamento Corporativo focou seus esforços em dar suporte à expansão da indústria de proteínas alternativas. Para isso, trabalhamos em construir conexões entre fornecedores e clientes em potencial, multiplicando oportunidades de negócio e, assim, acelerar os avanços do setor. Também foram realizadas pesquisas específicas sobre o mercado brasileiro, resultando nos relatórios Indústria de Proteínas Alternativas 2020 e O consumidor brasileiro e o mercado plant-based. Esses estudos foram divulgados gratuitamente, a fim de tornar a informação acessível a todos os interessados nessa indústria. Consolidamos, assim, um arcabouço técnico sólido que qualificou o lançamento de novos produtos. Entre as novidades que chegaram ao mercado, estão o pernil desfiado e a isca de peixe da linha Incrível Seara e a chegada ao Brasil da marca holandesa The Vegetarian Butcher.
“O consumidor brasileiro e o mercado plant-based” foi idealizada para obter um melhor entendimento sobre quem é o consumidor de proteínas alternativas no Brasil, seus hábitos e motivações, e o que ainda busca nesse tipo de produto. Esse estudo só foi possível graças ao envolvimento de onze empresas do setor de ingredientes, alimentos e varejo, que tiveram exclusividade sobre os resultados por seis meses, com divulgação para o público em dezembro. O GFI Brasil foi uma das primeiras organizações do terceiro setor a captar investimento privado para custear uma iniciativa de pesquisa dessa natureza.
O lançamento dessa pesquisa foi realizado em parceria com a Revista Globo Rural, que produziu 8 reportagens especiais no site do veículo, uma matéria de 8 páginas na revista impressa, uma entrevista para o podcast Palavra do Campo e duas lives no canal do youtube. O retorno de mídia gerado por essa ação resultou em um valor estimado em quase R$2 milhões.
Outra frente de atuação que merece destaque foi o engajamento de investidores do setor, que permitiu a criação da Enfini, um fundo do grupo PWR que investe em startups do setor como Fazenda Futuro, Blue Nalu e Memphis Meats. Esse já é, atualmente, o maior fundo de investimento em proteínas alternativas da América Latina.
A área de Engajamento Corporativo também iniciou o desenvolvimento do Programa Elo, que foca na inclusão do produtor rural no mercado de proteínas alternativas.
Ciência e Tecnologia
O GFI Brasil promoveu o Programa de Incentivo à Pesquisa (Annual Competitive Research Grant Program) em toda a comunidade científica e acadêmica. Em 2020, 34 equipes de pesquisadores brasileiros submeteram propostas ao programa, tornando o Brasil o segundo país em submissões de propostas. Foram selecionados três projetos de duas instituições, EMBRAPA e UNICAMP.
O financiamento está viabilizando a pesquisa da Dra. Caroline Mellinger Silva (Embrapa Agroindústria de Alimentos), que estuda o desenvolvimento de ingredientes com alta concentração de proteínas a partir do feijão carioca para formulação de produtos análogos à carne; a pesquisa da Dra. Ana Carla Kawazoe Sato (Unicamp), que estuda extração e aplicação de proteínas vegetais obtidas, principalmente, de subprodutos agroindustriais, como as folhas da mandioca; e a pesquisa da Dra. Ana Paula Dionisio (Embrapa Agroindústria Tropical), que estuda o uso da fibra de caju como ingrediente para produtos feitos de plantas.
Em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o GFI Brasil lançou a disciplina “Introdução à Zootecnia Celular”, o primeiro curso brasileiro destinado a formar profissionais capacitados para atuar no mercado da carne cultivada. Foram lançadas duas turmas até o momento, formando 46 alunos da própria universidade e de outras instituições, e também de empresas, como a JBS e a Mantiqueira.
Além disso, para democratizar o acesso aos estudos em desenvolvimento no setor, o GFI lançou a série de webinars Proteínas Alternativas: Ciência e Tecnologia e realizou palestras sobre proteínas alternativas para uma variedade de empresas e universidades. Ao todo, participaram 2.500 pessoas, das quais 60% eram profissionais da comunidade científica e acadêmica e 40% do setor privado. Os participantes eram de 108 universidades e institutos de pesquisa e 160 empresas diferentes.
Políticas Públicas
Os avanços também puderam ser percebidos no campo das políticas públicas. Em 2020, nos tornamos membro da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), anteriormente focada em biocombustíveis e química de renováveis. Nosso trabalho expandiu o escopo da ABBI, passando a incluir a bioeconomia avançada através das proteínas alternativas. Nosso papel é coordenar o Grupo de Trabalho de Proteínas Alternativas e representar as 29 empresas signatárias do Manifesto de Apoio ao Setor de Proteínas Alternativas em discussões relevantes para a agenda do setor junto ao governo, seja no Legislativo, Executivo ou junto aos órgãos regulatórios. O trabalho com a ABBI nos permitiu a aproximação com a Frente Parlamentar da Bioeconomia (cuja secretaria executiva é exercida pela ABBI) e nos propiciou apresentar nossa pauta ao Vice-Presidente da República, Gen. Hamilton Mourão, debatendo o setor de Proteínas Alternativas e sua conexão com a região amazônica.
Nessa mesma linha, firmamos um Acordo de Cooperação com o Governo do Estado do Amazonas, onde somos responsáveis pelo eixo de proteínas alternativas do programa Biópolis, que visa a inserção da agenda de bioeconomia avançada na economia do estado.
Visando subsidiar a construção de um marco regulatório para proteínas alternativas no Brasil, contratamos o ITAL para desenvolver três estudos regulatórios focados no mercado brasileiro, compreendendo os produtos a base de vegetais, os produtos obtidos por cultivo de células e os produtos e ingredientes obtidos através de fermentação de precisão. Antecipando os efeitos destes estudos, com apoio do GFI, foram dados primeiros passos para a regulamentação do segmento de produtos a base de vegetais (plant-based) no Brasil, discutidos em um workshop sobre mercado, conceitos e tecnologias em desenvolvimento, patrocinado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com a Embrapa.
Seguimos juntos!
Em 2021 voltaremos renovados e ainda mais fortalecidos. Contamos com você para nos ajudar a construir um sistema de produção de alimentos mais sustentável, seguro, justo e saudável.
Todo o nosso trabalho é oferecido gratuitamente à sociedade. Por isso, contamos com as doações da nossa família de apoiadores. Para saber como você pode fazer parte deste trabalho transformador, entre em contato com a Gerente de Desenvolvimento do GFI Brasil, Ana Carolina Rossettini – anar@gfi.org
O feito inédito aconteceu em visita oficial do político à Aleph Farms, empresa israelense de carne cultivada. Provar pela primeira vez um bife de carne de verdade, cultivado inteiramente fora do animal, coloca Israel à frente do movimento de desenvolvimento de proteína animal em ambiente fabril.
A empresa sediada em Rehoot é pioneira no desenvolvimento em escala da tecnologia em que uma cultura de células é retirada do gado para fazer com que se desenvolvam sob condições controladas. O processo torna tanto o abate de animais quanto o uso de antibióticos desnecessário, além de usar muito menos recursos naturais como terra e água. Israel vem apostando na tecnologia para prover uma fonte de alimentação segura e estável para sua população e além de ser uma fonte de crescimento econômico especialmente promissora em um momento em que o mundo todo busca por soluções mais sustentáveis para a cadeia de produção de alimentos.
A visita, que foi acompanhada pelo diretor do The Good Food Israel Nir Goldstein, passou pelas instalações pelas instalações da fábrica para que o primeiro ministro conhecesse o processo de perto, antes de terminar na degustação da carne cultivada. “É deliciosa e livre de culpa, consigo sentir a diferença”, comentou Benjamin Netanyahu. O primeiro-ministro disse ainda que Israel está a caminho de se tornar uma grande força na liderança dos setores de proteínas alternativas.
O país já é visto como terreno fértil para Food Techs em decorrência das inovações na área que nasceram no país, através da articulação da indústria, academia e governo. A própria Aleph Farms nasceu de uma iniciativa conjunta entre duas incubadoras da área de alimentos, The Kitchen Hub e Fresh Start, o Instituto de Tecnologia de Israel e apoio da Autoridade Israelense de Inovação. Resultados como esse comprovam que diversas áreas da cadeia produtiva trabalhando juntas conseguem avançar o setor de alimentos de forma consistente e transformadora, o que pode ser um bom indicativo do que o mercado brasileiro pode se tornar.
Na semana passada, Singapura se tornou o primeiro país a estabelecer um marco regulatório específico para carne cultivada, que trará carne cultivada para o mercado. Isso transformará o movimento da carne cultivada de uma visão de longo prazo em uma solução prática concreta que aborda alguns dos desafios mais urgentes do mundo hoje. Aleph Farms, SuperMeat, MeatTech and Future Meat Technologies são algumas das líderes mundiais em carne cultivada, todas estão sediadas em Israel.
O Covid-19 e a emergência climática têm servido para apontar como os sistemas alimentares são vulneráveis frente a crises e rupturas, destacando a urgência de estabelecer cadeias de produção de alimentos mais sustentáveis e resilientes. O processo de cultivar carne em ambientes controlados é um importante passo nessa direção, além do potencial para gerar milhares de novos empregos e aquecer a economia. Segundo o Goldstein, “com o apoio do governo, é possível gerar 11.000 novos postos de trabalho e gerar bilhões de retorno para a economia através de exportações tanto de matérias-primas quanto de tecnologias de proteínas alternativas.”
Sobre a Aleph Farms
A empresa de alimentos Aleph Farms está abrindo um novo caminho como pioneira do ecossistema global de alimentos sustentáveis, trabalhando para cultivar bifes a partir de células não geneticamente modificadas, isoladas de uma vaca, usando uma fração dos recursos necessários para criar um animal para carne e sem antibióticos e que são deliciosos.
Em maio de 2019, a empresa levantou US $12 milhões em uma rodada de investimentos da Série A, com participação de parceiros estratégicos e grupos de venture capital. A Aleph Farms foi co-fundada pelo The Kitchen Hub do Strauss Group e o Professor Shulamit Levenberg do Technion – Instituto de Tecnologia de Israel. A empresa é apoiada por alguns dos produtores de alimentos mais inovadores do mundo, como Cargill, Migros e o Grupo Strauss.
Os primeiros passos para a regulamentação do segmento de produtos à base de vegetais (plant-based) no Brasil, foram dados em workshop sobre mercado, conceitos e pesquisas em desenvolvimento, realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apoio da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro), no dia 8, pelo canal da Embrapa no Youtube.
Segundo Glauco Bertoldo, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa, a partir do workshop será aprofundada a discussão dos tópicos mais relevantes. “Serão chamados à discussão os demais entes envolvidos, com destaque para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e as entidades de defesa do consumidor”, acrescentando que “a regulamentação propicia um ambiente seguro para o desenvolvimento da agricultura e das agroindústrias e uma relação saudável com o consumidor”.
Para Lourdes Cabral, chefe-geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos, a diversificação da matriz protéica na dieta humana é uma realidade e representa uma resposta a demandas dos consumidores. “Estamos vendo o aumento da oferta de novos produtos no mercado e, nesse sentido, o Mapa precisa escutar os diversos atores desse segmento, produtores, pesquisadores e consumidores, e processar essas informações de modo a criar uma base que possa vir a auxiliar a regulamentação desse setor emergente”.
A abertura do evento contou com a participação de Guy de Capdeville, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa. Segundo ele, a iniciativa do Mapa é fundamental não apenas para oferecer mais segurança às empresas que já desenvolvem produtos no mercado brasileiro, como também para atrair novos parceiros para esse segmento, que está em franca ascensão no Brasil e no mundo.
Ainda de acordo com Capdeville, o fato de o evento reunir representantes da indústria, terceiro setor e ciência, entre outros, traz várias visões à discussão e à consolidação desse conceito no Brasil. “Essa união de expertises é determinante para fortalecer a inserção desse segmento no agro brasileiro. Além disso, são vozes que têm a capacidade de levar essa temática para frente”, destacou.
Apresentações
Uma das apresentações dos painéis do workshop foi da pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Caroline Mellinger. Ela falou, entre outros temas, sobre a importância de olhar para toda a cadeia produtiva quando se pensa em ofertar novos alimentos, uma vez que eles dependem do desenvolvimento tecnológico de ingredientes e da garantia de oferta de matérias-primas.
Caroline citou, ainda, uma nova norma da Organização Internacional de Padronização (ISO), com previsão de ser votada até o fim deste ano, que trata de definições e critérios técnicos para alimentos e ingredientes alimentícios adequados para vegetarianos ou veganos, além de aspectos de rotulagem e apelo. “Quando terminar a votação e tivermos a publicação desse documento, teremos subsídios para traçar conceitos padronizados no mundo todo”, explica.
O trabalho, realizado em 2019 e 2020, contou com a participação de representantes de 80 países. No Brasil, a coordenação é da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o grupo é composto por representantes da indústria, Abia, do Senac, da Embrapa e Sociedade Vegetariana Brasileira.
Bruno Brasil, secretário de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, apresentou as pesquisas em desenvolvimento na Empresa sobre os produtos de base vegetal. Segundo ele, a Embrapa trabalha com foco nas tendências que podem moldar o agro para o futuro e, por isso, o crescimento desse segmento já havia sido antecipado como parte importante da atuação da Empresa.
O documento Visão 2030 aponta sete megatendências para o agro brasileiro e uma delas é o protagonismo do consumidor. “É exatamente nessa vertente que se encaixam esses produtos. Eles espelham os desejos do consumidor contemporâneo não apenas por opções mais saudáveis, mas também e principalmente, por alimentos e bebidas de sabores e aromas diversificados”, pontua.
Segundo ele, a população brasileira já demonstra interesse em reduzir o consumo de produtos de origem animal. Isso é indicativo do crescimento dos chamados “flexitarianos”, consumidores que buscam alimentos de origem animal e vegetal de forma alternada e balanceada. “Um sinal deste crescimento pode ser percebido nas grandes redes de supermercados e até mesmo de fastfood que já aderiram a essa tendência”.
Brasil explicou que a avaliação das tendências do agro brasileiro pauta o planejamento estratégico da Embrapa, o qual é executado por meio de 34 portfólios de projetos. O desenvolvimento de produtos de base vegetal é hoje uma das áreas de destaque do portfólio “Alimentos: segurança, nutrição e saúde”, envolvendo quatro unidades de pesquisa da Embrapa – Agroindústria Tropical, Agroindústria de Alimentos, Arroz e Feijão e Hortaliças – sete instituições parceiras, seis projetos de pesquisa, 42 pesquisadores e analistas, e recursos superiores a R$ 3,3 milhões.
O secretário apresentou produtos desenvolvidos pela Embrapa que já estão no mercado ou prontos para produção em larga escala e comercialização por parceiros. Um deles é o Amazonika Burger, um hamburguer 100% vegetal que tem entre os ingredientes fibra de caju, proteína de soja e a pimenta assîsî, típica da região amazônica, e foi desenvolvido em parceria com a Sotille Alimentos. A parceria também já desenvolveu coxinha e o bolinho Siriju, todos à base de plantas.
No mesmo painel, Raquel Casselli, gerente de Engajamento Corporativo do The Good Food Institute (GFI) no Brasil, falou sobre as tendências animadoras do mercado para os produtos à base de plantas no Brasil. Segundo ela, na rede de supermercados Pão de Açúcar, um terço dos hamburgueres comercializados são de origem vegetal. “É um índice impressionante se considerarmos que a tecnologia só tem um ano e meio no País”, comemorou.
Casselli apresentou uma pesquisa recente realizada pelo GFI, em parceria com o Ibope, com 2 mil respondentes, que apontou que 50% dos brasileiros reduziram o consumo de carne no último ano. Desses, 37% já consomem carnes vegetais em suas dietas diárias. Para 62% dos entrevistados, o mais importante em um substituto vegetal é o sabor, aroma e a textura. Outro dado apontado pela pesquisa é que apenas 7% afirmaram jamais consumir alternativas vegetais à carne e que, para os brasileiros, soja e transgênicos não são barreiras de compra. A pesquisa está disponível no link: gfi.org.br/consumidor2020
Participantes
Também participaram do evento: diretor executivo do GFI, Gustavo Guadagnini; diretor de Políticas Públicas do GFI, Alexandre Cabral; diretor de Assuntos Regulatórios e Científicos da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Alexandre Novachi; diretor técnico da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir), Igor Castro; e a diretora geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Eloísa Garcia.
Moderaram os três painéis o coordenador geral de Qualidade Vegetal do Mapa, Hugo Caruso; o coordenador geral de Inovação Aberta do Mapa, Daniel Trento, e o auditor fiscal federal agropecuário da Superintendência Federal de Agricultura/Paraná, Elton Massarollo.
O workshop completo está disponível no canal da Embrapa no Youtube, pelo link https://www.youtube.com/watch?v=a8qA2yvCG3g
Texto: Assessoria de Imprensa da EMBRAPA |
Kadijah Suleiman
Embrapa Agroindústria de Alimentos
Fernanda Diniz
Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realiza hoje (8/12) o evento virtual “Percepções sobre o segmento de plant-based products no Brasil”. O seminário explicará conceitos básicos e o panorama atual desse mercado no país, e abordará as questões pertinentes a essa indústria que estão sendo discutidas atualmente, como avanços da pesquisa científica na área e o desenvolvimento de um marco regulatório que leve em consideração demandas e contexto específicos dessa indústria.
O consumo de produtos plant-based, também conhecidos por aqui como proteínas alternativas, é uma tendência mundial consolidada. Pesquisas apontam que, até 2035, esse setor atingirá até US$ 370 bilhões. O evento vem ao encontro desse movimento, discutindo o contexto atual desse mercado no Brasil. Vai também refletir sobre formas de promover ainda mais o rápido desenvolvimento pelo qual vem passando nos últimos anos. Um elemento fundamental para que o crescimento se mantenha é um marco regulatório, que dê suporte à indústria e assegure o padrão de qualidade esperado pelos consumidores.
O The Good Food Institute participa dos três painéis de discussão, junto ao Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir) e o Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária (Diagro).
O workshop será transmitido pelo canal da EMBRAPA no Youtube, a partir das 14 horas.
A preocupação com a saúde é uma tendência que tem crescido mundialmente, especialmente após o início da pandemia. Esse movimento também é presente no Brasil, com reflexos nas escolhas alimentares dos consumidores. A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostra que os brasileiros buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia.
A pesquisa foi realizada pelo IBOPE, coordenada pelo GFI e apoiada por 11 empresas do setor de alimentos. Participaram 2000 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, sendo homens e mulheres a partir de 18 anos selecionados intencionalmente por cotas de gênero, idade e regiões do país. A partir dos resultados, é possível entender quem são os consumidores, onde estão, o que e como consomem.
A preocupação com a saúde é uma tendência que tem crescido mundialmente, especialmente após o início da pandemia. Esse movimento também é presente no Brasil, com reflexos nas escolhas alimentares dos consumidores. A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostra que os brasileiros buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia.
Homens e mulheres estão diminuindo o consumo de proteína animal e as substituindo por proteínas alternativas mais frequentemente. Esse novo hábito é conhecido como flexitarianismo e representa um influente grupo de consumo, que passou de 29% em 2018 para 50% em 2020. O rápido crescimento fez com que a indústria de proteínas alternativas se potencializasse rapidamente no último ano.
Panorama da indústria de proteínas alternativas
O retrato da indústria de proteínas alternativas foi examinado por meio de uma pesquisa realizada pelo IBOPE e coordenada pelo GFI para melhor entender esse mercado. Participaram 2000 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, sendo homens e mulheres a partir de 18 anos selecionados intencionalmente por cotas de gênero, idade e regiões do país. A partir dos resultados, é possível entender quem são os consumidores, onde estão, o que e como consomem.
As mudanças no prato do brasileiro
A pesquisa mostrou que, dos 50% que já diminuíram o consumo de proteínas animais, 56% ainda consome frango pelo menos três vezes por semana e 43% carne bovina. Quase metade das substituições (47%) ainda é feita exclusivamente por legumes, verduras e grãos. Essas informações revelam que a proteína animal ainda ocupa expressivo destaque no prato do brasileiro e que o consumidor ainda não foi completamente atraído pelas opções vegetais disponíveis no mercado. Essas questões apontam um caminho para os avanços que o mercado deve concentrar-se nos próximos anos.
“A alimentação tem um aspecto cultural bastante forte, e a carne está inserida em muitas das tradições brasileiras como a feijoada, o churrasco de domingo, o peru no Natal, etc. Por isso, a mudança desses hábitos depende de a indústria conseguir desenvolver produtos que se insiram nessas situações, que promovam a experiência sensorial que o consumidor espera e os aspectos de saudabilidade que ele valoriza”, explica Raquel Casselli, gerente de engajamento corporativo do The Good Food Institute. A pesquisa apresentou quais são os aspectos levados em conta pelo consumidor quando o tema envolve as mudanças de hábitos alimentares que resultam em mais qualidade de vida e saúde para os brasileiros, como quantidade de proteína, de gorduras e uso de aditivos naturais ao invés de artificiais. Esses contextos representam oportunidades de crescimento para as empresas do ramo, mas elas não se limitam às refeições especiais.
Os dados também mostram que existe uma grande oportunidade e, ao mesmo tempo, um desafio para os produtos vegetais disponíveis no mercado: integrar-se ao cotidiano do brasileiro, unindo praticidade e sabor. A maioria dos entrevistados apontou que preferem consumir alternativas vegetais em casa, seja ao cozinhar (62%) ou pelo delivery (44%). Além disso, os momentos em que mais gostariam de ter essas alternativas são nas refeições do dia a dia (59%) e em refeições rápidas (54%). Esses dados indicam que, para entrar de forma definitiva nos hábitos alimentares, as proteínas alternativas devem trazer praticidade às refeições. Segundo Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo do GFI Brasil, “Há sempre que concentrar esforços no que é essencial: sabor, aroma e textura semelhantes, preço competitivo, e que esses produtos contenham características de saudabilidade desejadas pelo consumidor.”
O fator preço
A influência do preço no momento da compra também ganhou destaque nas descobertas da pesquisa. Apenas 36,5% dos entrevistados disse estar disposto a pagar a mais por um análogo vegetal. “Existe uma dinâmica natural de mercado: o preço vai ficando mais competitivo à medida que a escala aumenta, o domínio das tecnologias é maior e conseguimos nacionalizar os ingredientes.” explica Felipe. Comprovando a importância do preço na escolha, 39% dos entrevistados escolheram a opção mais barata, não se importando, por exemplo, com o tipo da proteína que estava na sua composição. “Isso reforça a necessidade e o desafio da indústria em desenvolver produtos com preços que atendam as expectativas dos consumidores, em consonância com o que é praticado dentro da categoria do seu análogo”, conclui Felipe.
O estudo mostra que a indústria de produtos vegetais brasileira, apesar de recente, encontrou recepção bastante favorável entre os consumidores e, por isso, está em franca expansão. É esperado que continue a se desenvolver rapidamente, uma vez que existem grandes oportunidades ainda a serem exploradas no mercado. “O Brasil possui uma capacidade única de produzir alimentos, com uma rede logística estabelecida amplamente capilar, capaz de levar nossos produtos para todos os países do mundo. Além disso, existe a expertise do nosso produtor rural, nossa biodiversidade e toda a capacidade técnico-científica na área de alimentos. Fazendo uso de todos esses recursos, é possível assumirmos a liderança do setor de proteínas alternativas mundial.”, conclui Raquel Casselli.
O The Good Food Institute realizou um estudo de nomenclatura (Naming Study) inédito em parceria com o departamento de psicologia da Universidade de Bath, do Reino Unido, a fim de estabelecer o nível de aceitação do consumidor brasileiro em relação às carnes vegetais (ou feitas de plantas) e cultivadas. Foram ouvidas 1.852 pessoas, entre homens e mulheres, na faixa dos 18 aos 56 anos, de diferentes classes sociais, residentes em todas as regiões brasileiras. Os participantes foram recrutados por meio do painel de pesquisa da Positly.
Carnes Vegetais (ou feitas de plantas)
De acordo com o estudo, a palavra ‘vegano’ foi a que teve o maior número de associações negativas quando comparadas com outras descrições. Isso mostra que os brasileiros não possuem uma associação muito forte com o termo ao se referirem a produtos análogos aos de origem animal. Isso também mostra que ‘vegano’ pode ser uma palavra que não descreve muito bem a categoria para seus consumidores, da mesma forma que pode afastar potenciais consumidores para passarem a consumir esses produtos.
O estudo mostrou, também, um crescente número de interessados em consumir produtos feitos de plantas no país. 89% dos entrevistados afirmaram que provariam uma carne vegetal, 72% comprariam o produto, e mais de 52% substituiria carnes convencionais por carnes feitas de plantas que possuíssem as mesmas características sensoriais (como sabor e textura). No entanto, o custo desses produtos impacta na decisão de compra. Somente 36,5% das pessoas pagariam mais por carnes vegetais, o que mostra que preços mais competitivos são essenciais pro desenvolvimento do mercado.
Carne Cultivada
Com relação à carne cultivada, a aceitação do brasileiro é alta: 76,5% experimentariam, 54,2% substituiriam a carne convencional pela cultivada, 65,6% comprariam e 37,1% pagariam mais pela carne cultivada. Os motivos que mais aumentaram a intenção de compra dos respondentes foram a percepção de saudabilidade e nutrição desses produtos. Portanto, é aconselhado que quem promove produtos assim foque nesses atributos.
Houve pouca diferença entre os nomes, mas carne cultivada e carne sem abate performaram melhor do que carne de base celular. Mesmo que carne limpa tenha performado bem na intenção de compra, o nome foi classificado como menos descritivo e menos diferenciador do que os outros. No geral, o nome carne cultivada é recomendado para fins estratégicos.
“Mesmo que não existam startups ou empresas operando publicamente com carne cultivada, a pesquisa mostra uma grande oportunidade visto que consumidores já expressam intenção de compra por produtos assim”, afirmou Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo e um dos autores da pesquisa.
“Estamos muito satisfeitos em ver mercados fortes para proteínas alternativas no Brasil. Observamos algumas diferenças importantes nos perfis do consumidor para carne vegetal e carne cultivada – por exemplo, carne vegetal atraiu mais as consumidoras do sexo feminino, enquanto a carne cultivada foi mais atraente para os homens. Essa, e outras diferenças, sugerem que há espaço para uma gama diversificada de proteínas alternativas no futuro cenário de proteínas no Brasil. Nossas análises de atitude sugerem que os profissionais de marketing devem se concentrar em promover a carne cultivada como saudável, ao passo que devem destacar o sabor e o apelo sensorial da carne vegetal.”, conclui Chris Bryant, co-autor da pesquisa e pesquisador do departamento de psicologia da Universidade de Bath.
Pelo quinto ano consecutivo, o trabalho do The Good Food Institute é reconhecido pelo Animal Charity Evaluaors (ACE). Desde a fundação há cinco anos, a organização tem a honra de estar na lista das “Top Charity”, formada em anos anteriores por três organizações e 4 desde o ano passado. O reconhecimento é dado a fim de validar e incentivar o trabalho filantrópico relacionado aos direitos animais. Para isso, o trabalho promovido pelas ONGs passa por criteriosa avaliação para comprovar a eficiência de suas ações.
O GFI está comprometido a continuar a construir uma cadeia de alimentação mais saudável, justa e sustentável.
Segundo a análise do ACE, “as ações promovidas pelo GFI são altamente eficientes em aumentar a disponibilidade de produtos livre de origem animal, especialmente no que diz respeito a políticas públicas e legislação e também no engajamento de grandes empresas a aumentar suas opções vegetais. Acreditamos que o trabalho feito para promover pesquisa em alternativas a produtos animais, a fim de estimular a área acadêmica e construir uma comunidade de diferentes atores da indústria é extremamente efetivo. O GFI possui um histórico comprovado na produção de pesquisa, articulação de políticas públicas e legislação e engajamento de empresas para promover alternativas a produtos de origem animal.”
Esses resultados foram publicados após criteriosa avaliação que considera impacto dos programas, espaço para mais financiamento, efetividade do uso de fundos, comprovação de histórico de sucesso, habilidade de encarar desafios, força da liderança, cultura e estrutura sustentáveis. O ACE reiterou a eficácia das ações promovidas pelo GFI e destacou o bom uso que é feito do financiamento recebido e também o espaço para expandi-lo. “Estamos especialmente felizes com essa menção, uma vez que 100% do trabalho que realizamos é viabilizado através da generosidade de nossos doadores. Nosso trabalho é utilizar esses fundos filantrópicos para continuar construindo um futuro melhor para as pessoas, os animais e o planeta”, afirma a gerente de desenvolvimento do GFI Brasil, Ana Carolina Rossettini.
Os apoiadores são fundamentais para a continuidade do trabalho
O trabalho de articular cientistas, investidores, empresários, empreendedores e o governo para avançar o ecossistema de proteínas alternativas e criar soluções de alto impacto a nível global está ligado ao apoio recebido em forma de doações filantrópicas.
Terça-feira, dia 1º de Dezembro, é o Dia Mundial de Doar. Toda doação recebida nesse dia será igualada pelos apoiadores do GFI. Cada real doado será assim multiplicado por dois, aumentando ainda mais o alcance do seu apoio. Se você acredita no trabalho do GFI, está convidado a doar para continuar fazendo o que a instituição faz de melhor: construir um mundo mais sustentável por meio da transformação da cadeia de produção de alimentos mundial.
Para doar, clique aqui.
A solução pela crise climática é um trabalho de todos. É preciso capacitar pessoas para enfrentar desafios climáticos que já estão ocorrendo, criando soluções que combatam ao mesmo tempo a crise climática e o desemprego estrutural. Por isso, a Youth Climate Leaders convida a todos para participar do Dia do Profissional do Clima (DPC), uma transmissão online de 24h de programação sobre carreiras climáticas, incluindo palco principal e eventos paralelos.
O intuito é conectar jovens a oportunidades concretas de trabalho, e mostrar as muitas possibilidades na carreira de baixo carbono. O evento mobilizará mais de 20.000 jovens, 100 organizações empregadoras e divulgará mais de 500 vagas, catalisando ações climáticas e combatendo o desemprego por meio da apresentação e oferta concreta de oportunidades profissionais na área. O evento será online no dia 24 de novembro, e será gratuito!
Acompanhe o trabalho da organização:
Atuando para acelerar o desenvolvimento do alimento do futuro, o The Good Good Institute (GFI) lança um diretório para conectar pesquisadores da área de proteínas alternativas do mundo todo. A plataforma facilita que cientistas encontrem colaboradores com habilidades complementares para que juntos possam acelerar a transição para a próxima geração de carnes, pescados, ovos e lácteos.
Os pesquisadores podem compartilhar informações sobre suas áreas de pesquisa diretamente na plataforma, publicar oportunidades de colaboração para outros cientistas, laboratórios e empresas em seus projetos, e ser encontrado por outros pesquisadores ou empresas interessadas em projetos de pesquisas. Cria-se assim uma rede global de networking científico focada em tecnologias para desenvolvimento e melhoramento da produção de proteínas alternativas.
O objetivo é fomentar a criação de uma cadeia de produção de alimentos mais justa e sustentável com o desenvolvimento de um ecossistema de inovação focado em fontes alternativas de proteínas produzidas a partir de vegetais, algas ou fungos, por tecnologias de cultivos de células ou fermentação. A iniciativa conta tanto com pesquisadores já ativos no setor de proteínas alternativas quanto com interessados em atuar nessa área. Para fazer parte do diretório, basta ser um pesquisador ativo ou que tenha interesse em estudar proteínas alternativas, e preencher este cadastro.
Assista aos vídeos abaixo para conhecer melhor o diretório.
O The Good Food Institute realiza no próximo dia 24 de novembro, às 14h, o último webinar da série “Proteínas Alternativas: Ciência e Tecnologia” deste ano. Com o tema “Extrusão de ingredientes para produtos feitos de plantas”, o evento contará com a participação de José Coelho, presidente da Clextral, e de Carlos Carvalho, pesquisador da EMBRAPA.
Coelho irá compartilhar sua expertise sobre a tecnologia de extrusão de ingredientes, carro-chefe da empresa norte-americana, enquanto Carvalho apresentará as iniciativas desenvolvidas pela EMBRAPA utilizando a mesma técnica.
De acordo com Agência Embrapa de Informação Tecnológica, a extrusão é um processo que combina calor, umidade e trabalho mecânico para “modificar matérias-primas, a fim de criar novos formatos e estruturas com diferentes características funcionais e nutricionais”. Entre as principais aplicações da técnica está a produção de biscoitos, massas alimentícias, cereais e snacks. Recentemente, a tecnologia de extrusão tem sido aplicada também em produtos feitos de plantas análogos ao produtos cárneos.
O webinar é gratuito, basta se inscrever neste link. E para quem perdeu as outras edições, agora o GFI Brasil disponibiliza todos em seu canal no Youtube. Esperamos por vocês!