Participe dos Meetups da Trilha de Capacitação e Formação de Rede para Inovação em Proteínas Alternativas do GFI Brasil

Estamos entusiasmados em anunciar os primeiros eventos da Trilha de Capacitação e Formação de Rede para Inovação em Proteínas Alternativas, promovida pelo GFI Brasil!

 

Esta série de eventos estratégicos é dedicada a impulsionar a inovação e o empreendedorismo no setor de proteínas alternativas, fortalecendo as conexões entre ambientes de inovação, pesquisadores, empreendedores, startups e indústrias. Nossa programação inclui webinários e encontros presenciais que oferecem oportunidades únicas para a troca de conhecimentos e experiências. Participando da Trilha, você se conecta com os principais agentes de inovação dos ecossistemas locais, ajudando a construir um futuro mais sustentável e inovador.

 

Confira os detalhes dos nossos próximos meetups e inscreva-se para garantir sua participação!

 

1º Meetup – Belo Horizonte – 20/06

 

O primeiro evento da nossa Trilha será realizado em Belo Horizonte, em parceria com o Alt Protein Project UFMG, CTIT/UFMG, Inova UFMG e Biominas. O encontro vai contar também com a participação especial das startups Moondo e Vida Veg.

 

Programação:

 

  • Abertura GFI Brasil: Guilherme Vilela (GFI Brasil) – 15 min
  • A Universidade e os Caminhos da Inovação: Frank Gomes, Coordenador do Setor de Alianças Estratégicas (CTIT/UFMG) – 20 min
  • Alt Prot. Project – Nosso Trabalho e a Interação com a Indústria: Jorge Guadalupe (APP UFMG) – 20 min
  • Mesa Redonda: Programas de Apoio à Inovação: Marilia Faria (InovaUFMG) e Gabriela Metzker (Biominas) – 40 min
  • Mesa Redonda: Os Desafios das Startups e a Interação com Universidade: Lorena Viana (CEO MOONDO) e Arlindo (CEO Vida Veg) – 40 min
  • Espaço para Networking – 1 hora

 

Detalhes do Evento:

 

  • Data: 20 de junho de 2024
  • Horário: 13:30h – 17:00h
  • Local: Auditório BHTech, Rua Professor José Vieira de Mendonça, 770 – Engenho Nogueira, Belo Horizonte – MG, 31310-260

 

2º Meetup – Campinas – 25/06

 

Nosso segundo meetup será realizado em Campinas, em parceria com o Grupo APP Unicamp e Inova Unicamp. O evento também vai reunir especialistas da Proverde, FutureCow e Typical.

 

Programação:

 

  • Abertura GFI Brasil: Guilherme Vilela (GFI Brasil) – 10 min
  • A Universidade e os Caminhos da Inovação: Vital Yasumaru (Inova Unicamp) – 15 min
  • Alt Prot. Project e a Interação com a Indústria: Letícia Silva (APP UNICAMP) – 15 min
  • Mesa Redonda: Os Desafios das Startups e a Interação com a Universidade: Paula Speranza (Pesquisadora e Fundadora da Proverde), Rosana Goldbeck (Professora FEA-Unicamp e Co-Founder da Future Cow) e Paulo Ibri (Fundador e CEO da Typical) – 40 min
  • Espaço para Networking – 1 hora

 

Detalhes do Evento:

 

  • Data: 25 de junho de 2024
  • Horário: 13:00h – 15:30h
  • Local: Prédio Lib da Inova Unicamp, Rua Daniel Hogan, 434 – Cidade Universitária, Campinas – SP, 13083-836
  • Mapa do local: Clique aqui

 

 

Não perca essas oportunidades para fortalecer as conexões entre os agentes de inovação dos ecossistemas locais. Estamos ansiosos para contar com sua presença e colaboração para juntos impulsionarmos a inovação no setor de proteínas alternativas!

Nova pesquisa do GFI Brasil aponta os principais comportamentos e perfis do consumidor de alternativas plant-based no Brasil 

Realizada com mais de 2.000 indivíduos de classe ABC de todas as regiões do país, a pesquisa revelou que 1 em cada 4 brasileiros consome carnes vegetais pelo menos uma vez por mês e quase metade dos respondentes consome alternativas vegetais ao leite e derivados.

 

A pesquisa “Olhar 360° sobre o Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-based 2023/2024” busca aprofundar o conhecimento sobre o consumo dos produtos vegetais análogos aos produtos cárneos de origem animal no Brasil, compreender as nuances do comportamento alimentar que influenciam a população a aderir ou rejeitar esse tipo de produto e obter uma visão geral de como o consumo de alimentos inovadores tem sido tratado nos ambientes digitais.

 

A pesquisa só foi realizada graças ao apoio dos nossos parceiros: AAK, Incrível!, MrVeggy, NotCo, N.OVO e PlantPlus Foods. Diferente dos anos anteriores, em que desenvolvemos pesquisas exclusivamente quantitativas, desta vez o estudo consistiu em três etapas: social listening com análises de redes sociais; pesquisa qualitativa com grupos focais; e pesquisa quantitativa com amostra estatisticamente representativa.

 

Aqui, destacamos alguns dos principais resultados da pesquisa:

– 26% dos brasileiros consomem carnes vegetais pelo menos uma vez por mês. Quando se trata de alternativas vegetais ao leite e derivados, esse número salta para 48%.

 

– 66% se definem como onívoros, enquanto 34% estabelecem alguma restrição aos produtos de origem animal. Dentre esses, 21% estão reduzindo, sem eliminar, o consmo de carne (flexitarianos), 8% são pescetarianos (dieta vegetal que inclui pescados) e 5% se declaram veganos (dieta 100% vegetal) ou vegetarianos (dieta vegetal que inclui ovos e leite).

 

– 36% dos brasileiros reduziram o consumo de carne vermelha nos últimos 12 meses. A saúde (38%) e custo elevado (35%) foram citadas como as principais motivações.

 

– O papel das mulheres nas decisões alimentares é predominante: 81% das mulheres afirmam ser as responsáveis pela escolha do cardápio, 82% pela cozinha e 81% pelas compras. Entre os homens, esses números são significativamente menores: 56%, 50% e 69%, respectivamente.

 

– 52% consideram a ideia de carnes vegetais análogas boa ou muito boa, mas apenas 18% já experimentaram esses produtos.

Oportunidades e Desafios

 

Camila Lupetti, Especialista de Dados do GFI Brasil e uma das autoras da pesquisa, destaca que o consumo de carnes vegetais ainda é nichado, mas possui grande potencial de crescimento. “Ainda há muito a ser feito em termos de pesquisa e desenvolvimento para entregar produtos que ofereçam sabor, preço e conveniência competitivos, e nós entendemos que o momento de investir é agora,” afirma Lupetti.

 

Ela também ressalta a importância de melhorar a disponibilidade e comunicação dos produtos plant-based. “É crucial estreitar a comunicação com o perfil mais aderente, fornecendo informações claras e esclarecendo controvérsias, para que esses consumidores possam se tornar embaixadores da categoria em seus círculos sociais,” comenta a especialista.

 

Webinar de Lançamento

Para discutir esses e outros insights, o GFI Brasil convida todos a participarem do webinar de lançamento da pesquisa. O evento acontecerá no dia 29/05, às 11h, no canal do YouTube do GFI Brasil. A especialista em dados Camila Lupetti apresentará os principais resultados e análises, oferecendo uma oportunidade única para entender as tendências do mercado plant-based. Não perca esta chance de se aprofundar nas transformações do setor!

Assista à transmissão:

Amplie seu conhecimento sobre proteínas alternativas com as novas aulas do curso do GFI Brasil

O curso online “A Ciência das Proteínas Alternativas”, ofertado gratuitamente pelo The Good Food Institute Brasil, acaba de ser enriquecido com novos conteúdos para ampliar seu conhecimento sobre esse universo.

 

O que tem de novo?
Nosso programa educacional, já reconhecido por explorar as as tecnologias que estão revolucionando a forma como produzimos alimentos, agora inclui novas aulas focadas em Tópicos Avançados em proteínas alternativas, além de insights sobre Inovação e Mercado. Estas adições são projetadas para aprofundar seu entendimento sobre essas tecnologias emergentes e as tendências de mercado, essenciais para qualquer pessoa interessada em manter-se atualizada sobre a transformação da indústria alimentícia.

 

 Para quem é o curso?
O curso é aberto a todos que quiserem aprender sobre ciência, tecnologia e inovação em proteínas alternativas, mas é especialmente direcionado a alunos de graduação, pós-graduação e profissionais da indústria alimentícia, biotecnologia, e áreas correlatas. Cada aula foi meticulosamente planejada para enriquecer seu conhecimento e prepará-lo para os desafios e oportunidades na indústria de alimentos do futuro.

 

 

O que esperar do conteúdo?
O curso agora é dividido em três módulos:

 

Aulas Básicas sobre a Ciência das Proteínas Alternativas
Este módulo inicial consiste em 9 aulas, cada uma com aproximadamente 15 minutos, abordando os fundamentos das proteínas alternativas. As aulas incluem conteúdos como os desafios e soluções para produzir proteínas suficientes para alimentar 10 bilhões de pessoas, o conceito de carne, as tecnologias das proteínas alternativas e as questões críticas para o desenvolvimento da carne cultivada, assim como biomateriais e bioprocessos aplicados.

 

Tópicos Avançados em Proteínas Alternativas
Este módulo novo avança para tópicos mais específicos com 4 aulas de aproximadamente 20 minutos cada, destinadas a um público com conhecimento prévio ou interesse especializado.

 

– Biorreatores e Desenvolvimento de Bioprocessos: se aprofunde na tecnologia da fermentação e nos detalhes de bioprocessos aplicados à carne cultivada, desde a seleção e desenvolvimento de cepas, os meios de cultivo ao escalonamento de processos, tipos de biorreatores e processos de downstream.

 

– Uso de ingredientes à base de algas em proteínas alternativas: descubra o potencial nutricional das algas e como elas podem ser utilizadas na produção de proteínas alternativas.

 

– Texturização de análogos cárneos feitos de plantas: Entenda mais sobre as tecnologias e os processos empregados para texturizar carnes feitas de plantas, uma característica crucial para satisfazer as preferências sensoriais dos consumidores.

 

– Análogos cárneos feitos de fungos (Micoproteínas): Explore o processo de fermentação de biomassa para a obtenção de carnes feitas de fungos, uma tecnologia promissora na indústria.

 

Inovação e Mercado de Proteínas Alternativas
Com uma única aula de aproximadamente 20 minutos, este módulo fornece insights sobre o mercado de alimentos plant-based no Brasil.

 

– Percepção do consumidor brasileiro sobre alimentos plant-based: Entenda como o consumo de alimentos à base de plantas está se desenvolvendo no Brasil, analisando hábitos, tendências comportamentais e outros fatores que influenciam as decisões de compra.

 

Como participar?
A participação é simples: preencha o cadastro e assista às aulas no seu próprio ritmo. Para obter a certificação de conclusão, complete o curso em até seis meses e responda ao quiz final.

 

Certificados
Ao concluir cada módulo do curso, você receberá certificados específicos, validando sua expertise e dedicação ao aprendizado.

 

Pronto para começar?
Não perca esta oportunidade única de ampliar seus conhecimentos em proteínas alternativas e liderar a vanguarda da inovação alimentar!

GFI Brasil abre chamada para Estudos Direcionados sobre proteínas alternativas

Conheça as duas linhas de financiamento e envie a sua proposta até o dia 16 de junho de 2024

O GFI Brasil está lançando a chamada para Estudos Direcionados de 2024, que são publicações técnicas feitas por meio da colaboração do GFI Brasil com uma universidade, empresa ou instituto de pesquisa. Essas publicações são elaboradas para analisar e discutir a ciência das proteínas alternativas com foco na aceleração do desenvolvimento tecnológico, suporte a uma regulação baseada em evidências e para melhorar a textura, sabor, preço ou sustentabilidade dos produtos. Para a execução dos Estudos Direcionados os proponentes devem enviar uma proposta técnico-financeira para elaboração das entregas solicitadas na chamada correspondente.

As duas linhas de financiamento deste ano são oportunidades únicas para instituições e profissionais interessados em contribuir para o futuro da produção de alimentos no Brasil. Veja abaixo os detalhes de cada chamada:

Estudo da Qualidade de Alimentos Produzidos por Cultivo de Células

A proposta do estudo é gerar dados científicos e fornecer insights que possam apoiar a regulação e as aprovações de produtos cultivados, além de contribuir para a garantia de produção e desenvolvimento seguros desses alimentos.  Esses dados serão fundamentais para subsidiar futuras ações que impactarão diversos setores, incluindo legisladores, reguladores, empresas, professores e pesquisadores.

Para isso, as propostas de execução do projeto deverão se concentrar em dois objetivos principais: 

O estudo terá um prazo de execução de um ano e as propostas podem ser enviadas até o dia 16 de junho de 2024.

Para mais detalhes e orientações sobre a submissão de propostas, consulte o edital completo aqui.

Estudo para Identificar Rotas Tecnológicas para Obtenção de Proteínas de Feijão com Aspectos Sensoriais e Nutricionais Melhorados

Um dos pilares da biodiversidade brasileira, o feijão já é reconhecido por seu valor nutricional e econômico: por isso, agora, queremos levá-lo a novos patamares, aprimorando suas características para melhor atender ao mercado de alimentos plant-based. O principal objetivo deste edital é:

O projeto será dividido em cinco etapas e terá um prazo de execução de até 18 meses. As propostas podem ser submetidas até o dia 16 de junho de 2024.

Para mais informações sobre os requisitos de submissão e detalhes do estudo, consulte o edital completo aqui.

As propostas de ambos os projetos podem ser submetidas até o dia 16 de junho de 2024 e os resultados serão divulgados no dia 24 de junho. As propostas técnico-financeiras devem ser enviadas em formato PDF para ciencia@gfi.org e devem contar com um cronograma detalhado, previsão de custos para cada etapa, a metodologia proposta e o currículo da equipe envolvida. As informações completas estão disponíveis nos links dos respectivos editais acima.

Opinião: Por que não apostamos em insetos como fonte de proteína alternativa

Insetos são animais e, além de carregarem os mesmos desafios éticos da criação de outros seres vivos para consumo, também apresentam ineficiência de produção, risco de doenças infecciosas e riscos ambientais.

Por Gustavo Guadagnini, presidente do The Good Food Institute Brasil

Recentemente, o programa Globo Repórter da TV Globo exibiu uma reportagem muito interessante sobre tecnologias alimentares já conhecidas e outras que estão em pleno desenvolvimento, com potencial de criar um sistema alimentar mais sustentável. Passando por iniciativas relacionadas à redução do desperdício, PANCS e proteínas alternativas obtidas por fermentação, cultivo celular e feitas de plantas, um dos quadros também trouxe a utilização de insetos para alimentação humana. 

Como presidente do The Good Food Institute Brasil, uma organização que apoia o desenvolvimento de proteínas alternativas, quero esclarecer porque nossa organização não endossa o desenvolvimento da cadeia de alimentos a partir de insetos e como ela se compara às tecnologias do nosso setor. 

Insetos: animais, não alternativas

A inclusão de insetos como uma opção de proteína não está alinhada com a nossa missão de buscar alternativas aos produtos de origem animal, devido aos desafios éticos similares aos enfrentados na criação de animais para abate, como a questão do bem-estar animal e da moralidade de utilizar seres vivos para consumo.

Aceitação do consumidor

O nosso setor trabalha para entregar alimentos que já façam parte da cultura e dos hábitos alimentares das pessoas, produzidos com tecnologias mais adequadas socioambientalmente. Os alimentos com os quais trabalhamos têm uma alta aceitação pelos consumidores, que estão cada vez mais interessados em experimentá-los e incorporá-los em suas dietas. Já a aceitação do consumo de insetos é notoriamente baixa.

Apesar de serem consumidos em algumas regiões da Ásia, África e América do Sul, na Europa, por exemplo, apenas 10% da população estaria disposta a experimentar insetos, de acordo com uma pesquisa da Organização Europeia de Consumidores. Isso porque boa parte da população não associa insetos com comida, mas com algo grotesco ou que pode fazer mal à saúde. Além disso, uma pesquisa da universidade Imperial College London, no Reino Unido, indica que o desenvolvimento dessa indústria visa atender, majoritariamente, o mercado de países em desenvolvimento. A alegação é de que em países mais ricos, como os europeus, raramente há falta de nutrientes na dieta. O impacto global de qualquer fonte alimentar depende diretamente da sua aceitação pelo consumidor: se as pessoas não aceitarem o inseto como alimento, seu impacto no mundo será sempre limitado.1

Substituição da carne 

Sempre que vemos apresentações sobre os benefícios socioambientais do consumo de proteínas alternativas e de insetos, há comparação com a carne. Ambas podem, sim, ser fruto de uma produção mais eficiente do que a carne animal, mas essa comparação só é verdadeira se uma estiver substituindo a outra. Se o consumidor deixar de comer carne animal para comer carne vegetal, haverá um benefício para a sustentabilidade. A questão é que os alimentos vindos de insetos não possuem essa proposta, uma vez que são snacks, barrinhas de proteína e suplementos, por exemplo.

A melhor proposta comercial para insetos é moê-los para transformá-los em pó e incluir em alimentos processados. Não existem bons produtos feitos de insetos que realmente se comparam ao sabor, textura, aroma e aparência da carne. Se não há troca, a comparação com a carne deixa de fazer sentido – e os benefícios para a sustentabilidade não se realizam.

Eficiência na produção

Hoje, nós cultivamos grãos para alimentar animais para consumo em uma taxa extremamente ineficiente. Os dados mostram que 83% das terras aráveis do planeta produzem menos de 20% das calorias consumidas2. São grandes áreas de soja, milho e outros grãos que alimentam os animais e não a população diretamente. Para cada caloria que alguém consome da carne de vaca, cerca de 34 calorias foram dadas ao animal ao longo da vida, o que representa um desperdício desproporcional das calorias produzidas pelo sistema de alimentação3: a produção mais eficiente, de frango, tem taxa de conversão de 8:1, por exemplo. 

Enquanto isso, as proteínas alternativas permitem que você coma o vegetal diretamente, sem ser processado anteriormente por um animal. Não é o mesmo para insetos, que também se alimentam para gerar calorias depois. Estudos indicam que os insetos produzidos para a alimentação humana podem ter conversão tão ineficiente quanto a carne de frango4, variando de 4:1 a 9:1 na proporção de alimento consumido versus peso no abate. Vale destacar também que os insetos que se alimentam de resíduos não podem ser utilizados para consumo humano, como muitas vezes somos levados a crer5.

Riscos ambientais

A eficiência de produção está diretamente ligada à emissão de gases, uso de água e de terras. Por isso, todas as tecnologias de proteínas alternativas são mais sustentáveis do que os alimentos que substituem. Como demonstrado acima, o caso dos insetos não é tão claro. Ao mesmo tempo, a produção de insetos agrega novos riscos ambientais: se uma construção que abriga quantidades massivas desses animais for danificada por um acidente ou um evento climático, por exemplo, milhares de insetos exóticos, com um alto potencial de destruição e desequilíbrio, poderiam ser liberados na natureza.

Recentemente, problemas causados por nuvens de gafanhotos foram manchetes globalmente6. Além disso, ainda não existem regulamentações sobre o manuseio de insetos e eles costumam ser transportados de forma manual, seja para fins de pesquisa ou produção de alimentos. Em geral, insetos vivos são transportados em carros comuns, dentro de bandejas ou caixas. No caso de um acidente automobilístico, eles seriam liberados no meio ambiente, com um potencial imensurável de gerar um desastre ecológico.

Riscos de saúde global

Muitas das produções de insetos ainda utilizam grandes quantidades de antibióticos, assim como qualquer outra produção animal. Esse fato colabora para a formação de bactérias resistentes, com potencial de afetar a saúde humana. Ao mesmo tempo, os insetos também são vetores dos vírus, trazendo um risco adicional.

Sabemos que os animais em produção são um grande risco de saúde para a humanidade: a OMS alerta que 60% das novas doenças infecciosas são de origem zoonótica, ou seja, vem dos animais7, como a gripe aviária e a suína, que têm aparecido nos jornais. Isso acontece mesmo considerando que a taxa de transmissão de doenças entre animais de criação e humanos é baixa. 

As proteínas alternativas, por sua vez, oferecem zero risco de formação de novas infecções. Já com os insetos, a situação é muito diferente: na verdade, a taxa de transmissão de doenças entre insetos e humanos é muito maior do que entre nós e os animais vertebrados8. Basta pensar em quantas doenças têm insetos como vetores9: esse é o risco adicional que sofreremos com as grandes fazendas de insetos10.

Priorizando alternativas sustentáveis e éticas

Embora o uso de insetos como uma forma de proteína possa ser explorada para outros fins, como alimentação animal, é pouco provável que se estabeleçam como uma opção significativa na dieta humana. Em contraste, as proteínas derivadas de vegetais, fermentação e cultivo celular estão avançando rapidamente, com uma aceitação crescente por parte dos consumidores e impactos socioambientais cada vez mais positivos. Essas tecnologias permitem replicar a experiência sensorial dos produtos de origem animal sem os problemas éticos e ambientais associados à produção de proteína animal e são um movimento plausível e previsto pela maioria das consultorias de mercado.

Nossa missão é clara: promover soluções alimentares que sejam não apenas sustentáveis, seguras e eficientes, mas também éticas e que possam ser adotadas pelo maior número possível de consumidores. É por isso que continuaremos a apostar nas proteínas alternativas como solução para o futuro da alimentação.

  1. 1. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0195666320316809 ↩︎
  2.  2. https://www.science.org/doi/10.1126/science.aaq0216 ↩︎
  3.  3. https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/11/10/105002 ↩︎
  4.  4. https://journals.plos.org/plosone/article/file?id=10.1371/journal.pone.0118785&type=printable ↩︎
  5.  5. https://www.fao.org/3/i3253e/i3253e.pdf ↩︎
  6.  6. https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/aconteceu-em-2020-gafanhoto/ ↩︎
  7.  7. https://www.emro.who.int/fr/about-who/rc61/zoonotic-diseases.html ↩︎
  8.  8. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24705326/ ↩︎
  9.  9. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/vector-borne-diseases ↩︎
  10.  10. https://link.springer.com/article/10.1007/s00217-016-2828-4 ↩︎

Mercado brasileiro de carnes vegetais ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em 2023

Em 2023, o consumo de substitutos vegetais de carnes e frutos do mar atingiu novos patamares no Brasil, com as vendas no varejo alcançando R$1,1 bilhão, um aumento de 38% em relação ao ano anterior. O volume de produtos vendidos (toneladas) também cresceu substancialmente, com um aumento de 22%. Já o mercado de leites vegetais apresentou um crescimento de 9,5%, com vendas totalizando R$673 milhões.¹

Em 2022, os substitutos vegetais para carne e frutos do mar já haviam demonstrado um crescimento significativo de 42%, alcançando R$821 milhões em vendas. Os leites vegetais também cresceram 15%, atingindo R$612 milhões. 

Voltando a 2021, o crescimento foi igualmente promissor, com um aumento de 30% nas vendas desses substitutos comparado a 2020. Nessa época, a Euromonitor já previa que o setor poderia ultrapassar os US$425,3 milhões em vendas até 2026 (aproximadamente 2,2 bilhões de reais na cotação atual) – e os dados mais recentes indicam que estamos no caminho certo para superar essas expectativas.

Para saber mais sobre os mercados globais de carne cultivada e de alimentos vegetais análogos e obtidos por fermentação, acesse os novos relatórios do GFI “State of The Industry Reports 2023”. 

Veja uma prévia das principais análises que você vai encontrar nos relatórios:

Acesse os relatórios na íntegra para se aprofundar nas análises e estar atualizado sobre tudo que vem acontecendo no setor globalmente!

1.”Euromonitor International Limited, Fresh Food 2024, retail value RSP incl sales tax, US$, fixed 2023 exchange rate, constant terms. © 2023 The Good Food Institute, Inc.

Confira a programação do GFI Brasil no Nutri Ingredients Summit 2024

O Nutri Ingredients Summit é o maior e mais completo evento focado em saudabilidade do país e o The Good Food Institute Brasil é um dos parceiros oficiais da iniciativa.

Em sua 4ª edição, que acontece em São Paulo, no Transamérica Expor Center, entre os dias 23 e 24 de abril, o summit promete conectar fornecedores de ingredientes funcionais às indústrias de alimentos, bebidas, suplementos alimentares e farmacêuticos.

Você não pode ficar de fora!

Acesse a página do evento para conferir a programação completa e  se credenciar gratuitamente até o dia 20/04/2024.

Conecte-se com o GFI Brasil no NIS Application Trends

O NIS Application Trends é uma arena aberta a todos os visitantes, realizada pelos patrocinadores com o objetivo de apresentar lançamentos em ingredientes e demonstrar como podem ser aplicados pela indústria.

Nessa edição, o time de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil vai apresentar cases que visam atribuir ainda mais sustentabilidade aos produtos análogos plant-based.

Confira a nossa programação:

10h30: Proteínas vegetais nacionais com potencial para aplicação em alimentos vegetais análogos

Palestrante: Dra. Ana Carla Sato – Professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos UNICAMP

10h50: Desenvolvimento de ingredientes por fermentação a partir de resíduos (ou subprodutos) de amendoim

Palestrante: Dra. Paula Speranza – Fundadora da ProVerde 

11h10: Ingredientes da biodiversidade: perspectivas e desafios

Palestrante: Dra. Luciana Fontinelle – Coordenadora do Programa Biomas do GFI Brasil. 

11h30: Mesa Redonda : Ingredientes Vegetais Sustentáveis para Indústria Plant-based.

Mediadora: MSc Cristiana Ambiel – Gerente de Ciência e Tecnologia – GFI Brasil

Participantes: Dra. Ana Carla Sato (UNICAMP), Dra. Paula Speranza (ProVerde) e Dra. Luciana Fontinelle (GFI Brasil). 

Serviço:

– GFI Brasil no Nutri Ingredients Summit – NIS 2024

– Dia 23/04, à partir das 10:30 da manhã

– Transamérica Expor Center, na arena Aplications Trends.

End.: Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo – SP, 04757-020

Esperamos por vocês! 

Segunda empresa de carne cultivada recebe aprovação regulatória em Singapura

SINGAPURA, 4 de abril de 2024 – Em mais um marco regulatório importante, a Agência de Alimentos de Singapura (SFA) aprovou a venda da codorna japonesa cultivada da startup australiana Vow, sob sua marca de luxo, Forged. Com isso, a Vow se torna a segunda empresa a receber aprovação para vender carne cultivada em Singapura, seguindo a GOOD Meat com seu frango cultivado em 2020. 

 

Os apreciadores da boa comida em Singapura terão a oportunidade exclusiva de experimentar o Forged Parfait durante um jantar especial no Mandala Club, de 12 a 27 de abril, com um menu omakase de sete pratos. Após a aprovação da SFA, a Vow está começando a vender ingressos para o lançamento VIP do Forged Parfait no Mandala Club de Singapura, entre 12 e 27 de abril. 

 

A codorna cultivada da Vow também está nas etapas finais de revisão regulatória com a agência governamental australiana, a Food Standards Australia New Zealand (FSANZ).

 

“Estamos entusiasmados em testemunhar outra empresa alcançar a aprovação pré-mercado para seu produto de carne cultivada em Singapura. Cada novo participante no mercado agiliza o escalonamento de maneiras mais eficientes de produzir proteína. Tão diversificadas quanto as culinárias do mundo são os empreendedores e suas visões desenvolvendo alimentos novos. Enquanto a GOOD Meat recriou pratos familiares conhecidos, seguindo receitas de frango antigas e muito amadas, a Vow está criando carne que traz algo novo para a mesa, não apenas do ponto de vista tecnológico, mas também do paladar. Juntas, ambas as abordagens aumentam a escolha do consumidor. Esperamos uma diversificação crescente no setor de carnes cultivadas, capaz de satisfazer desde consumidor rotineiro até os apreciadores mais exigentes”, Gustavo Guadagnini, Presidente do GFI Brasil.

Envie sua proposta para o Programa Global de Incentivo à Pesquisa do GFI!

O Research Grant Program de 2024 acaba de ser lançado e vai financiar até U$ 3,4 milhões em pesquisas de acesso aberto em proteínas alternativas! Se você tem interesse em desenvolver uma pesquisa sobre uma das áreas contempladas, não perca essa oportunidade!

 

O nosso Programa anual apoia pesquisas de acesso aberto destinadas a resolver os desafios enfrentados pela indústria de proteínas alternativas e, desde 2019, já destinamos US$ 21 milhões para 118 projetos em 21 países.

Neste ano, vamos aprovar pesquisas através do mecanismo Field Catalyst, que consiste em financiamentos de projetos de até US$250.000 e até 24 meses de duração,  com recursos adicionais de até US$ 50.000 disponíveis para parcerias com novos pesquisadores da área (que não receberam financiamento do GFI antes) e/ou partes interessadas do setor. O prazo final para envio de propostas é 23 de maio de 2024.

 

Aceitaremos inscrições em três áreas temáticas:

 

Aproveitamento de subprodutos e resíduos vegetais

Melhoria da funcionalidade de novos ingredientes proteicos a partir de subprodutos da indústria alimentícia usando métodos/tecnologias emergentes, com avaliação da viabilidade técnica e econômica do produto e do processo.

 

Nova geração de processos de downstream para fermentação

Abordagens sustentáveis e de baixo custo para purificação de proteínas alimentícias obtidas por fermentação de precisão.

 

Otimização da produção de hidrolisados para viabilizar meios de cultivo de baixo custo

Aprimorar os métodos de processamento e a caracterização de matérias-primas para obtenção de ingredientes hidrolisados que sejam eficientes e de baixo custo para aplicação em meios de cultivo.

 

 

Sessões de informações sobre o Programa Global de Incentivo à Pesquisa e sobre as três áreas prioritárias:

 

2 de abril às 12h00 (BRT): webinar global (ING). A gravação do evento ficará disponível no canal do Youtube do GFI. Inscreva-se no webinar aqui.

 

10 de abril, às 14h00: webinar do GFI Brasil para responder todas as dúvidas dos aplicantes. A gravação do evento ficará disponível no nosso canal do Youtube. Inscreva-se no webinar aqui.

 

Para dúvidas sobre o Programa ou o processo de submissão de propostas, por favor, consulte a seção FAQ no final do edital ou contate nossa equipe em research_grants+RFP@gfi.org (enviar perguntas em inglês).

 

Estamos ansiosos para ver sua pesquisa sendo a próxima a avançar a ciência das proteínas alternativas!

Quer saber como criar a próxima startup de sucesso do mercado de proteínas alternativas? Nosso Guia para Startups chegou para te ajudar!

Se você tem vontade de empreender, mas não sabe por onde começar, nós criamos um guia completo para te ajudar – da concepção da sua startup até o lançamento do seu produto. Com um capítulo específico para pesquisadores entenderem como levar sua pesquisa para o mercado, o nosso novo Guia para Startups busca encorajar uma nova onda de empreendedores. Entenda mais sobre ele com nosso especialista em Engajamento Corporativo, Guilherme Oliveira.

 

O mercado de proteínas alternativas tem se destacado globalmente como um setor de rápido crescimento. No Brasil não é diferente e, aqui, esse setor tem se mostrado um campo fértil para  inovações e oportunidades de negócios. 

Segundo os dados mais recentes da plataforma Passport da Euromonitor, em 2022, o mercado de análogos vegetais de carne e frutos do mar no Brasil alcançou R$821 milhões em vendas no varejo, marcando um crescimento de 42% em comparação com o ano anterior. Já o comércio de leites vegetais atingiu R$612 milhões em vendas, registrando um aumento de 15% em relação a 2021.

 

Esse resultado positivo reflete o investimento contínuo em tecnologias para melhorar as características sensoriais, nutricionais e a disponibilidade dos produtos, resultando em um ecossistema com pelo menos 107 empresas brasileiras, algumas delas, inclusive, já exportando exportando para outros países.

E para que você tenha chances de criar o próximo negócio de sucesso no mercado de proteínas alternativas, nós desenvolvemos o Guia para Startups. Com ele, empreendedores poderão transformar ideias em realidade, a partir de dicas fundamentais para a criação de uma startup, desde a concepção da empresa até o lançamento dos produtos.

 

O Guia  é dividido em seis capítulos: planejamento, criação da startup, financiamento, desenvolvimento do produto, integração entre universidade e indústria e estratégias de venda. Esperamos que, com ele, qualquer pessoa que busque empreender encontre todos os caminhos para criar uma empresa robusta do zero.

 

 

O setor de proteínas alternativas, diferente de outras indústrias, é um setor de pesquisa muito intenso: muitas vezes um produto que agora está nas gôndolas começou na bancada de um laboratório, com uma pesquisa científica. Isso é verdade quando falamos de plant-based, mas principalmente quando falamos das novas tecnologias de carne cultivada e produtos obtidos por fermentação. No contexto brasileiro, as universidades têm um importante papel para as atividades de ciência, tecnologia e inovação. Nós percebemos que, hoje, muitas das startups que existem no Brasil começaram com pesquisadores e que muitos dos CEOs que lideram startups de fermentação e carne cultivada, por exemplo, são pesquisadores.

 

Mas, no geral, quando falamos da possibilidade de empreender para esses profissionais – apesar de eles desenvolverem pesquisas extremamente interessantes e com ótimos resultados – a maioria nem sequer considera esse caminho porque não sabe como migrar da pesquisa para o mercado. Então, uma das nossas maiores preocupações ao produzir o Guia foi a de garantir que os pesquisadores que têm vontade de empreender também se reconheçam nele.

 

Criamos um capítulo inteiro dedicado à integração entre universidade e indústria, com todas as etapas e possibilidades para alcançar resultados positivos com essa conexão. Para continuarmos com a inovação no mercado de alimentos e com o fortalecimento da indústria de proteínas alternativas, é essencial que as universidades e pesquisadores estejam próximos da indústria, olhando para as suas necessidades. Assim, podemos levar essas inovações para o mercado de maneira ágil.

 

A nossa expectativa é que o Guia para Startups não apenas abra portas para novas oportunidades no mercado de proteínas alternativas, mas também encoraje uma nova onda de empreendedores, inclusive pesquisadores, a se verem como potenciais líderes empresariais. O nosso Guia é mais do que um recurso, é um catalisador para transformar ideias e pesquisas inovadoras em empreendimentos de sucesso.

 

Guilherme Vilela, Especialista de Inovação de Engajamento Corporativo do GFI Brasil

 

Junte-se ao Alt Protein Project e descubra como construir uma carreira promissora na área de proteínas alternativas!

Se você é um estudante universitário interessado no setor de proteínas alternativas e gostaria de explorar as oportunidades de trabalho únicas que este setor em ascensão oferece, essa oportunidade é pra você!

Lançado em 2020 pelo GFI, o Alt Protein Project é um movimento global, liderado por estudantes visionários como você, que se dedica a promover educação, pesquisa e inovação no campo das proteínas alternativas. Desde a nossa fundação, crescemos de uma rede de cinco universidades para uma comunidade de 53 grupos ativos com mais de 450 membros. Nosso alcance se estende por dezenas de universidades ao redor do mundo – da Suíça ao Japão, passando por Turquia, Portugal, Brasil e Malásia – unindo esforços para gerar impacto significativo e moldar o futuro da alimentação.

Por que participar? A cada ano, mais grupos de estudantes de diversos países unem-se a nós, trazendo uma diversidade de conhecimentos que vão da biologia sintética à ciência da computação e da engenharia mecânica à filosofia. Essa comunidade multidisciplinar possibilita uma vasta troca de ideias com perspectivas culturais variadas, soluções inovadoras e oportunidades únicas de carreira.

Nossos objetivos incluem:

-Educação e Disseminação: Assegurar que o tema das proteínas alternativas seja incluído nos currículos acadêmicos, proporcionando cursos, treinamentos e eventos relevantes.

-Pesquisa Colaborativa: Facilitar a conexão entre pesquisadores e promover estudos colaborativos que ofereçam soluções multidisciplinares.

-Parcerias Estratégicas: Incentivar colaborações entre laboratórios, universidades e o setor privado para acelerar o desenvolvimento de proteínas alternativas.

Se você precisa de mais inspiração para se juntar ao nosso time, o GFI US fez uma reportagem especial com o Alt Protein Project da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que, em seu primeiro ano, já está transformando a educação sobre proteínas alternativas no campus. Graças ao trabalho do grupo, neste ano 24 alunos e docentes começarão a se envolver diretamente com proteínas alternativas, tanto por meio de aulas teóricas quanto técnicas, através do curso “Agricultura Celular com Foco em Carnes Cultivadas”. O curso semestral vai cobrir uma ampla gama de tópicos científicos, palestras sobre o crescente mercado da carne cultivada e componentes interativos como laboratórios sobre cultura de células, impressão 3D, além de um concurso competitivo de pitching, onde os alunos desenvolverão suas ideias de startup e as apresentarão a um painel dos principais interessados da indústria. “Estamos tentando fazer com que os olhos dos alunos brilhem para a carne cultivada” – Jorge Guadalupe, estudante de PhD da UFMG e CEO do Alt Protein Project, ganhador do prêmio “Best Science Slam” na Alemanha pelo seu projeto de carne cultivada apoiado pelo GFI.

Ficou curioso? Dá uma olhada no Instagram dos grupos do APP da UFMG e da UNICAMP para ver tudo que eles estão fazendo!

Não perca esta oportunidade de fazer parte da próxima geração de profissionais que vão transformar o futuro da alimentação!

Como participar? Inscreva-se aqui no Alt Protein Project.

Se você possui alguma dúvida, entre em contato conosco através do e-mail ciencia@gfi.org para mais informações e suporte.

Estamos ansiosos para ter você em nossa comunidade!

O que podemos esperar para o mercado de proteínas alternativas em 2024?

Apesar de desafios em todo o cenário macroeconômico, de dinâmica geopolítica, financiamento e infraestrutura, a indústria de proteínas alternativas mostra sinais de resiliência. Especialistas do The Good Food Institute Brasil analisam as previsões do setor que irão impulsionar a próxima onda de desenvolvimento rumo à adoção em massa pelos consumidores.

Em 2024, o mercado de proteínas alternativas vai experimentar transformações significativas, impulsionadas por inovações tecnológicas, mudanças nos padrões de consumo e uma crescente conscientização sobre saúde e meio ambiente. Com base em algumas tendências atuais, podemos antecipar algumas direções que este mercado tomará ao longo do ano.

Aumento na variedade de produtos

A diversidade de produtos à base de plantas disponíveis está prevista para aumentar e passar a atender aos consumidores em todos os momentos de consumo, desde o café da manhã, almoço, jantar e lanches, seja com alimentos com apelo de mais saudabilidade a pratos mais indulgentes. Essa expansão na variedade não só abrange uma gama mais ampla de preferências do consumidor mas também facilita a adoção de alimentos plant-based na dieta diária, tornando-a uma opção viável para um público maior.

Parcerias estratégicas e consolidação do mercado

As parcerias estratégicas entre empresas de alimentos e restaurantes podem contribuir com a expansão da presença de opções plant-based nos cardápios. Esses tipos de parcerias são muito comuns em outros países, onde o mercado está mais maduro, e essas experiências mostram que tais colaborações podem aumentar tanto a acessibilidade quanto a visibilidade dessas alternativas. Além disso, é esperada uma consolidação das marcas, impulsionada por uma demanda do varejo, mantendo nas gondôlas os produtos e marcas que ofereçam a experiência sensorial mais próxima do que o consumidor deseja em termos de sabor, textura e aparência dos alimentos.

Avanço tecnológico

O desenvolvimento tecnológico permanecerá um motor de inovação para o setor, trazendo produtos com melhor desempenho sensorial. Espera-se que as inovações em ingredientes e técnicas de processamento ofereçam experiências de consumo mais satisfatórias ao consumidor. Em particular, ingredientes desenvolvidos através de processos fermentativos podem atrair mais atenção do setor, dada sua capacidade de melhorar o perfil nutricional e sensorial dos produtos.

Maior foco em saudabilidade

Empresas já consolidadas no mercado de proteínas alternativas devem continuar a enfatizar a saudabilidade em seus lançamentos e relançamentos. Formulações que atendam à demandas por menos colesterol, sódio, e gordura, assim como a inclusão de ingredientes naturais e familiares aos consumidores, serão cada vez mais comuns. Este foco na saúde reflete uma resposta direta às preocupações do consumidor e uma tentativa de alinhar produtos plant-based com expectativas de benefícios para a saúde e bem-estar.

Preço

A questão do preço continua sendo central, com a indústria se esforçando para tornar os produtos à base de plantas mais acessíveis. Isso passa por mais investimentos em cadeias locais de suprimentos, desenvolvimento de novos ingredientes e processos, além de esforços contínuos para reduzir os custos de produção e logística. Tais iniciativas são essenciais para igualar ou pelo menos aproximar a faixa de preço dos produtos plant-based com a de seus análogos de origem animal, tornando-os uma opção viável para uma gama mais ampla da população.

Desafios para o setor

Apesar das previsões otimistas, o setor enfrenta desafios significativos relacionados aos pontos citados acima: a) conquista de mais consumidores: a adoção de alimentos à base de plantas na dieta é uma dúvida para muitos, especialmente quando consideramos as preocupações sobre a saudabilidade e a percepção nutricional em torno dos alimentos plant-based; b) comparação do preço desses produtos com os de origem animal: é imprescindível encontrar o equilíbrio entre os custos de produção e o poder de compra da população, que enfrenta os efeitos da inflação – inclusive no setor alimentício. As empresas do setor precisam trabalhar para fechar essa lacuna, mostrando que é possível oferecer opções plant-based que não sejam apenas competitivas em preço e qualidade, mas que também sejam percebidas como nutritivas e benéficas para a saúde.

Avanços regulatórios

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) deve seguir a agenda regulatória sobre produção e rotulagem de produtos plant-based, realizando ao longo do ano audiências públicas para discutir a minuta da Portaria que foi submetida à consulta pública em 2023, e que propõe um marco regulatório para suprir a falta de um regulamento mínimo para produtos análogos de base vegetal

Além disso, com a inclusão das proteínas obtidas por cultivo celular e fermentação no rol de novos ingredientes e alimentos pela Anvisa no final do ano passado, por meio da Resolução RDC Nº 839, devemos observar também neste ano o início das discussões regulatórias sobre essas duas tecnologias, capitaneadas pelo MAPA e pela própria Anvisa. 

Carne Cultivada e Fermentação

Com a Resolução 839 da Anvisa, que orienta empresas sobre a submissão de produtos e ingredientes para comprovação de segurança e a autorização de uso de novos alimentos e novos ingredientes, é esperado que empresas que já estejam desenvolvendo esses novos alimentos apresentem seus produtos e ingredientes para apreciação da Anvisa. Além disso, também devemos ver mais empresas realizando eventos de degustação e de aplicação de produtos para públicos específicos, como investidores e imprensa. Esses são os primeiros passos para a comercialização dessas novas tecnologias em território nacional, resta agora o Ministério da Agricultura regulamentar as questões de registro de produto, rotulagem e inspeção de unidades de produção, um debate que deve começar a ocorrer já este ano.

“O mercado de plant-based em 2024 deve ser caracterizado por uma maior diversidade de produtos, consolidação de marcas, parcerias estratégicas, avanços tecnológicos, um foco renovado na saudabilidade e esforços contínuos para tornar os produtos mais acessíveis. Os avanços regulatórios alcançados no final de 2023 demonstram que o Brasil está se alinhando ao resto do mundo no entendimento de que esse setor vai evoluir rapidamente e que é necessário criar padrões técnicos rígidos para que produtos inovadores possam começar a ser produzidos no país. Este também é o ano que produtos feitos com tecnologias de fermentação e carne cultivada devem chegar ao consumidor. Vamos acompanhar como esses alimentos serão incorporados nos hábitos alimentares do brasileiro”. – Raquel Casselli, diretora de engajamento corporativo do GFI Brasil.