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Reino Unido investe £15 milhões para acelerar a comercialização de proteínas alternativas; varejistas europeus impulsionam acessibilidade através da paridade de preços

O Reino Unido deu mais um passo em direção à inovação e sustentabilidade alimentar com o anúncio de um investimento de £15 milhões para acelerar a comercialização de proteínas alternativas. Este aporte financeiro, destinado ao novo Centro Nacional de Inovação em Proteínas Alternativas (NAPIC), reflete o compromisso do governo britânico com a transformação do sistema alimentar, promovendo práticas mais sustentáveis e inovadoras. O NAPIC será liderado por um consórcio de instituições de prestígio, incluindo a Universidade de Leeds, Universidade de Sheffield, Instituto James Hutton e Imperial College London. Além do aporte inicial do governo, o centro receberá £23 milhões adicionais de parceiros públicos e privados, elevando o investimento total para £38 milhões. Com esse financiamento, o NAPIC terá a missão de impulsionar o desenvolvimento de novos produtos e ingredientes à base de proteínas alternativas, desde a fase de inovação até a comercialização. O centro também se dedicará a estudar a aceitação desses alimentos pelos consumidores, analisando como essas novas opções podem ser incorporadas de forma eficaz na dieta da população. Além disso, o NAPIC explorará técnicas para desenvolver ração animal e aquicultura mais sustentáveis.  Esse avanço é resultado do trabalho consistente que o The Good Food Institute Europa realizou nos últimos dois anos em colaboração com a agência nacional de fomento à pesquisa e inovação, UK Research and Innovation (UKRI). A UKRI incluiu as proteínas alternativas em seus planos estratégicos como uma área prioritária, reconhecendo o potencial desse setor para contribuir com a sustentabilidade e segurança alimentar. O novo financiamento eleva o investimento total do governo britânico em proteínas alternativas para mais de £91 milhões (aproximadamente US$119 milhões), demonstrando o compromisso contínuo do país com a inovação no setor alimentar e com a criação de empregos verdes. No ano passado, o Reino Unido também anunciou, entre outros investimentos, um aporte de £13 milhões para um centro de pesquisa para produzir carne cultivada: o Cellular Agriculture Manufacturing Hub (CARMA), liderado pela Universidade de Bath, está investigando como produzir carne cultivada em escala. Além disso, os pesquisadores também vão estudar o desenvolvimento de alimentos (como o óleo de palma sustentável) por meio da fermentação de precisão. Europa na vanguarda da transformação alimentar O impacto dessas ações não se limita ao Reino Unido. Em toda a Europa, existe um movimento crescente para tornar as proteínas alternativas mais acessíveis e competitivas, impulsionando uma transformação estrutural no setor alimentar e nos hábitos dos consumidores. Redes de supermercados como Lidl e Aldi têm reduzido os preços de produtos plant-based, igualando ou até mesmo baixando os valores em comparação aos seus equivalentes de origem animal em países como Holanda, Alemanha, Dinamarca, e Áustria. Em abril deste ano, o diretor de compras da Lidl Alemanha, Jan Bock, anunciou que a paridade de preços levou a um aumento de 30% nas vendas de carnes vegetais nos últimos seis meses. Essas iniciativas seguem um estudo da ProVeg que mostrou que, quando o preço não é mais uma barreira, os consumidores estão mais inclinados a escolher opções sustentáveis. Além disso, grandes marcas de fast food, como Burger King e McDonald’s, estão ajustando seus preços e expandindo seus menus plant-based para ampliar o acesso ao público europeu. O Burger King da Alemanha, por exemplo, lançou uma campanha chamada “Plant-Based for Everyone” (À base de Plantas para Todos), reduzindo os preços de itens como o Whopper sem carne para torná-los mais baratos que os de carne animal. O McDonald’s, por sua vez, expandiu o McPlant, hambúrguer à base de plantas desenvolvido em parceria com a Beyond Meat, para mais países europeus, com um ajuste nos preços para torná-los mais competitivos. Empresas como IKEA e Tesco também estão investindo na paridade de preços: a IKEA, famosa por suas almôndegas plant-based, está oferecendo seus produtos à base de plantas nos mercados europeus a preços iguais ou menores que as versões de carne. As vendas do cachorro-quente vegetal da marca, por exemplo, quase dobraram em 2022 em comparação a 2019, principalmente devido a uma redução significativa de preço no mercado alemão. A Lidl também passou a exibir os produtos plant-based ao lado dos de origem animal nas prateleiras: a estratégia já foi adotada em algumas regiões e busca reduzir barreiras ao consumo de proteínas alternativas, tornando-as mais visíveis para os consumidores. Ao eliminar a necessidade de sessões separadas, a rede pretende encorajar a experimentação e aceitação desses produtos, integrando-os ao mercado mainstream e mostrando que as alternativas vegetais são uma opção viável e acessível para todos. A Lidl Holanda declarou que as vendas de produtos à base de plantas aumentaram sete por cento desde que foram movidos para a seção de carnes. Além disso, a rede também afirmou que, até 2025, 50% das refeições oferecidas em seus restaurantes serão à base de plantas. Já a Tesco, uma das maiores redes de supermercados do Reino Unido, anunciou uma meta ambiciosa de aumentar em 300% as vendas de produtos plant-based até 2025. Essa estratégia faz parte de um compromisso mais amplo de sustentabilidade em parceria com o World Wide Fund for Nature (WWF), com o objetivo de reduzir pela metade o impacto ambiental da produção de alimentos. A rede tem promovido suas marcas de alimentos plant-based a preços competitivos e investido em campanhas publicitárias para aumentar a conscientização sobre os benefícios das dietas à base de plantas.

Brasil apresenta primeiro projeto de lei ​do mundo fomentando a​​ produção de alimentos por cultivo celular 

Para especialista do GFI​,​ o projeto é um marco legislativo global e pode colocar o país na liderança desse mercado Em um marco histórico para a inovação e sustentabilidade no setor alimentar, o deputado Jorge Goetten (REPUBLIC/SC) apresentou na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei ​(PL) ​3357/2024​,​ que ​“​estabelece ​normas gerais para a pesquisa, produção, reprodução, importação, exportação, transporte, armazenamento, conservação e comercialização de alimentos obtidos por cultivo celular, seus derivados e subprodutos, bem como para o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento produtivo desse setor”​​     ​.   O The Good Food Institute (GFI), uma das principais organizações globais dedicadas ao avanço das proteínas alternativas, celebrou a apresentação do projeto como um passo fundamental para colocar o Brasil como um líder global nesse mercado emergente.   “É um marco legislativo no país e no mundo. É o primeiro PL focado no incentivo a essa tecnologia​,​ e garante o desenvolvimento de pesquisa e de soluções para alimentar a população com impactos ambientais significativamente reduzidos. É um marco ao se basear em evidências científicas que vão além do ´medo do novo’ e​,​ assim​,​ fomentar o desenvolvimento nas nossas universidades e indústrias e, ao mesmo tempo, garantir todos os padrões de segurança necessários para os consumidores”, destacou Gabriela Garcia, ​analista de​ Políticas Públicas ​no GFI Brasil.​  Com potencial para transformar a indústria alimentícia, o cultivo celular permite a produção de carne sem a necessidade de abate, utilizando menos recursos naturais e emitindo menos gases de efeito estufa.​ É uma forma sustentável de complementar a oferta já existente, tornando-se uma ferramenta importante para a segurança alimentar.​ De acordo com a analista do GFI, este “é um setor que, inevitavelmente vai existir e crescer​,​ e o Brasil tem toda a capacidade de liderar esse mercado em nível global”. ​Agora, o PL seguirá seu trâmite na Câmara e o próximo passo será o despacho pelo presidente da Casa, deputado Arhur Lira, para análise nas Comissões, onde um relator será designado para elaborar um parecer sobre o conteúdo da proposta.​​ ​Após ​essa etapa, o projeto ainda deverá ser submetido à apreciação pelo Plenário e, caso aprovado, será revisado pelo Senado Federal antes que possa se tornar Lei.​​     ​  Gabriela Garcia acredita que será um “um longo caminho de debates no Congresso Nacional, mas agora abrindo espaço e formando um “chão comum” de conhecimento​ embasado na ciência​”. Para ela, à medida que o Congresso Nacional avança n​as discussões​, a sociedade brasileira terá a oportunidade de moldar o futuro do sistema alimentar global, com impactos positivos na sustentabilidade, segurança alimentar e proteção ambiental. O GFI, segundo a analista​, acompanhará “com lupa” todos os debates sobre o assunto. 

Novo estudo do GFI Brasil explora o potencial da aplicação de algas em produtos de proteínas alternativas

O GFI Brasil acaba de lançar a publicação técnica “Potencial de Aplicação de Algas em Produtos de Proteínas Alternativas”, trazendo uma contribuição inédita ao cenário nacional. Por ser a primeira publicação do Brasil sobre o tema, ela oferece uma revisão abrangente e detalhada da literatura disponível, contextualizando o leitor sobre a relevância e o potencial das algas no setor alimentar e como ingredientes inovadores na produção de produtos de proteínas alternativas.   Desenvolvido para leitores que estão se familiarizando com o tema e para aqueles que buscam um conhecimento mais aprofundado, o estudo é dividido em duas partes principais: a primeira é dedicada a fornecer uma base sólida sobre o tema, abordando a classificação das algas, métodos de cultivo e coleta, além dos usos alimentares convencionais e questões de segurança alimentar, destacando como as algas podem ser integradas na narrativa das proteínas alternativas.   A segunda parte do estudo explora o potencial nutricional e tecnológico das algas, ressaltando suas propriedades funcionais que as tornam uma fonte promissora de ingredientes para produtos plant-based. Além disso, são discutidos os aspectos de sustentabilidade associados ao uso de algas.   A publicação também identifica diversas oportunidades de pesquisa, incentivando a exploração das algas como ingredientes-chave para a criação de novos produtos no mercado de proteínas alternativas. Ela foi elaborada não apenas para cientistas e pesquisadores, mas também para profissionais do mercado, oferecendo uma visão completa das vantagens tecnológicas, nutricionais e sustentáveis que as algas podem proporcionar. Resultados:   Os resultados apresentados revelam que as algas têm um grande potencial como fonte de proteínas alternativas, com capacidade de contribuir significativamente para a sustentabilidade e diversificação da produção alimentar. Além de seus benefícios à saúde humana, as algas possuem propriedades funcionais e tecnológicas que as tornam uma fonte promissora e versátil para a produção de alimentos mais saudáveis e sustentáveis.   As proteínas são essenciais na formulação de alimentos vegetais análogos à carne, não só pelo valor nutricional, mas também pelas suas funcionalidades tecnológicas. As algas são uma fonte viável de proteínas, com uma composição de aminoácidos essenciais que atende aos requisitos da FAO, comparável a outras fontes como soja e ovo. As microalgas, em particular, podem conter entre 40-60% de proteína (base seca), oferecendo aminoácidos essenciais e propriedades nutricionais e funcionais, como baixa alergenicidade e boa digestibilidade.   Além disso, possuem propriedades físico-químicas ideais para várias aplicações, incluindo solubilidade, emulsificação, geleificação e formação de espuma. Algumas macroalgas podem ser usadas como substitutos do sal em alimentos, ajudando a reduzir o teor de sódio, e seus pigmentos, como carotenos e xantofilas, são amplamente utilizados como corantes na indústria alimentícia.   A produção de algas como fonte de proteínas apresenta várias vantagens em relação a outras fontes vegetais. As algas têm crescimento e produção mais rápidos, maior eficiência fotossintética, baixo consumo de água e não competem por terras aráveis. Além disso, possuem baixo teor de lignina, facilitando a extração, e podem armazenar carbono, contribuindo para uma produção sustentável. Com oceanos e mares cobrindo mais de 70% da superfície terrestre, há um vasto potencial para o cultivo sustentável e a colheita em grande escala de algas. Acesse a publicação

Alt Protein Project continua a crescer na América Latina!

Com orgulho, anunciamos a entrada de novos grupos universitários ao Alt Protein Project, reforçando nossa missão de acelerar o desenvolvimento de proteínas alternativas em todo o mundo. Este ano, quatro novas instituições no Brasil, uma na Argentina e uma no Chile se unem ao movimento: Brasil: Argentina: Chile: Esses novos grupos se juntam aos pioneiros da Unicamp (SP) e UFMG (MG), que já fazem parte do projeto desde o ano passado, ampliando ainda mais a nossa rede de jovens líderes e pesquisadores comprometidos com um futuro alimentar mais sustentável. O que é o Alt Protein Project?  O Alt Protein Project é uma iniciativa global liderada pelo The Good Food Institute que visa capacitar estudantes universitários e pesquisadores a se tornarem líderes no campo das proteínas alternativas. Fundado em 2020, o projeto começou como uma comunidade conectada por cinco universidades e, desde então, cresceu para englobar mais de 50 grupos em diversas instituições de ensino ao redor do mundo, com mais de 450 membros ativos. Objetivos e Missão O principal objetivo do Alt Protein Project é acelerar o desenvolvimento e a adoção de proteínas alternativas — incluindo carnes, laticínios e ovos produzidos a partir de plantas, fermentação ou cultivo celular — como uma solução sustentável para os desafios globais relacionados à segurança alimentar, saúde pública e mudanças climáticas. O projeto busca atingir esses objetivos através de várias frentes: Impacto Global Desde a sua criação, o Alt Protein Project tem sido uma força motriz no avanço das proteínas alternativas, contribuindo significativamente para o aumento da conscientização, pesquisa e inovação nesta área. Com grupos de estudantes em universidades renomadas em países como Estados Unidos, Brasil, Argentina, Chile, Suíça, Turquia, Portugal, Malásia, e Japão, o projeto está ajudando a construir uma nova geração de líderes comprometidos com a criação de um sistema alimentar mais saudável, sustentável e justo. Participação e Expansão O Alt Protein Project está constantemente expandindo sua rede de grupos universitários, e qualquer estudante interessado pode se juntar ao movimento. O projeto oferece suporte para a criação de novos grupos, fornecendo recursos educacionais, treinamento e oportunidades de networking para que os estudantes possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento de proteínas alternativas em suas regiões. Se você é aluno universitário e gostaria de se juntar ao nosso movimento, entre em contato conosco através do e-mail ciencia@gfi.org para dúvidas e apoio! Saiba mais sobre a iniciativa: Vídeo de apresentação Explore mais sobre o impacto do projeto: Impacto do Alt Protein Project

Estudo da UNIFESP aponta que 80% das carnes vegetais disponíveis no mercado brasileiro têm boa qualidade nutricional

O estudo publicado na Current Research in Food Science, uma revista de alto fator de impacto  na área de Ciência e Tecnologia de alimentos, analisou a qualidade nutricional de produtos vegetais análogos à carne e os comparou com seus correspondentes de origem animal. De acordo com a pesquisa, 80% dos produtos disponíveis no mercado brasileiro possuem boa qualidade nutricional de acordo com o indicador Nutri-Score. Conduzido pelo time da Profa. Dra Veridiana de Rosso da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e financiado pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), a pesquisa avaliou as informações nutricionais declaradas nos rótulos de 349 alimentos vegetais análogos à carne e 351 produtos cárneos, como hambúrgueres, almôndegas, empanados, embutidos, quibe, kaftas, salsicha, linguiça, mortadela, bacon, entre outros, no período de julho de 2022 a junho de 2023. Para analisar a qualidade nutricional desses produtos, além das informações de rotulagem, foram utilizados diferentes indicadores, entre eles o Nutri-Score (utilizado em países europeus, como Bélgica, França, Espanha, Holanda, Suíça e Alemanha), a classificação NOVA e o Perfil Nutricional estabelecido pela RDC 429/2020 da ANVISA (chamado de Lupa). A NOVA classifica os alimentos pelo grau de processamento e quantidade de ingredientes; o Nutri-Score avalia a presença de nutrientes desejáveis (como proteínas e fibras) e menos desejáveis (como teores de gordura saturada, açúcar, sal e alto valor energético) e a rotulagem nutricional frontal estabelecida pela RDC 429/2020 da ANVISA identifica os produtos com alto teores de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. Principais Resultados: Os resultados do estudo demonstraram que a qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne foi melhor representada por indicadores como Nutri-Score e Perfil Nutricional estabelecido pela RDC 429/2020 da ANVISA do que pela NOVA, uma vez que os dois primeiros são os perfis que atuam de forma mais eficiente para definir se um alimento tem boa qualidade nutricional. De acordo com a Dra. Graziele Bovi Karatay, especialista do GFI Brasil, o fato de ambos os produtos de origem animal e vegetal serem classificados como ultraprocessados, mas terem resultados diferentes nos outros indicadores de qualidade nutricional, demonstra que o conceito de ultraprocessado não representa adequadamente os atributos de qualidade nutricionais dos alimentos vegetais análogos à carne. “Mesmo sendo classificados como ultraprocessados, em função do grau de processamento e quantidade de ingredientes, os alimentos vegetais análogos à carne se diferem nutricionalmente dos demais alimentos ultraprocessados, sejam de base vegetal ou animal. Portanto, não é adequado classificar e avaliar a qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne da mesma forma que são classificados e avaliados os demais produtos ultraprocessados.” explica a especialista do GFI. O estudo avaliou ainda outros dois indicadores de qualidade: (1) o modelo de perfil nutricional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que define quando os produtos são ricos em açúcares, gorduras, gorduras saturadas, gorduras trans e sódio e é baseado nas metas de ingestão de nutrientes para a população e (2) uma classificação desenvolvida especificamente para o estudo considerando a classificação pelo Nutri-Score e NOVA. O estudo também trouxe informações sobre os nutrientes presentes nos alimentos analisados, quanto à: Gordura saturada, ácidos graxos e sódio: Proteínas: Segundo a Dra Veridiana, essa variação reforça o quanto seria oportuna a definição de uma   regulamentação específica para os alimentos vegetais análogos à carne no Brasil, principalmente em relação à qualidade nutricional e ao perfil de identidade. O  mercado de produtos cárneos é bem regulamentado, e o perfil de identidade e qualidade foi recentemente revisado, principalmente no que diz respeito aos níveis mínimos de proteína exigidos para hambúrgueres de carne (15%), quibe (11%), almôndegas (12%) e presunto (16%). A definição desta regulamentação para os alimentos vegetais análogos faz parte da Agenda Regulatória 2024-25 da Anvisa e a indústria aguarda essa definição para poder balizar seus produtos.  Ainda de acordo com a pesquisadora, uma recente atualização da legislação brasileira, incluiu a exigência de um perfil específico de aminoácidos indispensáveis ​​para o uso de alegações nutricionais proteicas (histidina: 15 mg /g de proteína; isoleucina: 30 mg/g; leucina: 59 mg/mg: lisina: 45 mg/g; metionina + cisteína:  22 mg/g, fenilalanina + tirosina: 38 mg/g, ; triptofano: 6 mg/g e  valina: 39 mg/g). Em geral, leguminosas como soja, ervilha, grão-de-bico, feijão e cereais como trigo e quinoa, que normalmente são empregados como fontes de proteína em análogos de carne no Brasil, apresentam diferentes escores de aminoácidos indispensáveis ​​digestíveis (DIAASs). As proteínas de batata e soja são classificadas como proteínas de alta qualidade com valores médios de DIASS equivalentes a 100 e 91, respectivamente. Além disso, uma estratégia interessante para o desenvolvimento de alimentos cárneos plant-based é que as proteínas da soja e da batata possam complementar uma ampla gama de proteínas vegetais para compensar as limitações indispensáveis ​​dos aminoácidos. A combinação de proteína de arroz:feijão (2:1), por exemplo, tem potencial para alcançar eficiência nutricional ideal quando combinada apenas com proteínas vegetais ou quando suplementada com metionina e cisteína + lisina. Fibras: Conclusões: Segundo a Dra. Veridiana, o estudo permite recomendar que os consumidores escolham o indicador representado pela rotulagem nutricional frontal brasileira (lupa) para escolherem os alimentos vegetais análogos à carne. “Essa recomendação se justifica especialmente devido à excelente concordância entre este indicador e o Nutri-Score, por terem sido capazes de diferenciar efetivamente produtos com baixa qualidade nutricional. Já a NOVA, ou a denominação de ultraprocessados, não teve este mesmo desempenho, portanto não é um indicador adequado para representar os atributos de qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne.”, conclui. Dra Veridiana reforça que, embora os indicadores de Qualidade Nutricional utilizados neste estudo sejam importantes para avaliar a qualidade nutricional dos produtos cárneos vegetais, eles não cobrem todos os aspectos nutricionais importantes quando se pretende substituir produtos cárneos, o que deve envolver uma abordagem multifacetada, incluindo análise de macronutrientes, avaliação sensorial e estudos de digestibilidade. Além disso, a presença de nutrientes positivos, como vitaminas B, ferro, zinco e fibras solúveis e insolúveis, e a boa qualidade proteica devem ser considerados como diferenciais de produtos cárneos vegetais nutricionalmente adequados. “Assim, esse estudo fornece insights valiosos

GFI Brasil anuncia assinatura do Memorando de Entendimento sobre proteínas alternativas com a Fundação Araucária

No dia 10 de julho de 2024, o The Good Food Institute Brasil e a Fundação Araucária, agência paranaense de fomento à pesquisa científica, tecnológica e inovação, assinaram um Memorando de Entendimento, um documento formal que expressa a intenção de ambas as partes de cooperar em um projeto ou alcançar um objetivo comum. O Memorando assinado pelas duas instituições formaliza o reconhecimento da importância da transformação dos sistemas alimentares para enfrentar os desafios de segurança alimentar, destacando o papel das proteínas alternativas neste contexto. O Paraná é protagonista nesse campo, sendo o berço do NAPI – Proteínas Alternativas (Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação). Através deste programa, que visa fortalecer o estado como produtor de alimentos utilizando sistemas produtivos inovadores, foram investidos R$ 5,7 milhões para o avanço de estudos em carne cultivada. A maior parte desse investimento será destinada à UFPR, para a instalação do Laboratório de Zootecnia Celular (Zoocel), que já é uma unidade permanente na universidade, além do Laboratório de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, para aquisição de equipamentos necessários e para o fortalecimento de outras equipes e laboratórios parceiros da PUCPR e da UEM. A parceria, viabilizada pela Prof. Carla Molento (UFPR), teve seu processo de criação iniciado em janeiro, após uma reunião inicial onde foi servido um almoço típico da região, desenvolvido com o frango de micélio da Typcal, startup previamente apoiada pelo programa Centelha através da Fundação Araucária. O Memorando, agora oficialmente assinado, marca o início de uma colaboração promissora entre a Fundação Araucária e o GFI Brasil. Nosso objetivo é fomentar o desenvolvimento do ecossistema de proteínas alternativas no Estado do Paraná, aproveitando seus ativos institucionais, acadêmicos e intelectuais. Vamos colaborar mutuamente para criar um ambiente favorável à pesquisa e inovação, ao empreendedorismo, à pesquisa aplicada e ao desenvolvimento econômico e social neste setor, através de programas e ações conjuntas.

Opinião: não é correto afirmar que proteínas vegetais estão associadas a doenças cardiovasculares

Artigo sobre ultraprocessados que repercutiu na mídia induz ao erro e gera desinformação Nos últimos dias, um estudo publicado pela revista científica The Lancet trouxe à tona discussões sobre o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde. Feito por pesquisadores do NUPENS (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde) da USP (Universidade de São Paulo), em parceria com o Imperial College London e a IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), o estudo tem sido amplamente divulgado por veículos de mídia nacionais e internacionais, inclusive com manchetes em grandes jornais. Como uma organização filantrópica sem fins lucrativos, nós sempre defenderemos a liberdade de imprensa e consideramos imprescindível que os assuntos de utilidade pública sejam abordados com o objetivo de informar e dar subsídios para que os cidadãos e cidadãs tenham condições de fazer escolhas que se adequem aos seus valores e objetivos de vida. É crucial, portanto, que discussões sobre a alimentação e saúde pública sejam baseadas em dados, evidências e estudos científicos robustos para não gerar desinformação, pânico, e, neste caso, descredibilizar uma indústria de alimentos que se propõe a criar um sistema alimentar mais positivo para as pessoas e o planeta. Neste artigo, buscamos contribuir com a discussão, trazendo novos pontos de vista através outros estudos que se contrapõem aos abordados no estudo em questão e fornecendo uma perspectiva mais ampla sobre os alimentos vegetais análogos à carne: O estudo investigou o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde, e é importante destacar que os alimentos vegetais análogos à carne representaram uma fração extremamente pequena (0,2%) da ingestão total de calorias da dieta dos participantes do estudo. Os principais grupos de alimentos vegetais  ultraprocessados  que contribuíram com a maior parte das calorias foram pães industrializados embalados (9,9%), tortas, pães e bolos (6,9%),  biscoitos (3,9%), margarina e outros spreads (3.3%), salgadinhos industrializados (2.8%), produtos de confeitaria (2.7%), cereais matinais (2.7%) e refrigerantes e bebidas e sucos de frutas (2%). Carnes ultraprocessadas de origem animal representaram 2,8% das calorias consumidas, e somando os produtos lácteos de origem animal, esse número sobe para 8,8%.  É do conhecimento comum que pães, biscoitos, salgadinhos, bolos, doces e refrigerantes devem ser evitados na dieta do dia a dia, então este estudo não trouxe nenhuma surpresa, porém algumas manchetes na mídia nacional e internacional que extrapolaram os resultados para sugerir que a carne vegetal, que representou apenas 0,2% das calorias consumidas pelos participantes do estudo, acarreta no aumento dos riscos para à saúde. Portanto, associar os resultados desse estudo diretamente aos alimentos vegetais análogos à carne é um equívoco que pode levar a conclusões inadequadas. Em resposta ao estudo, especialistas em nutrição e dieta da Science Media Culture fizeram um excelente trabalho ao esclarecer os problemas com a cobertura da mídia, bem como algumas falhas na metodologia do estudo, ambas podendo levar a mais confusão entre os consumidores. Os especialistas expressaram preocupação com a abordagem da imprensa sobre o estudo, observando que ela poderia dar a falsa impressão de que alimentos vegetais análogos à carne estão associados ao risco de doenças cardiovasculares. Segundo o nutricionista Dr. Duane Mellor, “Isso não é o que o artigo mostra”. Os resultados do estudo indicam que uma maior ingestão de alimentos vegetais não ultraprocessados pode reduzir riscos de doenças cardiovasculares. Sugerem também que o grau de processamento dos alimentos deve ser um critério de escolha de alimentos e que a relação entre a contribuição dietética das carnes brancas (todos os alimentos, exceto carne vermelha) e o risco de doenças cardiovasculares depende do grau de processamento dos alimentos. Diante das conclusões do estudo publicado na revista The Lancet  e deixando claro que não há dados suficientes para associar os alimentos vegetais análogos à carne aos riscos de doenças cardiovasculares pela ínfima contribuição desses alimentos na dieta da população avaliada, trazemos mais elementos a essa discussão de ultraprocessados, no qual um estudo inédito, recém publicado na Current Research in Food Science concluiu que a classificação NOVA, que  utiliza o grau de processamento para definir se os alimentos são ultraprocessados ou não, não foi capaz de diferenciar efetivamente os alimentos vegetais análogos à carne com baixa qualidade nutricional (alto teores de sódio,  gordura saturada  e calorias) dos de boa qualidade nutricional (os que contém fibras, proteínas e gordura e sódio dentro dos limites aceitáveis).  O estudo foi realizado a partir da avaliação das informações nutricionais de rotulagem de 349 alimentos vegetais análogos à carne comercializados no Brasil, tais como hambúrgueres, almôndegas, empanados, embutidos, kibe, kaftas, salsicha, linguiça, mortadela, bacon, entre outros. Para avaliar a qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne, diferentes indicadores foram utilizados, entre eles o NutriScore, a classificação NOVA e o Perfil Nutricional estabelecido pela RDC 429/2020 da ANVISA. Os resultados do estudo demonstraram que a qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne foi melhor representada por indicadores como NutriScore e Perfil Nutricional estabelecido pela RDC 429/2020 da ANVISA do que pela NOVA. De acordo com os resultados, tem-se que  (i) 80%  dos alimentos vegetais análogos à carne foram consideradas de boa qualidade comparado com apenas 19% das de origem animal pelo NutriScore, (ii) 68% como de boa qualidade nutricional, comparado com 20% dos de origem animal pela RDC 429/2020 (ANVISA) e (iii) 73% como ultraprocessado, comparado 92% dos de origem animal pela NOVA. O fato de ambos os produtos de origem animal e vegetal se classificarem como ultraprocessados, mas terem resultados diferentes nos outros indicadores de qualidade nutricional, demonstra que o conceito de ultraprocessado não representa adequadamente os atributos de qualidade nutricionais dos alimentos vegetais análogos à carne. Assim, mesmo sendo classificado como ultraprocessado, em função do grau de processamento de seus ingredientes, os alimentos vegetais análogos à carne  se diferem nutricionalmente dos demais alimentos ultraprocessados, sejam de base vegetal ou animal (alimentos que foram alvo do estudo mencionado na reportagem publicado na revista The Lancet). Portanto, não é adequado classificar e avaliar a qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne da mesma forma que são classificados e avaliados os ultraprocessados.  Colaborando com isso, vários

GFI Brasil defende financiamento para proteínas alternativas na Conferência sobre Mudanças Climáticas em Bonn, na Alemanha

Entre os dias 3 e 13 de Junho, o The Good Food Institute participou da Conferência sobre Mudanças Climáticas em Bonn (SB 60), evento que pauta os principais assuntos que serão foco da COP 29, que acontece no final do ano em Baku, no Azerbaijão. Com foco nas questões científicas e técnicas das negociações climáticas e na implementação de acordos sobre o clima, a SB 60 possibilita que os observadores da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Clima (UNFCCC) – como o The Good Food Institute – participem ativamente das discussões e interajam pessoalmente com delegados de todo o mundo.  “Assim como no ano passado, participamos da Conferência de Bonn para debater os impactos dos sistemas alimentares no clima, demarcar a importância das proteínas alternativas como estratégia de mitigação e adaptação climática, e defender mais financiamento para que o Sul Global desenvolva as suas próprias ações no tema”, explicou Mariana Bernal, analista de Políticas Públicas do GFI Brasil. Para isso, o GFI promoveu um evento paralelo em parceria com a Aliança para a Biodiversidade Internacional e CIAT, Proveg International, Coller Foundation (JCF), Humane Society International (HSI) e Changing Markets Foundation (CMF), a fim de apresentar os desafios e as oportunidades na transformação dos sistemas alimentares globais, a partir da diversificação das fontes de proteínas. O tema foi conduzido por especialistas da Humane Society International Brazil (HSI), Changing Markets Foundation (CMF), Boston Consulting Group (BCG) e YOUNGO. “Pudemos acompanhar as negociações da agricultura e nos informar sobre as propostas de governos e sociedade civil  para que nos mantenhamos dentro da meta do 1.5ºC. Nos eventos que participamos, apresentamos caminhos para a criação de políticas e estratégias de desenvolvimento sustentável, inclusivo e que reduzam o impacto da produção de alimentos sobre o clima”, resume Mariana Bernal. Outras áreas de progresso em Bonn incluem: Nova Meta Quantificada Coletiva sobre Financiamento Climático: Simplificação do conteúdo para a Nova Meta Quantificada Coletiva sobre Financiamento Climático. Opções claras e a estrutura substantiva de um projeto de decisão devem ser finalizadas antes da COP29. Também foi realizado um diálogo de especialistas técnicos para garantir que a Nova Meta seja ambiciosa, bem estruturada, relatada de forma transparente e melhore a qualidade do financiamento climático para os países em desenvolvimento. Indicadores de Adaptação: Partes tomaram medidas para indicadores de adaptação que sejam prospectivos, eficazes e cientificamente sólidos. Mercado Internacional de Carbono: Progresso foi feito em direção a um mercado de carbono internacional com melhor funcionamento, mas ainda há trabalho a ser feito. Transparência e Planos de Ação Climática: Partes trabalharam juntas pela transparência e se apoiaram mutuamente no planejamento de planos de ação climática mais fortes. Progresso na Construção de Resiliência e Adaptação: As Partes concordaram com medidas para o Objetivo Global de Adaptação, que cria metas temáticas que destacam as prioridades globais voltadas para o futuro. Foram feitos progressos nos indicadores para cada uma dessas metas temáticas, que serão inclusivos, transparentes e cientificamente sólidos. A UNFCCC pede que os países desenvolvam Planos de Adaptação Nacional (NAPs) até o final de 2025 e implementem-nos até 2030. Progresso Feito nos Mercados Internacionais de Carbono sob o Artigo 6: Foram feitos avanços importantes em aspectos técnicos do Artigo 6, incluindo autorização de créditos de carbono, escopo de atividade, registro internacional de mercado de carbono e muito mais. Um workshop adicional será realizado para aprofundar o trabalho técnico sobre o Artigo 6 antes de novembro. Aumentando a Transparência: A nova presidência da COP solicitou que as Partes enviem seus Relatórios Bienais de Transparência (BTRs) antes da COP29 em Baku. Novos kits de ferramentas de relatório do Marco de Transparência Aprimorado serão entregues em breve. Serão realizados treinamentos sobre as novas ferramentas de relatório antes da COP29. Aumentando a Ambição nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs): As Partes devem entregar sua próxima rodada de NDCs no início do próximo ano, alinhadas com o limite de 1,5 °C e cobrindo todos os setores e gases de efeito estufa. Foi lançado o NDC 3.0 Navigator para ajudar as Partes a desenvolver novas NDCs com foco na implementação. Outros Assuntos e Eventos: GFI Brasil na SB60 em Bonn: Promovendo a diversificação de proteínas e o financiamento climático O GFI foi representado por dois especialistas em políticas durante o evento em Bonn. Na primeira semana, Sam Lawrence, Vice-Presidente de Políticas Públicas do GFI Ásia, trouxe uma visão global para as discussões. Já na segunda semana, Mariana Bernal, Analista de Políticas Públicas do GFI Brasil, assumiu a liderança, focando em questões cruciais para o Sul Global. A participação em Bonn foi marcada por um evento paralelo oficial e uma coletiva de imprensa que destacaram a importância da diversificação de proteínas e do financiamento climático para um futuro alimentar sustentável.

Participe dos Meetups da Trilha de Capacitação e Formação de Rede para Inovação em Proteínas Alternativas do GFI Brasil

Estamos entusiasmados em anunciar os primeiros eventos da Trilha de Capacitação e Formação de Rede para Inovação em Proteínas Alternativas, promovida pelo GFI Brasil!   Esta série de eventos estratégicos é dedicada a impulsionar a inovação e o empreendedorismo no setor de proteínas alternativas, fortalecendo as conexões entre ambientes de inovação, pesquisadores, empreendedores, startups e indústrias. Nossa programação inclui webinários e encontros presenciais que oferecem oportunidades únicas para a troca de conhecimentos e experiências. Participando da Trilha, você se conecta com os principais agentes de inovação dos ecossistemas locais, ajudando a construir um futuro mais sustentável e inovador.   Confira os detalhes dos nossos próximos meetups e inscreva-se para garantir sua participação!   1º Meetup – Belo Horizonte – 20/06   O primeiro evento da nossa Trilha será realizado em Belo Horizonte, em parceria com o Alt Protein Project UFMG, CTIT/UFMG, Inova UFMG e Biominas. O encontro vai contar também com a participação especial das startups Moondo e Vida Veg.   Programação:   Abertura GFI Brasil: Guilherme Vilela (GFI Brasil) – 15 min A Universidade e os Caminhos da Inovação: Frank Gomes, Coordenador do Setor de Alianças Estratégicas (CTIT/UFMG) – 20 min Alt Prot. Project – Nosso Trabalho e a Interação com a Indústria: Jorge Guadalupe (APP UFMG) – 20 min Mesa Redonda: Programas de Apoio à Inovação: Marilia Faria (InovaUFMG) e Gabriela Metzker (Biominas) – 40 min Mesa Redonda: Os Desafios das Startups e a Interação com Universidade: Lorena Viana (CEO MOONDO) e Arlindo (CEO Vida Veg) – 40 min Espaço para Networking – 1 hora   Detalhes do Evento:   Data: 20 de junho de 2024 Horário: 13:30h – 17:00h Local: Auditório BHTech, Rua Professor José Vieira de Mendonça, 770 – Engenho Nogueira, Belo Horizonte – MG, 31310-260 INSCREVA-SE!   2º Meetup – Campinas – 25/06   Nosso segundo meetup será realizado em Campinas, em parceria com o Grupo APP Unicamp e Inova Unicamp. O evento também vai reunir especialistas da Proverde, FutureCow e Typical.   Programação:   Abertura GFI Brasil: Guilherme Vilela (GFI Brasil) – 10 min A Universidade e os Caminhos da Inovação: Vital Yasumaru (Inova Unicamp) – 15 min Alt Prot. Project e a Interação com a Indústria: Letícia Silva (APP UNICAMP) – 15 min Mesa Redonda: Os Desafios das Startups e a Interação com a Universidade: Paula Speranza (Pesquisadora e Fundadora da Proverde), Rosana Goldbeck (Professora FEA-Unicamp e Co-Founder da Future Cow) e Paulo Ibri (Fundador e CEO da Typical) – 40 min Espaço para Networking – 1 hora   Detalhes do Evento:   Data: 25 de junho de 2024 Horário: 13:00h – 15:30h Local: Prédio Lib da Inova Unicamp, Rua Daniel Hogan, 434 – Cidade Universitária, Campinas – SP, 13083-836 Mapa do local: Clique aqui   INSCREVA-SE!   Não perca essas oportunidades para fortalecer as conexões entre os agentes de inovação dos ecossistemas locais. Estamos ansiosos para contar com sua presença e colaboração para juntos impulsionarmos a inovação no setor de proteínas alternativas!

Nova pesquisa do GFI Brasil aponta os principais comportamentos e perfis do consumidor de alternativas plant-based no Brasil 

Realizada com mais de 2.000 indivíduos de classe ABC de todas as regiões do país, a pesquisa revelou que 1 em cada 4 brasileiros consome carnes vegetais pelo menos uma vez por mês e quase metade dos respondentes consome alternativas vegetais ao leite e derivados.   A pesquisa “Olhar 360° sobre o Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-based 2023/2024” busca aprofundar o conhecimento sobre o consumo dos produtos vegetais análogos aos produtos cárneos de origem animal no Brasil, compreender as nuances do comportamento alimentar que influenciam a população a aderir ou rejeitar esse tipo de produto e obter uma visão geral de como o consumo de alimentos inovadores tem sido tratado nos ambientes digitais.   A pesquisa só foi realizada graças ao apoio dos nossos parceiros: AAK, Incrível!, MrVeggy, NotCo, N.OVO e PlantPlus Foods. Diferente dos anos anteriores, em que desenvolvemos pesquisas exclusivamente quantitativas, desta vez o estudo consistiu em três etapas: social listening com análises de redes sociais; pesquisa qualitativa com grupos focais; e pesquisa quantitativa com amostra estatisticamente representativa.   Aqui, destacamos alguns dos principais resultados da pesquisa: – 26% dos brasileiros consomem carnes vegetais pelo menos uma vez por mês. Quando se trata de alternativas vegetais ao leite e derivados, esse número salta para 48%.   – 66% se definem como onívoros, enquanto 34% estabelecem alguma restrição aos produtos de origem animal. Dentre esses, 21% estão reduzindo, sem eliminar, o consmo de carne (flexitarianos), 8% são pescetarianos (dieta vegetal que inclui pescados) e 5% se declaram veganos (dieta 100% vegetal) ou vegetarianos (dieta vegetal que inclui ovos e leite).   – 36% dos brasileiros reduziram o consumo de carne vermelha nos últimos 12 meses. A saúde (38%) e custo elevado (35%) foram citadas como as principais motivações.   – O papel das mulheres nas decisões alimentares é predominante: 81% das mulheres afirmam ser as responsáveis pela escolha do cardápio, 82% pela cozinha e 81% pelas compras. Entre os homens, esses números são significativamente menores: 56%, 50% e 69%, respectivamente.   – 52% consideram a ideia de carnes vegetais análogas boa ou muito boa, mas apenas 18% já experimentaram esses produtos. Oportunidades e Desafios   Camila Lupetti, Especialista de Dados do GFI Brasil e uma das autoras da pesquisa, destaca que o consumo de carnes vegetais ainda é nichado, mas possui grande potencial de crescimento. “Ainda há muito a ser feito em termos de pesquisa e desenvolvimento para entregar produtos que ofereçam sabor, preço e conveniência competitivos, e nós entendemos que o momento de investir é agora,” afirma Lupetti.   Ela também ressalta a importância de melhorar a disponibilidade e comunicação dos produtos plant-based. “É crucial estreitar a comunicação com o perfil mais aderente, fornecendo informações claras e esclarecendo controvérsias, para que esses consumidores possam se tornar embaixadores da categoria em seus círculos sociais,” comenta a especialista. BAIXE A PESQUISA!   Webinar de Lançamento Para discutir esses e outros insights, o GFI Brasil convida todos a participarem do webinar de lançamento da pesquisa. O evento acontecerá no dia 29/05, às 11h, no canal do YouTube do GFI Brasil. A especialista em dados Camila Lupetti apresentará os principais resultados e análises, oferecendo uma oportunidade única para entender as tendências do mercado plant-based. Não perca esta chance de se aprofundar nas transformações do setor! Assista à transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=R3ONnbCO8aM