GFI renova acordo de cooperação técnica com o estado do Amazonas

A colaboração visa fortalecer a indústria de proteínas vegetais no bioma Amazônico através de princípios de economia sustentável

Texto: Mariana Bernal

Revisão: Bruna Corsato

Grande parte da biodiversidade de nosso país se encontra no estado do Amazonas. Sua biodiversidade tem papel fundamental no equilíbrio ambiental brasileiro, sendo também fonte de recursos naturais capazes de abastecer e fortalecer diversos setores da nossa economia se explorados de forma sustentável. O The Good Food Institute Brasil acredita que na riqueza do bioma Amazônico esta parte da solução para uma das grandes questões do nosso tempo, o de alimentar de forma segura, sustentável e justa quase 10 bilhões de pessoas até 2050. Diversificando sua matriz econômica para incluir pesquisa e produção de matérias-primas e produtos para a indústria de proteínas alternativas é possível que a região contribua para que o Brasil avance na transição de celeiro a supermercado do mundo.

Neste contexto, o GFI Brasil renovou o Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI) do Amazonas. “Pensar em fontes e insumos para a indústria plant-based permite vislumbrar a possibilidade de transformação da matriz econômica do estado do Amazonas em uma onde  possamos trazer proteínas alternativas, alta tecnologia e ciência de ponta para dentro do debate da sustentabilidade, da biodiversidade, da conservação do  bioma amazônico.”, acredita Tatiana Schor, secretária da SEDECTI.

A colaboração teve início em 2020 e, ainda que em meio à pandemia de COVID-19, obteve excelentes resultados. Grande impacto foi gerado sobre o ecossistema de pesquisa e desenvolvimento da região por meio do edital do Programa Biomas, além de contribuir na dinamização do ambiente de empreendedorismo através de contatos e palestras com diferentes atores do circuito estadual de inovação. 

Ao longo da primeira edição do acordo, o GFI Brasil lançou um edital com apoio institucional da SEDECTI e financiamento da Climate and Land Use Alliance, em busca de projetos de pesquisa para desenvolver produtos e ingredientes a partir de espécies nativas dos biomas Amazônia e Cerrado. Na segunda edição do Acordo, pretende-se que mais projetos do estado do Amazonas sejam contemplados por uma nova fonte de financiamento. 

Ainda na primeira edição, foram realizadas entrevistas preparatórias com pesquisadores e investidores como parte de um estudo preliminar de fomento a um empreendimento de base tecnológica voltado a produzir linhagens celulares de espécies nativas, tendo o peixe-boi como primeiro estudo de caso. “Temos projetos em desenvolvimento que visam fortalecer a pesquisa em proteínas alternativas e carnes cultivadas, com estratégias que visam trazer novidades desse setor para o Amazonas”, explica Tatiana. Ao longo da segunda edição, as entrevistas para construir uma narrativa que sustente a mobilização necessária do ecossistema de inovação local para este empreendimento serão continuadas.

“O desenvolvimento da bioeconomia a partir da biodiversidade e mantendo a floresta em pé é uma atividade mandatória para o futuro sustentável da Amazônia, do Brasil e do mundo.  Articular um ambiente integrado de pesquisa e negócios da floresta, na floresta e para a floresta é fundamental  nesse sentido. O GFI Brasil, em parceria com a SEDECTI/AM vem trabalhando nesse sentido.”, comentou Alexandre Cabral, diretor de políticas públicas do GFI Brasil.

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