UFPR e GFI abrem inscrições para a segunda turma do curso de Introdução à Zootecnia Celular

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) acaba de abrir as inscrições para a segunda turma da disciplina “Introdução à Zootecnia Celular”, desenvolvido em parceria com o The Good Food Institute (GFI). Ofertado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, o curso possui carga horária de 30h e é ministrado totalmente em inglês. As inscrições encerram amanhã (9/10).

De acordo com a diretora de Ciência e Tecnologia do GFI, Dra. Katherine de Matos, “a iniciativa tem como principal objetivo formar profissionais capazes de responder a um dos grandes desafios da atualidade: alimentar uma população que deve chegar a quase 10 bilhões de pessoas em 2050, produzindo alimentos com menos impacto ambiental e danos à saúde humana.”.

Por isso, o curso de Introdução à Zootecnia Celular apresenta aos alunos uma série de conhecimentos relevantes no processo de inovação da produção de alimentos, com foco na carne cultivada: impactos para bem-estar animal e meio-ambiente; aspectos biotecnológicos e regulatórios; a nova cadeia de valor; implicações para especialistas que atuam na cadeia da carne, entre outros.

Primeira Edição

A primeira turma do curso de Introdução à Zootecnia Celular contou com a participação de 25 alunos. As aulas tiveram início no dia 28 de julho e finalizaram no dia 13 de agosto. “A primeira edição da disciplina foi uma experiência positiva marcante, em especial pela qualidade dos participantes, que trouxeram a visão da academia, da indústria de alimentos e de importantes institutos de pesquisa”, conta a professora responsável pela criação da disciplina na UFPR, Dra. Carla Molento. 

De acordo com outro professor da disciplina, Dr. Germano Glufke Reis, o sucesso da primeira turma motivou a reabertura do curso, que traz várias novidades: “Percebendo a motivação dos participantes e grande procura, o curso será estendido (mais horas e dias de duração), criando mais espaços de troca de conhecimento, ideias, expectativas e visões. Tal como na primeira edição, além de nós, atuarão nas aulas (como professores/palestrantes convidados) diferentes atores que compõem o ecossistema da carne cultivada, de startups a especialistas em venture capital. A proposta é que seja um curso que atenda as expectativas de profissionais com diferentes formações e backgrounds; entendemos que essa perspectiva transdisciplinar será chave para a configuração da nova cadeia, formação de novos modelos de negócios e para trazer a carne cultivada ao consumidor nos próximos anos.  

Anna Paula Viana Graziadio Pinto – diretora R&D do grupo Mantiqueira, foi uma das alunas da primeira turma. Segundo ela, o curso trouxe reflexões importantes sobre o bem estar animal e as alternativas para alimentar uma população em crescimento. Me senti honrada em fazer parte da primeira turma do Curso e participar das discussões sobre novas tecnologias, mapeando possibilidades de inovar – baseado em ciência – para desenvolver novos alimentos que garantirão a alimentação da população nos próximos anos. Outro ponto importante, também bastante  debatido, foi como considerar a vida dos animais e seu bem-estar, principalmente como parâmetro crucial para o avanço desta iniciativa”, refletiu Anna Paula. 

Renata do Nascimento, gerente de P&D Plant Based da Seara, também foi aluna da primeira turma. Segundo ela, o curso proporcionou uma visão geral sobre a tecnologia de cultivo celular, assim como apresentou o status atual e os principais desafios para torná-la viável em grande escala. “Me sinto mais preparada para atuar no mercado e em uma próxima oportunidade gostaria de mais informações práticas de como obter a carne cultivada como formulações e dados de processo”, comenta Renata.

O cultivo da carne, área totalmente nova da ciência, abre um um leque imenso de oportunidades para todos, mas certamente ainda tem um longo caminho a percorrer. Essa é a melhor parte: continuaremos trabalhando em conjunto, de forma colaborativa e com empatia, representando todos para encontrarmos uma solução”., finaliza Anna.

Sobre a Carne Cultivada

A diferença dessa nova forma de se produzir carne está no processo de obtenção do alimento final. Do jeito tradicional, a produção é feita por meio da criação, reprodução e abate dos animais. Já a carne cultivada é produzida por meio de uma amostra inicial de célula animal, que depois é inserida em um biorreator onde são alimentadas com uma mistura de ingredientes que permite que as células cresçam e ganhem estrutura.

SERVIÇO

Inscrições: 9 de outubro de 2020

Acesse: http://tiny.cc/AgriculturaCelular 

Aulas: 13/10, 27/10, 03/11, 10/11 e 17/11 das 8h30 às 12h30.

Modalidade: à distância

Carga Horária: 30h

Idioma: Inglês

Quem pode se inscrever: qualquer pessoa com diploma de nível superior 

Tire suas dúvidas: ppgcv.ufpr@gmail.com 

 

Leia também

Segunda empresa de carne cultivada recebe aprovação regulatória em Singapura

Segunda empresa de carne cultivada recebe aprovação regulatória em Singapura

Envie sua proposta para o Programa Global de Incentivo à Pesquisa do GFI!

Envie sua proposta para o Programa Global de Incentivo à Pesquisa do GFI!