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Mercado brasileiro de carnes e leites vegetais cresceu 42% e 15%, respectivamente, em 2022 

O setor de alimentos à base de plantas análogos já conta com pelo menos 107 empresas, com produtos que substituem carnes, leite, derivados lácteos e ovos.  De acordo com dados da plataforma Passport da Euromonitor, em 2022 o mercado de substitutos vegetais para carne e frutos do mar no Brasil alcançou R$821 milhões em vendas no varejo, o que representa um crescimento de 42% comparado a 2021. Já o comércio de leites vegetais alcançou R$612 milhões em vendas no varejo, um aumento de 15% em relação ao ano anterior.  Em 2021, a Euromonitor já havia registrado um crescimento de 30% nas vendas no varejo de substitutos vegetais para carne e frutos do mar em relação a 2020. Naquela época, a plataforma estimou que até 2026 este setor poderia ultrapassar os US$425,3 milhões em vendas no mercado brasileiro. Hoje, o nosso mercado de proteínas alternativas análogas conta com pelo menos 107 empresas e já exporta produtos para cerca de 30 países. Se levarmos em conta que o primeiro hambúrguer vegetal análogo do Brasil foi lançado em maio de 2019, vemos o  quão rápido o setor vem se desenvolvendo e o quão expressiva é a penetração desses produtos na rotina dos brasileiros. O aumento das vendas no varejo, tanto para substitutos vegetais para carne e frutos do mar  quanto para leites vegetais, reflete algumas mudanças que vêm ocorrendo no comportamento do consumidor brasileiro, analisados na pesquisa “O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-Based 2022” do The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil). Um deles é a redução do consumo de carne: a pesquisa mostra que, em 2022, 67% dos brasileiros diminuíram o seu consumo de carne (bovina, suína, aves e peixes) recentemente, um crescimento de 17 pontos percentuais em relação a 2020. O aumento do preço da carne foi o que motivou 45% dos brasileiros que reduziram seu consumo, mas, para outros 36%, essa redução foi motivada por questões relacionadas à saúde, como melhorar a digestão, reduzir o colesterol ou perder peso. Quando somadas à preocupação com os animais, o meio ambiente, influência de familiares, motivos religiosos e espirituais, vemos que essas questões motivaram mais da metade (52%) dos brasileiros a reduzirem o consumo de carne por escolha própria. Os dados também mostram que o propósito de diminuir a ingestão de carne não parece ser um comportamento temporário, pelo contrário: independente do motivo inicial, 46% dos consumidores que já reduziram a carne afirmam que pretendem manter esse nível de consumo e 47% pretendem reduzir ainda mais no próximo ano. Dos consumidores que diminuíram a quantidade de carne no prato, 34% a substituíram somente ou principalmente por carnes vegetais, 9 pontos percentuais a mais do que em 2020. Entre os brasileiros que cortaram a carne por causa da saúde, 40% utilizam a carne vegetal como substituto principal ou exclusivo.  Essa realidade vai ao encontro de outro fator relevante para a consolidação do setor de proteínas alternativas no Brasil, que é a significativa adesão ao flexitarianismo. Esse é o estilo de alimentação que busca reduzir, sem excluir por completo, o consumo de produtos de origem animal. Em 2022, 28% dos brasileiros já se definiam como flexitarianos. Desses, 60% afirmavam que gostariam de reduzir ainda mais o consumo de carne nos doze meses seguintes à realização da pesquisa. Isso indica que já existe uma parcela importante de consumidores que enxerga essa redução como uma parte definidora do seu comportamento alimentar atual.  Vale notar também, que 75% do consumidores pesquisados se dizem abertos a provarem alimentos feitos a partir de novas tecnologias e 68% vislumbram as carnes vegetais incorporadas à sua alimentação no futuro. Portanto, podemos concluir que hoje temos uma parte relevante de consumidores com apetite para a categoria e uma visão postiva sobre as novas tecnologias aplicadas à produção de alimentos. “Todos estes dados de vendas e comportamento do consumidor apontam para um movimento de consolidação do mercado de proteínas vegetais no Brasil. De um lado temos o consumidor tentando equilibrar escolhas mais econômicas e ao mesmo tempo mais saudáveis e mais sustentáveis na sua dieta. De outro, a indústria que vem investindo no desenvolvimento de produtos que atendam estas demandas sem esquecer do sabor ou seja, de entregar a experiência de uma refeição realmente prazerosa para o consumidor.  Nos últimos 4 anos tivemos avanços significativos neste sentido, com o lançamento de uma grande variedade de produtos realmente inovadores. Mas ainda são muitos os desafios a superar e em várias frentes, até que as alternativas vegetais estejam disponíveis e acessíveis de maneira competitiva para todos os consumidores.” – Gustavo Guadagnini, Presidente do GFI Brasil.

Tem menos carne e mais proteínas alternativas no prato do brasileiro, afirma estudo

34% dos brasileiros que diminuíram o consumo de carne no último ano substituem o alimento por carnes vegetais.   Com o tema “Saúde para Todos” é celebrado hoje, 7 de abril, o Dia Mundial da Saúde. Dentre outros temas relevantes, a data convida a sociedade a refletir sobre as urgências de saúde provocadas pela crise climática, cujo principal agravante é a produção e o consumo de proteína animal. Para além de questões relacionadas à sustentabilidade, diminuir o consumo de alimentos de origem animal, especialmente a carne, também pode trazer outros benefícios, como a redução do consumo de gordura saturada, sódio e colesterol.   Para muitas pessoas, no entanto, deixar de comer carne significa abandonar hábitos e tradições alimentares. Por isso, além de vegetais, frutas e grãos, cada vez mais brasileiros têm substituído os produtos de origem animal pelas proteínas alternativas. Sabendo que para a maior parte das pessoas a redução no consumo de carne está relacionada a motivos de saúde, essa indústria tem buscado produzir alimentos análogos mais saudáveis para todos os momentos do dia.   Mudança no hábito do consumidor   Em 2022, 67% dos brasileiros reduziram seu consumo de carne (um aumento expressivo de 17 pontos percentuais em relação a 2020) e 36% o fizeram por alguma questão relacionada à saúde, como colesterol alto, sobrepeso, má digestão ou desejo de melhorar a saúde no geral. 34% dos consumidores que diminuíram a quantidade de carne no prato a substituíram somente ou principalmente por carnes vegetais, 9 pontos percentuais a mais do que em 2020. Entre os brasileiros que cortaram a carne por causa da saúde, 40% utilizam a carne vegetal como substituto principal ou exclusivo.  Esses e outros dados levantados pela Pesquisa de Consumidor do GFI Brasil de 2022 indicam que o brasileiro já sente os benefícios de uma alimentação com menos (ou sem) carne e que não possui intenção de voltar a consumi-la no mesmo nível de antes, uma vez que 46% dos consumidores que já reduziram a carne afirmam que pretendem manter esse nível de consumo mais baixo e 47% pretendem reduzir ainda mais no próximo ano. Entre os entrevistados que pretendem reduzir a carne nos 12 meses seguintes (independentemente de já terem reduzido ou não reduzido antes), a saúde foi o principal motivo para uma intenção de redução futura (50%), seguido pelo aumento do preço da carne (20%) e pela preocupação com os animais (16%). Por mais que a curiosidade seja o fator que impulsione 47% das primeiras compras de uma alternativa vegetal análoga, 33% dos consumidores decidem experimentar esses produtos porque estão em busca de uma opção mais saudável, o que demonstra que uma parcela da população brasileira já entende que essas alternativas proporcionam momentos de prazer, confraternização e tradição, mantendo os mesmos  hábitos, mas de forma mais saudável.   Opções mais saudáveis   Essa, no entanto, é uma noção muito recente e, para embasar ainda mais consumidores nas suas escolhas e os legisladores nas formulações de suas diretrizes, o GFI Brasil desenvolveu o artigo “Estudo Nutricional: análise comparativa entre produtos cárneos de origem animal e seus análogos plant-based”, comparando a composição nutricional e os aditivos utilizados nas formulações dos produtos de origem animal com os seus análogos feitos de plantas. Os resultados do estudo demonstraram que produtos cárneos de origem vegetal apresentam aspectos nutricionais superiores aos produtos tradicionais com relação a teores de gordura saturada, sódio e fibra.   A análise foi feita a partir de dados coletados nos rótulos de almôndegas, empanados, hambúrgueres, linguiça e quibes de origem animal e vegetal. Entre os resultados, apenas 33% dos produtos vegetais registraram alto teor de gordura saturada e sódio, enquanto 50% dos produtos tradicionais apresentaram alto teor desses componentes. Dos produtos cárneos plant-based, 76% puderam ser considerados fonte de fibra, contra apenas 4% dos produtos de carne animal. Além disso, a média de aditivos alimentares foi maior nos produtos cárneos tradicionais (chegando ao valor médio de 5 aditivos por produto analisado), do que nos produtos vegetais (média de 3 aditivos). Mesmo quando processadas da mesma forma que seus análogos de origem animal, as alternativas vegetais tendem a ser uma opção mais saudável porque, em muitos casos, é no processamento desses produtos que se suplementa nutrientes como cálcio, ômega 3, vitaminas D, B12 e outras. “Sempre que compramos esses produtos devemos analisar a qualidade das informações nutricionais presentes na rotulagem e não a quantidade de processos que o alimentou passou. Muitos alimentos considerados saudáveis, como pão integral, iogurte, queijo, atum e até alguns tipos de carne, também passam por processos fundamentais para garantir que características sensoriais e de segurança do alimento não sejam comprometidas”, explica Cristiana Ambiel, gerente de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil.     Ao buscar entender a percepção do brasileiro sobre alimentos ultraprocessados, a Pesquisa de Consumidor concluiu que quanto maior é o grau de informação sobre esses produtos, maior é a frequência de consumo de alternativas vegetais análogas. “Ou seja, quanto mais informado é o consumidor sobre alimentação e saúde, mais ele tende a escolher produtos de origem vegetal”, complementa Camila Lupetti, especialista de engajamento corporativo do GFI Brasil.     Em um estudo realizado pela Escola de Medicina de Stanford, cientistas compararam o consumo de carne vegetal e animal e concluíram que, ao consumir a opção feita de plantas, os indivíduos avaliados tiveram melhoras em vários fatores de risco de doenças cardiovasculares (como diminuição do colesterol, peso corporal, gordura saturada) e elevaram a ingestão de fibras sem mudar o nível de sódio e proteína na dieta.    “Vivemos em uma sociedade em que a garantia da segurança alimentar e dos alimentos está muito ligada aos processos industriais, que permitem a comercialização e o armazenamento dos produtos por períodos mais longos. Por isso, é muito importante que as empresas utilizem tecnologias que permitam desenvolver alimentos com valor nutricional elevado e rótulos fáceis de serem entendidos, de modo que as pessoas tenham condições de fazer as escolhas que mais se adequam às suas necessidades. Com a inclusão de proteínas alternativas a uma dieta