Ações da Beyond Meat disparam após acordo com Pepsi

O anúncio da parceria com a PepsiCo. fez as ações da Beyond chegarem a subir 26.1%, antes de fecharem com 17.7% de valorização na última terça-feira, 9 de fevereiro. A nova parceria nasceu sob o nome de The Planet Partnership, e vai fazer uso da expertise da Beyond em desenvolver proteínas alternativas e a expiência comercial da Pepsi para criar novos produtos. O objetivo da joint ventura é investir na criação de novos snacks plant-based e também bebidas. A gigante multinacional PepsiCo tem histórico de inovação em snacks e lanches rápidos, sendo responsável pelo desenvolvimento das batatas assadas LAY’S e Gatorade, por exemplo. A união com a Beyond representa mais um passo nessa direção, desta vez buscando conquistar o novo território das proteínas alternativas. O chefe comercial global da Pepsi, Ram Krishnan, conta que “proteínas alternativas representam uma grande oportunidade de crescimento para nós, uma nova fronteira para os nossos esforços de construir uma cadeia de alimentos sustentável e ser uma força positiva para as pessoas e o planeta, enquanto ainda atendemos à demanda por um maior portfólio de produtos mais nutritivos”. A parceria também mostra uma confiança cada vez maior de atores de outros segmentos da indústria de alimentos e investidores no setor de proteínas alternativas. Nos últimos três meses, as ações da Beyond Meat subiram 13.6%, ganhando um total de 56,4% ao longo do ano passado. A previsão é que continue a crescer, mesmo com a pandemia afetando o setor de alimentação.
GFI anuncia Programa para financiar projetos em proteínas alternativas

Projetos pioneiros capazes de elucidar os principais desafios tecnológicos da indústria de proteínas alternativas contarão com financiamento do The Good Food Institute (GFI), no valor US$ 250 mil para cada pesquisa. Motivados em capacitar estudos de alta qualidade que construirão a base científica das indústrias de carnes cultivadas, vegetais e derivados de fermentação no futuro, o GFI acaba de lançar o edital do Programa Anual de Incentivo à Pesquisa. Nesta edição, o instituto selecionará propostas que desenvolvam dados, materiais e processos para viabilizar a produção de carnes inteiras e frutos do mar feitos de proteínas alternativas. “Projetamos conduzir pesquisas que estudem a criação de cortes de carne inteiros e íntegros como carne, frango, peixe e frutos do mar. Buscamos avanços científicos que possibilitem a produção e comercialização desses produtos para formar uma verdadeira nova geração de proteínas de carne e frutos do mar e, assim, construir um sistema alimentar sustentável, saudável e justo”, explica a Diretora de Ciência e Tecnologia do GFI, Dra. Katherine de Matos. O valor máximo do incentivo para cada projeto será de US$ 250 mil, cerca de R$ 1,3 milhão, e todo o aporte será destinado aos projetos que se concentrem no desenvolvimento de novos ingredientes, métodos, ferramentas e tecnologias e permitam a produção de produtos proteicos alternativos inteiros. “A indústria de proteína alternativa já realizou avanços científicos significativos para produção de produtos de carne moída a partir de proteínas cultivadas, vegetais e derivadas de fermentação. Já é possível encontrar nas gôndolas dos mercados hambúrgueres, linguiças, nuggets e almôndegas. Queremos aproveitar esse ímpeto e nos concentrar agora nos estudos e criações de cortes de carnes inteiros”, complementa Dra. Katherine. Os projetos financiados deverão realizar aplicações primárias em carnes e frutos do mar que assemelham-se à carne de origem animal em sabor, textura e aroma e se destinam ao consumo humano. O Brasil ocupa atualmente posição de destaque no cenário global de pesquisa de proteínas alternativas e a nova edição do Programa de Bolsas do GFI visa endereçar alguns gargalos científicos e tecnológicos com estudos precisos e inovadores sobre criação e produção de peças de carne inteiras. “A nossa expectativa é muito positiva. Na edição passada, o Brasil teve um desempenho muito relevante em números de propostas submetidas ocupando a segunda posição”, conta Katherine. O edital está aberto a empresas brasileiras, instituições científicas tecnológicas, aos pesquisadores que fazem parte do Diretório de Pesquisa Colaborativa (DPC) do GFI e a todos os demais cientistas do país. O Programa está na primeira fase de seleção e os interessados devem enviar sua proposta em formato PDF até o dia 10 de março de 2021 para este formulário. Os projetos têm prazo de execução de até 24 meses. Para acessar o edital completo e conferir a regulamentação detalhada, clique aqui. Workshop No dia 4/2, das 14h às 15h (BRT), os interessados em participar do edital terão a oportunidade de entender melhor o Programa de Incentivo à Pesquisa GFI e tirar suas dúvidas sobre o edital com a equipe de Ciência e Tecnologia. Faça a sua inscrição aqui. Sobre o Programa Desde seu início em 2018, o programa de bolsas de pesquisa do GFI concedeu mais de US$ 7 milhões a projetos e subsidiou 37 pesquisadores em todo o mundo. Financiadas inteiramente por um seleto grupo de doadores e apoiadores filantrópicos, as pesquisas abrangem o campo de proteínas alternativas, desde o melhoramento de safras e formulação de produtos para carne vegetal ao desenvolvimento de linha celular e aumento de escala de bioprocessos para carne cultivada.
Carne de peixe cultivada está mais próxima de chegar ao mercado

Depois de duas rodadas de financiamento bem sucedidas, a BlueNalu, empresa americana com sede na Califórnia, anunciou que recebeu novo investimento no valor de US$60 milhões. O novo aporte, inédito até então no setor de pescados cultivados, vai possibilitar com que a empresa siga expandindo suas operações. Entre as próximas atividades previstas, está a construção de fábrica própria e o início de testes de aceitação do produto ainda em 2021. Esses são passos importantes em direção à carne de peixe cultivada chegar ao mercado. O mercado de frutos do mar, avaliado em US$200 bilhões, encontra- se em uma posição extremamente vulnerável por conta do consumo de recursos naturais e das variações do ambiente. Escalar a produção de pescados a partir do cultivo celular vem para introduzir soluções nesse sentido. A BlueNalu está se dedicando a aperfeiçoar a produção de carne de peixe por meio dessa tecnologia para desenvolver produtos sustentáveis. Para isso, planejam introduzir uma grande variedade de frutos do mar cultivados no mercado, começando com as carnes de mahi mahi e atum no fim deste ano. Também estão firmando parcerias-chave nos mercados onde pretendem operar, para que os produtos cheguem às gôndolas mais rápido e a um custo mais acessível. Olhando para o panorama dos pescados vegetais O anúncio da BlueNalu é um feito inédito para a indústria de pescados cultivados. O investimento de US$60 milhões representa o maior aporte que esse setor já recebeu até agora e solidifica a tendência de crescimento que vemos acontecendo no ecossistema de alternativas aos frutos do mar. E a BlueNalu não é a única empresa de frutos do mar alternativos a arrecadar fundos com sucesso em 2021. Na primeira semana de janeiro, a New Wave Foods anunciou a conclusão de uma rodada de $18 milhões da Série A para levar seu camarão vegetal ao mercado. Esses são sinais claros de que os resultados encontrados pelas empresas e pesquisadores estão inspirando a confiança de investidores em injetar recursos significativos em seu crescimento. Restaurantes também expressam a mesma confiança, demonstrando interesse em incorporar a carne de peixe cultivada em seus menus.
Começam discussões sobre regulamentação de produtos à base de vegetais no Brasil

Os primeiros passos para a regulamentação do segmento de produtos à base de vegetais (plant-based) no Brasil, foram dados em workshop sobre mercado, conceitos e pesquisas em desenvolvimento, realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apoio da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro), no dia 8, pelo canal da Embrapa no Youtube. Segundo Glauco Bertoldo, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa, a partir do workshop será aprofundada a discussão dos tópicos mais relevantes. “Serão chamados à discussão os demais entes envolvidos, com destaque para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e as entidades de defesa do consumidor”, acrescentando que “a regulamentação propicia um ambiente seguro para o desenvolvimento da agricultura e das agroindústrias e uma relação saudável com o consumidor”. Para Lourdes Cabral, chefe-geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos, a diversificação da matriz protéica na dieta humana é uma realidade e representa uma resposta a demandas dos consumidores. “Estamos vendo o aumento da oferta de novos produtos no mercado e, nesse sentido, o Mapa precisa escutar os diversos atores desse segmento, produtores, pesquisadores e consumidores, e processar essas informações de modo a criar uma base que possa vir a auxiliar a regulamentação desse setor emergente”. A abertura do evento contou com a participação de Guy de Capdeville, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa. Segundo ele, a iniciativa do Mapa é fundamental não apenas para oferecer mais segurança às empresas que já desenvolvem produtos no mercado brasileiro, como também para atrair novos parceiros para esse segmento, que está em franca ascensão no Brasil e no mundo. Ainda de acordo com Capdeville, o fato de o evento reunir representantes da indústria, terceiro setor e ciência, entre outros, traz várias visões à discussão e à consolidação desse conceito no Brasil. “Essa união de expertises é determinante para fortalecer a inserção desse segmento no agro brasileiro. Além disso, são vozes que têm a capacidade de levar essa temática para frente”, destacou. Apresentações Uma das apresentações dos painéis do workshop foi da pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Caroline Mellinger. Ela falou, entre outros temas, sobre a importância de olhar para toda a cadeia produtiva quando se pensa em ofertar novos alimentos, uma vez que eles dependem do desenvolvimento tecnológico de ingredientes e da garantia de oferta de matérias-primas. Caroline citou, ainda, uma nova norma da Organização Internacional de Padronização (ISO), com previsão de ser votada até o fim deste ano, que trata de definições e critérios técnicos para alimentos e ingredientes alimentícios adequados para vegetarianos ou veganos, além de aspectos de rotulagem e apelo. “Quando terminar a votação e tivermos a publicação desse documento, teremos subsídios para traçar conceitos padronizados no mundo todo”, explica. O trabalho, realizado em 2019 e 2020, contou com a participação de representantes de 80 países. No Brasil, a coordenação é da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o grupo é composto por representantes da indústria, Abia, do Senac, da Embrapa e Sociedade Vegetariana Brasileira. Bruno Brasil, secretário de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, apresentou as pesquisas em desenvolvimento na Empresa sobre os produtos de base vegetal. Segundo ele, a Embrapa trabalha com foco nas tendências que podem moldar o agro para o futuro e, por isso, o crescimento desse segmento já havia sido antecipado como parte importante da atuação da Empresa. O documento Visão 2030 aponta sete megatendências para o agro brasileiro e uma delas é o protagonismo do consumidor. “É exatamente nessa vertente que se encaixam esses produtos. Eles espelham os desejos do consumidor contemporâneo não apenas por opções mais saudáveis, mas também e principalmente, por alimentos e bebidas de sabores e aromas diversificados”, pontua. Segundo ele, a população brasileira já demonstra interesse em reduzir o consumo de produtos de origem animal. Isso é indicativo do crescimento dos chamados “flexitarianos”, consumidores que buscam alimentos de origem animal e vegetal de forma alternada e balanceada. “Um sinal deste crescimento pode ser percebido nas grandes redes de supermercados e até mesmo de fastfood que já aderiram a essa tendência”. Brasil explicou que a avaliação das tendências do agro brasileiro pauta o planejamento estratégico da Embrapa, o qual é executado por meio de 34 portfólios de projetos. O desenvolvimento de produtos de base vegetal é hoje uma das áreas de destaque do portfólio “Alimentos: segurança, nutrição e saúde”, envolvendo quatro unidades de pesquisa da Embrapa – Agroindústria Tropical, Agroindústria de Alimentos, Arroz e Feijão e Hortaliças – sete instituições parceiras, seis projetos de pesquisa, 42 pesquisadores e analistas, e recursos superiores a R$ 3,3 milhões. O secretário apresentou produtos desenvolvidos pela Embrapa que já estão no mercado ou prontos para produção em larga escala e comercialização por parceiros. Um deles é o Amazonika Burger, um hamburguer 100% vegetal que tem entre os ingredientes fibra de caju, proteína de soja e a pimenta assîsî, típica da região amazônica, e foi desenvolvido em parceria com a Sotille Alimentos. A parceria também já desenvolveu coxinha e o bolinho Siriju, todos à base de plantas. No mesmo painel, Raquel Casselli, gerente de Engajamento Corporativo do The Good Food Institute (GFI) no Brasil, falou sobre as tendências animadoras do mercado para os produtos à base de plantas no Brasil. Segundo ela, na rede de supermercados Pão de Açúcar, um terço dos hamburgueres comercializados são de origem vegetal. “É um índice impressionante se considerarmos que a tecnologia só tem um ano e meio no País”, comemorou. Casselli apresentou uma pesquisa recente realizada pelo GFI, em parceria com o Ibope, com 2 mil respondentes, que apontou que 50% dos brasileiros reduziram o consumo de carne no último ano. Desses, 37% já consomem carnes vegetais em suas dietas diárias. Para 62% dos entrevistados, o mais importante em um substituto vegetal é o sabor, aroma e a textura. Outro dado apontado pela pesquisa é que apenas 7% afirmaram jamais consumir alternativas vegetais à carne e que, para os brasileiros, soja e transgênicos não são barreiras de compra. A pesquisa está disponível no link: gfi.org.br/consumidor2020 Participantes Também participaram do evento: diretor executivo do GFI, Gustavo Guadagnini; diretor
Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) realiza workshop sobre alimentos vegetais

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realiza hoje (8/12) o evento virtual “Percepções sobre o segmento de plant-based products no Brasil”. O seminário explicará conceitos básicos e o panorama atual desse mercado no país, e abordará as questões pertinentes a essa indústria que estão sendo discutidas atualmente, como avanços da pesquisa científica na área e o desenvolvimento de um marco regulatório que leve em consideração demandas e contexto específicos dessa indústria. O consumo de produtos plant-based, também conhecidos por aqui como proteínas alternativas, é uma tendência mundial consolidada. Pesquisas apontam que, até 2035, esse setor atingirá até US$ 370 bilhões. O evento vem ao encontro desse movimento, discutindo o contexto atual desse mercado no Brasil. Vai também refletir sobre formas de promover ainda mais o rápido desenvolvimento pelo qual vem passando nos últimos anos. Um elemento fundamental para que o crescimento se mantenha é um marco regulatório, que dê suporte à indústria e assegure o padrão de qualidade esperado pelos consumidores. O The Good Food Institute participa dos três painéis de discussão, junto ao Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir) e o Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária (Diagro). O workshop será transmitido pelo canal da EMBRAPA no Youtube, a partir das 14 horas.
O consumidor brasileiro e o mercado plant-based

A preocupação com a saúde é uma tendência que tem crescido mundialmente, especialmente após o início da pandemia. Esse movimento também é presente no Brasil, com reflexos nas escolhas alimentares dos consumidores. A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostra que os brasileiros buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia. A pesquisa foi realizada pelo IBOPE, coordenada pelo GFI e apoiada por 11 empresas do setor de alimentos. Participaram 2000 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, sendo homens e mulheres a partir de 18 anos selecionados intencionalmente por cotas de gênero, idade e regiões do país. A partir dos resultados, é possível entender quem são os consumidores, onde estão, o que e como consomem. A preocupação com a saúde é uma tendência que tem crescido mundialmente, especialmente após o início da pandemia. Esse movimento também é presente no Brasil, com reflexos nas escolhas alimentares dos consumidores. A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostra que os brasileiros buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia. Homens e mulheres estão diminuindo o consumo de proteína animal e as substituindo por proteínas alternativas mais frequentemente. Esse novo hábito é conhecido como flexitarianismo e representa um influente grupo de consumo, que passou de 29% em 2018 para 50% em 2020. O rápido crescimento fez com que a indústria de proteínas alternativas se potencializasse rapidamente no último ano. Panorama da indústria de proteínas alternativas O retrato da indústria de proteínas alternativas foi examinado por meio de uma pesquisa realizada pelo IBOPE e coordenada pelo GFI para melhor entender esse mercado. Participaram 2000 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, sendo homens e mulheres a partir de 18 anos selecionados intencionalmente por cotas de gênero, idade e regiões do país. A partir dos resultados, é possível entender quem são os consumidores, onde estão, o que e como consomem. As mudanças no prato do brasileiro A pesquisa mostrou que, dos 50% que já diminuíram o consumo de proteínas animais, 56% ainda consome frango pelo menos três vezes por semana e 43% carne bovina. Quase metade das substituições (47%) ainda é feita exclusivamente por legumes, verduras e grãos. Essas informações revelam que a proteína animal ainda ocupa expressivo destaque no prato do brasileiro e que o consumidor ainda não foi completamente atraído pelas opções vegetais disponíveis no mercado. Essas questões apontam um caminho para os avanços que o mercado deve concentrar-se nos próximos anos. “A alimentação tem um aspecto cultural bastante forte, e a carne está inserida em muitas das tradições brasileiras como a feijoada, o churrasco de domingo, o peru no Natal, etc. Por isso, a mudança desses hábitos depende de a indústria conseguir desenvolver produtos que se insiram nessas situações, que promovam a experiência sensorial que o consumidor espera e os aspectos de saudabilidade que ele valoriza”, explica Raquel Casselli, gerente de engajamento corporativo do The Good Food Institute. A pesquisa apresentou quais são os aspectos levados em conta pelo consumidor quando o tema envolve as mudanças de hábitos alimentares que resultam em mais qualidade de vida e saúde para os brasileiros, como quantidade de proteína, de gorduras e uso de aditivos naturais ao invés de artificiais. Esses contextos representam oportunidades de crescimento para as empresas do ramo, mas elas não se limitam às refeições especiais. Os dados também mostram que existe uma grande oportunidade e, ao mesmo tempo, um desafio para os produtos vegetais disponíveis no mercado: integrar-se ao cotidiano do brasileiro, unindo praticidade e sabor. A maioria dos entrevistados apontou que preferem consumir alternativas vegetais em casa, seja ao cozinhar (62%) ou pelo delivery (44%). Além disso, os momentos em que mais gostariam de ter essas alternativas são nas refeições do dia a dia (59%) e em refeições rápidas (54%). Esses dados indicam que, para entrar de forma definitiva nos hábitos alimentares, as proteínas alternativas devem trazer praticidade às refeições. Segundo Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo do GFI Brasil, “Há sempre que concentrar esforços no que é essencial: sabor, aroma e textura semelhantes, preço competitivo, e que esses produtos contenham características de saudabilidade desejadas pelo consumidor.” O fator preço A influência do preço no momento da compra também ganhou destaque nas descobertas da pesquisa. Apenas 36,5% dos entrevistados disse estar disposto a pagar a mais por um análogo vegetal. “Existe uma dinâmica natural de mercado: o preço vai ficando mais competitivo à medida que a escala aumenta, o domínio das tecnologias é maior e conseguimos nacionalizar os ingredientes.” explica Felipe. Comprovando a importância do preço na escolha, 39% dos entrevistados escolheram a opção mais barata, não se importando, por exemplo, com o tipo da proteína que estava na sua composição. “Isso reforça a necessidade e o desafio da indústria em desenvolver produtos com preços que atendam as expectativas dos consumidores, em consonância com o que é praticado dentro da categoria do seu análogo”, conclui Felipe. O estudo mostra que a indústria de produtos vegetais brasileira, apesar de recente, encontrou recepção bastante favorável entre os consumidores e, por isso, está em franca expansão. É esperado que continue a se desenvolver rapidamente, uma vez que existem grandes oportunidades ainda a serem exploradas no mercado. “O Brasil possui uma capacidade única de produzir alimentos, com uma rede logística estabelecida amplamente capilar, capaz de levar nossos produtos para todos os países do mundo. Além disso, existe a expertise do nosso produtor rural, nossa biodiversidade e toda a capacidade técnico-científica na área de alimentos. Fazendo uso de todos esses recursos, é possível assumirmos a liderança do setor de proteínas alternativas mundial.”, conclui Raquel Casselli. DOWNLOAD
Proteínas alternativas: um estudo de nomenclatura sobre carnes vegetais e cultivadas

O The Good Food Institute realizou um estudo de nomenclatura (Naming Study) inédito em parceria com o departamento de psicologia da Universidade de Bath, do Reino Unido, a fim de estabelecer o nível de aceitação do consumidor brasileiro em relação às carnes vegetais (ou feitas de plantas) e cultivadas. Foram ouvidas 1.852 pessoas, entre homens e mulheres, na faixa dos 18 aos 56 anos, de diferentes classes sociais, residentes em todas as regiões brasileiras. Os participantes foram recrutados por meio do painel de pesquisa da Positly. Carnes Vegetais (ou feitas de plantas) De acordo com o estudo, a palavra ‘vegano’ foi a que teve o maior número de associações negativas quando comparadas com outras descrições. Isso mostra que os brasileiros não possuem uma associação muito forte com o termo ao se referirem a produtos análogos aos de origem animal. Isso também mostra que ‘vegano’ pode ser uma palavra que não descreve muito bem a categoria para seus consumidores, da mesma forma que pode afastar potenciais consumidores para passarem a consumir esses produtos. O estudo mostrou, também, um crescente número de interessados em consumir produtos feitos de plantas no país. 89% dos entrevistados afirmaram que provariam uma carne vegetal, 72% comprariam o produto, e mais de 52% substituiria carnes convencionais por carnes feitas de plantas que possuíssem as mesmas características sensoriais (como sabor e textura). No entanto, o custo desses produtos impacta na decisão de compra. Somente 36,5% das pessoas pagariam mais por carnes vegetais, o que mostra que preços mais competitivos são essenciais pro desenvolvimento do mercado. Carne Cultivada Com relação à carne cultivada, a aceitação do brasileiro é alta: 76,5% experimentariam, 54,2% substituiriam a carne convencional pela cultivada, 65,6% comprariam e 37,1% pagariam mais pela carne cultivada. Os motivos que mais aumentaram a intenção de compra dos respondentes foram a percepção de saudabilidade e nutrição desses produtos. Portanto, é aconselhado que quem promove produtos assim foque nesses atributos. Houve pouca diferença entre os nomes, mas carne cultivada e carne sem abate performaram melhor do que carne de base celular. Mesmo que carne limpa tenha performado bem na intenção de compra, o nome foi classificado como menos descritivo e menos diferenciador do que os outros. No geral, o nome carne cultivada é recomendado para fins estratégicos. “Mesmo que não existam startups ou empresas operando publicamente com carne cultivada, a pesquisa mostra uma grande oportunidade visto que consumidores já expressam intenção de compra por produtos assim”, afirmou Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo e um dos autores da pesquisa. “Estamos muito satisfeitos em ver mercados fortes para proteínas alternativas no Brasil. Observamos algumas diferenças importantes nos perfis do consumidor para carne vegetal e carne cultivada – por exemplo, carne vegetal atraiu mais as consumidoras do sexo feminino, enquanto a carne cultivada foi mais atraente para os homens. Essa, e outras diferenças, sugerem que há espaço para uma gama diversificada de proteínas alternativas no futuro cenário de proteínas no Brasil. Nossas análises de atitude sugerem que os profissionais de marketing devem se concentrar em promover a carne cultivada como saudável, ao passo que devem destacar o sabor e o apelo sensorial da carne vegetal.”, conclui Chris Bryant, co-autor da pesquisa e pesquisador do departamento de psicologia da Universidade de Bath. DOWNLOAD
Plataforma reúne pesquisadores do mundo todo interessados em pensar a alimentação do futuro

Atuando para acelerar o desenvolvimento do alimento do futuro, o The Good Good Institute (GFI) lança um diretório para conectar pesquisadores da área de proteínas alternativas do mundo todo. A plataforma facilita que cientistas encontrem colaboradores com habilidades complementares para que juntos possam acelerar a transição para a próxima geração de carnes, pescados, ovos e lácteos. Os pesquisadores podem compartilhar informações sobre suas áreas de pesquisa diretamente na plataforma, publicar oportunidades de colaboração para outros cientistas, laboratórios e empresas em seus projetos, e ser encontrado por outros pesquisadores ou empresas interessadas em projetos de pesquisas. Cria-se assim uma rede global de networking científico focada em tecnologias para desenvolvimento e melhoramento da produção de proteínas alternativas. O objetivo é fomentar a criação de uma cadeia de produção de alimentos mais justa e sustentável com o desenvolvimento de um ecossistema de inovação focado em fontes alternativas de proteínas produzidas a partir de vegetais, algas ou fungos, por tecnologias de cultivos de células ou fermentação. A iniciativa conta tanto com pesquisadores já ativos no setor de proteínas alternativas quanto com interessados em atuar nessa área. Para fazer parte do diretório, basta ser um pesquisador ativo ou que tenha interesse em estudar proteínas alternativas, e preencher este cadastro. Assista aos vídeos abaixo para conhecer melhor o diretório.
Extrusão de Ingredientes encerra série de webinars organizadas pelo GFI em 2020

O The Good Food Institute realiza no próximo dia 24 de novembro, às 14h, o último webinar da série “Proteínas Alternativas: Ciência e Tecnologia” deste ano. Com o tema “Extrusão de ingredientes para produtos feitos de plantas”, o evento contará com a participação de José Coelho, presidente da Clextral, e de Carlos Carvalho, pesquisador da EMBRAPA. Coelho irá compartilhar sua expertise sobre a tecnologia de extrusão de ingredientes, carro-chefe da empresa norte-americana, enquanto Carvalho apresentará as iniciativas desenvolvidas pela EMBRAPA utilizando a mesma técnica. De acordo com Agência Embrapa de Informação Tecnológica, a extrusão é um processo que combina calor, umidade e trabalho mecânico para “modificar matérias-primas, a fim de criar novos formatos e estruturas com diferentes características funcionais e nutricionais”. Entre as principais aplicações da técnica está a produção de biscoitos, massas alimentícias, cereais e snacks. Recentemente, a tecnologia de extrusão tem sido aplicada também em produtos feitos de plantas análogos ao produtos cárneos. O webinar é gratuito, basta se inscrever neste link. E para quem perdeu as outras edições, agora o GFI Brasil disponibiliza todos em seu canal no Youtube. Esperamos por vocês!
Tecnocarne Xperience traz novas perspectivas de negócios no setor de alimentos

O evento, idealizado para o mercado de carnes brasileiro, reconhece a importância desse setor para a economia nacional ao mesmo tempo em que entende que ele está passando por grandes transformações. Para engajar, discutir e alavancar esse movimento, a programação desta edição foca em rever antigos conceitos e criar novos produtos que atendam às novas demandas de consumo. Para manter o mercado aquecido e em crescimento, é preciso refletir sobre os atuais desafios do setor e como gerar novas oportunidades de negócios para ele. Para tornar isso realidade, o evento traz webinars, demonstrações e painéis explorando temas que vão de sustentabilidade a embalagens. Gus Guadagnini, diretor do Good Food Institute Brasil, participa como moderador de um bate-papo junto a profissionais da área de proteínas alternativas, discutindo o tema “Plant Based: a revolução alimentar está cada vez mais na mesa do Brasileiro”. Estarão presentes Camille Lau, gerente de marketing da Unilever, Bruno Fonseca, co-fundador da The New Butchers, David Oliveira, diretor de Marketing da Superbom, e Maria Eduarda Lemos, gerente de certificação da Sociedade Vegetariana Brasileira. A conversa acontece no dia 19 de Novembro, às 10 da manhã. Para conferir a programação completa e participar, basta se inscrever gratuitamente pelo site do evento.