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GFI Brasil lança Plano de Ensino para Disciplinas em Proteínas Alternativas

Com o objetivo de nortear o aprendizado sobre proteínas alternativas nas Universidades e Instituições de Ensino em todo o país e de contribuir para a formação de profissionais capacitados para atuarem no setor de alimentos à base de plantas, cultivados ou obtidos por fermentação, o GFI Brasil lançou o Plano de Ensino para Disciplinas em Proteínas Alternativas (Modelo Conceitual) – e ele já está disponível na área de Recursos do nosso site. A temática das proteínas alternativas tem avançado muito na indústria e na mídia, mas continua sendo um campo incipiente na academia: percebemos que ainda existem muitos gargalos técnicos relacionados a novos insumos, tecnologias e escalonamento de processos para a obtenção de produtos à base de proteínas alternativas. E, por isso, entendemos que esse campo se beneficiaria amplamente com mais direcionamento para pesquisas acadêmicas e capacitação de profissionais para atuação na área. Os conteúdos elencados no Modelo Conceitual se aplicam a composição de cursos para graduação e pós-graduação nas áreas de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Engenharias, como: Ciência de Alimentos, Zootecnia, Agronomia, Gestão Ambiental, Medicina Veterinária, Biologia, Biotecnologia, Farmácia, Engenharia de Alimentos, Engenharia Química, Engenharia de Produção, Engenharia de Bioprocessos e outras relacionadas. Os módulos e temas abordados podem ser implementados em disciplinas de curta ou longa duração, completa ou parcialmente, dependendo do curso de graduação ou de pós-graduação e objetivos da disciplina. Se você é um professor interessado em formar profissionais com compreensão e senso crítico sobre os desafios científicos, sociopolíticos e ambientais dessa nova cadeia de produção de alimentos, esse material é para você!  Baixe o Plano de Ensino para Disciplinas em Proteínas Alternativas (Modelo Conceitual) diretamente na página de Recursos no site do GFI Brasil.

GFI Brasil participa da APAS Show, que acontece entre os dias 15 e 18 de maio, em São Paulo

A organização terá um stand para auxiliar varejistas que queiram alavancar as vendas de produtos plant-based Dos dias 15 à 18 de maio acontece em São Paulo (SP) a APAS Show, maior feira de alimentos e bebidas das Américas, e o GFI Brasil estará presente promovendo o setor de proteínas alternativas. Além de contar com um stand, que será um ponto de encontro das empresas e startups parceiras, o GFI Brasil também vai participar de duas mesas redondas durante o 1º Fórum de Saudabilidade para Supermercados, promovido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), no segundo andar do Expo Center. O evento é uma oportunidade única para profissionais do setor de alimentos e bebidas ficarem por dentro das principais tendências que estão moldando o mercado plant-based e aprimorarem seus conhecimentos para que possam aproveitar plenamente as oportunidades que o mercado varejista oferece.  De acordo com os dados levantados pela pesquisa “O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-Based 2022” do GFI Brasil, 61% dos consumidores procuraram alguma alternativa vegetal análoga (que imita produtos de origem animal) nos últimos seis meses anteriores à pesquisa mas, destes, 53% disseram não ter encontrado algum item que procuravam. Apenas 8% dos consumidores encontraram todos os produtos vegetais análogos que buscavam. Segundo análise do GFI Brasil, as ações nos pontos de venda do varejo tradicional impulsionam os consumidores a terem uma primeira experiência com um produto à base de plantas. São nessas lojas físicas que as pessoas são expostas às alternativas vegetais enquanto compram outros alimentos para casa, sem que precisem mudar esse hábito. Por isso, o GFI Brasil ressalta a importância das marcas criarem uma boa comunicação nos pontos de venda com, por exemplo, degustações e promoções para incentivar a experimentação e a compra. Também é essencial que as marcas busquem uma localização adequada para expor seus produtos em grandes redes de varejo, com proximidade dos produtos de origem animal equivalentes –  e não em seções apartadas. Confira a programação do GFI Brasil na APAS Show 15 a 18 de Maio, das 8h às 20hStand de apoio a Varejistas e encontro de parceirosRua D, Natural Station: Stand 1049, Level 1  16 de Maio, às 15h Painel “O que o supermercado deve saber sobre as principais buscas do consumidor no setor de alimentos e bebidas”.Participação de Raquel Casselli, Diretora de Engajamento Corporativo do GFI Brasil 17 de Maio, às 15h Painel “O que o supermercado deve saber sobre os industrializados e sobre o mito dos alimentos ultraprocessados”.Participação de Cristiana Ambiel, Gerente de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil

GFI Brasil apresenta resultados da Pesquisa de Consumidor de 2022 em webinar gratuito

No dia 25 de maio, às 11h, acontece o webinar “O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-Based 2022” no Youtube do GFI Brasil. Nele, nossa especialista de Engajamento Corporativo, Camila Lupetti, irá apresentar os principais insights sobre estratégias que a indústria de proteínas alternativas deve desempenhar para entregar produtos e experiências de consumo desejadas pelo público brasileiro.  O evento será aberto a todos os interessados no mercado de proteínas alternativas e não é necessário fazer inscrição prévia. Para não se esquecer da data, basta acessar este link e clicar em “Receber Notificações”.  A Pesquisa de Consumidor trouxe análises e conclusões inéditas sobre o consumo de alternativas vegetais, relacionadas à primeira experiência com um desses produtos, percepção sobre ingredientes nativos e alimentos ultraprocessados, além de frequência, barreiras e motivações para a escolha de produtos feitos de plantas.  Acesse a pesquisa na íntegra aqui e baixe os gráficos, tabelas e análises para usar em suas apresentações, palestras, documentos, mídias sociais ou matérias para a imprensa aqui. Sobre a palestrante: Camila Lupetti – Especialista de Engajamento Corporativo do GFI BrasilGraduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Opinião Pública e Inteligência de Mercado, atuou por 15 anos em institutos de pesquisa de mercado, mídia e opinião pública. No GFI Brasil, está focada em apoiar todo o setor de proteínas alternativas no fornecimento de informações referentes a mercado e consumo.

Reino Unido investe mais de £ 13 milhões em novo centro de pesquisa para produzir carne cultivada

O projeto representa o maior investimento já feito pelo governo do Reino Unido em proteínas alternativas e ajudará cientistas e empresas britânicas a produzir carne cultivada em escala O novo Centro de Agricultura Celular (Cellular Agriculture Manufacturing Hub – CARMA) será liderado pela Universidade de Bath e financiado pelo Conselho de Pesquisa em Engenharia e Ciências Físicas (EPSRC), que é parte da UK Research and Innovation (UKRI), agência de financiamento nacional que investe em ciência e pesquisa no Reino Unido. O polo, que está programado para funcionar por sete anos, vai investigar como produzir carne cultivada em escala.  Os pesquisadores também vão estudar o desenvolvimento de alimentos (como o óleo de palma sustentável) por meio da fermentação de precisão.  “Essa técnica permite a fabricação em grande escala de ingredientes específicos usando células microbianas como “fábricas” de produção desses compostos. Através de técnicas de engenharia genética, é possível obter microrganismos recombinantes que se tornam capazes de produzir compostos que antes só eram obtidos de outras fontes, sejam animais ou vegetais, como o exemplo do óleo de palma. A utilização dessa técnica para a produção de proteínas e peptídeos, corantes, aromas, gorduras e enzimas destinados ao setor de proteínas alternativas é uma das aplicações da tecnologia de fermentação mais promissoras”, explica a analista de ciência e tecnologia do GFI Brasil, Isabela Pereira. O CARMA será composto por especialistas das universidades de Birmingham, Aberystwyth, College London e da Royal Agriculture, que farão parcerias com a Universidade de Bath. Empresas de carne cultivada sediadas no Reino Unido, como Hoxton Farms e Quest Meat, também vão integrar o centro. Para o gerente de políticas públicas para o Reino Unido do GFI Europa, Linus Pardoe, “esse é um movimento sísmico no desenvolvimento da indústria de proteínas alternativas no Reino Unido. Gostaria de elogiar o governo por investir no potencial extraordinário dessas novas formas de produzir carne”. “Esse investimento histórico é uma forte indicação de que o governo britânico reconhece a importância da agricultura celular e a necessidade de investir em P & D para ajudar as empresas a escalar a produção, reduzir os custos e disponibilizar esses novos alimentos para todos”, conclui Pardoe.

Estamos contratando! Temos uma oportunidade de Analista de Políticas Públicas em Brasília esperando por você

Em 2023 queremos contar com o seu trabalho para nos ajudar a criar um sistema alimentar cada vez mais seguro, justo e sustentável, por meio da promoção das proteínas alternativas. A pessoa Analista de Políticas Públicas Pleno vai trabalhar mantendo um relacionamento próximo com as áreas regulatórias das empresas, de forma a manter um canal de comunicação efetivo entre os reguladores e os agentes de mercado. O GFI atua remotamente, em regime de teletrabalho, mas essa posição demanda disponibilidade para agendas presenciais em dias úteis em Brasília/DF. Dessa forma, a vaga é exclusiva para Brasília. Encorajamos profissionais de todas as cores, orientações, idades, gêneros e origens a se inscreverem. Valorizamos um local de trabalho diverso e inclusivo, e garantimos a sua proteção contra qualquer tipo de discriminação ou assédio durante o processo de inscrição e depois que se juntar à equipe. Se assim como nós você também acredita que um mundo melhor é possível, temos um lugar te esperando aqui no The Good Food Institute Brasil. 

Paraná vai investir R$ 5.7 milhões no desenvolvimento de carne cultivada

A Fundação Araucária, agência paranaense de fomento à pesquisa científica, tecnológica e inovação, acaba de anunciar um investimento de R$5.7 milhões em carne cultivada. O projeto, intitulado “Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Proteínas Alternativas” (NAPI-PA), será executado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A verba destinada pela Fundação Araucária vem do governo estadual do Paraná. A maior parte do recurso será destinada à UFPR, para a instalação do Laboratório de Zootecnia Celular (Zoocel), que já é uma unidade permanente da Universidade, para o Laboratório de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, para a aquisição dos equipamentos necessários, como por exemplo dois biorreatores, um para produção de cultivo celular de bancada e outro para escalonamento, e para o fortalecimento de outras equipes e laboratórios parceiros  da PUCPR e da UEM. A outra parte da verba irá para bolsas de pesquisa destinadas às equipes participantes da proposta, que abrirão editais de processos seletivos. Qualquer pesquisador do Brasil que atenda os requisitos dos editais pode concorrer às bolsas, que são de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Os NAPIs (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação) da Fundação Araucária são grupos multidisciplinares de pesquisa sobre diferentes tecnologias e inovações, que vão desde nanotecnologia, genômica e biogás até inteligência artificial no agro. A estrutura de financiamento de P&D desses arranjos se dá através da visão estratégica do estado: com o NAPI de proteínas alternativas, o foco é o fortalecimento da agropecuária do Paraná para que, com uma maior diversidade de produtos, a competitividade do estado aumente e ele se posicione bem no espaço dos novos alimentos. Os pesquisadores do Zoocel vão trabalhar com células primárias de raças bovinas e suínas paranaenses, contribuindo para as novas cadeias produtivas e para a geração de novos empregos no Paraná. “É importantíssimo frisar que o governo de um estado pecuarista está tratando a zootecnia celular e a produção de carne cultivada como parte do agro e como peça essencial para o fortalecimento da pecuária. Se as proteínas alternativas forem encaradas dessa forma, como parte da indústria agrícola – e não concorrente, as chances dos profissionais que trabalham com proteína animal apresentarem resistência se tornam muito menores e a área tem tudo para avançar e dar certo”, afirma Carla Molento, professora e Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias da UFPR e coordenadora do Zoocel e do Laboratório de Bem-estar Animal (LABEA/UFPR). Foco em ensino Além do foco em pesquisa, o projeto também nasceu com uma proposta muito forte de ensino: segundo Molento, “a intenção é garantir que os profissionais (de produção de alimentos de origem animal, veterinários, zootecnistas, engenheiros de alimentos, etc…) superem o medo inicial de entrar nessa área, os amparando com uma boa formação, composta por aulas laboratoriais práticas e teóricas. Afinal, se uma nova indústria está sendo construída, precisaremos de pessoas com boa formação para atuar nela”.  A primeira disciplina de zootecnia celular da América do Sul nasceu em 2020 na UFPR, numa parceria entre a Universidade e o The Good Food Institute Brasil. Ela é oferecida anualmente como optativa no programa de pós-graduação em Ciências Veterinárias e já formou 111 alunos nas suas três edições. Agora, comemora-se o fato de que essa disciplina passa, neste ano, a integrar também a grade curricular dos cursos de graduação em Medicina Veterinária e em  Zootecnia na UFPR, possibilitando que estudantes ainda mais jovens conheçam e se interessem por essa área. A primeira turma está em andamento e conta com 40 alunos de graduação em Medicina Veterinária e 14 alunos de graduação em Zootecnia. “O GFI possui uma área inteiramente dedicada ao desenvolvimento da ciência e tecnologia das proteínas alternativas. Nosso principal objetivo  é apoiar pesquisas de acesso aberto e promover a formação de profissionais para atuarem nesse mercado. Por isso, ajudamos a criar a disciplina de Introdução à Zootecnia Celular, ofertada pela UFPR, e a de Proteínas Alternativas, ofertada pela Unicamp. Além disso, captamos e direcionamos recursos para projetos de pesquisa, dispomos de um curso online introdutório e gratuito sobre o tema, desenvolvemos um modelo conceitual orientativo que pode ser utilizado pelas universidades criarem seus planos de ensino para disciplinas de proteínas alternativas, produzimos publicações que orientam a tomada de decisão de empresas e governos e coordenamos um Diretório de Pesquisa Colaborativa que reúne pesquisadores do mundo todo interessados em colaborações e trocas de experiência”, conta a gerente de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil, Cristiana Ambiel. Próximas etapas do NAPI Proteínas Alternativas Os próximos passos do NAPI-PA consistem na aquisição e instalação de todos os equipamentos do Zoocel e dos outros laboratórios para que eles sejam plenamente funcionais até o segundo semestre deste ano. A partir disso, os pesquisadores possuem metas definidas por semestre em relação ao avanço na produção de protótipos de carne celular de uma raça bovina paranaense (gado Purunã) e de uma raça suína (suínos Moura), também do Paraná. Apesar do NAPI-PA não ter bolsas de extensão, um dos efeitos de um projeto deste montante é atrair mais recursos: “hoje, nós já temos no Laboratório de Zootecnia Celular duas bolsas de iniciação científica em andamento e mais uma em coorientação com o professor Rodrigo Morais da Silva, da Escola de Administração da UFPR. Também estamos com inscrições abertas para duas bolsas no primeiro projeto de extensão cadastrado em zootecnia celular, que se chama Bife Sem Bicho e que vai ser realizado nos próximos meses. Ficamos muito felizes de ver o envolvimento público e de tantas instituições no setor de proteínas alternativas. Temos certeza de que o Brasil pode se tornar referência mundial na área, aproveitando todo o conhecimento que já tem na produção de proteína animal para desenvolver esses novos alimentos”, conclui Dra. Carla Molento. Outros investimentos públicos em carne cultivada no Brasil O investimento paranaense se soma ao recém anunciado investimento federal de R $2,48 milhões para um projeto de linguiça híbrida (vegetal + cultivada) da Embrapa. Os recursos foram ofertados através do edital de Foodtechs da Finep,

The Good Food Conference: Path to 2030

Conferência que reúne mais de mil players do setor de proteínas alternativas acontece em setembro em São Francisco   O The Good Food Institute atendeu aos pedidos e, em 2023, nossa Good Food Conference volta a acontecer presencialmente! Mais de mil inovadores, líderes da indústria, cientistas, filantropos e representantes do setor público vão se reunir dos dias 18 a 20 de setembro em São Francisco, Califórnia, para debater ideias e apresentar soluções para a transição do sistema alimentar.   Com o tema “caminho para 2030”, o objetivo do evento é mostrar que a inovação no setor de proteínas alternativas ao redor o mundo já começou a reescrever o futuro da alimentação, mas que os próximos seis anos são críticos para conseguirmos atingir nossas metas globais de clima, biodiversidade, segurança alimentar e saúde global. No caminho para 2030, compartilhamos a oportunidade e a obrigação de fazer com que cada ano conte.   Veja o que esperar do evento esse ano: Compartilhamento de dados e análises atualizadas desenvolvidos pelo GFI, institutos de pesquisa, agências governamentais, empresas e outras organizações. Sessões detalhadas que exploram os avanços na produção de carne cultivada, fermentação de precisão e alimentos à base de plantas, elevando abordagens inovadoras para os desafios atuais e futuros no campo da proteína alternativa. Workshops interativos, mesas redondas, networking e deliciosas experiências gastronômicas que unem as pessoas no espírito de uma missão compartilhada.   Cadastre-se aqui para saber quando as inscrições para a GFC 2023 serão abertas. Nos vemos em setembro!   Veja o vídeo da edição de 2019: https://vimeo.com/455591403

Tem menos carne e mais proteínas alternativas no prato do brasileiro, afirma estudo

34% dos brasileiros que diminuíram o consumo de carne no último ano substituem o alimento por carnes vegetais.   Com o tema “Saúde para Todos” é celebrado hoje, 7 de abril, o Dia Mundial da Saúde. Dentre outros temas relevantes, a data convida a sociedade a refletir sobre as urgências de saúde provocadas pela crise climática, cujo principal agravante é a produção e o consumo de proteína animal. Para além de questões relacionadas à sustentabilidade, diminuir o consumo de alimentos de origem animal, especialmente a carne, também pode trazer outros benefícios, como a redução do consumo de gordura saturada, sódio e colesterol.   Para muitas pessoas, no entanto, deixar de comer carne significa abandonar hábitos e tradições alimentares. Por isso, além de vegetais, frutas e grãos, cada vez mais brasileiros têm substituído os produtos de origem animal pelas proteínas alternativas. Sabendo que para a maior parte das pessoas a redução no consumo de carne está relacionada a motivos de saúde, essa indústria tem buscado produzir alimentos análogos mais saudáveis para todos os momentos do dia.   Mudança no hábito do consumidor   Em 2022, 67% dos brasileiros reduziram seu consumo de carne (um aumento expressivo de 17 pontos percentuais em relação a 2020) e 36% o fizeram por alguma questão relacionada à saúde, como colesterol alto, sobrepeso, má digestão ou desejo de melhorar a saúde no geral. 34% dos consumidores que diminuíram a quantidade de carne no prato a substituíram somente ou principalmente por carnes vegetais, 9 pontos percentuais a mais do que em 2020. Entre os brasileiros que cortaram a carne por causa da saúde, 40% utilizam a carne vegetal como substituto principal ou exclusivo.  Esses e outros dados levantados pela Pesquisa de Consumidor do GFI Brasil de 2022 indicam que o brasileiro já sente os benefícios de uma alimentação com menos (ou sem) carne e que não possui intenção de voltar a consumi-la no mesmo nível de antes, uma vez que 46% dos consumidores que já reduziram a carne afirmam que pretendem manter esse nível de consumo mais baixo e 47% pretendem reduzir ainda mais no próximo ano. Entre os entrevistados que pretendem reduzir a carne nos 12 meses seguintes (independentemente de já terem reduzido ou não reduzido antes), a saúde foi o principal motivo para uma intenção de redução futura (50%), seguido pelo aumento do preço da carne (20%) e pela preocupação com os animais (16%). Por mais que a curiosidade seja o fator que impulsione 47% das primeiras compras de uma alternativa vegetal análoga, 33% dos consumidores decidem experimentar esses produtos porque estão em busca de uma opção mais saudável, o que demonstra que uma parcela da população brasileira já entende que essas alternativas proporcionam momentos de prazer, confraternização e tradição, mantendo os mesmos  hábitos, mas de forma mais saudável.   Opções mais saudáveis   Essa, no entanto, é uma noção muito recente e, para embasar ainda mais consumidores nas suas escolhas e os legisladores nas formulações de suas diretrizes, o GFI Brasil desenvolveu o artigo “Estudo Nutricional: análise comparativa entre produtos cárneos de origem animal e seus análogos plant-based”, comparando a composição nutricional e os aditivos utilizados nas formulações dos produtos de origem animal com os seus análogos feitos de plantas. Os resultados do estudo demonstraram que produtos cárneos de origem vegetal apresentam aspectos nutricionais superiores aos produtos tradicionais com relação a teores de gordura saturada, sódio e fibra.   A análise foi feita a partir de dados coletados nos rótulos de almôndegas, empanados, hambúrgueres, linguiça e quibes de origem animal e vegetal. Entre os resultados, apenas 33% dos produtos vegetais registraram alto teor de gordura saturada e sódio, enquanto 50% dos produtos tradicionais apresentaram alto teor desses componentes. Dos produtos cárneos plant-based, 76% puderam ser considerados fonte de fibra, contra apenas 4% dos produtos de carne animal. Além disso, a média de aditivos alimentares foi maior nos produtos cárneos tradicionais (chegando ao valor médio de 5 aditivos por produto analisado), do que nos produtos vegetais (média de 3 aditivos). Mesmo quando processadas da mesma forma que seus análogos de origem animal, as alternativas vegetais tendem a ser uma opção mais saudável porque, em muitos casos, é no processamento desses produtos que se suplementa nutrientes como cálcio, ômega 3, vitaminas D, B12 e outras. “Sempre que compramos esses produtos devemos analisar a qualidade das informações nutricionais presentes na rotulagem e não a quantidade de processos que o alimentou passou. Muitos alimentos considerados saudáveis, como pão integral, iogurte, queijo, atum e até alguns tipos de carne, também passam por processos fundamentais para garantir que características sensoriais e de segurança do alimento não sejam comprometidas”, explica Cristiana Ambiel, gerente de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil.     Ao buscar entender a percepção do brasileiro sobre alimentos ultraprocessados, a Pesquisa de Consumidor concluiu que quanto maior é o grau de informação sobre esses produtos, maior é a frequência de consumo de alternativas vegetais análogas. “Ou seja, quanto mais informado é o consumidor sobre alimentação e saúde, mais ele tende a escolher produtos de origem vegetal”, complementa Camila Lupetti, especialista de engajamento corporativo do GFI Brasil.     Em um estudo realizado pela Escola de Medicina de Stanford, cientistas compararam o consumo de carne vegetal e animal e concluíram que, ao consumir a opção feita de plantas, os indivíduos avaliados tiveram melhoras em vários fatores de risco de doenças cardiovasculares (como diminuição do colesterol, peso corporal, gordura saturada) e elevaram a ingestão de fibras sem mudar o nível de sódio e proteína na dieta.    “Vivemos em uma sociedade em que a garantia da segurança alimentar e dos alimentos está muito ligada aos processos industriais, que permitem a comercialização e o armazenamento dos produtos por períodos mais longos. Por isso, é muito importante que as empresas utilizem tecnologias que permitam desenvolver alimentos com valor nutricional elevado e rótulos fáceis de serem entendidos, de modo que as pessoas tenham condições de fazer as escolhas que mais se adequam às suas necessidades. Com a inclusão de proteínas alternativas a uma dieta