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GFI Brasil apresenta panorama sobre a indústria de carne cultivada em publicação inédita

O Brasil desempenha um papel central na produção e no abastecimento global de alimentos e de proteína animal. Com a urgência em se pensar formas mais sustentáveis de alimentar uma população que deve chegar a quase 10 bilhões em 2050, é fundamental que o país também seja capaz de ofertar os alimentos que as pessoas querem continuar a comer, desenvolvidos com mais tecnologia. Tendo isso em vista, o The Good Food Institute Brasil acaba de lançar a publicação “Carne Cultivada: perspectivas e oportunidades para o Brasil”. O objetivo é apresentar um panorama atualizado sobre a tecnologia, em língua portuguesa, para servir de referência a todos os agentes envolvidos nesta indústria, como cientistas, reguladores, empreendedores e qualquer pessoa interessada em saber mais sobre a tecnologia.  Com textos de Dr. Luismar Marques Porto e Dra. Fernanda Vieira Berti, e coordenação técnica do GFI Brasil, o documento introduz o tema de uma forma abrangente, trazendo  aspectos tecnológicos, econômicos e sociais, que podem ser utilizados para nortear o desenvolvimento do setor da carne cultivada no país. Destaca, ainda, as inúmeras oportunidades desse novo mercado para o país e descreve os potenciais desafios que precisarão ser superados em seu desenvolvimento.  “O Good Food Institute (GFI) tem sido um importante catalisador de todo este processo no Brasil e no exterior, fornecendo subsídios para o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas no mundo. Nesse cenário, o GFI não poderia deixar de ser um agente de transformação e de apoio no país onde a carne é um produto de primeira linha, de relevância econômica indiscutível, e objeto de desejo e de consumo como em poucos lugares do mundo”, afirma Cristiana Ambiel, Gerente  de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil. O GFI espera que este documento seja útil como fonte de informação técnica introdutória, ou mesmo para auxiliar na tomada de decisões, estabelecendo políticas e estratégias de P&D e de investimento no setor de carne cultivada no Brasil. Como este documento contém uma série de terminologias técnicas acerca do tema “Carne Cultivada”, é recomendado que os leitores e leitoras acessem, também,  o Glossário de Carne Cultivada, desenvolvido pelos mesmos autores.  A tecnologia De forma resumida, a produção de carne cultivada acontece a partir da multiplicação de células dentro de biorreatores em ambiente fabril. O produto final contém os mesmos tipos de células que formam o tecido muscular dos animais, portanto, tem potencial para replicar o perfil sensorial e nutricional da carne convencional.  Entretanto, essas novas tecnologias exigem um amplo conhecimento e integração de técnicas avançadas de cultivo celular, biologia molecular, engenharias (tecidual, química, de alimentos, mecânica, de materiais, de controle e automação), bioquímica, bioinformática, ciência e tecnologia de biomateriais. A complexidade técnica está presente na produção de todas as carnes cultivadas a partir do cultivo celular. “Por ser um processo que envolve diferentes tecnologias, o investimento em pesquisa científica é imprescindível para o desenvolvimento do setor em escala. Até o momento, grande parte da P&D no setor ainda acontece através de startups estrangeiras. Mas o Brasil entrou recentemente para a corrida, tem como vantagem cientistas altamente capacitados para trabalhar no tema e, em breve, será capaz de levar carne cultivada ao prato do consumidor”, explica Dra. Amanda Leitolis, especialista de ciência e tecnologia do GFI Brasil. O papel do Brasil Em julho de 2021, a empresa brasileira BRF anunciou o aporte de 2,5 milhões de dólares na Aleph Farms, startup israelense de carne cultivada. Este movimento não apenas solidificou o aquecimento do setor de cultivo de carne, como também sinalizou a iminência de se ter um produto comercial a curto prazo, uma vez que a tecnologia da Aleph Farms para produzir carne cultivada estaria disponível no Brasil já em 2024.  Também em 2021, a JBS, líder global na produção de proteínas e a maior empresa de alimentos do mundo, firmou acordo para aquisição do controle da empresa espanhola BioTech Foods, prevendo o investimento na construção de uma nova unidade fabril na Espanha para dar escala à produção. Além da aquisição, a JBS também anunciou a implantação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em Biotecnologia e Proteína Cultivada do Brasil. Esta é uma grande aportunidade para a indústria nacional, pois gera interesse e demanda em se desenvolver tecnologia em território nacional. Com isso, há também a necessidade de se incentivar a inovação e o empreendedorismo nacionais, e de se regulamentar de forma adequada a produção e a comercialização, além de se fomentar a pesquisa e a formação de recursos humanos para o setor. Perspectivas de futuro A produção de carne cultivada em escala industrial a partir de células animais para consumo humano é, sem dúvida, um grande desafio de nossa geração. Entretanto, este é um caminho sem volta em direção ao futuro da alimentação. Os passos iniciais mais importantes já foram dados, com inúmeros casos bem sucedidos.. Utilizando os mais avançados conhecimentos científicos e capacidade tecnológica, é possível transformar a forma como produzimos alimentos para que a cadeia se torne mais inteligente, sustentável e segura. O Brasil possui as condições necessárias para se tornar terreno fértil deste ecossistema. Com a união de esforços da iniciativa privada com os agentes governamentais, sobretudo com as instituições de ciência e tecnologia (ICTs) e agências reguladoras, é possível motivar o fluxo de capital e estimular o desenvolvimento de pesquisadores e profissionais dedicados a essa área tão estratégica para o país. O estabelecimento de um programa nacional de carne cultivada é uma oportunidade de promoção e qualificação de recursos humanos, que avançará a economia brasileira. Leia a publicação aqui.

Naturaltech: empresas plant-based demonstram que estão focadas em qualidade e inovação

A feira foi palco de lançamentos de dezenas de produtos vegetais e provou que o mercado nacional de proteínas alternativas está crescendo e evoluindo à todo vapor A cidade de São Paulo recebeu, entre os dias 8 a 11 de junho, as feiras Bio Brazil Fair | Biofach América Latina e Naturaltech. Enquanto a Bio Brazil Fair é uma das vitrines do mercado de produtos orgânicos e agroecológicos, a Naturaltech é a maior feira de alimentação saudável, suplementos e produtos naturais da América Latina. Ela é também o maior polo de negócios para os segmentos de produtos veganos e vegetarianos, reunindo centenas de marcas e de conteúdo especializado para esses setores.  As feiras, que aconteceram simultaneamente, contaram com mais de 750 expositores, milhares de visitantes e uma programação de mais de 120 horas com palestras sobre gestão, marketing, tendências e tecnologias. Guilherme Oliveira, especialista de engajamento corporativo do GFI, esteve presente no evento e relatou suas impressões sobre a edição de 2022 da Naturaltech: “A feira estava muito bem representada pela indústria de proteínas alternativas e foi palco de lançamento de vários produtos – e até de marcas – plant-based para o mercado. Ela serviu como um espaço de descobertas para centenas de consumidores interessados nesses produtos, além de um ambiente riquíssimo para networking entre varejistas, fabricantes, empreendedores e profissionais de saúde.” Alguns dos estandes visitados pela equipe do GFI foram os das marcas 100FOODS, Incrível, Yamo, Galpão Cucina, Naveia, Goshen, Lowko, Vida Veg, Natuterra, Basi.co, NotCo, Life Me, Uptaste, Nomoo, WVegan, The New, A Confiteria, Faba, Naturinni, Veggie Hoots, Food Venture e Plant Me. “Tivemos alguns lançamentos de marcas, como foi o caso da Incrível, que agora faz um importante movimento de se desvincular da Seara e se colocar como uma marca própria no mercado. Outras startups aproveitaram o evento para se lançar, como a Uptaste, por exemplo, que apresentou uma linha de proteínas alternativas (como hambúrguer, frango empanado, almôndegas, carne moída e salsicha vegana). Além disso, pudemos ver várias marcas plant-based ampliando seus catálogos de produtos”, conta Guilherme. Alguns exemplos: A Yamo, conhecida por sua linha de sorvetes veganos, lançou na feira uma linha inteira de bebidas vegetais, como Yamo Kids Chocolate e Yamo Inhame & Coco. A Naveia, marca de leite de aveia, adicionou ao seu portfólio dois novos sabores de bebidas vegetais (Manga e Chocolate). Já a Vida Veg lançou mousse de chocolate, queijo de fondue vegetal, parmesão ralado feito de castanha de cajú e húmus. A Nomoo apresentou, além de um iogurte vegetal, sua nova bebida proteica e a Basi.co lançou queijos cottage e minas padrão à base de plantas. A NotCo divulgou na Naturaltech alguns novos produtos cárneos vegetais, como almôndega, quibe e carne moída, e a The New adicionou ao seu portfólio a linguiça de porco plant-based. Já a Faba, startup de foodtech que desenvolve ingredientes para a indústria de alimentos a partir da aquafaba, lançou na feira três produtos 100% vegetais destinados para o consumidor final: o Hommie, um ketchup crocante, a BicOh (um creme de grão-de-bico sabor cacau estilo “Nutella”) e a Manté, primeira manteiga de aquafaba do Brasil.  Para o especialista do GFI, o evento serviu como uma demonstração da evolução e maturidade que o setor de proteínas alternativas atingiu nos últimos anos: “Mesmo com dois anos muitos difíceis por causa da pandemia da COVID-19, as várias marcas plant-based que estavam em estandes de destaque, expondo uma variedade de produtos com uma qualidade incrível e super inovadores, comprovam que o Brasil é uma potência quando se trata de empreendedorismo e que está acelerando para assumir a posição de protagonista no mercado de proteínas alternativas”.

MAPA promove workshop sobre uso de fermentação na produção de alimentos análogos aos de origem animal

GFI Brasil vai apresentar resultados do estudo regulatório sobre fermentação desenvolvido em parceria com o ITAL por Vinícius Gallon O The Good Food Institute Brasil participa no próximo dia 26 de maio, a partir das 8h30, do Workshop “O uso de processos fermentativos para obtenção de alimentos análogos à proteína animal”, promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O evento tem o objetivo de debater questões técnicas e de mercado relevantes para a regulação dos alimentos e ingredientes obtidos a partir de processos fermentativos. A transmissão será realizada no canal do Youtube do Sistema Unificado de Atenção Agropecuária Suasa – Mapa.  O workshop representa mais um importante passo do governo em direção à regulamentação do setor de proteínas alternativas no Brasil. No ano passado, o GFI Brasil promoveu uma série de workshops focados em produtos feitos de planta (plant-based) e o MAPA lançou uma tomada pública de subsídios, consultando a população sobre o tema. Neste ano, o GFI Brasil lançou três estudos regulatórios sobre carne cultivada, proteínas vegetais e fermentação, a fim de subsidiar as tomadas de decisão sobre o assunto.  “O estudo regulatório sobre fermentação, encomendado ao ITAL pelo GFI Brasil, concluiu que para os produtos à base de proteínas alternativas, o atual regulamento de novos alimentos e novos ingredientes é adequado, não sendo necessário desenvolver nenhum novo regulamento específico. Esperamos que a decisão do DIPOV ratifique as conclusões do estudo, apontando que o atual marco regulatório de novos alimentos será o documento utilizado pelas empresas que utilizem as tecnologias de fermentação em seus produtos”, afirmou Alexandre Cabral, vice-presidente de Políticas Públicas do GFI Brasil. O Estudo Regulatório sobre fermentação pode ser lido aqui. Confira a programação e acompanhe as discussões do evento. PROGRAMAÇÃO Abertura Glauco Bertoldo – Diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem vegetal – DIPOV/SDA/MAPA Painel 1 –  Visão Conceitual Do laboratório ao biorreator -Visão Geral do estado-da-técnica em fermentação aplicada à área de alimentos Paulo Coutinho – SENAI/CETIQT – ISI Biossintéticos Gustavo Mercaldi – Laboratório Nacional de Biociências (LNBio)/ Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) Mediadora: Karina Leandro DIPOV/SDA/MAPA Painel 2 – Visão de Mercado e Ambiente Regulatório Internacional Elementos para um mercado competitivo Marcos Pupin – Associação Brasileira de Bioinovação – ABBI Neusely da Silva – Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) Mediador: Elton Massarollo DIPOV/SDA/MAPA Painel 3 – Tendências O que vem por aí: produtos e pesquisas em desenvolvimento no Brasil e Marco Regulatório Ana Claudia Peluso – Novozymes Alexandre Cabral – Vice-presidente de Políticas Públicas do GFI Brasil Mediadora: Sibelle de Andrade Silva – SDI/MAPA Encerramento Hugo Caruso – Coordenador-Geral de Qualidade Vegetal – DIPOV/SDA/MAPA

The Good Food Institute Brasil alavanca o desenvolvimento do mercado de proteína cultivada e apoia investimento JBS no setor

Com o objetivo de alavancar o desenvolvimento do mercado de proteína cultivada, o The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) assessorou a JBS na sua entrada neste segmento. O GFI Brasil ofereceu apoio estratégico, tecnológico, regulatório e conexões com cientistas e startups para a companhia, que irá destinar US$ 100 milhões nesta nova frente, consolidando um trabalho de análise mercadológica iniciado há três anos. “Esse é um dos maiores fatos que já ocorreram nesse setor. O investimento é de longe o maior já feito nessa área por uma empresa tradicional de carnes, e um dos maiores mesmo dentre as startups, que já captam recursos há anos. Com esse movimento, a JBS mostra que está disposta a investir pesado para chegar na liderança da produção de carne cultivada e imediatamente muda o cenário competitivo global. Cada vez mais temos uma certeza: o futuro da produção de alimentos com base tecnológica terá, com certeza, protagonismo brasileiro”, afirma Raquel Casselli, gerente de engajamento corporativo do GFI Brasil Com esse recurso, a JBS, líder global em proteínas e segunda maior empresa de alimentos do mundo, firmou acordo para aquisição do controle da empresa espanhola BioTech Foods, prevendo o investimento na construção de uma nova unidade fabril na Espanha para dar escala à produção. Além da aquisição, a JBS também anuncia a implantação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em Biotecnologia e Proteína Cultivada do Brasil.  Fundada em 2017, a BioTech Foods é uma das líderes no desenvolvimento de biotecnologia para a produção de proteína cultivada, contando com o apoio do governo espanhol e da União Europeia. A empresa opera uma planta-piloto na cidade de San Sebastián e tem a expectativa de alcançar a produção comercial em meados de 2024, com a construção dessa nova unidade fabril. O investimento na nova instalação é estimado em US$ 41 milhões. Pelos termos da transação, a JBS se torna a acionista majoritária da BioTech Foods. A operação possibilita que as duas empresas unam forças para acelerar o desenvolvimento do mercado de proteína cultivada. A companhia brasileira passa a ter acesso à tecnologia e à produção de proteínas da BioTech Foods, que, por sua vez, terá à disposição a capacidade de processamento industrial, a estrutura de marketing, know-how para o desenvolvimento de produtos e os canais de venda da JBS para colocar o novo produto no mercado. “Esta aquisição reforça nossa estratégia de inovação, desde como desenvolvemos novos produtos até como comercializamos, para atender à crescente demanda global por alimentos. Unindo o conhecimento tecnológico com nossa capacidade de produção, seremos capazes de acelerar o desenvolvimento do mercado de proteína cultivada”, afirma Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS. A aquisição da BioTech Foods ainda está sujeita à confirmação da autoridade de investimento estrangeiro na Espanha, entre outras condições usuais a esse tipo de operação. Quando estiver em fase comercial, a proteína cultivada chegará inicialmente aos consumidores na forma de alimentos preparados, como hambúrgueres, embutidos, almôndegas, entre outros. A tecnologia tem potencial não apenas para a produção de proteína bovina, mas também para a de frangos, suínos e pescados. O movimento na Europa é complementado pelo Centro de Pesquisa em Proteína Cultivada no Brasil. Previsto para ser inaugurado em 2022, o centro incluirá na segunda etapa uma planta que irá ocupar uma área de 10 mil metros quadrados. Liderado pelos doutores Luismar Marques Porto e Fernanda Vieira Berti, a iniciativa contará com cerca de 25 pesquisadores e vai trabalhar no desenvolvimento de tecnologias de ponta para a indústria de alimentos. Com o investimento no Centro de P&D, a JBS pretende desenvolver novas técnicas que acelerem os ganhos de escala e reduzam os custos de produção da proteína cultivada, antecipando sua comercialização no mercado. “Estamos ampliando nossa plataforma global para atender às novas tendências de consumo e ao crescimento da população global. A aquisição da BioTech Foods e o novo centro de pesquisa colocam a JBS numa posição única para avançar no setor de proteína cultivada”, complementa Tomazoni. “Nós, do GFI, ficamos muito felizes em termos sido chamados para colaborar no projeto de proteína cultivada da JBS. Nosso objetivo é sempre facilitar a entrada de novos agentes para que o mundo das proteínas alternativas se desenvolva mais rápido. Tivemos o privilégio de ver a empresa potencializar esses recursos para buscar a liderança da área, gerando uma das estratégias mais arrojadas da história do setor. Foi uma honra ver esse projeto nascer e aprender com o time de executivos da JBS durante o processo de planejamento”, afirma Gustavo Guadagnini, presidente do GFI Brasil.

Olhando para o futuro no Dia Internacional do Trabalhador

Neste  1º de maio de 2021, muitos países celebram o Dia Internacional do Trabalhador. A data, que nasceu há mais de 130 anos para reivindicar melhores condições de trabalho, continua relevante nos dias de hoje, e nos convida a refletir, também, sobre as profissões que ganharão destaque ou que serão cada vez mais necessárias em um mundo pós-pandemia. Nesse contexto, o setor de proteínas alternativas ganha destaque, especialmente por propor soluções para uma cadeia de produção de alimentos mais saudável, segura, sustentável e com capacidade para alimentar as cerca de 10 bilhões de pessoas que o mundo terá até 2050. Pensar sobre isso é fundamental, pois, segundo a ONU, alimentar essa população da forma como fazemos hoje, demandaria aumentar a produção de comida em 70%, o que certamente exigirá ainda mais recursos de um planeta já em colapso.   Investimentos e Geração de Empregos  Os benefícios de se investir cada vez mais no setor de proteínas alternativas são vários, a começar pelo desenvolvimento econômico. Dados divulgados pelo The Good Food Institute (GFI) revelam que, mundialmente, 2020 foi um período recorde de investimentos em empresas que produzem alternativas sustentáveis para alimentos convencionais de origem animal, incluindo empresas globais de carne, ovo e laticínios à base de vegetais; empresas de carne cultivada; e empresas de fermentação de proteínas alternativas. Esse aumento de investimentos demonstra que o mercado aposta no crescimento do setor de proteínas alternativas, mesmo num cenário em que a pandemia dificultou o ritmo de crescimento que vinha acontecendo. A pandemia diminuiu a renda das famílias e também faliu muitos restaurantes, o que impacta diretamente a indústria de alimentos. Por outro lado, o aumento sinaliza um interesse crescente por investimentos em sustentabilidade e inovação tecnológica. O GFI analisou a atividade de investimento nessas indústrias utilizando a plataforma PitchBook Data e mostrou que as empresas globais de proteínas alternativas receberam US $3,1 bilhões em investimentos divulgados em 2020. Esse valor é mais de três vezes maior do que o USD $1 bilhão levantado em 2019 e quatro vezes e meia maior do que os USD $694 milhões levantados em 2018.  De acordo com uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho em parceria com o Banco de Desenvolvimento Interamericano, o setor de proteínas alternativas pode gerar até 19 milhões de novos empregos na América Latina na próxima década. Embora o estuo faça a ressalva de que nessa transição cerca de 3 milhões de pessoas deverão perder os seus empregos, o saldo ainda será muito positivo. Por se tratar de um segmento em crescimento, cria oportunidades para a formação de novos profissionais, produção de novas matérias-primas no campo, unidades de negócios em indústrias já estabelecidas, startups, foodtechs e grupos acadêmicos de pesquisa e desenvolvimento focados em proteínas alternativas. O mercado está pronto para incorporar essas inovações. Em 2018 o The Good Food Institute Brasil realizou uma pesquisa e descobriu que 29% das pessoas já haviam diminuído o consumo de carnes, 70% delas por motivos de saúde ou restrições alimentares – o que faz bastante sentido, uma vez que, segundo pesquisa da Food Frontier, proteínas vegetais têm, em média, quantidade de proteína maior ou comparável, menos gordura e consideravelmente menos gordura saturada, são boas fontes de fibras, são livres de colesterol e possum quantidade de sódio menor ou comparável. Já em 2020,  o número cresceu para 50% da população. Os flexitarianos, como são chamados, optam por diminuir o consumo de produtos de origem animal, mas sem abandoná-lo completamente. A expectativa é que esse número continue a crescer mas, para isso, além de apelos para a saúde, estes novos produtos precisam entregar uma experiência igual ou melhor à proporcionada pelos produtos tradicionais. Novas profissões e campos de pesquisa Com esse desafio em mãos, a indústria e a academia vão precisar se aproximar ainda mais e trabalhar em sintonia na criação de soluções tecnológicas que garantam a experiência sensorial que o consumidor deseja, garantindo, ainda, produtos saudáveis, seguros e sustentáveis. Serão necessários profissionais altamente capacitados em produzir alimentos a partir do cultivo celular, fermentação e de vegetais.  Para o pesquisador da Embrapa Dr. Luciano Paulino da Silva, “as equipes atuantes na área de fabricação digital de alimentos à base de proteínas alternativas deverão ser multidisciplinares e formadas por pessoas que tenham a inovação por princípio fundamental e pensem fora da caixa.” Ele considera a impressão 3D de proteínas alternativas uma tecnologia emergente promissora, que oferece uma série de benefícios como a mimetização de características sensoriais de alimentos e um maior controle sobre as características nutricionais. Alguns profissionais envolvidos neste processo são:  Designers 3D –  dedicados a aperfeiçoar a printabilidade das características desejadas nos alimentos; Engenheiros de alimentos e de produção –  para escolher ingredientes e equipamentos a serem utilizados no processo; Biotecnologistas – para obter células e fibras na fabricação digital de fontes de proteínas alternativas; Nanotecnologistas e cientistas de materiais  – para finalização do produto. A professora associada da Universidade Federal do Paraná, Dra. Carla Molento, destaca a área de Zootecnia Celular, com especialistas em genética celular, nutrição celular, ambiência celular e também profissionais empreendedores para produção dos insumos, como por exemplo agronomia voltada à nutrição celular, ingredientes para meios de cultura, engenheiros especializados em biorreatores, onde são produzidas as carnes cultivadas a partir de células animais, e fermentadoras de precisão.  Para ela, também é evidente a necessidade de profissionais voltados à tecnologia de produtos de origem animal, como veterinários e zootecnistas, para empregarem sua expertise na geração de novos produtos e prestarem serviços de inspeção e controle de qualidade. “Novas formas de trabalho surgirão”, conclui. A Dra. Caroline Mellinger, pesquisadora da Embrapa, concorda: “Automação e criatividade são questões importantes. Mas as profissões que já existem vão continuar sendo importantes na reinvenção de toda a cadeia alimentar.”. Para o professor Dr. Luismar Porto, fundador da Tubanharon Engenharia de Processos, as áreas estratégicas no futuro serão Engenharia Tecidual, Biologia Sintética e Engenharia Metabólica. Ele explica que os avanços e a integração dessas áreas serão fundamentais para reduzir o preço final da carne cultivada, por exemplo. Ele ainda

O consumidor brasileiro e o mercado plant-based

A preocupação com a saúde é uma tendência que tem crescido mundialmente, especialmente após o início da pandemia. Esse movimento também é presente no Brasil, com reflexos nas escolhas alimentares dos consumidores. A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostra que os brasileiros buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia. A pesquisa foi realizada pelo IBOPE, coordenada pelo GFI e apoiada por 11 empresas do setor de alimentos. Participaram 2000 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, sendo homens e mulheres a partir de 18 anos selecionados intencionalmente por cotas de gênero, idade e regiões do país. A partir dos resultados, é possível entender quem são os consumidores, onde estão, o que e como consomem. A preocupação com a saúde é uma tendência que tem crescido mundialmente, especialmente após o início da pandemia. Esse movimento também é presente no Brasil, com reflexos nas escolhas alimentares dos consumidores. A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostra que os brasileiros buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia. Homens e mulheres estão diminuindo o consumo de proteína animal e as substituindo por proteínas alternativas mais frequentemente. Esse novo hábito é conhecido como flexitarianismo e representa um influente grupo de consumo, que passou de 29% em 2018 para 50% em 2020. O rápido crescimento fez com que a indústria de proteínas alternativas se potencializasse rapidamente no último ano. Panorama da indústria de proteínas alternativas O retrato da indústria de proteínas alternativas foi examinado por meio de uma pesquisa realizada pelo IBOPE e coordenada pelo GFI para melhor entender esse mercado. Participaram 2000 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, sendo homens e mulheres a partir de 18 anos selecionados intencionalmente por cotas de gênero, idade e regiões do país. A partir dos resultados, é possível entender quem são os consumidores, onde estão, o que e como consomem. As mudanças no prato do brasileiro A pesquisa mostrou que, dos 50% que já diminuíram o consumo de proteínas animais, 56% ainda consome frango pelo menos três vezes por semana e 43% carne bovina. Quase metade das substituições (47%) ainda é feita exclusivamente por legumes, verduras e grãos. Essas informações revelam que a proteína animal ainda ocupa expressivo destaque no prato do brasileiro e que o consumidor ainda não foi completamente atraído pelas opções vegetais disponíveis no mercado. Essas questões apontam um caminho para os avanços que o mercado deve concentrar-se nos próximos anos. “A alimentação tem um aspecto cultural bastante forte, e a carne está inserida em muitas das tradições brasileiras como a feijoada, o churrasco de domingo, o peru no Natal, etc. Por isso, a mudança desses hábitos depende de a indústria conseguir desenvolver produtos que se insiram nessas situações, que promovam a experiência sensorial que o consumidor espera e os aspectos de saudabilidade que ele valoriza”, explica Raquel Casselli, gerente de engajamento corporativo do The Good Food Institute. A pesquisa apresentou quais são os aspectos levados em conta pelo consumidor quando o tema envolve as mudanças de hábitos alimentares que resultam em mais qualidade de vida e saúde para os brasileiros, como quantidade de proteína, de gorduras e uso de aditivos naturais ao invés de artificiais. Esses contextos representam oportunidades de crescimento para as empresas do ramo, mas elas não se limitam às refeições especiais. Os dados também mostram que existe uma grande oportunidade e, ao mesmo tempo, um desafio para os produtos vegetais disponíveis no mercado: integrar-se ao cotidiano do brasileiro, unindo praticidade e sabor. A maioria dos entrevistados apontou que preferem consumir alternativas vegetais em casa, seja ao cozinhar (62%) ou pelo delivery (44%). Além disso, os momentos em que mais gostariam de ter essas alternativas são nas refeições do dia a dia (59%) e em refeições rápidas (54%). Esses dados indicam que, para entrar de forma definitiva nos hábitos alimentares, as proteínas alternativas devem trazer praticidade às refeições. Segundo Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo do GFI Brasil, “Há sempre que concentrar esforços no que é essencial: sabor, aroma e textura semelhantes, preço competitivo, e que esses produtos contenham características de saudabilidade desejadas pelo consumidor.” O fator preço A influência do preço no momento da compra também ganhou destaque nas descobertas da pesquisa. Apenas 36,5% dos entrevistados disse estar disposto a pagar a mais por um análogo vegetal. “Existe uma dinâmica natural de mercado: o preço vai ficando mais competitivo à medida que a escala aumenta, o domínio das tecnologias é maior e conseguimos nacionalizar os ingredientes.” explica Felipe. Comprovando a importância do preço na escolha, 39% dos entrevistados escolheram a opção mais barata, não se importando, por exemplo, com o tipo da proteína que estava na sua composição. “Isso reforça a necessidade e o desafio da indústria em desenvolver produtos com preços que atendam as expectativas dos consumidores, em consonância com o que é praticado dentro da categoria do seu análogo”, conclui Felipe. O estudo mostra que a indústria de produtos vegetais brasileira, apesar de recente, encontrou recepção bastante favorável entre os consumidores e, por isso, está em franca expansão. É esperado que continue a se desenvolver rapidamente, uma vez que existem grandes oportunidades ainda a serem exploradas no mercado. “O Brasil possui uma capacidade única de produzir alimentos, com uma rede logística estabelecida amplamente capilar, capaz de levar nossos produtos para todos os países do mundo. Além disso, existe a expertise do nosso produtor rural, nossa biodiversidade e toda a capacidade técnico-científica na área de alimentos. Fazendo uso de todos esses recursos, é possível assumirmos a liderança do setor de proteínas alternativas mundial.”, conclui Raquel Casselli. DOWNLOAD

Maior feira de produtos naturais da América Latina tem sua primeira edição virtual

A Naturaltech reúne há 15 anos os diversos setores do mercado de produtos naturais em um evento que explora oportunidades de negócios na área, promove lançamento de novos produtos, e traz as tendências despontando nesse mercado mundo afora. Este ano a feira deixa São Paulo e acontece em ambiente virtual, mas sua proposta não será diferente. Ao longo de três dias, a programação vai contar com 40 horas de conteúdo selecionado pensando especialmente no mercado de alimentos naturais e orgânicos, para engajar tanto quem já atua no setor quanto quem tem interesse em entender melhor esse mundo. A proposta é trocar conhecimento e estimular conversas ao redor de temas como vegetarianismo, produção orgânica e suplementação alimentar em um contexto mundial onde saúde, segurança alimentar e qualidade de vida ganham cada vez mais importância no debate público. Entre os especialistas convidados pelo evento está Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute Brasil. Ele fala sobre novas tecnologias para desenvolvimento de proteínas vegetais no segundo dia do evento. A participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas por meio do site da Naturaltech. Clique aqui para conferir a programação completa. Ele fala sobre novas tecnologias para desenvolvimento de proteínas vegetais no segundo dia do evento.

McDonald’s, Nestlé, Unilever e Carl’s Jr. Querem Entrar no Mercado Plant- based

Todo mundo quer uma mordida do mercado plant-based Em 2018, as vendas totais do varejo nos Estados Unidos de carnes plant-based aumentaram mais de 23%, ultrapassando US$ 760 milhões. Varejistas, restaurantes e produtores estão percebendo o apetite cada vez maior por opções plant-based. A Carl’s Jr., uma das maiores cadeias americanas de restaurantes fast-food, firmou parceria com a Beyond Meat para oferecer o hambúrguer Beyond Famous Star em mais de 1.000 locais nos EUA. A versão plant-based do maior clássico da fast-food é feita com a maior e mais recente inovação da Beyond Meat – o Beyond Burger 2.0. Como a maior parceria de restaurantes da Beyond Meat nos EUA até hoje, a Carl’s Jr. é uma plataforma de referência por introduzir o Beyond Burger 2.0 no faminto mercado norte-americano. Enquanto isso, a Nestlé anunciou planos de lançar sua versão de hambúrguer plant-based, chamada “Hambúruger Incrível” (Incredible Burger no original). A previsão é para meados de 2019 e sairá através da marca Garden Gourmet, que é sediada no Reino Unido. A Unilever adquiriu o The Vegetarian Butcher para aumentar seu portfólio plant-based. E para não ficar de fora da jogada, o McDonald’s agora oferece no Reino Unido opções plant-based do McLanche Feliz e de wrap. O McDonald’s também introduziu o hambúrguer plant-based McVegan na Finlândia e na Suécia, e um hambúrguer plant-based McAloo Tikki na sede da empresa em Chicago. Marcas plant-based também estão se mexendo Depois de apresentar aos consumidores o “Impossible Burger” em quase 5.000 restaurantes, a Impossible Foods planeja lançar sua marca de hambúrguer – versão 2.0 – em supermercados em 2019. A Beyond Meat está triplicando sua capacidade de produção para acompanhar a demanda, tendo superado os tradicionais hambúrgueres de carne bovina em alguns locais de varejo. Para servir a categoria de frutos do mar plant-based, a Good Catch lançará sua linha exclusiva de “atum vegetal” (junto com outros produtos de frutos do mar plant-based) em supermercados em 2019. Mas isso é apenas o começo. Sem dúvidas, hambúrgueres vegetarianos já são itens básicos no corredor de congelados há décadas. Nos últimos anos, no entanto, as carnes plant-based – que têm gosto de carne bovina – surgiram como uma categoria própria. E estamos nos aproximando rapidamente de um momento de virada na revolução da carne plant-based. De qualquer forma, todas as carnes começam como plantas O que está impulsionando o novo entusiasmo sobre plant-based? As empresas estão percebendo que o mercado de carnes plant-based não é apenas para veganos ou vegetarianos: é, também, para carnistas e flexitarianos. E a novidade: esse é um mercado muito, muito grande. Somente os flexitarianos são responsáveis por cerca de um terço do mercado nos EUA. Esta próxima geração de alimentos plant-based está sendo projetada para carnistas, e não apenas para aqueles que já aderiram a uma dieta plant-based. As empresas estão repensando o que é “carne” para fornecer aos carnistas a mesma experiência sensorial que eles conhecem e amam, mas que seja produzida de uma maneira melhor. Basicamente, a carne é uma combinação de aminoácidos, lipídios, minerais e água. Em vez de circular as plantas por animais para transformá-las em carne, por que não fazer carne diretamente das plantas? É exatamente isso que as empresas inovadoras estão fazendo agora – recriando cada componente da carne a partir de fontes vegetais. Essa constatação ampliou o conceito moderno de carne, que agora pode ser aplicado tanto para carne de origem animal quanto para carne de origem vegetal (plant-based). Tradicionalmente, a maioria dos produtos plant-based é feita com proteínas de trigo ou soja – que são plantas cultivadas para outros fins ou subprodutos de indústrias existentes. No ano passado, no entanto, houve um aumento significativo no uso de proteína de ervilha. Outras fontes de proteínas vegetais, como tremoço, aveia, batata e arroz, também estão ganhando destaque e as oportunidades para mais inovações são abundantes. O que isso significa para o mercado Se as carnes plant-based mantiverem sua taxa de crescimento atual, as vendas de varejo chegarão a US$ 1 bilhão até o final de 2019. Com os indicadores que estamos vendo, acreditamos que a taxa de crescimento deve acelerar em 2019. Mais e mais empresas de Bens de Consumo Embalados (CPG, na sigla em inglês) – incluindo os principais playres – estão demonstrando interesse em lançar produtos de carne plant-based ou investir em empresas de carne plant-based. Até mesmo muitas empresas do setor de carne estão entrando no mercado de carnes plant-based, algumas renomeando a marca para “empresas de proteínas”. A Tyson Foods, maior produtora de carne dos Estados Unidos, investiu duas vezes na Beyond Meat. A maior produtora de carne do Canadá, a Maple Leaf Foods, comprou a Lightlife e a Field Roast, que agora estão alocadas sob sua nova empresa plant-based, a holding Greenleaf. Acompanhando o impulso no crescimento plant-based Entre 2017 e 2018, houve um aumento de 30% de aumento no número de acordos para investimentos em alimentos plant-based. E muitas startups plant-based inovadoras chegarão ao mercado no próximo ano. Varejistas experientes também estão mudando a forma de comercializar carnes plant-based, colocando-as ao lado da carne convencional em vez de em uma “seção vegetariana” separada, abrindo assim a categoria para muitos outros compradores. As vendas de leites vegetais decolaram depois que os varejistas começaram a armazená-los na seção refrigerada ao lado do leite de vaca, expandindo, assim, o produto a um novo grupo de consumidores. O leite vegetal representa agora 13% do mercado total de leite e categoria ainda está crescendo. A carne plant-based está preparada para seguir uma trajetória similar. Em suma, as proteínas plant-based são macrotendências Atualmente, a carne plant-based representa pouco menos de 1% do mercado total de carne de varejo nos EUA e quase certamente alcançará 1% de participação de mercado em 2019. A oportunidade do dólar de atingir paridade de mercado com a do leite vegetal no varejo vale mais que US4 10 bilhões. Como declarou o ex-CEO da Pinnacle, Robert Gamgort, “as carnes plant-based estão nos estágios iniciais de uma macrotendência, semelhante à maneira

Top 10 Momentos para um Mercado de Alimentos Melhor de 2018

Graças a vocês, nossos leais apoiadores, 2018 foi incrível! Ao fechar o ano fizemos uma retrospectiva dos 10 melhores momentos durante esses 12 meses. Vocês impulsionaram o futuro de uma indústria de alimentos melhor por meio das suas parcerias, e não poderíamos ser mais gratos por isso. Nós saboreamos esses momentos de 2018 quando… A Equipe Internacional lançou o GFI-Ásia-Pacífico e o GFI-Israel! O GFI tem a honra de ser um dos membros fundadores da Aliança de Alimentos Plant-Based da China. Com funcionários agora no Brasil, Índia, Ásia-Pacífico e Israel, o GFI está espalhando boa comida pelo mundo todo.   Diretora Geral da GFI-Ásia-Pacífico, Elaine Siu, no Fórum da Alimentação do Futuro 2018 em Pequim.   As equipes de Políticas e SciTech do GFI testemunharam no Hill, jornal político norte-americano publicado em Washington, (diversas vezes). O GFI tem o único lobista do mundo focado em tempo integral em proteínas limpas e plant-based, e ele é apoiado por toda a nossa equipe de políticas. À medida que o debate sobre como a carne desenvolvida a partir de células deve ser regulamentada no desenrolar deste ano, o GFI conversou com o Congresso, com a FDA (Food and Drug Administration), e com a USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sobre como o governo pode ajudar a inovação alimentar a se enraizar nos Estados Unidos.   A Dra. Sylvia Earle fez gesto de comemoração sobre os frutos do mar limpos. Segura coração! A Dra. Earle é uma lendária oceanógrafa, exploradora residente da National Geographic, e presidente e chairman da Mission Blue. Ela se juntou à cientista sênior do GFI, Dra. Liz Specht, no palco da Conferência The Good Food para apresentar um Documento de Ação de Oportunidades do Oceano do GFI e lançar a nossa Iniciativa de Frutos do Mar Sustentáveis.   Dra. Earle acredita que “nós realmente deveríamos aderir” à clean meat dos frutos do mar.   A Equipe de Inovação do GFI deu os últimos retoques no Startup Manual Guide do The Good Food Institute e o compartilhou com o mundo. Este extenso guia passo-a-passo para iniciar uma empresa de carne limpa ou plant-based está repleto de ideias de empresários de sucesso do setor de alimentos. E se você quiser mergulhar ainda mais a fundo, encontrará muitos recursos adicionais cuidadosamente selecionados.   Nós provamos o futuro da alimentação na Conferência The Good Food! Este evento reuniu pioneiros da indústria de alimentos, especialistas em políticas, empresários e cientistas de todo o mundo, esgotando os ingressos seis semanas antes com 500 participantes e mais de 4.400 espectadores do livestream. Graças à generosidade dos nossos patrocinadores – incluindo os patrocinadores do almoço, Impossible Foods e Beyond Meat, e o patrocinador Gold, MorningStar Farms – as refeições superaram o nome da conferência. O futuro está servido.   A cientista sênior do GFI, Dra. Liz Specht, divulgou uma reportagem de capa para a Food Technology! Esta revista é afiliada ao Instituto de Tecnólogos Alimentares. No momento em que atrair talentos científicos para o espaço da boa comida é essencial, o artigo da Dra. Liz, “O futuro da carne está livre de animais?”, conquistou os leitores da maior sociedade profissional de ciência alimentar do mundo. Isto é apenas uma amostra de todas publicações de acesso aberto do GFI lançadas ano passado!   A Equipe de Engajamento Corporativo do GFI calculou que as vendas de carne plant-based aumentaram 23% do varejo no ano passado nos EUA! Esta é apenas uma das muitas perspectivas do segundo lançamento anual do GFI dos dados da Nielsen para alimentos plant-based. Essas perspectivas ganharam ampla cobertura, inclusive na AFP (Agence France-Presse – agência de notícias francesa), The Washington Post e Fast Company, com o título: “As pessoas realmente estão interessadas em carnes plant-based nos dias de hoje.” Sim! Bastante.     O GFI-Bras width=”163″ height=”136″il descobriu um mercado de quase 60 milhões de brasileiros que estão escolhendo alimentos plant-based. O GFI fez uma parceria com uma empresa internacional de pesquisa de consumidores para realizar uma pesquisa sobre as atitudes dos consumidores em relação a alimentos plant-based no Brasil. Claramente, esta é a hora para um churrasco brasileiro plant-based.   A próxima geração de inovadores da boa comida reuniu-se na Kellogg School of Management para o nosso evento: Repensando sobre as Carnes! Com palestrantes da Memphis Meats, Kraft Heinz e Tyson (“Não queremos ser rompidos. Queremos fazer parte da disrupção”), essa foi uma das muitas iniciativas de campus de alto impacto do GFI projetada para inspirar cientistas e empresários em escolas por todos os EUA.   O diretor executivo e co-fundador do GFI, Bruce Friedrich, obteve a última palavra no New York Times sobre nosso processo contra a lei de rotulagem inconstitucional de Missouri. Como Bruce colocou, “eles estão ameaçando colocar pessoas na cadeia por chamarem hambúrgueres vegetarianos de ‘hambúrgueres vegetarianos’”. Isto é Orwelliano. O GFI fez uma parceria com a Tofurky, com a ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) de Missouri, e com a Liga de Defesa Animal para interceptar a lei no tribunal. Estamos trabalhando para obter a última palavra por lá também. Manteremos você informado!   Com o seu apoio, 2019 será um ano de novos avanços no aproveitamento do poder da inovação de alimentos e de mercados para criar um sistema alimentar sustentável, saudável e justo.   Escrito por Mary Allen. Traduzido por Fernanda Onça.

Proteína Limpa (Perguntas e Respostas)

A proteína está passando por um momento “zeitgeist”, e não é difícil entender por quê: os consumidores estão cada vez mais conscientes de que de onde nós obtemos nossa proteína tem implicações enormes para a saúde pessoal, pública e planetária.   No The Good Food Institute, somos focados no apoio a cientistas, empreendedores e startups que estão procurando produzir proteína de uma nova maneira. Mas se você está lendo isso e não tem uma ideia de empresa ou diploma em Biologia Vegetal, talvez esteja se perguntando o que pode fazer no seu dia a dia para melhorar nosso sistema alimentar.   Clean Protein (Proteína Limpa), o novo livro do diretor executivo da GFI, Bruce Friedrich, e da autora de best-sellers do New York Times, Kathy Freston, é o seu guia prático para se alimentar bem ao fazer o bem.   [Você pode encomendar a sua cópia do livro Clean Protein aqui!]   Eu me sentei com Bruce e Kathy para trazer a você insights sobre o livro Clean Protein e o que você pode fazer para participar da solução sobre a proteína.   Aproveite!   Vamos começar pelo começo. O que motivou vocês dois a escrever o livro Clean Protein (Proteína Limpa)? Qual foi a premissa?   Kathy: Proteína é um tema polêmico em conversas de consumidores preocupados com a saúde, bem como daqueles que estão preocupados com a segurança alimentar à medida que enfrentamos um aumento sem precedentes na população global. Mais frequentemente, essas conversas partem da premissa de que a proteína e carne animal são sinônimos. Isso não é apenas falso – é uma inverdade que nos impede de responsabilizar as pessoas por suas dietas e criar um suprimento de alimentos que seja igualmente bom para as pessoas e para o planeta.   Bruce e eu acreditamos que as inovações que descrevemos no livro são complementos vitais à questão polêmica da produção de proteínas e do futuro dos alimentos.   Conte-nos! O que exatamente são essas fontes de proteína novas e aprimoradas? Como vocês definem proteína limpa?   Kathy: Quando falamos de proteína limpa, falamos de três coisas: na maioria das vezes nos referimos a alimentos vegetais integrais, como feijões, grãos integrais, nozes e sementes. Mas também estamos falando de carne vegetal, ou seja, carne feita a partir de vegetais, como o que a Tofurky, a Beyond Meat e a Impossible Foods estão fazendo.   [Veja que deliciosa a sopa de “frango” na foto lá em cima, à la Tofurky!]   E finalmente, nós descrevemos um capítulo sobre a carne limpa. Carne limpa, na verdade, é uma carne animal, mas produzida pelo crescimento de células animais fora de um animal, em vez de dentro de uma fazenda industrial e de um matadouro. A carne pode ser cultivada sem animais, antibióticos ou contaminação bacteriana que vem da pecuária industrial.   Bruce: Essas três formas de proteínas são limpas por mais de uma razão. Para começar, elas são literalmente mais limpas do ponto de vista de saneamento básico, em comparação aos produtos produzidos em fazendas industriais sujas e superlotadas. Mas elas também são limpas de forma semelhante à energia limpa: elas reduzem drasticamente a pegada de carbono e o impacto ambiental da produção de proteína em comparação à atividade pecuária. Por fim, é uma fonte de energia mais limpa para abastecer nossos corpos, com as fibras e vitaminas de que nosso intestino precisa, sem o excesso de gordura saturada e colesterol.   Qual é uma das suas histórias favoritas do livro Clean Protein que ilustra quão excitantes foram os recentes desenvolvimentos na área?   Bruce: Eu nunca vou esquecer quando divulgaram a notícia de que a Tyson, uma das maiores empresas produtoras de carnes do mundo, comprou uma participação da startup de proteína completamente à base de vegetais, Beyond Meat. Em seguida, a Cargill investiu na empresa de carne limpa Memphis Meats. Vendo a velha guarda abraçar o futuro da comida e começar a se transformar de dentro para fora – essas são as histórias que eu adorei contar no livro Clean Protein, e aquelas que eu acho que melhor ilustram o momento crucial da história quando se trata do nosso sistema alimentar.     Kathy: Embora o livro Clean Protein tenha chegado às prateleiras no início do ano, as notícias de investimentos e novas histórias de apoio à indústria continuaram desde a publicação, com um grande produtor de aves da UE apoiando a empresa de carne lima israelense SuperMeat, e o maior produtor de carne do Canadá comprando duas empresas de carnes vegetais nos EUA!   Passamos muito tempo na GFI trabalhando no lado da oferta de proteína limpa. O que você está vendo em relação à demanda do consumidor que está impulsionando o crescimento de carne limpa e à base de vegetais?   Kathy: Empresas de carnes convencionais não estão comprando carne limpa e à base de vegetais como um ato de boa vontade. É o que os consumidores estão pedindo: uma opção mais saudável, deliciosa e familiar. Além disso, as empresas estão vendo a gravidade da situação: a pecuária industrial é um sistema que está em ponto de ruptura. É ineficiente, ambientalmente devastador, perigoso para a saúde pública e um pesadelo para os animais. A proteína limpa é uma solução elegante para todos esses problemas. Até mesmo o CEO da Tyson, Tom Hayes, prevê que em 25 anos, cerca de 20% das carnes serão limpas ou à base de vegetais – uma afirmação que alguns especialistas do setor esperam que seja uma estimativa baixa.   Bruce: Os consumidores querem proteína de alta qualidade, de fontes sustentáveis e humanas, e a indústria está tomando nota.   Qual é a coisa mais valiosa que alguém poderia fazer para apoiar a transição do nosso suprimento de alimentos da carne da pecuária para a proteína limpa?   Kathy: O livro Clean Protein é um guia para ajudar exatamente nisso! Então eu começaria dando uma lida, dando uma chance a uma das receitas, e compartilhando aquela refeição e o livro com um amigo!   Na