O The Good Food Institute Brasil celebra feito inédito e promissor: a Câmara dos Deputados aprovou a primeira emenda parlamentar que financiará com R$530.000,00 uma pesquisa do setor de proteínas alternativas. O projeto de pesquisa aprovado foi da professora Dra. Ana Lúcia Vendramini, profissional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que estuda o cultivo e aproveitamento econômico de algas marinhas cultivadas na região de Paraty (RJ). Os responsáveis por esse acontecimento inédito foram o deputado Paulo Ganime (NOVO-RJ), que se tornou o primeiro parlamentar brasileiro a direcionar recursos públicos a um projeto deste segmento, e o GFI Brasil que incentiva e fomenta o apoio às pesquisas científicas e tecnológicas em proteínas alternativas.
A pesquisa em questão vai examinar o aproveitamento da espécie de alga Kappaphycus alvarezii como potencial ingrediente para produtos de origem vegetal. “A inicialização do projeto será possível graças ao fundamental apoio de uma das mais importantes universidades do país, a UFRJ, somada aos nossos parceiros da Costa Verde. O projeto é audacioso por atender as autênticas demandas de sustentabilidade, visando um comércio justo, bem-estar social, o desenvolvimento de produtos inovadores e a abertura de novos mercados.
Com o financiamento de mais de meio milhão de reais será possível concluir a primeira fase do projeto com a instalação da fazenda marinha e a capacitação de pessoal. Esta fazenda servirá como banco de mudas para os novos algicultores, o fornecimento de algas frescas para as pesquisas e o desenvolvimento de novos produtos”, explica a Dra. Ana Lúcia Vendramini.
A pesquisa é visionária e pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social, possibilitando inclusive alavancar uma cadeia de produção na região. “A emenda em questão foi selecionada pelo alinhamento com alguns temas que defendo, como Bioeconomia e inovação, além de ter potencial para novas oportunidades de emprego e renda na região da Costa Verde do Rio de Janeiro. Espero que, ao final do período de financiamento, o projeto se torne autossustentável e consolide a indústria na região. Vislumbro formar outras parcerias, inclusive apresentando o projeto ao Governo do Estado e às prefeituras da região da Costa Verde, para construirmos uma infraestrutura em paralelo que garanta capacitação, estradas em bom estado e acesso a ferramentas de produção”, complementa o deputado Ganime.
O GFI dedica-se ao avanço da pesquisa de acesso aberto em proteínas alternativas e à criação de um ecossistema voltado para o desenvolvimento científico e acadêmico desse setor. Além de promover um Programa Anual de Incentivo à Pesquisa que já financiou mais de USD 7 milhões em recursos para estudos sobre carne cultivada, proteínas vegetais e obtidas por processos de fermentação, a instituição aproxima pesquisadoras de potenciais empresas, pessoas e instituições interessados em subsidiar os projetos.
Para Alexandre Cabral, diretor de políticas públicas do GFI Brasil, as proteínas alternativas são fundamentais para a redução do aquecimento global prevista no Acordo de Paris e a necessidade urgente de alimentar 10 bilhões de pessoas até 2050. “Apoiar o desenvolvimento deste mercado permite que o Brasil seja protagonista em um sistema global de alimentação mais sustentável. Vendendo produtos de maior valor agregado, você passa de celeiro do mundo para supermercado do mundo, aproveitando os já consolidados canais de armazenamento e exportação de produtos de origem animal”.
Paulo Ganime concorda com essa posição, e, para ele, a inovação tecnológica é a base para encontrar soluções e a Biotecnologia é uma das chaves para o desenvolvimento econômico em coexistência harmoniosa com o meio ambiente. “Acredito que iniciativas como esta podem contribuir para apresentar alternativas à sociedade em termos de alimentação e proporcionar o melhor uso da nossa biodiversidade. Essas alternativas agregam valor à Bioeconomia e promovem a liberdade do indivíduo”.