Proteínas alternativas: um estudo de nomenclatura sobre carnes vegetais e cultivadas

O The Good Food Institute realizou um estudo de nomenclatura (Naming Study) inédito em parceria com o departamento de psicologia da Universidade de Bath, do Reino Unido, a fim de estabelecer o nível de aceitação do consumidor brasileiro em relação às carnes vegetais (ou feitas de plantas) e cultivadas. Foram ouvidas 1.852 pessoas, entre homens e mulheres, na faixa dos 18 aos 56 anos, de diferentes classes sociais, residentes em todas as regiões brasileiras. Os participantes foram recrutados por meio do painel de pesquisa da Positly.

Carnes Vegetais (ou feitas de plantas)

De acordo com o estudo, a palavra ‘vegano’ foi a que teve o maior número de associações negativas quando comparadas com outras descrições. Isso mostra que os brasileiros não possuem uma associação muito forte com o termo ao se referirem a produtos análogos aos de origem animal. Isso também mostra que ‘vegano’ pode ser uma palavra que não descreve muito bem a categoria para seus consumidores, da mesma forma que pode afastar potenciais consumidores para passarem a consumir esses produtos.

O estudo mostrou, também, um crescente número de interessados em consumir produtos feitos de plantas no país. 89% dos entrevistados afirmaram que provariam uma carne vegetal, 72% comprariam o produto, e mais de 52% substituiria carnes convencionais por carnes feitas de plantas que possuíssem as mesmas características sensoriais (como sabor e textura). No entanto, o custo desses produtos impacta na decisão de compra. Somente 36,5% das pessoas pagariam mais por carnes vegetais, o que mostra que preços mais competitivos são essenciais pro desenvolvimento do mercado.

Carne Cultivada

Com relação à carne cultivada, a aceitação do brasileiro é alta: 76,5% experimentariam, 54,2% substituiriam a carne convencional pela cultivada, 65,6% comprariam e 37,1% pagariam mais pela carne cultivada. Os motivos que mais aumentaram a intenção de compra dos respondentes foram a percepção de saudabilidade e nutrição desses produtos. Portanto, é aconselhado que quem promove produtos assim foque nesses atributos.

Houve pouca diferença entre os nomes, mas carne cultivada e carne sem abate performaram melhor do que carne de base celular. Mesmo que carne limpa tenha performado bem na intenção de compra, o nome foi classificado como menos descritivo e menos diferenciador do que os outros. No geral, o nome carne cultivada é recomendado para fins estratégicos.

“Mesmo que não existam startups ou empresas operando publicamente com carne cultivada, a pesquisa mostra uma grande oportunidade visto que consumidores já expressam intenção de compra por produtos assim”, afirmou Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo e um dos autores da pesquisa.

“Estamos muito satisfeitos em ver mercados fortes para proteínas alternativas no Brasil. Observamos algumas diferenças importantes nos perfis do consumidor para carne vegetal e carne cultivada – por exemplo, carne vegetal atraiu mais as consumidoras do sexo feminino, enquanto a carne cultivada foi mais atraente para os homens. Essa, e outras diferenças, sugerem que há espaço para uma gama diversificada de proteínas alternativas no futuro cenário de proteínas no Brasil. Nossas análises de atitude sugerem que os profissionais de marketing devem se concentrar em promover a carne cultivada como saudável, ao passo que devem destacar o sabor e o apelo sensorial da carne vegetal.”, conclui Chris Bryant, co-autor da pesquisa e pesquisador do departamento de psicologia da Universidade de Bath.

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