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GFI Brasil participa da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Feijões, Pulses e Colheitas Especiais

Evento acontece entre os dias 11 e 14 de abril, em Cuiabá. GFI participa da mesa “Plant-based, estamos só começando” no dia 13, das 15h40 às 17h De 11 a 14 de abril, a cidade de Cuiabá (Mato Grosso) vai receber o maior evento do setor de Pulses do Brasil. A 8a edição do Fórum Brasileiro de Feijões, Pulses e Colheitas Especiais, promovida pelo IBRAFE (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses), neste ano conta também com o 1º Encontro Latino-americano de Amendoim e Gergelim e, no formato híbrido, espera receber mil participantes presenciais de toda a América Latina e dez mil de todo o mundo online. Com o objetivo de fomentar o mercado e compartilhar informações entre todos os players da cadeia (de pesquisadores, agrônomos e produtores à empacotadores, compradores e exportadores), os quatro dias de palestras e debates vão apresentar as novidades e tratar das melhores propostas e soluções para o setor de Feijões, Pulses e Colheitas Especiais. Os principais debates trazidos para o evento de 2022 incluem a importância da gestão da energia na agricultura irrigada, a revolução dos insumos biológicos, os desafios da logística internacional, a agricultura regenerativa e as oportunidades do mercado plant-based. E, como uma organização que trabalha para tornar a cadeia de produção de alimentos mais sustentável, segura, justa e saudável através do desenvolvimento do setor de proteínas alternativas, o The Good Food Institute Brasil não poderia ficar de fora: no dia 13, das 15:40h às 17h, o GFI participa da mesa “Plant-based, estamos só começando”, junto do IBRAFE, MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e R&S BLUMOS. O que são pulses? Pulses são as sementes secas comestíveis de leguminosas. No Brasil, seus representantes mais consumidos são os feijões, a ervilha, a lentilha e o grão-de-bico. Pulse, do latim “Puls”, significa “sopa grossa”, que é a característica do caldo que esses grãos produzem quando cozidos. Segundo a Embrapa, o Brasil é um dos maiores produtores globais de feijão (Phaseolus vulgaris) e a maior parte dessa produção é destinada ao consumo interno, nos tornando também um dos maiores consumidores mundiais do grão. De acordo com o IBRAFE, sete entre cada dez brasileiros comem feijão todos os dias e, apesar de existirem mais de 40 tipos de feijões no nosso país, o preto, o fradinho, o caupi, o vermelho, o mungo e o carioca dominam o mercado. O carioca, sozinho, ocupa 50% de toda a área de cultivo destinada para feijões no Brasil. Os pulses são ricos em proteínas, fibras, vitaminas e aminoácidos e possuem uma produção que demanda menos água que outros grãos (como a soja), além de melhorarem a absorção de carbono e fixarem nitrogênio no solo. Em um mundo previsto para alcançar 10 bilhões de pessoas em 2050, onde uma transição no sistema alimentar é necessária para garantir a segurança alimentar e a saúde global da população do planeta, os pulses são matérias-primas promissoras para o segmento de proteínas alternativas – no Brasil e no mundo. De acordo com Alysson Soares, Especialista em Políticas Públicas do GFI Brasil, há um grande potencial no uso de feijão como principal ingrediente na composição dos alimentos plant-based, e a ideia é incentivar e organizar a cadeia produtiva para que esteja preparada para atender a essa potencial demanda. “Há anos o Brasil ostenta com orgulho o título de ‘celeiro do mundo’, dado seu vasto território repleto de terras férteis, diferentes zonas climáticas, abundância de recursos naturais e um consequente alto potencial agrícola. Porém, historicamente, tal título está diretamente atrelado à produção de commodities in natura, ou seja, sem valor agregado. Esse foi o caso do ciclo do Pau-Brasil, seguido pelo da cana-de-açúcar, café e, mais recentemente, soja e milho. Mas, desta vez, surge uma oportunidade para que o país de posicione na vanguarda internacional como principal fornecedor de insumos para uma das mais importantes mudanças no sistema alimentar na história da humanidade: o advento das proteínas alternativas” O especialista também afirma que, apesar das primeiras iniciativas para produção de alimentos plant-based análogos à proteína animal terem surgido nos Estados Unidos e no Canadá, onde o cultivo de ervilhas e grão-de-bico é abundante, o Brasil e outros países da América do Sul (como Argentina e Paraguai), têm potencial de transformar os feijões, que são suas pulses predominantes, em fonte primária de uma crescente indústria global de alternativas proteínas. “Eles podem, inclusive, substituir a ervilha, que demanda condições climáticas mais frias do que aquelas tipicamente encontradas no Hemisfério Sul. Além disso, os feijões podem ser processados localmente em compostos proteicos, agregando valor às cadeias produtivas regionais e levando tecnologia e conhecimento mercadológico para o campo, numa via de duas mãos”, completa Alysson.

BRF cria três opções de frango vegetal feitos com tecnologia CARNEVALE da R & S BLUMOS

Uma pesquisa liderada pelo The Good Food Institute em parceria com o IBOPE e 11 empresas do setor de alimentos, revelou que 50% dos brasileiros diminuiu seu consumo de carne em 2020. Os flexitarianos, como são chamadas as pessoas que reduzem o consumo de produtos de origem animal sem interrompê-lo por completo, estão em busca de uma vida mais saudável, mas sem abrir mão do paladar. Esta mudança nos costumes alimentares fez com que a indústria de proteínas alternativas crescesse vertiginosamente no último ano. Em franca expansão e de olho neste progresso, a multinacional brasileira BRF acaba de lançar três opções de frango através da sua linha Sadia Veg&Tal: desfiado, em tiras e em cubos. O mais formidável: os produtos são feitos com proteínas de soja, ervilha e o original feijão carioca que, pela primeira vez, foi utilizado com êxito como um ingrediente na produção de carne vegetal no Brasil.  O produto é resultado de uma parceria técnica entre a multinacional BRF e o hub de ingredientes e processos, R & S BLUMOS que, assessoradas pelo GFI Brasil, utilizaram a inovadora técnica de extrusão úmida CARNEVALE. O método consiste na adição de calor e pressão sobre uma combinação de proteínas vegetais que produz fibras proteicas longas conferindo a percepção e aparência da proteína animal. Além da semelhança em textura, sabor e cor, os lançamentos ainda garantem o mesmo valor proteico do peito de frango tradicional. Para isso, a BRF investiu na tecnologia, desenvolveu uma formulação própria e adquiriu dez novas máquinas. “O GFI vem destacando há algum tempo a importância de novos maquinários, como a extrusão úmida. Ficamos extremamente animados quando os parceiros da R & S BLUMOS compraram essa ideia e decidiram investir na tecnologia. Agora, é possível consumir produtos feitos com ingredientes brasileiros processados por essa tecnologia de ponta e isso representa um grande avanço para a nossa indústria”, conta Gustavo Guadagnini, diretor executivo do GFI Brasil. As empresas criadoras do produto elegeram a proteína de feijão carioca no segmento das leguminosas para protagonizar o novo frango vegetal por ser um ingrediente presente nos pratos e lares dos brasileiros. O grão nacional ainda apresenta excelentes benefícios nutricionais e é de fácil assimilação do consumidor. “O feijão sempre foi considerado um produto acabado, sem produtos derivados. No entanto, com o crescimento da indústria plant-based, constatamos que o ingrediente pode gerar diversos produtos, especialmente o feijão carioca, que é a variedade mais produzida no Brasil”, afirma Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE – Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses. Além disso, a indústria nacional e o produtor rural também são beneficiados, por meio do incentivo a uma maior diversidade agrícola. “O Brasil pode ter importante papel no fornecimento de ingredientes proteicos ao mundo que vai além da soja. Acredito que as leguminosas salvarão o mundo”, explica Fernando Santana, diretor de estratégia e desenvolvimento da R & S BLUMOS. “O GFI acredita que o crescimento do setor de proteínas alternativas vai, necessariamente, passar pelo desenvolvimento de novos ingredientes brasileiros. O mercado busca matérias-primas abundantes, com custo competitivo, menor pegada ambiental e com impacto socioeconômico em nosso país. Todos só têm a ganhar, pois além de entregarmos um alimento de extrema qualidade para os consumidores, agora os produtores rurais brasileiros têm mais uma oportunidade de lucrar com o setor de proteínas vegetais! É renda para o produtor brasileiro, emprego sendo gerado e impostos colaborando com nossa economia local”, comemora Gustavo Guadagnini. O lançamento do primeiro produto brasileiro plant-based feito com a proteína de feijão proporciona mais qualidade, diversidade e acessibilidade de fontes alternativas de proteína ao consumidor final brasileiro. O momento atual do mercado nacional é estratégico pois há grande consciência por parte do consumidor em relação às vantagens da carne vegetal e espaço para aprimorar os produtos existentes. “Esta é uma grande oportunidade: o mercado de carnes vegetais está em franca expansão e teremos um convívio das proteínas animal, vegetal e cultivada. A nosso ver, a proteína é um produto relevante na produção de riqueza nacional. E seguirá sendo, com suas novas origens vegetais e cultivada. Estamos vivendo a maior revolução alimentar de nossa era”, afirma Sérgio Pinto, diretor de inovação da BRF. Pesquisas similares contam com o apoio do The Good Food Institute A pesquisadora da EMBRAPA, Dra. Caroline Mellinger Silva, desenvolve uma pesquisa, financiada pelo Programa de Incentivo à Pesquisa do The Good Food Institute, que visa a produção de ingredientes com alta concentração de proteínas (concentrados e isolados proteicos) a partir do feijão carioca a fim de utilizá-los na formulação de produtos “tipo cárneos” que se pareçam com produtos de origem animal, como hambúrgueres, almôndegas e outros produtos de conveniência. De acordo com a Dra. Caroline, o tema é relevante, pois o Brasil só produz proteínas de soja e o mercado tem buscado outras fontes proteicas, a partir de outros vegetais. “A proteína de ervilha tem sido cada vez mais usada para esse tipo de produto, mas como é importada, torna-se um ingrediente caro para a indústria nacional. O Brasil é um dos maiores produtores de feijão do mundo e tem a possibilidade de ter essa cadeia desenvolvida nos próximos anos, passando de consumidor a produtor de proteínas alternativas vegetais a partir do grão. Isso gera emprego e renda para o país, além de prover ingredientes de menor custo para a indústria de alimentos, que poderá desenvolver produtos mais acessíveis ao consumidor final”, explica a pesquisadora.