Utilizada há milênios na gastronomia, a fermentação pode, mais uma vez, revolucionar a alimentação

A próxima grande revolução alimentar já está em curso — e o Brasil tem todas as condições para liderá-la. Estamos falando do avanço das proteínas alternativas produzidas por fermentação, uma tecnologia inovadora que pode transformar profundamente a forma como produzimos alimentos, tornando o sistema alimentar global mais sustentável, seguro e eficiente.

 

Para ajudar a traçar os caminhos desse futuro promissor, o GFI Brasil acaba de lançar a publicação Fermentação no Brasil: oportunidades e caminhos para o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas. O estudo reúne dados inéditos sobre o estado da arte da fermentação no país, identifica as capacidades técnicas e industriais já existentes, e propõe ações concretas para alavancar esse setor estratégico.

 

Um novo uso para um saber antigo

 

A fermentação é uma tecnologia conhecida há milênios — pão, vinho, tofu, tempeh e iogurte são produtos fermentados. Mas, nas últimas décadas, ela vem ganhando novas aplicações por meio da biotecnologia moderna. Hoje, é possível usar micro-organismos como “fábricas celulares” para produzir ingredientes funcionais, proteínas com alto valor nutricional e até estruturas com textura e sabor semelhantes aos de produtos de origem animal.

 

Trata-se de uma tecnologia versátil, com aplicações que vão desde a formulação de alimentos plant-based mais atrativos até a produção de proteínas completas e ingredientes para a carne cultivada. E o melhor: com menor impacto ambiental e maior eficiência no uso de recursos naturais.

 

“O Brasil tem um papel fundamental na produção de alimentos e pode liderar a construção de um sistema alimentar mais sustentável. Com o aumento da demanda por proteínas e os desafios ambientais da produção convencional, a fermentação surge como uma solução promissora para a obtenção de ingredientes com melhores aspectos sensoriais, nutricionais e tecnológicos.”, afirma Isabela Pereira, uma das autoras do estudo e analista ciência e tecnologia do GFI Brasil.

 

Esse processo tecnológico, segundo Isabela, pode ser utilizado para desenvolver proteínas alternativas por meio da fermentação tradicional (que usa bactérias e fungos para transformar ingredientes em alimentos como tofu, tempeh e iogurtes), de biomassa (que utiliza, por exemplo, fungos filamentosos para produzir micoproteínas com textura semelhante à carne) ou de precisão (que aplica engenharia genética para programar microrganismos a produzirem proteínas e ingredientes idênticos aos de origem animal), permitindo a criação de produtos e insumos de forma eficiente, em virtude do crescimento rápido e alta produtividade dos microrganismos.

Fermentação tradicional Fermentação de biomassa Fermentação de precisão

Linha de lácteos vegetais com técnica de fermentação tradicional. Imagem: Vida Veg

Queijos de castanha-de-caju com técnica de fermentação tradicional. Imagem: Queijos da Terra

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 2022, foram investidos 39 milhões de dólares no setor de fermentação tradicional aplicado às proteínas alternativas. Estudos com proteínas vegetais demonstram que o uso da fermentação pode reduzir sabor e aromas indesejáveis e aumentar a aceitação dos produtos análogos formulados com esses ingredientes

Análogo de Frango obtido com a fermentação de micélio. Imagem: Typcal

Diferentes cortes de análogos de carne a base de micoproteína. Imagem: Hummami

 

 

Em 2022, foram investidos 406 milhões de dólares no setor de fermentação de biomassa em proteínas alterntivas.

 

Os produtos de fermentação de biomassa podem apresentar alto valor nutricional e o seu uso na produção de análogos de carne é uma prática que pode aprimorar a experiência sensorial destes produtos.

Queijo de origem animal obtido por fermentação de precisão. Imagem: New Culture

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

382 milhões de dólares foram investidos no setor de fermentação de precisão em 2022. 

Os ingredientes derivados da fermentação de precisão são uma excelente solução para enfrentar alguns dos desafios tecnológicos dos produtos vegetais análogos aos animais. Essa tecnologia pode ser usada, ainda, para produzir ingredientes necessários para a carne cultivada, incluindo proteínas de origem animal, óleos e enzimas.

O que torna o Brasil tão bem posicionado para se destacar nessa indústria?

 

Nosso país já conta com uma base sólida para impulsionar esse novo setor. A experiência acumulada nas últimas décadas com a indústria de biocombustíveis — especialmente o etanol — e com a produção de enzimas industriais é uma vantagem competitiva real. Temos infraestrutura instalada, mão de obra qualificada, capacidade de produção de insumos e uma rede de pesquisa científica robusta.

 

O estudo do GFI Brasil identificou mais de 60 instituições relevantes no ecossistema de fermentação no Brasil, incluindo 40 universidades, além de centros de pesquisa com know-how técnico e científico. É um retrato de um país que já possui as peças-chave para ativar uma nova cadeia produtiva — com potencial de geração de valor, empregos e inovação.

 

O Brasil reúne um conjunto singular de condições que favorecem o desenvolvimento da tecnologia de fermentação aplicada à produção de proteínas alternativas:

  • Riqueza em biodiversidade A vasta diversidade de microrganismos e a abundância de biomassa vegetal e resíduos agroindustriais colocam o país em posição estratégica para a prospecção de novas cepas e substratos.

  • Base agroindustrial consolidada Cana-de-açúcar, milho, farelos e subprodutos de indústrias alimentícias e bebidas oferecem matérias-primas de baixo custo, permitindo a integração com práticas de economia circular.

  • Infraestrutura industrial existente Setores como o de etanol, cervejarias e vinícolas apresentam sinergias com processos fermentativos e podem ser adaptados para a produção de proteínas, reduzindo em até 70% os custos de capital (CAPEX).

  • Regulamentação favorável A publicação da RDC nº 839/2023 pela Anvisa criou um ambiente mais seguro e confiável para a comercialização de novos alimentos e ingredientes produzidos por fermentação.

  • Ecossistema científico ativo O mapeamento realizado pelo GFI Brasil identificou dezenas de instituições com infraestrutura de pesquisa, sendo a maioria com potencial para atuar em múltiplas abordagens tecnológicas (tradicional, biomassa e precisão).

Um setor estratégico para o futuro do Brasil

 

Investir no setor de fermentação para proteínas alternativas é investir em soberania tecnológica, segurança alimentar, bioeconomia e desenvolvimento sustentável. É posicionar o Brasil não apenas como celeiro do mundo, mas como laboratório de soluções alimentares para o planeta.

 

Para que o Brasil se consolide como líder global em fermentação para proteínas alternativas, o estudo recomenda o estabelecimento de parcerias entre universidades, startups e empresas para compartilhamento de infraestrutura e conhecimento; investimento público e privado em CMO (Contract Manufacturing Organizations); engajamento de agroindústrias como fornecedoras de insumos fermentescíveis; promoção da pesquisa em novos microrganismos e rotas biotecnológicas; e fortalecimento de políticas públicas que estimulem a inovação e a bioeconomia.

 

“Com políticas públicas adequadas, apoio à inovação, incentivo à formação de talentos e articulação entre governo, academia e setor privado, podemos acelerar esse desenvolvimento e colher frutos em médio prazo”, argumenta Isabela.

 

Com este estudo, convidamos empresas, pesquisadores, investidores e formuladores de políticas a construírem juntos um futuro em que a comida boa para todos também seja boa para o planeta.

GFI Brasil realiza Trilha de Capacitação sobre o setor de proteínas alternativas. Inscreva-se agora!

Entre maio e outubro, o The Good Food Institute Brasil vai promover a Trilha de Capacitação, série de eventos formativos online e gratuitos voltados à qualificação de profissionais interessados em inovar na indústria de proteínas alternativas. 

 

O primeiro evento acontece ainda este mês, no dia 29 de maio, com foco em carne cultivada. 

 

Inscreva-se neste link, e confira mais detalhes abaixo!

 

Por que investir nessa carreira?

 

Mercado em crescimento: Dados da Euromonitor indicam que o mercado de carnes vegetais ultrapassou R$1,1 bilhão em vendas no varejo, enquanto o de leites vegetais atingiu R$700 milhões, em 2024.

 

Carreira em destaque: diante disso, existe uma demanda de profissionais cada vez mais qualificados e interessados em inovar em áreas como biotecnologia, biologia celular e molecular, e engenharia de alimentos.

 

A Trilha de Capacitação quer preparar novos talentos

 

A Trilha foi pensada especialmente para pesquisadores, estudantes e profissionais.

 

Para isso, será divida entre workshops técnicos, focados em aspectos científicos e tecnológicos do setor, e workshops de mercado, voltados aos principais desafios e tendências de varejo, tributação, e ecossistema B2B.

 

Em cada encontro, o aluno tem acesso a:

 

→ Conhecimento atualizado e prático sobre o setor de proteínas alternativas
→ Networking com especialistas e líderes da área
→ Certificado de participação de 24h (mediante inscrição e participação em 100% dos eventos oferecidos).

 

Detalhes sobre a primeira Trilha

 

O primeiro evento da Trilha de Capacitação será um workshop sobre meios de cultivo celular para carne cultivada e possibilidades de redução de custo para a indústria.

 

Realizado em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o encontro acontece no dia 29 de maio e conta com nomes do MCTI e especialistas da UNICAMP e UFPR.

 

Acesse o link e inscreva-se já!

 

Workshop sobre carne cultivada – em parceria com o MCTI
Duração total: 2h25
Data: 29/05/25 Horário: 9h30

 

Confira a programação completa!

 

Eventos Técnicos
GFI Brasil em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
Eventos sobre Inovação e Mercado
GFI Brasil
Workshop sobre carne cultivada – Meios de cultivo e os desafios de redução de custo
29 de maio de 2025 – 09h30 às 11h45
Mercado de Proteínas Alternativas
+ Bate-papo com empresas
[Data a confirmar – 9h]
Workshop sobre fermentação – Brasil: Uma potência em fermentação para a transformação dos sistemas alimentares
26 de junho de 2025 – 14h às 15h50
Introdução à inovação no mercado de proteínas alternativas
[Hora e data a confirmar]
Webinar sobre feitos de plantas – Explorando Oportunidades para o Mercado Plant-Based: Inovação com Soja e Pulses
[Hora e data a confirmar]
Ecossistema de Inovação e Oportunidades no Setor
04 de setembro de 2025 – 9h às 10h50

Buscando financiamento de pesquisa? Conheça as novas chamadas do GFI Brasil e envie a sua proposta até 15 de junho!

Com o objetivo de levar a indústria nacional de proteínas alternativas a um novo patamar, o The Good Food Institute Brasil lança duas novas chamadas para Estudos Direcionados e convida pesquisadores de instituições de pesquisa, startups e empresas a enviarem propostas – inclusive em parceria!

A primeira RFP (Request for Proposal) foca na utilização de subprodutos agroindustriais para fermentação e cultivo celular

A segunda, por sua vez, privilegia a obtenção de ingrediente protéico otimizado a partir da farinha de soja desengordurada

Esses dois temas buscam fortalecer o setor, reduzindo o custo e expandindo com qualidade a produção e comercialização dos produtos plant-based no Brasil.

Acesse o edital completo por meio deste link, e envie a sua proposta até 15/06/2025, pelo e-mail ciencia@gfi.org.

Conheça os detalhes de cada linha: 

Estudo para estabelecer rotas tecnológicas para utilização de subprodutos da cadeias agroindustriais para produção de proteínas alternativas por fermentação e cultivo celular

O principal objetivo desta linha é avaliar o potencial de cadeias produtivas e a viabilidade técnico-econômica da conversão de subprodutos agroindustriais – como cana-de-açúcar, milho e laranja. Além disso, o projeto selecionado deve propor ações para engajar pesquisadores, indústrias, setor público e reguladores.

Confira os objetivos específicos:

1. Identificar subprodutos nas principais cadeias produtivas e selecionar ao menos duas com maior potencial de aproveitamento, considerando viabilidade tecnológica e barreiras existentes. 

2. Desenvolver roadmaps tecnológicos para ao menos duas cadeias, categorizando as tecnologias de conversão por escala, custo e uso de recursos, com fluxogramas voltados à produção por fermentação ou carne cultivada.

Estudo para Identificar Rotas Tecnológicas de Obtenção de Ingrediente Proteico Otimizado a Partir de Farinha de Soja Desengordurada

Esta chamada objetiva aprimorar o sabor e custo-benefício dos análogos cárneos produzidos com ingrediente otimizado obtido  da farinha de soja desengordurada, uma matéria-prima com grande versatilidade e potencial de escalonamento no cenário brasileiro.

Entenda as metas específicas:

1. Aprimorar o perfil sensorial e nutricional da farinha de soja desengordurada, analisando como diferentes tecnologias afetam suas propriedades tecnofuncionais.

2. Compreender as propriedades deste insumo, de modo a orientar sua aplicação ideal em diferentes formulações.

3. Elaborar um roadmap com foco em tecnologias escalonáveis e compatíveis com a realidade produtiva nacional, comparando a viabilidade econômica dessas inovações.

Instruções para inscrição

As propostas devem focar em soluções para a indústria, com atenção à viabilidade técnico-financeira durante a execução.

Encaminhe seu projeto em PDF para o e-mail ciencia@gfi.org até o dia 15/06/2025. Os resultados serão divulgados até 01/07/2025. O início do projeto está previsto para outubro de 2025. 

Por que se inscrever?

Essas chamadas são uma oportunidade estratégica para que centros de pesquisa, empresas e universidades ajudem a transformar o setor plant-based e de carne cultivada no Brasil, fortalecendo o posicionamento do país na oferta de produtos mais competitivos, acessíveis e nutritivos.
Para conhecer os detalhes da submissão, acesse o edital! Em caso de dúvidas, contate nossa equipe: ciencia@gfi.org.

Projeto Lâmpada ilumina o futuro do mercado plant-based no Brasil

Líder global na produção de alimentos, o Brasil tem potencial para se tornar referência, também, em proteínas alternativas. As condições são extremamente favoráveis: possuímos ampla biodiversidade e expertise agrícola, capacidade industrial e um ecossistema de pesquisa em expansão.

É da busca por incentivar essa indústria que nasce o Projeto Lâmpada, conduzido pelo The Good Food Institute Brasil.

O LAMPADA – abreviação para Levantamento e análise de melhorias em proteínas alternativas e desenvolvimento de ações – oferece uma análise detalhada sobre as principais áreas de atenção enfrentadas pelo mercado brasileiro no desenvolvimento de alimentos plant-based.

Metodologia robusta:

O Lâmpada combinou pesquisas qualitativas e quantitativas. Isso envolveu entrevistas com especialistas, análise de dados secundários e consultas ao setor produtivo, acadêmico e regulatório.

Confira alguns dos insights:

Diante do fato que os insumos usados no setor ainda são importados, o estudo sugere alternativas como o estímulo à produção nacional de ingredientes estratégicos e o fortalecimento de cooperativas e o apoio a produtores locais.

Outra frente importante é o avanço tecnológico. Isso implica na criação de polos de inovação, com laboratórios compartilhados e acesso facilitado a tecnologias de ponta, sobretudo para pequenas e médias empresas.

Essas ações culminam, dentre outros aspectos, no fortalecimento do varejo através da nomeação, precificação, posicionamento e ativação dos produtos plant-based de forma adequada.

Nossa sugestão, nesse caso, é que as indústrias priorizem formatos mais simples e economicamente viáveis, alinhados ao perfil do consumidor e às exigências do varejo, a fim de reduzir o impacto da embalagem no custo final do produto (Bruno Filgueira, analista do GFI Brasil e responsável pelo estudo).

Junte-se ao Lâmpada!

A partir de articulação multissetorial, visão de longo prazo e decisões coordenadas, é possível elevar o Brasil à condição de potência em proteínas alternativas!

Diante disso, o GFI convida todos os setores da sociedade, especialmente empresas e empreendedores, a utilizarem este estudo como um guia estratégico para transformar desafios em oportunidades concretas. 
Acesse o Projeto Lâmpada, e conecte-se com o nosso time para entender como o estudo pode beneficiar o seu negócio ou a sua pesquisa.

Chamada aberta! Trabalhe com o GFI e transforme o varejo plant-based no Brasil.

O The Good Food Institute Brasil recebe, até o dia 30/04/2025, através do e-mail brunof@gfi.org, propostas de consultoria voltadas à ampliação dos produtos análogos cárneos no varejo brasileiro. Com um orçamento de até R$50.000,00, a empresa selecionada irá desenvolver um relatório técnico pautado em ações concretas e estratégicas para a aceleração do setor.

Como se inscrever?

As propostas devem ser encaminhadas até o dia 30/04/2025, para Bruno Filgueira, Analista de Engajamento Corporativo, através do e-mail brunof@gfi.org. 

Atenção! Os projetos deverão conter: 

  1. Apresentação da proponente, da equipe a ser alocada ao projeto e do seu grau de vínculo com a proponente, além do histórico de atuação desta equipe em projetos semelhantes;
  2. Aceite dos itens componentes do escopo do projeto, com as observações que se fizerem pertinentes; 
  3. Cronograma de execução do projeto detalhados por cada entrega;
  4. Valor total da proposta em reais, incluindo impostos, com o respectivo cronograma de desembolso desejado.
  5. Pesquisas com consumidores, e entrevistas com varejistas e/ou especialistas serão consideradas diferenciais.

É importante ressaltar que a proposta não deve pautar outras categorias alimentícias, privilegiar empresas específicas, ou focar em análises teóricas sobre o setor. O resultado deverá ser divulgado até o dia 09/05/2025.

Por que se inscrever?

No ano passado, o estudo “Levantamento e análise de melhorias em proteínas alternativas e desenvolvimento de ações” identificou uma série de pontos de atenção no mercado brasileiro e latino-americano de proteínas alternativas. Além do preço e da similaridade sensorial, as dificuldades de inserção no atacarejo e a disposição dos análogos cárneos nas gôndolas também representaram entraves. 

Entendendo a necessidade de superação desses aspectos, a proposta escolhida atuará como um apêndice do estudo publicado em 2024, e deverá indicar estratégias e recomendações para aumentar fatores como competitividade e posicionamento comercial.

Tendo em vista que o aumento do consumo de análogos cárneos é capaz de deter a disseminação de doenças zoonóticas e diminuir as emissões de metano – dois problemas causados, em boa parte, pela produção animal em larga escala – o relatório pode impactar diretamente a saúde humana e a situação climática atual.

Para mais detalhes, acesse o regulamento completo aqui.

Comunidade Coalizão Pelas Proteínas Alternativas

Este é um espaço para que representantes de startups, grandes empresas, indústria, setores públicos, pesquisadores e estudantes possam se conectar, compartilhar conhecimento e, juntos, impulsionar a inovação no mercado de carnes cultivadas e de análogos vegetais ou obtidos por fermentação. 

A Comunidade Coalizão Pelas Proteínas Alternativas nasce do desejo de aproximar ainda mais todos os atores desses ecossistemas no Brasil. 

Por que fazer parte desta comunidade?

Acreditamos que transformar os sistemas alimentares e acelerar o desenvolvimento de tecnologias inovadoras depende de conexões reais e colaborações significativas. A nossa proposta é que a nossa comunidade seja um espaço vivo, que funcione com base na participação ativa de pesquisadores, estudantes, empreendedores e empresários.

O que você encontra aqui:

Conexões que fazem a diferença
Interaja com profissionais de diferentes segmentos e encontre parceiros para pesquisas, projetos e desenvolvimento de tecnologias inovadoras.

Compartilhamento de conhecimento:
Acesse estudos, relatórios, participe de eventos e discussões que podem impulsionar o seu trabalho e acelerar o crescimento do setor.

Compromisso com a ética e a transparência:
Trabalhamos com base na confiança e no compromisso de construir um futuro alimentar mais acessível e sustentável.

Um espaço para todos

Esta comunidade foi criada por você e para você. O potencial dela depende da sua e da nossa participação ativa: discutindo ideias, promovendo iniciativas e construindo pontes. Ocupem este espaço e ajudem torná-lo rico e colaborativo.

Juntem-se a nós!

Você está pronto para fazer parte dessa rede de transformação? Então venha compartilhar as suas experiências, trocar conhecimento e se conectar com os principais atores do setor de proteínas alternativas. Acesse agora a Comunidade Coalizão Pelas Proteínas Alternativas e seja parte desse movimento!

COP 29: reflexões e o caminho para Belém

Como era esperado pela maior parte dos países e organizações, a COP 29, embora muito bem organizada, não trouxe avanços significativos para a agenda climática. Apesar disso, o evento reforçou a importância de continuar o trabalho conjunto e destacou que a atenção global agora está voltada para a COP 30, que acontece em 2025, em Belém. Mais do que uma pausa, esse intervalo representa uma oportunidade: temos um ano para trabalhar intensamente, fortalecer alianças e garantir que as soluções necessárias, como as proteínas alternativas, ganhem o destaque que merecem.

Ainda que os resultados da COP 29 tenham ficado aquém das expectativas, o fortalecimento da comunidade global focada em alimentos e clima é um avanço que não pode ser ignorado. Hoje, estamos mais alinhados e preparados para avançar com essa conversa, tanto na COP quanto em outros espaços estratégicos. Essa força coletiva será essencial para garantir que, em Belém, o foco esteja na urgência de transformar os sistemas alimentares e de redirecionar recursos para as soluções com maior impacto positivo possível.

Avanços e desafios da COP 29

O principal resultado desta edição foi o acordo para destinar US$300 bilhões anuais para o financiamento climático até 2030. Embora distante do US$1,3 trilhão inicialmente demandado pelos países do Sul Global, o valor representa uma direção importante. O texto final, no entanto, menciona alimentos apenas uma vez, destacando que as medidas de mitigação e adaptação a serem implementadas não devem colocar em risco a produção de alimentos,  mas falha em oferecer detalhes sobre como o financiamento será direcionado a sistemas alimentares sustentáveis. Além disso, produtores rurais e pequenos agricultores, considerados grupos vulneráveis, não foram citados no documento final, o que foi criticado pela sociedade civil.

No próximo ano, o debate será centrado na chamada “Road from Baku to Belém”, com o desafio de transformar os US$300 bilhões anuais em um total de US$1,3 trilhões. Esse escalonamento exigirá a diversificação das fontes de financiamento, mobilizando não apenas recursos públicos, mas também investimentos privados, parcerias internacionais e mecanismos inovadores. Essa abordagem integrada será essencial para garantir que as soluções climáticas sejam robustas e efetivas. O GFI Brasil está comprometido em apresentar projetos que demonstrem o impacto positivo de sistemas alimentares alternativos, especialmente nas economias do Sul Global. Aproveitaremos as lições aprendidas nas COPs anteriores para propor soluções práticas e ampliar as oportunidades de financiamento climático.

Outro destaque desta edição foi a Declaração sobre Metano, que gerou controvérsia ao focar exclusivamente nas emissões provenientes de resíduos orgânicos, responsáveis por cerca de 18% das emissões globais de metano, enquanto ignorou completamente a pecuária, que contribui com aproximadamente 40%. Mais de 30 países se comprometeram a incluir metas de redução de metano derivados dos resíduos orgânicos nas suas futuras NDCs, mas essa abordagem reflete uma resistência em enfrentar diretamente o impacto ambiental da produção de produtos de origem animal – e reforça a necessidade de organizações como o GFI intensificarem o debate sobre soluções escaláveis na indústria de alimentos.

Além disso, o Trabalho Conjunto de Sharm el-Sheikh sobre Agricultura (SSJWA) lançou um portal online para compartilhamento de projetos relacionados à agricultura e segurança alimentar, com potencial de atrair investimentos e facilitar a ampliação de iniciativas climáticas na agricultura. Essa ferramenta, em desenvolvimento desde a COP 27, busca integrar uma abordagem mais ampla e inclusiva para os sistemas alimentares, que abrangem múltiplos setores da economia e todos os elos da cadeia de produção e consumo de alimentos.

O GFI Brasil continuará trabalhando ao lado de negociadores e parceiros para apresentar projetos bem-sucedidos e buscar recursos que ampliem o impacto de iniciativas alinhadas a essa agenda. Esse trabalho é essencial para garantir que os sistemas alimentares sejam priorizados em futuras discussões climáticas, especialmente na “Road from Baku to Belém” que se desenrolará até a COP 30 no Brasil.

Por fim, foi lançada a Iniciativa Climática Baku Harmoniya para Agricultores, que busca harmonizar programas existentes e integrar agricultores, especialmente mulheres e comunidades rurais, às ações climáticas voltadas para alimentos. Apesar da proposta ser muito promissora para construir soluções climáticas inclusivas e sustentáveis, sua operacionalização ainda precisa ser detalhada, e nós acompanharemos de perto seus desdobramentos.

Oportunidades na NDC Brasileira

Durante a COP 29, Brasil, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos apresentaram atualizações de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). No caso do Brasil, a revisão da NDC está associada ao Plano Clima e seus planos setoriais,com previsão de finalização até março de 2025. Há uma expectativa crescente de que as versões finais sejam mais inclusivas e ambiciosas.

O GFI Brasil enxerga essa revisão como uma oportunidade crucial para integrar políticas que incentivem a produção sustentável de alimentos, especialmente as proteínas para consumo humano, como parte de uma estratégia alimentar mais alinhada com os desafios climáticos. Incorporar metas específicas para sistemas alimentares será essencial para posicionar o Brasil como líder em soluções sustentáveis, contribuindo significativamente para a mitigação das emissões globais.

Um caminho positivo para Belém

O maior legado da COP 29 não está nos textos finais ou nos compromissos firmados, mas no fortalecimento de uma comunidade global de comida e clima mais unida e determinada a enfrentar os desafios climáticos. Esse alinhamento será fundamental para garantir que, na COP 30, os sistemas alimentares estejam no centro das discussões.

Ao longo das COPs 27, 28 e 29, o GFI Brasil colaborou com diversos parceiros para consolidar a agenda de sistemas alimentares no centro das negociações climáticas. O próximo desafio é transformar essa conexão em ações climáticas concretas, apresentando projetos robustos que demonstrem o impacto positivo de novas formas de se produzir  proteínas como uma solução viável, escalável e estratégica no combate às mudanças climáticas.

A COP 30 será uma oportunidade única para avançar essa agenda. Com planejamento estratégico, mobilização de recursos e parcerias fortalecidas, estamos confiantes de que Belém terá o potencial para gerar mudanças estruturais na agenda climática global

Belém nos espera e, com ela, a chance de transformar o potencial das proteínas alternativas em soluções concretas e duradouras para um futuro mais sustentável.

Participe da Audiência Pública sobre Sistemas Alimentares Contemporâneos na Comissão Mista de Mudanças Climáticas

No dia 10/12, às 14:30, a Comissão Mista de Mudanças Climáticas vai reunir deputados, senadores, especialistas e sociedade civil em uma audiência pública sobre sistemas alimentares contemporâneos.

Vamos debater o papel fundamental e estratégico dos Sistemas Alimentares Contemporâneos, com foco nas proteínas alternativas, em desafios atuais, como segurança alimentar, desenvolvimento socioeconômico, mitigação das mudanças climáticas, agenda 2030 e NDCs. Nesse sentido, também serão apresentadas medidas de regulamentação para garantir segurança jurídica, competitividade e o pleno desenvolvimento desse novo setor.

Participe: a audiência pode ser acompanhada ao vivo na página do Senado no Youtube ou na página da própria comissão. Ela também ficará gravada nesses canais.

Estamos em Busca de Propostas para Treinamentos de Cargos Regulares!

O GFI Brasil está em busca de parceiros qualificados para desenvolver treinamentos específicos voltados para cargos regulares. Se você é uma empresa ou consultor experiente na criação de programas que potencializam as habilidades de analistas, esta é a sua oportunidade de colaborar com a gente!

O que buscamos:
Treinamentos inovadores e eficazes que ajudem a aprimorar competências essenciais para cargos regulares.

Prazo para envio das propostas:
Até 16/12.

Como participar?
Acesse os detalhes completos da RFP e envie sua proposta aqui.

Faça parte dessa iniciativa e contribua para o fortalecimento das habilidades e competências dos nossos times!

HISTÓRICO: Carne cultivada chega a Hong Kong

Até recentemente, a carne cultivada era comercializada apenas em dois mercados: Singapura e Estados Unidos. Agora, um terceiro mercado entrou em cena: Hong Kong.

 

A Vow, startup de foodtech australiana, após o sucesso de seu lançamento em Singapura, estreou seu produto feito de codorna japonesa, tornando-se a primeira empresa a vender carne cultivada no maior centro financeiro da Ásia.

 

Um toque gourmet com inovação
A codorna cultivada da Vow integra a marca premium da empresa, Forged, que se dedica a alimentos inovadores e refinados. O primeiro produto lançado foi o Forged Parfait, uma combinação de codorna japonesa com alho, cebola, conhaque e manteiga, resultando em um patê leve e cremoso. Após a aprovação regulatória em Singapura, em março de 2024, o prato chegou a Hong Kong e já está disponível no restaurante The Aubrey, um izakaya de alto padrão localizado no Mandarin Oriental.

Além disso, outro produto da Vow fará sua estreia em Hong Kong: o Forged Gras, inspirado no foie gras. Segundo a empresa, este prato oferece “uma experiência rica e satisfatória”, consolidando o apelo sofisticado de sua linha de produtos.

 

A aprovação inicial pela Singapore Food Agency foi crucial para a entrada da Vow em Hong Kong, conforme destacou o CEO George Peppou. Ele explicou que a validação em Singapura serviu como um “ponto de partida estratégico” para atender aos rigorosos padrões do Departamento de Higiene Alimentar e Ambiental de Hong Kong.

 

Como a primeira empresa a comercializar carne cultivada em múltiplos mercados asiáticos, a expansão rápida da Vow ressalta os benefícios de um alinhamento regulatório entre países — um objetivo que o GFI APAC tem trabalhado para promover. Regulamentações harmonizadas ajudam a reduzir barreiras comerciais, simplificar a entrada em novos mercados e diminuir custos, permitindo que startups tenham prazos mais ágeis para aprovações.

E o restante da China?

Embora o lançamento em Hong Kong seja um marco, o acesso ao mercado continental chinês ainda depende de aprovação regulatória em Pequim. Atualmente, não existe um processo específico para aprovação de carne cultivada na China continental. No entanto, o China National Center for Food Safety Risk Assessment indicou que está acompanhando os avanços internacionais e desenvolvendo um marco regulatório robusto para a avaliação de segurança desses produtos.

 

Enquanto isso, o desenvolvimento de carne cultivada segue em ritmo acelerado no restante do país. Em abril de 2024, Pequim anunciou a criação do primeiro centro de inovação científica da China dedicado à carne cultivada e outras tecnologias de proteínas alternativas, respaldado por um investimento de 80 milhões de yuans (cerca de 11 milhões de dólares).

Avanços estratégicos no continente
Durante o World Agrifood Innovation Conference, Qiang Fu, vice-chefe do distrito de Pinggu em Pequim, reafirmou o compromisso de sua região em acelerar o desenvolvimento de proteínas alternativas. O evento marcou ainda o lançamento da Aliança da Indústria de Alimentos de Proteína Alternativa de Pequim e contou com um discurso do Bruce Friedrich, fundador do GFI.

 

Em agosto, o GFI APAC coorganizou o primeiro simpósio científico China-Singapura, reunindo acadêmicos, representantes da indústria e autoridades governamentais. Durante o evento, foram compartilhados avanços em técnicas como a criação de produtos híbridos que combinam células cultivadas com proteínas vegetais e o desenvolvimento de biorreatores inovadores que reduzem custos de produção por meio de simulações computacionais.

 

Também em agosto, a startup Joes Future Food, de Nanjing, apresentou carne suína cultivada a autoridades locais após receber financiamento público para o desenvolvimento de métodos de fabricação em escala industrial. Apoios semelhantes estão sendo disponibilizados em várias províncias por meio de iniciativas governamentais.

Mais recentemente, Samuel Goh, gerente de políticas do GFI APAC, participou da Conferência Internacional de Segurança e Qualidade Alimentar da China, em Xangai, onde destacou o marco regulatório inovador de Singapura e explorou oportunidades para fortalecer a colaboração pan-asiática.

Samuel Goh, do GFI APAC, destacou a liderança regulatória de Singapura em Xangai enquanto defendia uma maior colaboração regional.

Um olhar voltado para Pequim
Especialistas do GFI APAC destacaram em uma coluna recente na Nature que a carne cultivada pode seguir uma trajetória de crescimento semelhante à da energia solar e das baterias de veículos elétricos. No entanto, isso dependerá de investimentos governamentais significativos para acelerar a pesquisa e o desenvolvimento, além de aumentar a capacidade de fabricação.

 

A China já lidera o mundo em financiamento público para pesquisa agrícola, investindo o dobro do que os Estados Unidos e publicando o maior número de artigos acadêmicos sobre o tema. Entre 2003 e 2013, investimentos governamentais ajudaram a elevar a produção de grãos, leite, carne e aquicultura entre 20% e 50%. Um esforço semelhante no setor de carne cultivada poderia catalisar uma revolução na indústria alimentar global.

O futuro da carne cultivada na Ásia
O lançamento da carne cultivada em Hong Kong é um marco histórico, oferecendo a líderes governamentais, empresários e representantes da mídia uma amostra tangível dos “alimentos do futuro”. A grande questão é se esse passo será o ponto de inflexão para atrair novos investimentos em um setor em ascensão.

 

Se o histórico da China com tecnologias emergentes servir como exemplo, uma vez que a carne cultivada ganhar espaço no maior mercado da Ásia, mudanças transformadoras podem acontecer, ganhando força de maneira exponencial.

 

Estamos em busca de uma consultoria especializada em Compliance e LGPD!

Como uma organização que se dedica à transformação do sistema alimentar com ética e transparência, estamos em busca de uma consultoria para fortalecer nossas práticas de compliance e proteção de dados, alinhando nossas operações às melhores práticas do mercado.

Principais necessidades:

Se a sua empresa tem experiência comprovada e deseja contribuir para um setor de proteínas alternativas mais seguro e sustentável, esperamos sua proposta até 14 de novembro de 2024.

Confira a chamada na íntegra e envie sua proposta aqui.

Novas fontes e sistemas de produção de alimentos: principais resultados do relatório FAO 2023

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou recentemente o relatório da Reunião Técnica de Prospectiva de Segurança de Alimentos sobre Novas Fontes e Sistemas de Produção de Alimentos de 2023, que aconteceu em novembro do mesmo ano. Este encontro contou com a presença de especialistas globais, incluindo Graziele Karatay, Especialista de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil, para discutir os desafios e oportunidades relacionados à segurança dos alimentos plant-based, e das tecnologias de fermentação de precisão e impressão 3D de alimentos.

 

O documento sintetiza a literatura existente nessas novas fontes e sistemas de produção de alimentos, abordando tanto os riscos à  segurança de alimentos, quanto outros aspectos relevantes, como características nutricionais, impactos ambientais e percepção dos consumidores.

 

1. Questões de Segurança de Alimentos

 

Esse tópico emergiu como um dos principais pontos de discussão no desenvolvimento de novos alimentos e sistemas de produção e os principais pontos destacados no relatório nas três áreas são: 

Plant-based

 

  • Os perigos de segurança de alimentos são semelhantes aos dos alimentos convencionais.
  • Os consumidores podem erroneamente considerar os produtos não cozidos como seguros.
  • Uma gestão adequada da segurança de  alimentos pode reduzir significativamente os riscos, como microrganismos patogênicos e de deterioração, e contaminantes químicos.

 

Fermentação de precisão

 

  • As etapas de produção são geralmente bem conhecidas e controladas.
  • Perigos potenciais: crescimento de microrganismos patogênicos, contaminantes químicos, alergenicidade.
  • A seleção rigorosa de cepas, o monitoramento adequado e o cumprimento das diretrizes de segurança de  alimentos podem reduzir os riscos.

 

Impressão 3D de alimentos

 

  • Fatores-chave para prevenir o crescimento microbiano: Parâmetros para impressão, processamento, armazenamento e condições de formulação dos ingredientes de entrada.
  • O projeto higiênico do equipamento é crítico para evitar a lixiviação  (processo pelo qual substâncias indesejadas, como contaminantes, são transferidas do equipamento, no caso a impressora, para o alimento).

 

2. Características Nutricionais

 

Plant-based

 

  • Possíveis benefícios para a saúde: melhoria nos marcadores cardiometabólicos e na saúde intestinal.
  • Possíveis deficiências nutricionais: vitamina B12 e certos aminoácidos (como metionina e cisteína, no caso de alimentos à base de leguminosas).

 

Fermentação de precisão

 

  • Pode alterar as propriedades dos produtos nativos (por exemplo, reduzir a alergenicidade e aumentar a biodisponibilidade) ou produzir novos produtos.

 

Impressão 3D de alimentos

 

  • A dosagem precisa de vários ingredientes ou nutrientes pode ajudar a atender às necessidades nutricionais individuais.
 

3. Aspectos Ambientais

 

Plant-based

 

  • Alimentos à base de plantas podem ter uma pegada ambiental menor do que os alimentos de origem animal, mas comparações diretas são complexas.

 

Fermentação de precisão

 

  • Menor impacto ambiental em comparação com laticínios convencionais (por exemplo, emissões de metano e agroquímicos).
  • A produção de alimentos em ambientes fechados e controlados não é afetada pelas condições climáticas.
  • Alto consumo de eletricidade.

 

Impressão 3D de alimentos

 

  • Os aspectos de sustentabilidade ambiental da impressão 3D de alimentos permanecem inexplorados.

 

4. Percepção do Consumidor

 

Plant-based

 

  • Interesse do consumidor em experimentar alimentos à base de plantas.
  • Percepção de serem “altamente processados”.
  • Reduzir os custos e aumentar a diversidade de produtos melhorará a adoção pelos consumidores.

 

Fermentação de precisão

 

  • Disposição do consumidor para experimentar produtos com ingredientes feitos por fermentação de precisão.
  • Segurança, nutrição, sabor e impactos ambientais são fundamentais para a aceitação do consumidor.

 

Impressão 3D de alimentos

 

  • As percepções dos consumidores são influenciadas pela falta de conhecimento sobre alimentos impressos em 3D e pela terminologia técnica (por exemplo, vistos como “não naturais” e “sintéticos”).

 

Conclusão

 

O relatório da FAO oferece uma visão abrangente dos avanços e desafios na produção de alimentos plant-based, obtidos por fermentação de precisão e impressão 3D, reafirmando a importância de regulamentações robustas, desenvolvimento contínuo e uma comunicação clara com o consumidor. O GFI Brasil segue acompanhando esses avanços para garantir que essas inovações possam ser amplamente implementadas, com segurança e benefícios claros tanto para o meio ambiente quanto para a saúde pública.

 

Acesse o relatório completo aqui.

A FAO também produziu uma série de 4 vídeos a partir de entrevistas feitas com os especialistas durante a reunião técnica. Confira a playlist no Youtube.