Setor de proteínas alternativas recebeu investimento recorde de $5 bilhões em 2021, 60% a mais do que em 2020

Interesse de investidores segue crescendo como solução sustentável em meio a crises de saúde pública e ambientais por Bruna Corsato e Vinícius Gallon para o GFI Brasil O The Good Food Institute acaba de divulgar dados comprovando que 2021 foi um ano de investimento recorde no ecossistema de empresas de alternativas aos produtos de origem animal. Neste setor estão incluídas não apenas empresas de proteína vegetal, mas também as de carne cultivada e de fermentação. Desde 2010, foram investidos quase US$11,1 bilhão no setor, sendo US$8 bilhões (73%) após o início da pandemia do coronavírus e a consequente disrupção dos mercados globais. Em um contexto onde o mundo está voltado a buscar soluções para mitigar a crise climática, lidar com questões de uso de terra e água, e prevenir a próxima pandemia, as proteínas alternativas despontam como um investimento que vai além de retornos rápidos, sendo sustentável para o planeta a longo prazo. A análise dos investimentos foi realizada utilizando a plataforma PitchBook Data, e mostrou que 740 empresas globais do setor, incluindo três brasileiras, receberam US$5 bilhões em investimentos em 2021. Este número é 60% maior que os US$3,1 bilhões registrados no ano anterior e cinco vezes mais que o US$1 bilhão investido no setor em 2019. “A metodologia utiliza como base anúncios públicos de investimentos, porém, há muitos outros acordos que figuram ainda em carater privado ou de confidencialidade. Por isso, o estudo não é suficiente para definirmos como os investimentos performaram no Brasil no último ano. No entanto, esses números são uma importante sinalização sobre o otimismo dos investidores sobre esse mercado globalmente que, sem dúvida, está se refletindo por aqui”, afirma Raquel Casselli, gerente de engajamento corporativo do GFI Brasil. As empresas de carne e frutos do mar cultivados garantiram US$ 1,4 bilhão em investimentos em 2021 – o maior capital levantado em qualquer ano na história do setor e mais de três vezes os US$ 400 milhões arrecadados em 2020. As empresas de carne cultivada receberam US$ 1,9 bilhão em investimentos desde a primeira divulgação de investimentos no setor em 2016, e mais de 70% disso foi arrecadado somente em 2021. Esse feito incluiu a Série B de US$ 347 milhões da Future Meat Technology, a Série B de US$ 100 milhões da Aleph Farms e o aumento de dívida conversível de US$ 60 milhões da BlueNalu. Enquanto 2020 viu a primeira empresa de carne cultivada a levantar uma rodada de financiamento da Série B, 2021 trouxe mais oito rodadas de estágio de crescimento – Série B ou superior – à contagem. Em 2021, a base de investidores do setor cresceu 62% em relação ao ano anterior, elevando o número total de investidores únicos para 458. Vale ressaltar que em 2021 a JBS anunciou investimento de US$ 100 milhões nesta nova frente, consolidando um trabalho de análise mercadológica iniciado há três anos, com apoio do GFI Brasil. Com esse recurso, a JBS firmou acordo para aquisição do controle da empresa espanhola BioTech Foods, prevendo o investimento na construção de uma nova unidade fabril na Espanha, além da implantação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em Biotecnologia e Proteína Cultivada no Brasil. Por não ter sido registrado no PitchBool Data Inc., esse investimento não foi contabilizado pelo estudo. As empresas de fermentação de proteínas alternativas garantiram US$ 1,7 bilhão em investimentos em 2021, quase três vezes os US$ 600 milhões arrecadados em 2020. As empresas de fermentação levantaram US$ 2,8 bilhões em capital investido desde o primeiro investimento rastreado pelo GFI no setor em 2013, sendo 60% apenas em 2021. Isso inclui a Série C de US$ 350 milhões da Nature Fynd, a Série D de US$ 175 milhões da The EVERY Company, contabilizando 434 investidores únicos. As empresas de carne, frutos do mar, ovos e laticínios vegetais receberam US$ 1,9 bilhão em investimentos em 2021, o que é compatível com os US$ 2,1 bilhões arrecadados em 2020 e quase três vezes os US$ 693 milhões arrecadados em 2019. Estas empresas arrecadaram US$ 6,3 bilhões em investimentos desde 2010, sendo 30% apenas em 2021. Estão incluídas aqui a rodada de financiamento de US$ 500 milhões da Impossible Foods, que aumentou o financiamento recorde de US$ 700 milhões da empresas em 2020; Série D de US$ 235 milhões da NotCo; Série B de US$ 110 milhões da v2food; a rodada de capital semente (seed money) recorde de US$ 30 milhões da Next Gen Foods, que é quase três vezes maior que a segunda maior rodada de semente levantada por uma empresa de proteína alternativa. Em 2021 a base de investidores do setor cresceu 40% em relação ao ano anterior, trazendo o número total de investidores únicos para 1.903. A confiança dos investidores em empresas de proteínas alternativas é impulsionada por vários fatores de mercado, e as crises de saúde pública e ambientais que dominaram o mundo ao longo de 2020 e 2021 tornaram claros os riscos associados a portfólios e práticas de negócios habituais. Nesse contexto, tem relevância ainda maior a perspectiva de carne produzida sem risco de contribuição para a transmissão de doenças zoonóticas e emissões dramaticamente menores do que a carne convencional. Embora os investimentos em proteínas alternativas tenham crescido a uma taxa impressionante, eles continuam sendo uma fração minúscula dos trilhões de dólares que foram investidos globalmente em empresas de tecnologia climática como um todo. Somente em 2021, o capital privado em empresas de tecnologia climática em estágio inicial totalizou US$ 47 bilhões. ”Com cada vez mais investidores reconhecendo que o risco climático é um risco de investimento, as proteínas alternativas oferecem uma solução escalável que aproxima o mundo de um sistema alimentar mais seguro e neutro em emissões de carbono. Gerenciar os riscos climáticos é impossível sem abordar os alimentos, e a agricultura e as proteínas alternativas nos oferecem uma ferramenta para fazer isso”, explica Sharyn Murray, especialista de engajamento corporativo do GFI-EUA. Apesar do bom momento, o processo de diversificação de tipos e fontes de investimento no setor está
Ações da Beyond Meat disparam após acordo com Pepsi

O anúncio da parceria com a PepsiCo. fez as ações da Beyond chegarem a subir 26.1%, antes de fecharem com 17.7% de valorização na última terça-feira, 9 de fevereiro. A nova parceria nasceu sob o nome de The Planet Partnership, e vai fazer uso da expertise da Beyond em desenvolver proteínas alternativas e a expiência comercial da Pepsi para criar novos produtos. O objetivo da joint ventura é investir na criação de novos snacks plant-based e também bebidas. A gigante multinacional PepsiCo tem histórico de inovação em snacks e lanches rápidos, sendo responsável pelo desenvolvimento das batatas assadas LAY’S e Gatorade, por exemplo. A união com a Beyond representa mais um passo nessa direção, desta vez buscando conquistar o novo território das proteínas alternativas. O chefe comercial global da Pepsi, Ram Krishnan, conta que “proteínas alternativas representam uma grande oportunidade de crescimento para nós, uma nova fronteira para os nossos esforços de construir uma cadeia de alimentos sustentável e ser uma força positiva para as pessoas e o planeta, enquanto ainda atendemos à demanda por um maior portfólio de produtos mais nutritivos”. A parceria também mostra uma confiança cada vez maior de atores de outros segmentos da indústria de alimentos e investidores no setor de proteínas alternativas. Nos últimos três meses, as ações da Beyond Meat subiram 13.6%, ganhando um total de 56,4% ao longo do ano passado. A previsão é que continue a crescer, mesmo com a pandemia afetando o setor de alimentação.
Estado do Amazonas assina acordo de cooperação para atrair investimentos no setor de proteínas alternativas

A pesquisa e o desenvolvimento de novos negócios na área de alimentos no estado do Amazonas acabam de ganhar um importante incentivo. Por meio de um termo de cooperação técnica, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas (SEDECTI) e o The Good Food Institute (GFI) estabeleceram um plano de trabalho para dar suporte e articular a criação de um ecossistema que atraia investimentos e fomente a inovação no setor de proteínas alternativas no estado. As ações devem ocorrer no âmbito dos Programas Estruturantes Bioeconomia Amazonas e Ciência, Tecnologia e Inovação. Para a secretária executiva da SEDECTI, Tatiana Schor, a parceria com o GFI Brasil direciona um olhar para o futuro. “A diversificação da matriz econômica, tendo a bioeconomia como estratégia de desenvolvimento econômico sustentável e socialmente justo, implica em incorporar nos processos de produção de ciência, tecnologia e na política industrial do Estado, as alternativas de ponta. A parceria trará essas alternativas para os nossos pesquisadores, vai gerar debates no ambiente acadêmico e criará redes de cooperação. Ao mesmo tempo, fortalecerá a política industrial, atraindo indústrias de insumos, em especial para as proteínas alternativas”, comentou a secretária. “O trabalho na região amazônica é de extrema importância para que o Brasil possa competir de forma consistente num mercado consumidor que cada vez mais exige sustentabilidade nas suas inovações.” explica o diretor executivo do The Good Food Institute, Gustavo Guadagnini. O investimento em proteínas alternativas vai ao encontro dessa nova demanda dos consumidores e diversifica a economia do estado de forma sustentável. As atividades em conjunto têm como foco desenvolver um ambiente fértil de pesquisa, desenvolvimento e produção de substitutos aos produtos de origem animal, envolvendo alimentos baseados em vegetais, algas, fungos ou obtidos por multiplicação celular, assim como seus ingredientes. Serão realizadas ações visando engajar atores do setor e envolver interessados em integrar esse espaço, viabilizando novos negócios. Além disso, as duas instituições trabalharão para o fortalecimento da pesquisa e desenvolvimento na área, possibilitando a criação de novos produtos. A colaboração visa utilizar as potencialidades da região para promover seu desenvolvimento e atingir também os mercados internacionais. “Um dos grandes motivos que tornam o Brasil extremamente competitivo no cenário global de proteínas alternativas é a nossa biodiversidade. Temos uma infinidade de novos ingredientes e novos sabores que ainda podem ser desenvolvidos a partir de nossas riquezas naturais para suprir o mundo todo com soluções inovadoras para o mercado de alimentos.” afirma Guadagnini. O diretor de políticas públicas do GFI Brasil, Alexandre Cabral, acredita que o país ainda não explorou de contundente as possibilidades oferecidas pelos ingredientes oriundos da biodiversidade brasileira, em especial do bioma amazônico. “Empresas de alimentos de diversos tamanhos vêm lançando seus produtos em parceria com grandes empresas de ingredientes. Podemos desenvolver novos ingredientes que incorporem ‘brasilidade’ aos produtos desenvolvidos aqui e no exterior. Desenhando as cadeias de plantio e extração com foco no desenvolvimento econômico local podemos trazer novas perspectivas de trabalho e renda para as populações envolvidas”, justifica Cabral. Os benefícios da parceria vão além do desenvolvimento econômico. Para Tatiana Schor, é também uma oportunidade de criar estratégias de conservação do bioma amazônico. “No futuro, a carne cultivada de animais silvestres pode significar uma redução drástica na caça de animais que estão hoje ameaçados de extinção”, idealiza Tatiana. “Isso significa permitir que o retorno a um “cardápio amazônico” possa acontecer sem agredir o meio ambiente e ao mesmo tempo gerar renda que pode ser revertida para processos de preservação das espécies envolvidas”, conclui Alexandre Cabral.
Guia para Startups do GFI lançado no Brasil

O lançamento do novo Guia para Startups do The Good Food Institute promete mostrar o “caminho das pedras” para empreendedores que querem alcançar o sucesso no mercado de proteínas alternativas. O material foi produzido pelo The Good Food Institute (GFI), instituição sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento do mercado de proteínas alternativas, e adaptado para o Brasil em parceria com o Insper. O guia tem como objetivo disseminar conhecimento, ajudando a tornar a visão de empreendedores em realidade e contribuindo para o avanço de toda a indústria. “O GFI acredita que o sucesso do setor está na inovação. Queremos universalizar o acesso à informação de ponta através deste manual, mostrando os passos para criar uma empresa no setor, que pode ser útil tanto para quem quer começar como para quem tem desafios em atividades específicas, como se preparar para levantar capital. Ele foi produzido com contribuição de especialistas renomados e conta com o apoio e participação do Insper no Brasil”, observa Felipe Krelling, coordenador de Inovação do GFI no Brasil. “Como o Brasil possui complexidades bastante únicas, o Insper aportou seu conhecimento e experiência em modelos de negócio, operações e inovação para adaptar os fundamentos do manual à realidade da indústria brasileira”, afirma Vinícius Picanço, professor de operações e sustentabilidade do Insper. “O objetivo é agregar valor imediato às ações de empreendedores que atuam no promissor mercado de proteínas alternativas.” Mercado promissor A enorme capacidade de produção de alimentos do Brasil tornou o país conhecido como celeiro do mundo. Porém, nos últimos tempos, é outro tipo de abundância que tem atraído o olhar de fora para o nosso mercado de alimentos: a inovação. Internacionalmente, existe uma demanda grande por novas fontes de proteína e o Brasil tem o potencial para assumir o protagonismo na alimentação do futuro. Essa nova tendência acelerou o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas nos últimos anos. De acordo com o GFI, os primeiros empreendedores neste mercado enfrentaram diversos desafios para ter acesso à informação de qualidade, análises e boas referências. Por isso, o material está sendo oferecido gratuitamente e compartilha experiências de players internacionais, cases de sucesso, pesquisas relevantes e dicas de quem já se estabeleceu no mercado. Todas as informações são adaptadas para a realidade brasileira, o que torna essa ferramenta extremamente relevante para empreender na indústria de proteínas alternativas no Brasil. “Abordamos os principais pontos do começo ao fim da jornada, desde tirar a ideia do papel, passando por promover um produto, colocá-lo em pontos de venda até o crescimento exponencial da empresa. Além de um panorama geral do processo, incluímos também diversas referências para materiais adicionais. Dessa forma, os empreendedores podem pesquisar e se aprofundar nos pontos mais relevantes para o momento atual da empresa”, acrescenta Felipe Krelling. Inédito no mercado brasileiro, o guia já conta com versões adaptadas em circulação nos EUA, Hong Kong e Singapura. “O manual tem se tornado uma referência tanto para empreendedores quanto para empresas estabelecidas que querem inovar e criar produtos, serviços, modelos de negócio e tecnologias no setor de alimentos”, diz Vinícius Picanço. Segundo ele, investidores também podem utilizá-lo para conhecer mais a fundo as potencialidades do setor e criar sua tese de investimento ou para intensificar processos em andamento. DOWNLOAD
2017: Um “Sinal de Alerta” para a Indústria de Carne

Este ano foi um “alerta para o setor de proteína animal” – e isso de acordo com a própria indústria de carne. Agora que a indústria está desperta, não está perdendo tempo de embarcar no futuro da proteína de origem não animal. Apoiada pelas maiores empresas produtoras de carnes do mundo, pela demanda do consumidor e pela inovação tecnológica, a carne limpa e à base de vegetais está passando por um momento “zeitgeist”. Livros inteiros poderiam ser escritos sobre os desenvolvimentos e implicações dessas inovações sustentáveis (psiu! e psiu!), mas nós condensamos os maiores sucessos para o seu deleite de ler. Junte-se a nós em uma viagem pelos maiores momentos em inovação de alimentos deste ano, culminando em nossas principais escolhas das últimas notícias do setor! Esse é o fim da indústria da carne e o começo da indústria de proteínas. Não posso começar essa discussão sem antes mencionar e se maravilhar com a seguinte manchete da Fox News: [CEO da Tyson Foods: O Futuro da Alimentação Pode ser Sem Carne.] Isso mesmo, uau! Para adicionar algumas nuances, o CEO da Tyson, Tom Hayes, achava que haveria produção de carne no futuro da Tyson – não necessariamente de origem animal. Hayes prevê que em 25 anos, cerca de 20% da produção de carne será limpa ou à base de vegetais, o que outros líderes do setor – incluindo um porta-voz da General Mills – consideram uma estimativa baixa! Para confirmar sua confiança neste quesito, a Tyson aumentou seu investimento na empresa de proteína vegetal Beyond Meat. Ao mesmo tempo, a Maple Leaf, maior produtora de carne do Canadá, movimentou-se para se estabelecer como a empresa de proteína mais sustentável do mundo adquirindo a Lightlife e a Field Roast. Para não ficar para trás, a Nestlé, líder do setor, adquiriu a Sweet Earth Foods. Depois de vender o último de seus confinamentos de gado, a Cargill se tornou a primeira grande empresa de carnes a investir em uma startup de carne limpa. E de acordo com a Global Meat News, nada menos que 10 processadores globais de carne estão em negociações com a Hampton Creek para licenciar sua tecnologia de carne limpa. A mensagem é óbvia: a indústria de carne sabe que precisa se adaptar o mais rápido possível ao futuro da proteína de origem não animal ou ficarão para trás. Como resumo de outras atividades de fusões e aquisições no setor, e uma análise do que isso significa para o futuro das empresas de carnes de origem vegetal, especificamente, clique aqui. O Novo Movimento de Carne Ganhou Status de Celebridade O Google pode ter lançado um programa para tornar os vegetais mais populares que a carne, mas, ao contrário de mim no ensino fundamental, as proteínas alternativas não precisavam de muita ajuda para ser a “criança” mais legal do mundo. Juntamente com um influxo de investimentos, lançamentos de produtos e com a atenção do consumidor, tanto as startups de carne limpa quanto as de carne à base vegetais adicionaram um número de amigos célebres à suas equipes este ano. Leonardo DiCaprio fez uma parceria oficial de longa data com a Beyond Meat com um investimento (para o qual dissemos “uau”). Falando em Titanic, o diretor vencedor do Oscar, James Cameron, e sua esposa Suzy Amis Cameron, inauguraram a maior fábrica de proteína de ervilha da América do Norte, que será usada para desenvolver alimentos à base de vegetais e engajar jovens empreendedores e agricultores no crescente mercado de proteínas alternativas. E não podemos nos esquecer do Richard Branson, que – ao lado de Bill Gates – investiu na pioneira Memphis Meats, empresa inovadora de produção de carne livre de abate animal, e se tornou um defensor de alimentos saudáveis, humanos e sustentáveis: Esses endossos da lista de celebridades são mais do que uma isca divertida de manchete; Eles apontam para a onda de demanda por proteínas alternativas do consumidor comum que está impulsionando o sucesso desse segmento de mercado. Até agora, um novo estudo do Sentience Institute descobriu um nível significativo de consenso contra os atuais métodos de produção de carne entre os consumidores dos EUA, a maioria dos quais disse que escolheriam carne limpa em vez de alternativas convencionais quando atingisse a paridade de preços. Ao mesmo tempo, as vendas de alternativas à base de vegetais para produtos de origem animal têm aumentado de forma generalizada. Verifique os dados que a GFI coletou da Nielsen: Essa convergência na conscientização sobre os danos da pecuária industrial e a disponibilidade de melhores alternativas fez de 2017 o ano em que os consumidores abraçaram o futuro da alimentação livre de animais. Ganhando o Mundo Todo Os mercados internacionais endossaram bastante as proteínas alternativas este ano, sendo que a carne à base de vegetais ganhou o título de “Megatendência n.o 1″ no mundo todo! [Mais a respeito no The Guardian, com a participação da Diretora de Engajamento Corporativo da GFI, Alison Rabschnuk] Enquanto os EUA permaneciam como um foco de inovação, produtos foram lançados e empresas inauguradas em todo o mundo para construir um suprimento de alimentos mais sustentável. Com o apoio da GFI, a Good Dot foi inaugurada na Índia para reverter a tendência do país em relação ao consumo de carne e interromper o trajeto da industrialização da pecuária. E na Nova Zelândia, o frango à base de vegetais da Sunfed chegou às prateleiras dos mercados, onde está sendo vendido e ganhando força desde então! Parece delicioso, Good Dot! Empresas sediadas nos EUA também expandiram suas fronteiras, com a Beyond Meat estreando em Hong Kong e a Impossible Foods anunciando planos de expansão para a Ásia o mais rápido possível. Isso é tudo apenas no reino da produção de carne à base de vegetais. Este ano também foi um marco para a indústria de carne limpa. No início de 2017, havia apenas quatro empresas explorando publicamente a carne limpa. Agora, há onze empresas em todo o mundo trabalhando para substituir a carne da pecuária pelo cultivo direto de carne [em laboratório], em vez de dentro de animais de fazenda.
Grupo de investidores diz: impostos nas carnes são “inevitáveis”

Um grupo de investidores que administram mais de $4 trilhões ativos enviaram um alerta para seus constituintes: Se preparem para impostos nas carnes. Traçando paralelos com cigarros, carbono e açúcar, o grupo ‘Farm Animal Investment Risk and Return’ (FAIRR) concluiu que é “altamente provável” e “parece inevitável” que impostos nas carnes sejam iminentes após a implementação do Acordo de Paris. Jeremy Coller, a fundadora do FAIRR e da CIO da Coller Capital explica: Se criadores de políticas estão para cobrir os reais custos das epidemias geradas pela criação de animais como a gripe aviária e epidemias humanas como obesidade, diabetes e câncer, como também atacar os desafios gêmeos de mudanças climáticas e resistência a antibióticos, então uma mudança de subsídios para impostos na indústria das carnes é inevitável. O grupo FAIRR recomenda fortemente que empresas de alimentos passem a adotar um “preço sombra” nas carnes para cobrir futuros custos. De fato, a “sombra” da indústria de carnes é excepcionalmente longa, visto que a Organização das Nações Unidas da Agricultura e Alimentação apropriadamente utilizou o termo em sua análise, chamada ‘Livestock’s Long Shadow’. De acordo com as análises da ONU, a produção de carnes é uma enorme contribuinte desordenada para “as maiores causas dos problemas ambientais globais, incluindo aquecimento global, degradação das terras, ar e poluição nas águas, e perda de biodiversidade.” De fato, mesmo a carne mais “eficiente” (que é a de galinha), causa 40 vezes mais mudanças globais por caloria do que proteínas relativas a legumes como soja e ervilhas. Se você levar em conta os custos incorridos nas crises de saúde pública exarcebadas pela carne (resistência a antibióticos, obesidade, doenças no coração), então devemos admitir que existe um verdadeiro caso para incorporar os verdadeiros custos em seus preços. O grupo FAIRR destacou um estudo publicado na Nature da Universidade de Oxford, mostrando que se o consumo das proteínas animais fosse cortado inteiramente nas dietas globais, mais de $1 trilhão poderia ser poupado nos custos ambientais e de saúde até 2050. Por sorte, existem maneiras para atingir as demandas globais por carnes sem essas consequências devastadoras. Assim como a Diretora de Políticas da Good Food Institute dize para a Vice: “Carnes feitas de plantas e carnes limpas, que são produzidas diretamente de células sem a necessidade de fazendas industriais ou matadouros, possuem todos os benefícios da carne sem possuir riscos para o meio ambiente.” Carnes limpas e alternativas vegetais são como a energia limpa quando se trata de alimentos, e se investidores e empresas querem se proteger de futuros custos e fazerem algo bom no processo, não existe melhor forma do que mudar suas produções em direção a essas novas e melhores formas de se fazer carnes. Você pode ler o relatório do grupo FAIRR neste link. Traduzido por Felipe Krelling. Texto original pode ser visto aqui.