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Tyson lança marca 100% vegetal

“Nós não queremos ser rompidos,” disse Justin Whitmore, vice presidente de estratégia corporativa e diretor de sustentabilidade na Tyson Foods, num evento recente. “Nós queremos fazer parte da disrupção.”    A Tyson pode ser uma líder global na produção de carne, mas também está se tornando um exemplo na liderança do que se é quando a indústria da carne abraça os desejos de seus consumidores para mais alternativas vegetais.   A empresa também já investiu  nas startups vanguardas que estão tornando a pecuária convencional obsoleta (empresas de proteínas vegetais como a Beyond Meat e a empresa Memphis Meats, que é de carnes limpas).   Agora, ela está lançando sua própria marca de alimentos vegetais, a Green Street, para obter uma grande parcela da crescente demanda por mais alimentos vegetais como alternativas às fontes de proteínas animais. A Green Street é a primeira incursão da Tyson nas refeições que já são prontas para comer e prontas para levar. A vontade da empresa em pegar essa nova abordagem é um sinal da profunda mudança nas preferências alimentares dos consumidores.     Dados recentes da Nielsen mostram que mais de um terço dos consumidores estão ativamente tentando incorporar mais alimentos de origem vegetal em suas dietas. Como você já deve ter notado, isso dramáticamente excede a porcentagem de vegetarianos e veganos, mostrando que uma faixa mais abrangente de grupos de consumidores estão procurando por mais opções somente vegetais. Firmas líderes de pesquisas de mercado como a Mintel, MarketWatch, Innova, e Rabobank todas já possuem proteínas alternativas como uma trend chave para 2018.   E assim como mostra a pesquisa da Lux, isso é uma tendência macro que apenas vai crescer nas próximas décadas, o que fará com que produtores de alimentos de origem animal adaptem fundamentalmente suas abordagens para manterem essa relevante mudança do mercado.   Para ver um exemplo primário de empresas de alimentos abraçando o novo mercado robusto de mais alternativas vegetais, veja o novo lançamento da Tesco da linha de produtos prontos para pegar da Wicked Kitchen. E pode esperar por mais atividades similares nos próximos meses para ver varejistas e restaurantes “plantarem” também novas ofertas.   Traduzido por: Felipe Krelling. Texto original encontra-se aqui.

Quem não come carne, come o quê?

Em 2017 os brasileiros puderam acompanhar uma série de escândalos envolvendo a indústria da carne. Operação carne fraca, delação da JBS, produtos brasileiros sendo banidos no exterior…. Muitos ficaram surpresos em saber que a qualidade daquilo que comem pode não ser tão rigorosa quanto imaginavam e agora pensam em mudar alguns hábitos, mas ainda se fazem uma pergunta: quem não come carne, come o quê? No passado, de fato era mais difícil encontrar opções vegetarianas para compor a alimentação, mas felizmente a situação hoje em dia é outra. Em primeiro lugar, porque temos muito mais conhecimento sobre como ter uma dieta balanceada sem a necessidade de carne. Ou seja, ninguém precisa substituir a carne por algo parecido, pode-se apenas compor um prato balanceado com vegetais para conseguir todos os nutrientes que o corpo precisa.   A nutricionista  especialista em vegetarianismo, Ale Luglio, afirma: “Todos os nutrientes essenciais para a saúde humana estão disponíveis nos alimentos de origem vegetal e os animais são apenas acumuladores dos mesmos”.   A nutricionista e especialista em vegetarianismo Alessandra Luglio afirma que o vegetarianismo é mais simples do que muitos pensam. Todos os nutrientes essenciais para a saúde humana estão disponíveis nos alimentos de origem vegetal e os animais são apenas acumuladores dos mesmos, desta forma, alimentar-se prioritariamente de alimentos vegetais é seguro e saudável uma vez que, dificilmente ocorrerão carências e também excessos, comuns no modelo alimentar atual que prioriza alimentos de origem animal, evitando-se assim os malefícios dos excessos de gorduras saturadas, colesterol, proteínas e alguns minerais como ferro e cálcio. Uma dieta variada e equilibrada a base de vegetais combina leguminosas, cereais, raízes, frutas, verduras, legumes, sementes, castanhas e cogumelos de forma nutritiva e estimulante. A dieta vegetariana propõe uma mudança de padrão alimentar e a desconstrução de premissas de essencialidade, ou seja, propõe novas e seguras fontes de nutrientes específicos normalmente relacionados às carnes, ovos e lácteos. A academia de nutrição e dietética americana, um dos maiores órgãos de nutrição e saúde do mundo, em suas diretrizes nutricionais classifica a dieta vegetariana estrita como saudável, equilibrada para todas as faixas etárias além de preventivas das principais doenças crônicas não transmissíveis como a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e o câncer. Mesmo sabendo que é possível se alimentar sem carne, nem sempre é fácil abandonar os velhos hábitos e muitas pessoas sentem que fica faltando alguma coisa no prato quando vão comer. Para essas pessoas, boas notícias também! A indústria tem se desenvolvido muito e novas opções com origem vegetal surgem a cada dia. A pesquisa já avançou tanto, que é possível comer hambúrgueres vegetais com a mesma aparência de um hambúrguer animal, inclusive com uma cor que simula a carne mal passada. Ao mesmo tempo, em alguns lugares já encontra-se produtos muito parecidos com o frango, linguiças, peixe, atum enlatado, camarão e outros frutos do mar. Tudo completamente feito de vegetais, com valor nutricional melhor do que seus exemplos do mundo animal, sem antibióticos, hormônios e sem risco de contaminação por doenças como febre aftosa e salmonela, mas com um sabor muito próximo do original. Consumir esses produtos, além de ser um hábito muito mais saudável, tem grande impacto no meio ambiente. Isso porque a pecuária é  uma vilã ambiental em muitos aspectos, sendo considerada como uma das principais causas do efeito estufa, perda de biodiversidade e desertificação do solo, esgotamento da água, dentre outros problemas. A pecuária é, inclusive, apontada como a causa de 90% da destruição da Floresta Amazônica brasileira. Quando o consumo de carne diminui, aumenta também a disponibilidade de alimentos, pois um animal precisa ser alimentado durante anos antes do abate. Cerca de 80% da soja, 70% do milho e 70% da aveia produzidos no mundo são destinados a alimentação do gado ao invés de alimentaram seres humanos mais necessitados. Isso tudo sem falar no sofrimento animal, que é um problema muito extenso. Os animais que abatemos tem sentimentos tão complexos como os que domesticamos, sendo capazes de sentir medo, dor, afeição por suas crias e todos os sentimentos que vemos em um gatinho ou cachorro. Milhões de animais sofrem os mais graves abusos antes de serem mortos pela indústria da carne, mesmo nos frigoríficos mais profissionais. Os fatos apresentados pela operação “Carne fraca” são apenas na última parte da cadeia de alimentos, antes disso muitas outras atrocidades aconteceram. Nos supermercados brasileiros ainda não temos todas essas opções que surgiram em outros países, mas a indústria por aqui também se desenvolveu. Enquanto o mercado de produtos veganos cresce 40% ao ano, o de carnes vem caindo consistentemente. As empresas daqui também melhoram suas receitas a cada ano e muitas pessoas começam a consumir esse tipo de produto como mais uma opção, que é saudável e gostosa, mesmo que não parem completamente de comer carne. Para que esse mercado se desenvolva mais e ofereça opções cada vez mais saborosas, é preciso ter demanda pelo consumo, ou seja, quanto mais as pessoas se dispuserem a experimentar, mais produtos bons surgirão. Todo mundo pode fazer parte disso, comprando marcas vegetarianas, experimentando produtos, procurando receitas e cobrando dos supermercados em que compram para trazerem mais opções a preços acessíveis. Além disso, é fácil de encontrar receitas, comunidades e guias para quem deseja opções vegetarianas. Faça um busca, por exemplo, pelo “Guia Vegetariano para Começar” e veja o material gratuito que envolve até dicas do que comprar em supermercados comuns. Outra opção legal é o “Desafio 21 dias sem carne”, no qual a pessoa inscrita recebe emails com dicas interessantes todos os dias do desafio. O mercado vegetariano tem recebido investimentos de peso, como dos bilionário Bill Gates e Richard Branson, do ator Leonardo DiCaprio e das maiores indústrias do setor alimentício, como da gigante da carne Tyson Foods, da Unilever, Kraft Foods, Cargill, dentre outras. Isso não só mostra o gigantesco potencial de crescimento e retorno financeiro contido nesse tipo de produto, mas também quer dizer que é uma opção muito interessante para as indústrias brasileiras que foram acusadas pela