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Oportunidade: envie sua proposta de estudo estratégico sobre a categoria de carnes vegetais análogas no Brasil!

O The Good Food Institute Brasil lançou uma chamada para propostas com o objetivo de contratar uma empresa especializada para realizar um estudo estratégico sobre a categoria de carnes vegetais análogas no Brasil. O foco é analisar o mercado e desenvolver estratégias para o crescimento e consolidação dessa categoria no país, inspiradas em aprendizados de outras categorias de consumo e mercados que enfrentaram desafios semelhantes. O estudo deve identificar caminhos e boas práticas que orientem a indústria de proteínas alternativas a avançar, propondo ações eficazes que possam ser adotadas pelas empresas do setor. O objetivo final é criar um plano estratégico que aumente a participação de mercado das carnes vegetais análogas, considerando toda a categoria, e não apenas produtos ou marcas específicas. As propostas devem ser enviadas até o dia 28 de outubro de 2024 e o resultado final desta chamada será divulgado até dia 11 de novembro de 2024. Acesse aqui as informações completas para a subsmissão e envie sua proposta!

Estudo inédito avalia aspectos de segurança na produção de carne cultivada

Conduzido pelo GFI Brasil e pela Unicamp, o documento identifica perigos e propõe medidas de controle para garantir a produção segura de carne cultivada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em torno de 420 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência da ingestão de alimentos contaminados. A fim de inspirar ações globais que ajudem a prevenir, detectar e gerenciar riscos de origem alimentar, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) instituiu o Dia Mundial da Segurança de Alimentos, celebrado em 7 de Junho.    Para contribuir com a campanha deste ano, cujo tema é “Padrões alimentares salvam vidas”, o The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) e a Universidade Pública de Campinas (Unicamp), lançam um estudo inédito que mapeia perigos e apresenta medidas de controle para garantir a segurança da carne cultivada, alimento que deve chegar ao mercado brasileiro em 2024.   Motivado a partir de discussões com a Anvisa e o Ministério da Agricultura (MAPA) durante um workshop realizado pelo GFI Brasil em 2021, o objetivo foi desenvolver um Plano APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) para um produto-alvo de carne cultivada.   Entenda como o estudo foi conduzido   O estudo optou por modelar o processo de produção completo e em escala piloto de um hambúrguer de carne cultivada. Os 10 cientistas envolvidos avaliaram os perigos potenciais em todas as fases do processo, desde a escolha do animal doador até o processamento final.   Amanda Leitolis, Especialista Sênior de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil e uma das cientistas responsáveis pelo estudo, explica que muitos dos perigos identificados, como resíduos de drogas veterinárias e auxiliares de processamento que possam permanecer no produto final, microorganismos oriundos dos animais doadores ou de falhas de manipulação durante o processo, já são antigos conhecidos da indústria de alimentos convencionas. “Isso pode nos indicar  que as ferramentas e os sistemas de gestão normalmente empregados na indústria de alimentos, como é o caso do APPCC, também são úteis para  garantir a segurança de alimentos feitos por cultivo celular”, afirma Amanda.   O estudo também apontou algumas lacunas de conhecimento que ainda precisam ser aprofundadas, como a determinação dos fatores que influenciam o prazo de validade dos produtos cultivados e as potenciais diferenças nos eventos bioquímicos que acontecem nas  células da carne cultivada após a coleta.   “Com esse trabalho, nós conseguimos antecipar gargalos para acelerar o desenvolvimento e a comercialização de carne cultivada. Criamos uma primeira estrutura que agora poderá contribuir para que outros profissionais da indústria possam desenvolver seus próprios planos e fazerem toda a gestão de segurança. Nossa intenção é conhecer os perigos antes para que tudo seja feito de forma segura desde o início. É uma iniciativa que certamente contribui com o desenvolvimento da própria indústria como um todo”, completa Amanda.   Bibiana Matte, pesquisadora especializada em engenharia de tecidos e co-fundadora da Cellva Ingredients, explica que, inicialmente, o desafio do estudo foi combinar competências da agricultura celular, como biotecnologia, engenharia de tecidos, bioprocessos e alimentos, para desenvolver o processo e o produto.   “Buscamos trabalhar em equipes interdisciplinares que trazem diferentes vivências e, através dessa combinação, desenvolvemos tecnologias pioneiras no Brasil como o primeiro hambúrguer de carne cultivada bovina e, mais recentemente, as primeiras degustações de alimentos com gordura cultivada suína na Cellva.   Quando a carne cultivada estará no prato do brasileiro? Por enquanto, Singapura permanece como o único país onde produtos de carne cultivada já são comercializados. No entanto, a Food and Drug Administration (FDA), equivalente à Anvisa dos Estados Unidos, fez consultas pré-comercialização de produtos feitos a partir de cultivo celular das empresas UPSIDE Foods e a GOOD Meat, e os considerou seguros para consumo humano. No Brasil, além da Cellva, JBS, BRF e Sustineri Piscis são outras marcas que estão desenvolvendo carne cultivada, com lançamentos previstos para 2024 e 2025. “Em relação ao futuro, entendo que o Brasil tem um papel essencial na produção e exportação de alimentos para o mundo e que, para a agricultura celular acontecer, o país também precisará ter relevância como parte dessa cadeia de fornecedores. Acreditamos que a nossa  biodiversidade e relevância alimentar propiciam o desenvolvimento dessa tecnologia. A agricultura celular democratiza a produção da cadeia de suprimentos de alimentos, uma vez que substitui o abate animal, utiliza menos recursos naturais e produz em menor tempo. Da mesma forma, preserva o sabor e textura dos alimentos que conhecemos e pode trazer benefícios nutricionais”, completa Bibiana. Gordura de porco cultivada da Cellva

GFI Brasil lança Plano de Ensino para Disciplinas em Proteínas Alternativas

Com o objetivo de nortear o aprendizado sobre proteínas alternativas nas Universidades e Instituições de Ensino em todo o país e de contribuir para a formação de profissionais capacitados para atuarem no setor de alimentos à base de plantas, cultivados ou obtidos por fermentação, o GFI Brasil lançou o Plano de Ensino para Disciplinas em Proteínas Alternativas (Modelo Conceitual) – e ele já está disponível na área de Recursos do nosso site. A temática das proteínas alternativas tem avançado muito na indústria e na mídia, mas continua sendo um campo incipiente na academia: percebemos que ainda existem muitos gargalos técnicos relacionados a novos insumos, tecnologias e escalonamento de processos para a obtenção de produtos à base de proteínas alternativas. E, por isso, entendemos que esse campo se beneficiaria amplamente com mais direcionamento para pesquisas acadêmicas e capacitação de profissionais para atuação na área. Os conteúdos elencados no Modelo Conceitual se aplicam a composição de cursos para graduação e pós-graduação nas áreas de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Engenharias, como: Ciência de Alimentos, Zootecnia, Agronomia, Gestão Ambiental, Medicina Veterinária, Biologia, Biotecnologia, Farmácia, Engenharia de Alimentos, Engenharia Química, Engenharia de Produção, Engenharia de Bioprocessos e outras relacionadas. Os módulos e temas abordados podem ser implementados em disciplinas de curta ou longa duração, completa ou parcialmente, dependendo do curso de graduação ou de pós-graduação e objetivos da disciplina. Se você é um professor interessado em formar profissionais com compreensão e senso crítico sobre os desafios científicos, sociopolíticos e ambientais dessa nova cadeia de produção de alimentos, esse material é para você!  Baixe o Plano de Ensino para Disciplinas em Proteínas Alternativas (Modelo Conceitual) diretamente na página de Recursos no site do GFI Brasil.

GFI Brasil lança chamada para estudo sobre segurança de alimentos plant-based

Projeto inicia em setembro de 2022 e tem prazo de 5 meses por Victoria Gadelha O The Good Food Institute Brasil convida pesquisadores, empresas e instituições interessadas em desenvolver o Estudo dos Aspectos de Segurança de Alimentos Aplicados na Produção de Produtos Cárneos Feitos de Plantas a enviarem suas propostas até dia 9 de junho. O objetivo do estudo é estabelecer um plano que contemple os aspectos de segurança de alimentos para produção de produtos cárneos feitos de plantas, usando como base a ferramenta de “Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle” (APPCC). Devem ser abordados pelo menos quatro produtos feitos de plantas e devem ser considerados os principais pontos da cadeia de produção que precisam ser controlados para obter produtos seguros, assim como os pontos que requerem aprofundamento científico para identificação e controle dos perigos. Dessa forma, o documento visa prover subsídios técnicos e científicos para embasar e orientar as futuras ações de legisladores, pesquisadores, professores, produtores rurais e empresários desse segmento. O estudo será dividido em quatro etapas (estruturação da equipe multidisciplinar, treinamento da mesma, desenvolvimento do estudo e elaboração do relatório final) e o GFI Brasil, além de validar essas etapas, vai também acompanhar o processo por meio de relatórios e reuniões de acompanhamento. O projeto é previsto para iniciar em setembro de 2022 e o prazo desejado para a execução do estudo é de cinco meses. As propostas poderão ser enviadas até dia 9 de junho, em formato PDF, para o email ciencia@gfi.org. A proposta deve conter obrigatoriamente um cronograma, os valores previstos para a execução de cada etapa, o investimento total, a metodologia a ser utilizada e o currículo dos profissionais que irão desenvolver o trabalho. As orientações completas para submissão, assim como todas as demais informações sobre o estudo, podem ser acessadas neste link. Contextualização  Os produtos feitos de plantas costumam apresentar uma maior diversidade de ingredientes do que os produtos de carne convencional. Essa é, ao mesmo tempo, uma grande vantagem e uma desvantagem, porque apesar da possibilidade de usar vários ingredientes para ajustar a composição do produto e alcançar as necessidades tecnológicas, nutricionais, funcionais e sensoriais, um maior número de ingredientes também significa um maior número de fontes de onde perigos podem potencialmente surgir. Apesar da indústria de produtos cárneos feitos de plantas ter nascido fortemente associada à indústria de produtos animais, as considerações de segurança para produtos plant-based são diferentes das necessárias para produzir produtos de origem animal: a segurança dos alimentos à base de plantas depende do solo, dos insumos agrícolas usados onde as plantas de origem são cultivadas, de como as plantas são colhidas, armazenadas, transportadas, processadas para obter os isolados de proteína e manuseadas pós-processamento. O consumo de carne vegetal vai continuar crescendo nos próximos anos e a indústria precisa se preparar para atender à demanda. O Brasil tem grande potencial para se tornar referência mundial em proteínas alternativas: nossa capacidade, força e “know-how” de produção pecuária e agrícola, somadas à diversidade dos biomas brasileiros (que pode colocar o país no centro da produção sustentável de matérias-primas e desenvolver alternativas nacionais que sejam competitivas, como o Licuri), e ao anúncio feito recentemente pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de que vai regular o mercado de produtos plant-based, indicam que estamos nesse caminho. Agora, o desafio é conhecer os perigos potenciais para superá-los, estabelecendo as medidas de controle eficazes para que o Brasil possa avançar na oferta de produtos de carne feitos de plantas refrigerados e estáveis em temperatura ambiente (e não só congelados).  Vale destacar que o GFI Brasil vem trabalhando em parceria com o governo sob demanda das agências reguladoras MAPA e ANVISA, com o objetivo de fornecer informações científicas essenciais para o processo regulatório de produtos cárneos vegetais no Brasil envolvendo desde estudos regulatórios até o estudo de segurança alimentar.