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No Dia Mundial da Segurança de Alimentos, o GFI Brasil apresenta estudos sobre carne cultivada e proteínas vegetais

No Dia Mundial da Segurança de Alimentos, o GFI Brasil apresenta dois estudos técnicos inéditos que reforçam a importância da segurança no setor de proteínas alternativas. Um deles traz uma análise aprofundada dos riscos e medidas de controle na produção de alimentos vegetais análogos à carne, incluindo planos APPCC para hambúrguer, frango, linguiça e peixe vegetal. O outro estudo, focado em carne cultivada, propõe um plano de segurança alimentar baseado em uma linha piloto de hambúrguer, identificando perigos e lacunas que exigem mais pesquisa.

GFI Brasil realiza Trilha de Capacitação sobre o setor de proteínas alternativas. Inscreva-se agora!

GFI Brasil promove Trilha de Capacitação

O GFI Brasil lançará a Trilha de Capacitação, uma série de eventos online e gratuitos entre maio e outubro, com o objetivo de formar profissionais para o setor de proteínas alternativas. A programação inclui workshops técnicos e de mercado, com foco em inovação, ciência e tendências do setor. O primeiro evento será em 29 de maio e abordará meios de cultivo celular para carne cultivada, em parceria com o MCTI.

HISTÓRICO: Carne cultivada chega a Hong Kong

Até recentemente, a carne cultivada era comercializada apenas em dois mercados: Singapura e Estados Unidos. Agora, um terceiro mercado entrou em cena: Hong Kong.   A Vow, startup de foodtech australiana, após o sucesso de seu lançamento em Singapura, estreou seu produto feito de codorna japonesa, tornando-se a primeira empresa a vender carne cultivada no maior centro financeiro da Ásia.   Um toque gourmet com inovaçãoA codorna cultivada da Vow integra a marca premium da empresa, Forged, que se dedica a alimentos inovadores e refinados. O primeiro produto lançado foi o Forged Parfait, uma combinação de codorna japonesa com alho, cebola, conhaque e manteiga, resultando em um patê leve e cremoso. Após a aprovação regulatória em Singapura, em março de 2024, o prato chegou a Hong Kong e já está disponível no restaurante The Aubrey, um izakaya de alto padrão localizado no Mandarin Oriental. Além disso, outro produto da Vow fará sua estreia em Hong Kong: o Forged Gras, inspirado no foie gras. Segundo a empresa, este prato oferece “uma experiência rica e satisfatória”, consolidando o apelo sofisticado de sua linha de produtos.   A aprovação inicial pela Singapore Food Agency foi crucial para a entrada da Vow em Hong Kong, conforme destacou o CEO George Peppou. Ele explicou que a validação em Singapura serviu como um “ponto de partida estratégico” para atender aos rigorosos padrões do Departamento de Higiene Alimentar e Ambiental de Hong Kong.   Como a primeira empresa a comercializar carne cultivada em múltiplos mercados asiáticos, a expansão rápida da Vow ressalta os benefícios de um alinhamento regulatório entre países — um objetivo que o GFI APAC tem trabalhado para promover. Regulamentações harmonizadas ajudam a reduzir barreiras comerciais, simplificar a entrada em novos mercados e diminuir custos, permitindo que startups tenham prazos mais ágeis para aprovações. E o restante da China? Embora o lançamento em Hong Kong seja um marco, o acesso ao mercado continental chinês ainda depende de aprovação regulatória em Pequim. Atualmente, não existe um processo específico para aprovação de carne cultivada na China continental. No entanto, o China National Center for Food Safety Risk Assessment indicou que está acompanhando os avanços internacionais e desenvolvendo um marco regulatório robusto para a avaliação de segurança desses produtos.   Enquanto isso, o desenvolvimento de carne cultivada segue em ritmo acelerado no restante do país. Em abril de 2024, Pequim anunciou a criação do primeiro centro de inovação científica da China dedicado à carne cultivada e outras tecnologias de proteínas alternativas, respaldado por um investimento de 80 milhões de yuans (cerca de 11 milhões de dólares). Avanços estratégicos no continenteDurante o World Agrifood Innovation Conference, Qiang Fu, vice-chefe do distrito de Pinggu em Pequim, reafirmou o compromisso de sua região em acelerar o desenvolvimento de proteínas alternativas. O evento marcou ainda o lançamento da Aliança da Indústria de Alimentos de Proteína Alternativa de Pequim e contou com um discurso do Bruce Friedrich, fundador do GFI.   Em agosto, o GFI APAC coorganizou o primeiro simpósio científico China-Singapura, reunindo acadêmicos, representantes da indústria e autoridades governamentais. Durante o evento, foram compartilhados avanços em técnicas como a criação de produtos híbridos que combinam células cultivadas com proteínas vegetais e o desenvolvimento de biorreatores inovadores que reduzem custos de produção por meio de simulações computacionais.   Também em agosto, a startup Joes Future Food, de Nanjing, apresentou carne suína cultivada a autoridades locais após receber financiamento público para o desenvolvimento de métodos de fabricação em escala industrial. Apoios semelhantes estão sendo disponibilizados em várias províncias por meio de iniciativas governamentais. Mais recentemente, Samuel Goh, gerente de políticas do GFI APAC, participou da Conferência Internacional de Segurança e Qualidade Alimentar da China, em Xangai, onde destacou o marco regulatório inovador de Singapura e explorou oportunidades para fortalecer a colaboração pan-asiática. Samuel Goh, do GFI APAC, destacou a liderança regulatória de Singapura em Xangai enquanto defendia uma maior colaboração regional. Um olhar voltado para PequimEspecialistas do GFI APAC destacaram em uma coluna recente na Nature que a carne cultivada pode seguir uma trajetória de crescimento semelhante à da energia solar e das baterias de veículos elétricos. No entanto, isso dependerá de investimentos governamentais significativos para acelerar a pesquisa e o desenvolvimento, além de aumentar a capacidade de fabricação.   A China já lidera o mundo em financiamento público para pesquisa agrícola, investindo o dobro do que os Estados Unidos e publicando o maior número de artigos acadêmicos sobre o tema. Entre 2003 e 2013, investimentos governamentais ajudaram a elevar a produção de grãos, leite, carne e aquicultura entre 20% e 50%. Um esforço semelhante no setor de carne cultivada poderia catalisar uma revolução na indústria alimentar global. O futuro da carne cultivada na ÁsiaO lançamento da carne cultivada em Hong Kong é um marco histórico, oferecendo a líderes governamentais, empresários e representantes da mídia uma amostra tangível dos “alimentos do futuro”. A grande questão é se esse passo será o ponto de inflexão para atrair novos investimentos em um setor em ascensão.   Se o histórico da China com tecnologias emergentes servir como exemplo, uma vez que a carne cultivada ganhar espaço no maior mercado da Ásia, mudanças transformadoras podem acontecer, ganhando força de maneira exponencial.  

Oportunidade: envie sua proposta de estudo estratégico sobre a categoria de carnes vegetais análogas no Brasil!

O The Good Food Institute Brasil lançou uma chamada para propostas com o objetivo de contratar uma empresa especializada para realizar um estudo estratégico sobre a categoria de carnes vegetais análogas no Brasil. O foco é analisar o mercado e desenvolver estratégias para o crescimento e consolidação dessa categoria no país, inspiradas em aprendizados de outras categorias de consumo e mercados que enfrentaram desafios semelhantes. O estudo deve identificar caminhos e boas práticas que orientem a indústria de proteínas alternativas a avançar, propondo ações eficazes que possam ser adotadas pelas empresas do setor. O objetivo final é criar um plano estratégico que aumente a participação de mercado das carnes vegetais análogas, considerando toda a categoria, e não apenas produtos ou marcas específicas. As propostas devem ser enviadas até o dia 28 de outubro de 2024 e o resultado final desta chamada será divulgado até dia 11 de novembro de 2024. Acesse aqui as informações completas para a subsmissão e envie sua proposta!

Semana do Clima de Nova York: impacto dos sistemas alimentares ganha destaque no evento preparatório para a COP

Com foco nas dietas “plant-rich”, a edição de 2024 reforça a urgência de integrar a alimentação nas estratégias climáticas globais A Semana do Clima de Nova York, realizada anualmente em setembro, paralelamente à Assembleia Geral da ONU, reúne líderes de governos, empresas, acadêmicos, ONGs e representantes da sociedade civil para discutir soluções climáticas. A edição de 2024, que aconteceu entre os dias 22 e 29 de setembro, trouxe pela primeira vez um dia inteiramente dedicado às discussões sobre dietas com menos produtos de origem animal, chamado de “Food Day”. Realizado no segundo dia da conferência, o evento reuniu mais de mil participantes para debater a relação entre sistemas alimentares e mudanças climáticas, com painéis conduzidos por representantes de organizações como a Sociedade Vegetariana Brasileira, PAN e Humane Society. A abordagem central do Food Day foi o conceito “plant-rich diet”, que pode ser traduzido como “dieta rica em vegetais”, sugerindo que alimentos de origem vegetal sejam priorizados na composição da dieta. Essa perspectiva busca promover escolhas alimentares sustentáveis de forma inclusiva e abrangente, evitando rótulos restritivos e contemplando uma maior diversidade de dietas. A Semana do Clima se consolidou como um evento preparatório para a COP e funciona como uma plataforma para revisar metas de sustentabilidade e alinhar esforços, preparando o terreno para os compromissos formais que serão discutidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Muitos dos temas debatidos nesta semana, como descarbonização, financiamento climático e sistemas alimentares, são os mesmos que guiarão as negociações na COP, o que torna esse encontro uma oportunidade valiosa para avaliar o progresso global e definir o tom para as futuras ações climáticas. O GFI esteve ativamente presente na Semana do Clima, com representantes de todo o mundo participando de painéis e co-organizando eventos para reforçar as proteínas alternativas como a solução climática viável que elas já se provaram ser. Recentemente, o estudo “Recipe for a Livable Planet”, publicado pelo Banco Mundial, posicionou esses alimentos como uma das estratégias mais promissoras para mitigar as mudanças climáticas: ao analisar 26 intervenções no setor agroalimentar, a publicação concluiu que as proteínas alternativas ocupam a segunda posição em termos de potencial de redução de emissões, ficando atrás apenas do reflorestamento, com a capacidade de reduzir até 6,1 bilhões de toneladas de CO2 anualmente – o que equivale a retirar aproximadamente 1,3 bilhão de carros de circulação globalmente durante o mesmo período. No entanto, apesar dos sistemas alimentares contribuírem com 33% das emissões globais, eles ainda recebem apenas 3% do investimento climático, valor 22 vezes menor do que o recebido pelos setores de energia e transportes, por exemplo. Por isso, um dos focos da Semana do Clima foi a inclusão dos sistemas alimentares em estratégias climáticas globais, como as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Elas são os compromissos que cada país estabelece de forma autônoma para atingir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, conforme estipulado no Acordo de Paris. Esses compromissos refletem as metas e estratégias de cada nação para combater as mudanças climáticas e são revisados periodicamente. Na COP 28, um avanço importante foi a inclusão dos sistemas alimentares e da agricultura no Global Stocktake, um relatório revisado a cada cinco anos que avalia o progresso global em relação aos objetivos do Acordo de Paris. Pela primeira vez, foram mencionadas a necessidade de aumentar a produção sustentável de alimentos e fortalecer a resiliência dos sistemas alimentares. Embora essas menções ainda sejam tímidas, elas abriram caminho para que o tema seja trabalhado de forma mais robusta em futuras COPs e em outros instrumentos internacionais. O time de políticas públicas do GFI Brasil já vem trabalhando para integrar os sistemas alimentares nas NDCs nacionais, promovendo um alinhamento entre o setor agroalimentar e as metas climáticas do país. E, com a COP 30 marcada para acontecer em 2025 em Belém (PA), a expectativa é que o Brasil possa assumir um papel de liderança nesta pauta, incluindo os sistemas alimentares nas NDCs e formando coalizões entre governos, empresas e organizações da sociedade civil para acelerar uma transição alimentar sustentável. O Food Day também foi palco do lançamento do Tilt Collective, uma iniciativa global que trabalha com pesquisa, financiamento de projetos e comunicação estratégica para enfrentar os impactos da agricultura intensiva e acelerar a transição para dietas que priorizem alimentos de origem vegetal. No painel, Zenia Stampe, deputada dinamarquesa líder da comissão de agricultura do parlamento, apresentou a nova legislação em aprovação no país que introduz impostos sobre a produção de carne. Segundo ela, um terço das emissões da Dinamarca vem da agricultura – em consonância com os números globais – e a associação de fazendeiros apoiou o programa governamental de aumentar o foco em produções vegetais em vez da pecuária. Stampe explicou que os produtores rurais recebem financiamento público para produzir mais vegetais e que, nesse processo, eles vêm deixando de sofrer com diversos problemas recorrentes ligados à criação de animais. Gus Guadagnini, presidente do GFI Brasil, esteve presente no debate e ressaltou que essa é uma lição importante para o nosso país: “a modernização das práticas agrícolas pode trazer benefícios diretos para o produtor rural, desde que haja um investimento comprometido com a questão social e uma transição justa para a produção vegetal. Para transformar os sistemas alimentares, é fundamental capacitar e fornecer os recursos necessários aos fazendeiros, permitindo que eles sejam protagonistas dessa mudança. Isso se torna ainda mais crucial no Brasil, onde o rebanho bovino atingiu um recorde histórico, com mais de 238 milhões de cabeças de gado em 2023, mostrando que precisamos urgentemente equilibrar nossas práticas de produção com a crescente demanda global por alimentos mais sustentáveis.” O presidente do GFI Brasil reforça, ainda, que o caminho para um futuro sustentável passa, inevitavelmente, pela transformação de como produzimos e consumimos nossos alimentos: “a pauta dos sistemas alimentares começou a ser debatida apenas em 2022, na COP do Egito. Desde lá, ela vem ganhando mais foco, comprometimento dos países, engajamento da comunidade internacional, fontes de financiamento para o setor e até dias

Reino Unido investe £15 milhões para acelerar a comercialização de proteínas alternativas; varejistas europeus impulsionam acessibilidade através da paridade de preços

O Reino Unido deu mais um passo em direção à inovação e sustentabilidade alimentar com o anúncio de um investimento de £15 milhões para acelerar a comercialização de proteínas alternativas. Este aporte financeiro, destinado ao novo Centro Nacional de Inovação em Proteínas Alternativas (NAPIC), reflete o compromisso do governo britânico com a transformação do sistema alimentar, promovendo práticas mais sustentáveis e inovadoras. O NAPIC será liderado por um consórcio de instituições de prestígio, incluindo a Universidade de Leeds, Universidade de Sheffield, Instituto James Hutton e Imperial College London. Além do aporte inicial do governo, o centro receberá £23 milhões adicionais de parceiros públicos e privados, elevando o investimento total para £38 milhões. Com esse financiamento, o NAPIC terá a missão de impulsionar o desenvolvimento de novos produtos e ingredientes à base de proteínas alternativas, desde a fase de inovação até a comercialização. O centro também se dedicará a estudar a aceitação desses alimentos pelos consumidores, analisando como essas novas opções podem ser incorporadas de forma eficaz na dieta da população. Além disso, o NAPIC explorará técnicas para desenvolver ração animal e aquicultura mais sustentáveis.  Esse avanço é resultado do trabalho consistente que o The Good Food Institute Europa realizou nos últimos dois anos em colaboração com a agência nacional de fomento à pesquisa e inovação, UK Research and Innovation (UKRI). A UKRI incluiu as proteínas alternativas em seus planos estratégicos como uma área prioritária, reconhecendo o potencial desse setor para contribuir com a sustentabilidade e segurança alimentar. O novo financiamento eleva o investimento total do governo britânico em proteínas alternativas para mais de £91 milhões (aproximadamente US$119 milhões), demonstrando o compromisso contínuo do país com a inovação no setor alimentar e com a criação de empregos verdes. No ano passado, o Reino Unido também anunciou, entre outros investimentos, um aporte de £13 milhões para um centro de pesquisa para produzir carne cultivada: o Cellular Agriculture Manufacturing Hub (CARMA), liderado pela Universidade de Bath, está investigando como produzir carne cultivada em escala. Além disso, os pesquisadores também vão estudar o desenvolvimento de alimentos (como o óleo de palma sustentável) por meio da fermentação de precisão. Europa na vanguarda da transformação alimentar O impacto dessas ações não se limita ao Reino Unido. Em toda a Europa, existe um movimento crescente para tornar as proteínas alternativas mais acessíveis e competitivas, impulsionando uma transformação estrutural no setor alimentar e nos hábitos dos consumidores. Redes de supermercados como Lidl e Aldi têm reduzido os preços de produtos plant-based, igualando ou até mesmo baixando os valores em comparação aos seus equivalentes de origem animal em países como Holanda, Alemanha, Dinamarca, e Áustria. Em abril deste ano, o diretor de compras da Lidl Alemanha, Jan Bock, anunciou que a paridade de preços levou a um aumento de 30% nas vendas de carnes vegetais nos últimos seis meses. Essas iniciativas seguem um estudo da ProVeg que mostrou que, quando o preço não é mais uma barreira, os consumidores estão mais inclinados a escolher opções sustentáveis. Além disso, grandes marcas de fast food, como Burger King e McDonald’s, estão ajustando seus preços e expandindo seus menus plant-based para ampliar o acesso ao público europeu. O Burger King da Alemanha, por exemplo, lançou uma campanha chamada “Plant-Based for Everyone” (À base de Plantas para Todos), reduzindo os preços de itens como o Whopper sem carne para torná-los mais baratos que os de carne animal. O McDonald’s, por sua vez, expandiu o McPlant, hambúrguer à base de plantas desenvolvido em parceria com a Beyond Meat, para mais países europeus, com um ajuste nos preços para torná-los mais competitivos. Empresas como IKEA e Tesco também estão investindo na paridade de preços: a IKEA, famosa por suas almôndegas plant-based, está oferecendo seus produtos à base de plantas nos mercados europeus a preços iguais ou menores que as versões de carne. As vendas do cachorro-quente vegetal da marca, por exemplo, quase dobraram em 2022 em comparação a 2019, principalmente devido a uma redução significativa de preço no mercado alemão. A Lidl também passou a exibir os produtos plant-based ao lado dos de origem animal nas prateleiras: a estratégia já foi adotada em algumas regiões e busca reduzir barreiras ao consumo de proteínas alternativas, tornando-as mais visíveis para os consumidores. Ao eliminar a necessidade de sessões separadas, a rede pretende encorajar a experimentação e aceitação desses produtos, integrando-os ao mercado mainstream e mostrando que as alternativas vegetais são uma opção viável e acessível para todos. A Lidl Holanda declarou que as vendas de produtos à base de plantas aumentaram sete por cento desde que foram movidos para a seção de carnes. Além disso, a rede também afirmou que, até 2025, 50% das refeições oferecidas em seus restaurantes serão à base de plantas. Já a Tesco, uma das maiores redes de supermercados do Reino Unido, anunciou uma meta ambiciosa de aumentar em 300% as vendas de produtos plant-based até 2025. Essa estratégia faz parte de um compromisso mais amplo de sustentabilidade em parceria com o World Wide Fund for Nature (WWF), com o objetivo de reduzir pela metade o impacto ambiental da produção de alimentos. A rede tem promovido suas marcas de alimentos plant-based a preços competitivos e investido em campanhas publicitárias para aumentar a conscientização sobre os benefícios das dietas à base de plantas.

Brasil apresenta primeiro projeto de lei ​do mundo fomentando a​​ produção de alimentos por cultivo celular 

Para especialista do GFI​,​ o projeto é um marco legislativo global e pode colocar o país na liderança desse mercado Em um marco histórico para a inovação e sustentabilidade no setor alimentar, o deputado Jorge Goetten (REPUBLIC/SC) apresentou na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei ​(PL) ​3357/2024​,​ que ​“​estabelece ​normas gerais para a pesquisa, produção, reprodução, importação, exportação, transporte, armazenamento, conservação e comercialização de alimentos obtidos por cultivo celular, seus derivados e subprodutos, bem como para o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento produtivo desse setor”​​     ​.   O The Good Food Institute (GFI), uma das principais organizações globais dedicadas ao avanço das proteínas alternativas, celebrou a apresentação do projeto como um passo fundamental para colocar o Brasil como um líder global nesse mercado emergente.   “É um marco legislativo no país e no mundo. É o primeiro PL focado no incentivo a essa tecnologia​,​ e garante o desenvolvimento de pesquisa e de soluções para alimentar a população com impactos ambientais significativamente reduzidos. É um marco ao se basear em evidências científicas que vão além do ´medo do novo’ e​,​ assim​,​ fomentar o desenvolvimento nas nossas universidades e indústrias e, ao mesmo tempo, garantir todos os padrões de segurança necessários para os consumidores”, destacou Gabriela Garcia, ​analista de​ Políticas Públicas ​no GFI Brasil.​  Com potencial para transformar a indústria alimentícia, o cultivo celular permite a produção de carne sem a necessidade de abate, utilizando menos recursos naturais e emitindo menos gases de efeito estufa.​ É uma forma sustentável de complementar a oferta já existente, tornando-se uma ferramenta importante para a segurança alimentar.​ De acordo com a analista do GFI, este “é um setor que, inevitavelmente vai existir e crescer​,​ e o Brasil tem toda a capacidade de liderar esse mercado em nível global”. ​Agora, o PL seguirá seu trâmite na Câmara e o próximo passo será o despacho pelo presidente da Casa, deputado Arhur Lira, para análise nas Comissões, onde um relator será designado para elaborar um parecer sobre o conteúdo da proposta.​​ ​Após ​essa etapa, o projeto ainda deverá ser submetido à apreciação pelo Plenário e, caso aprovado, será revisado pelo Senado Federal antes que possa se tornar Lei.​​     ​  Gabriela Garcia acredita que será um “um longo caminho de debates no Congresso Nacional, mas agora abrindo espaço e formando um “chão comum” de conhecimento​ embasado na ciência​”. Para ela, à medida que o Congresso Nacional avança n​as discussões​, a sociedade brasileira terá a oportunidade de moldar o futuro do sistema alimentar global, com impactos positivos na sustentabilidade, segurança alimentar e proteção ambiental. O GFI, segundo a analista​, acompanhará “com lupa” todos os debates sobre o assunto. 

Alt Protein Project continua a crescer na América Latina!

Com orgulho, anunciamos a entrada de novos grupos universitários ao Alt Protein Project, reforçando nossa missão de acelerar o desenvolvimento de proteínas alternativas em todo o mundo. Este ano, quatro novas instituições no Brasil, uma na Argentina e uma no Chile se unem ao movimento: Brasil: Argentina: Chile: Esses novos grupos se juntam aos pioneiros da Unicamp (SP) e UFMG (MG), que já fazem parte do projeto desde o ano passado, ampliando ainda mais a nossa rede de jovens líderes e pesquisadores comprometidos com um futuro alimentar mais sustentável. O que é o Alt Protein Project?  O Alt Protein Project é uma iniciativa global liderada pelo The Good Food Institute que visa capacitar estudantes universitários e pesquisadores a se tornarem líderes no campo das proteínas alternativas. Fundado em 2020, o projeto começou como uma comunidade conectada por cinco universidades e, desde então, cresceu para englobar mais de 50 grupos em diversas instituições de ensino ao redor do mundo, com mais de 450 membros ativos. Objetivos e Missão O principal objetivo do Alt Protein Project é acelerar o desenvolvimento e a adoção de proteínas alternativas — incluindo carnes, laticínios e ovos produzidos a partir de plantas, fermentação ou cultivo celular — como uma solução sustentável para os desafios globais relacionados à segurança alimentar, saúde pública e mudanças climáticas. O projeto busca atingir esses objetivos através de várias frentes: Impacto Global Desde a sua criação, o Alt Protein Project tem sido uma força motriz no avanço das proteínas alternativas, contribuindo significativamente para o aumento da conscientização, pesquisa e inovação nesta área. Com grupos de estudantes em universidades renomadas em países como Estados Unidos, Brasil, Argentina, Chile, Suíça, Turquia, Portugal, Malásia, e Japão, o projeto está ajudando a construir uma nova geração de líderes comprometidos com a criação de um sistema alimentar mais saudável, sustentável e justo. Participação e Expansão O Alt Protein Project está constantemente expandindo sua rede de grupos universitários, e qualquer estudante interessado pode se juntar ao movimento. O projeto oferece suporte para a criação de novos grupos, fornecendo recursos educacionais, treinamento e oportunidades de networking para que os estudantes possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento de proteínas alternativas em suas regiões. Se você é aluno universitário e gostaria de se juntar ao nosso movimento, entre em contato conosco através do e-mail ciencia@gfi.org para dúvidas e apoio! Saiba mais sobre a iniciativa: Vídeo de apresentação Explore mais sobre o impacto do projeto: Impacto do Alt Protein Project

Com linha premium de alimentos cultivados, a francesa Gourmey busca aprovação em cinco mercados globais

● Em estreia mundial, a Gourmey, empresa especializada em alimentos cultivados premium, com sede em Paris, solicita aprovação para entrar em cinco mercados globais iniciais: Singapura, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça e União Europeia. ● A notícia marca a Gourmey como a primeira empresa a solicitar aprovação de mercado para alimentos cultivados na União Europeia. ● A empresa se dedica a proporcionar experiências culinárias inovadoras: seu produto principal, feito a partir de células de pato cultivadas, oferece uma nova opção para aficionados por foie gras, chefs e restaurantes em todo o mundo. A Gourmey, empresa pioneira em alimentos cultivados na França, apresentou pedidos de autorização de mercado à Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, à Singapore Food Agency (SFA), à Food Standards Agency (FSA) do Reino Unido, ao Swiss Federal Food Safety and Veterinary Office (FSVO), à Comissão Europeia (CE) e à European Food Safety Authority (EFSA). Esses pedidos têm como objetivo permitir a venda do produto principal da marca, o foie gras cultivado, para entusiastas da gastronomia, chefs e restaurantes globalmente. Segurança do consumidor no centro do pedido de autorização Reguladores em todo o mundo estabeleceram estruturas regulatórias robustas para avaliar a segurança de novos alimentos, como os cultivados. Os EUA, Singapura e Israel já autorizaram a venda desses produtos, mas esta é a primeira vez que uma empresa busca aprovação pré-mercado para alimentos cultivados na União Europeia. Para isso, a Gourmey preparou um dossiê de novos alimentos de acordo com a orientação da EFSA, que é considerada padrão ouro em segurança de novos alimentos e avaliação de risco. “Estamos ansiosos para continuar trabalhando de perto com as autoridades reguladoras para garantir total conformidade com os requisitos de segurança durante esses procedimentos e estamos confiantes de que nossos produtos vão atender a esses padrões altamente exigentes, para que todos possam desfrutar de novas experiências em todo o mundo”, relatou o CEO da Gourmey, Nicolas Morin-Forest. Segmento premium impulsiona tendências alimentares globais “O segmento premium sempre esteve na vanguarda das tendências alimentares, onde ocorrem as inovações mais empolgantes. Estamos testemunhando uma tração comercial muito emocionante para o nosso primeiro produto em muitas regiões onde os chefs querem continuar servindo foie gras de alta qualidade. Começar com a alta gastronomia atua como um catalisador para nossos futuros lançamentos: os chefs servem como os melhores embaixadores para introduzir novas categorias de produtos aos consumidores e ajudam a impulsionar a sustentabilidade”, acrescenta o CEO. A Gourmey conta com uma rede global de parceiros para facilitar a entrada da empresa no mercado, incluindo distribuidores de alimentos finos, chefs embaixadores e parceiros na cadeia de suprimentos e na pesquisa. Essa inovação chega em um momento decisivo em que os consumidores estão cada vez mais buscando novas maneiras de desfrutar de experiências culinárias deliciosas, ao mesmo tempo em que contribuem para a sustentabilidade. Com as ambições globais da Gourmey e o consumo de carne na Ásia projetado para aumentar em 80% até 2050, a empresa está ativamente engajada nessas regiões, particularmente em mercados como Singapura, Japão e Coreia do Sul, onde há um impulso significativo em torno dos alimentos cultivados. Produtos com impacto positivo Um estudo encomendado pela Gourmey, antecipando a produção em escala, mostra que a tecnologia inovadora da empresa reduz significativamente a pegada ambiental (principalmente emissões de gases de efeito estufa e uso da terra) em comparação com a produção convencional na mesma categoria de produtos. O estudo é conduzido sob a liderança científica da Professora Hanna Tuomisto, da Universidade de Helsinque, na Finlândia, e do Instituto de Recursos Naturais da Finlândia, uma acadêmica europeia líder no campo de avaliações de ciclo de vida de novos alimentos, incluindo os cultivados. “Diversificar a produção de proteínas é crucial para a segurança alimentar e contribuir para objetivos de sustentabilidade, como a descarbonização e a biodiversidade. Integrar a produção de alimentos cultivados na cadeia de valor agroalimentar existente proporciona uma fonte de proteína complementar que contribui para sistemas alimentares mais resilientes. Este marco importante para nosso ecossistema foi alcançado graças a um trabalho em equipe muito dedicado. Agora, um novo capítulo para a Gourmey começa – o de levar a inovação alimentar francesa ao cenário global”, conclui o CEO. Sobre a Gourmey Fundada em 2019, a Gourmey cria produtos gourmet sustentáveis diretamente a partir de células animais reais, combinando inovação alimentar com artes culinárias. A empresa se dedica a proporcionar experiências culinárias inovadoras e seu produto principal, o foie gras cultivado, oferece uma nova opção para fãs do alimento, chefs e restaurantes globalmente. A empresa agora conta com uma equipe internacional de 60 pessoas em seu centro de inovação alimentar em Paris, França. Desde sua criação, a Gourmey garantiu mais de €65 milhões em investimentos públicos e privados e está atualmente se preparando para a entrada no mercado, aguardando aprovações regulatórias. Sobre alimentos cultivados Alimentos e proteínas cultivados são baseados em tecnologias de cultura celular que têm sido usadas em produtos alimentares há décadas, por exemplo, para o cultivo de leveduras para panificação ou para a produção de coalho em queijos. Começando com uma pequena amostra de células animais e nutrindo-as em um meio de crescimento rico em nutrientes, as células crescem em músculo, gordura ou outros tecidos. O meio de crescimento contém os mesmos ingredientes (como açúcares, proteínas, vitaminas e minerais) necessários na nutrição animal. No processo de cultivo da Gourmey, não são utilizados componentes derivados de animais, como soro fetal bovino, garantindo que o produto final esteja livre desses elementos. Além disso, antibióticos não são usados durante a produção e não estão presentes no produto final.

Venha fazer parte da Comunidade GFI Brasil no whatsapp!

Agora você tem mais um canal para se relacionar com o nosso time e não perder nenhuma oportunidade do setor de proteínas alternativas. A Comunidade GFI Brasil no WhatsApp visa facilitar o acesso aos materiais produzidos pelo GFI Brasil e oportunidades, tais como dados, publicações, estudos, notícias, financiamento de pesquisa, eventos, acesso a contatos e redes de relacionamento, além de trilhas focadas em inovação, educação e incidência política. Nossa missão é fomentar um espaço com a presença de pessoas interessadas em proteínas alternativas, tais como pesquisadores, estudantes, membros de empresas e startups, representantes do poder público e de organizações não governamentais, etc. e para iniciar as atividades da comunidade, neste primeiro momento, lançamos o grupo Informes GFI Brasil, dedicado ao envio semanal das informações já mencionadas. Temos o propósito de compartilhar conhecimento para tentar solucionar o gap de informações sobre proteínas alternativas no Brasil, visando alcance ágil de conteúdos que fomentam a colaboração e geram oportunidades aos interessados no segmento. Clique aqui para acessar a Comunidade GFI Brasil e ficar por dentro de tudo o que será compartilhado no grupo Informes GFI Brasil. Sigamos juntos para promover um sistema alimentar mais seguro, justo e sustentável.