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Fermentação

Centro de referência para pesquisa e desenvolvimento de proteínas alternativas obtidas por fermentação

18 de dezembro de 2025

A crescente preocupação global com questões ambientais, econômicas e de saúde tem impulsionado a busca por alternativas sustentáveis na produção de proteínas. Segundo o Banco Mundial, as proteínas alternativas são a segunda intervenção agroalimentar mais promissora na redução de GEE, podendo reduzir as emissões em até 6,1 bilhões de toneladas de CO2 por ano, equivalente a reflorestar uma área um pouco maior que a soma dos 5 maiores estados brasileiros (Amazonas, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia). Adicionalmente, o investimento é capaz de culminar em retornos significativos: segundo a ClimateWorks, a transição para proteínas alternativas deve ser capaz de criar 83 milhões de novos empregos e alcançar cerca de US$ 688 bilhões em Valor Agregado Bruto (VAB) para o setor até 2050.

A consolidação do setor de proteínas alternativas depende diretamente do fortalecimento da base científica e tecnológica que sustenta seu desenvolvimento. Embora o avanço de startups e investimentos privados tenha ampliado o interesse e a visibilidade do tema, o salto necessário para a produção em escala e a competitividade global exige investimentos consistentes em pesquisa, infraestrutura e inovação aplicada. Nesse contexto, o estabelecimento de centros de referência assume um papel estratégico: ao integrar competências científicas, tecnológicas e industriais, esses centros funcionam como catalisadores para a geração de conhecimento, formação de recursos humanos qualificados e validação de processos em escala piloto e demonstrativa. Assim, o investimento em ciência e tecnologia torna-se o elo fundamental entre o potencial promissor das proteínas alternativas e sua consolidação como um pilar sustentável, seguro e economicamente viável do sistema alimentar brasileiro.

Este documento apresenta o modelo de um Centro de Referência em Fermentação para Produção de Proteínas Alternativas, abordando as três principais tecnologias — fermentação tradicional, de biomassa e de precisão — e reunindo diretrizes sobre infraestrutura, processos e requisitos regulatórios essenciais para sua implementação. Também contempla boas práticas de fabricação e laboratoriais, controle de qualidade, rotulagem e segurança, além de um anexo técnico com especificações de equipamentos e laboratórios credenciados de análises de alimentos. Ao estruturar esse guia, o The Good Food Institute Brasil reforça seu papel de impulsionar o desenvolvimento do ecossistema de proteínas alternativas, promovendo a integração entre ciência, indústria e políticas públicas para acelerar a inovação e o avanço desse setor no país.

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