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GFI Brasil lança chamada para o Mapeamento do Estágio de Desenvolvimento da Tecnologia de Fermentação Aplicada às Proteínas Alternativas no Brasil

Projeto inicia em novembro de 2022 e tem prazo de 6 meses O The Good Food Institute Brasil convida empresas e instituições interessadas em desenvolver o Mapeamento do Estágio de Desenvolvimento da Tecnologia de Fermentação Aplicada às Proteínas Alternativas no Brasil a enviarem suas propostas até o dia 31 de julho.  O objetivo principal do estudo é entender o estágio de desenvolvimento da tecnologia de fermentação aplicada às proteínas alternativas, os potenciais e desafios da tecnologia, gargalos e oportunidades para produção em larga escala. Visando o desenvolvimento da tecnologia de fermentação aplicada às proteínas alternativas no Brasil, o mapeamento deve contribuir para o aprofundamento de um plano estratégico e prover subsídios técnicos e científicos para orientar as futuras ações de legisladores, reguladores, empresas, professores e pesquisadores da área. O estudo será dividido em seis etapas: elaboração de um white paper sobre a tecnologia de fermentação aplicada às proteínas alternativas; de um glossário com termos técnicos usuais dessa tecnologia; identificação da organização da comunidade científica e infraestrutura de pesquisa; elaboração de um plano educacional para formação de pessoas na área de fermentação aplicada às proteínas alternativas; avaliação da geoeconomia da fermentação aplicada às proteínas alternativas; e elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento da tecnologia de fermentação aplicada às proteínas alternativas no Brasil. O projeto é previsto para iniciar em novembro de 2022 e o prazo desejado para a execução é de seis meses. As propostas poderão ser enviadas até dia 31 de julho, em formato PDF, para o email ciencia@gfi.org. O documento deverá conter, obrigatoriamente, um cronograma, os valores previstos para execução de cada etapa, o investimento total, a metodologia a ser utilizada e o currículo dos profissionais que vão desenvolver o trabalho. O edital completo, com todas as orientações para a submissão da proposta, assim como todas as demais informações sobre o estudo, podem ser acessadas neste link. Contextualização A fermentação é utilizada há milênios na produção de alimentos (como pão,  cerveja, vinho, vinagre e outros produtos básicos). No entanto, no último século, a tecnologia moderna possibilitou que a fermentação ganhasse diversas novas aplicações. Na indústria de proteínas alternativas, a fermentação refere-se ao cultivo de microrganismos com a finalidade de processar um alimento ou ingrediente; obter mais do próprio microrganismo como fonte primária de proteína ou ingredientes específicos (como aromatizantes, enzimas, proteínas e gorduras para incorporação em produtos feitos de plantas ou carne cultivada). A indústria plant-based utiliza a fermentação tradicional, a fermentação industrial de biomassa e a fermentação de precisão como três técnicas principais. Os desafios para tornar produtos feitos de plantas com características sensoriais, funcionais e nutricionais similares aos convencionais são vários. Busca-se por tecnologias e ingredientes que contribuam para o incremento dessas características nos produtos vegetais, que proporcionem uma experiência de consumo igual ou melhor do que os produtos de origem animal análogos. A tecnologia de fermentação tem se apresentado como uma grande aliada na resolução desses desafios, viabilizando o aprimoramento das características desejadas e resultando em produtos vegetais mais saborosos, nutritivos e similares aos convencionais. Ela também tem contribuído para o desenvolvimento da tecnologia de carne cultivada, produzindo importantes moléculas específicas do processo (como fatores de crescimento livre de origem animal). Além disso, proteínas como colágeno e fibronectina, produzidas por meio da fermentação, podem servir como componentes de suporte em substituição às suas versões de origem animal. Dessa forma, a fermentação mostra ser uma tecnologia capacitadora e inovadora para o setor de proteínas alternativas, contribuindo para uma nova geração de ingredientes e produtos com atributos sensoriais e funcionais aprimorados. Não à toa, no início de 2022, a fermentação foi citada pelo GFI como uma das sete tendências globais que vão dominar o setor plant-based.

GFI Brasil apresenta panorama sobre a indústria de carne cultivada em publicação inédita

O Brasil desempenha um papel central na produção e no abastecimento global de alimentos e de proteína animal. Com a urgência em se pensar formas mais sustentáveis de alimentar uma população que deve chegar a quase 10 bilhões em 2050, é fundamental que o país também seja capaz de ofertar os alimentos que as pessoas querem continuar a comer, desenvolvidos com mais tecnologia. Tendo isso em vista, o The Good Food Institute Brasil acaba de lançar a publicação “Carne Cultivada: perspectivas e oportunidades para o Brasil”. O objetivo é apresentar um panorama atualizado sobre a tecnologia, em língua portuguesa, para servir de referência a todos os agentes envolvidos nesta indústria, como cientistas, reguladores, empreendedores e qualquer pessoa interessada em saber mais sobre a tecnologia.  Com textos de Dr. Luismar Marques Porto e Dra. Fernanda Vieira Berti, e coordenação técnica do GFI Brasil, o documento introduz o tema de uma forma abrangente, trazendo  aspectos tecnológicos, econômicos e sociais, que podem ser utilizados para nortear o desenvolvimento do setor da carne cultivada no país. Destaca, ainda, as inúmeras oportunidades desse novo mercado para o país e descreve os potenciais desafios que precisarão ser superados em seu desenvolvimento.  “O Good Food Institute (GFI) tem sido um importante catalisador de todo este processo no Brasil e no exterior, fornecendo subsídios para o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas no mundo. Nesse cenário, o GFI não poderia deixar de ser um agente de transformação e de apoio no país onde a carne é um produto de primeira linha, de relevância econômica indiscutível, e objeto de desejo e de consumo como em poucos lugares do mundo”, afirma Cristiana Ambiel, Gerente  de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil. O GFI espera que este documento seja útil como fonte de informação técnica introdutória, ou mesmo para auxiliar na tomada de decisões, estabelecendo políticas e estratégias de P&D e de investimento no setor de carne cultivada no Brasil. Como este documento contém uma série de terminologias técnicas acerca do tema “Carne Cultivada”, é recomendado que os leitores e leitoras acessem, também,  o Glossário de Carne Cultivada, desenvolvido pelos mesmos autores.  A tecnologia De forma resumida, a produção de carne cultivada acontece a partir da multiplicação de células dentro de biorreatores em ambiente fabril. O produto final contém os mesmos tipos de células que formam o tecido muscular dos animais, portanto, tem potencial para replicar o perfil sensorial e nutricional da carne convencional.  Entretanto, essas novas tecnologias exigem um amplo conhecimento e integração de técnicas avançadas de cultivo celular, biologia molecular, engenharias (tecidual, química, de alimentos, mecânica, de materiais, de controle e automação), bioquímica, bioinformática, ciência e tecnologia de biomateriais. A complexidade técnica está presente na produção de todas as carnes cultivadas a partir do cultivo celular. “Por ser um processo que envolve diferentes tecnologias, o investimento em pesquisa científica é imprescindível para o desenvolvimento do setor em escala. Até o momento, grande parte da P&D no setor ainda acontece através de startups estrangeiras. Mas o Brasil entrou recentemente para a corrida, tem como vantagem cientistas altamente capacitados para trabalhar no tema e, em breve, será capaz de levar carne cultivada ao prato do consumidor”, explica Dra. Amanda Leitolis, especialista de ciência e tecnologia do GFI Brasil. O papel do Brasil Em julho de 2021, a empresa brasileira BRF anunciou o aporte de 2,5 milhões de dólares na Aleph Farms, startup israelense de carne cultivada. Este movimento não apenas solidificou o aquecimento do setor de cultivo de carne, como também sinalizou a iminência de se ter um produto comercial a curto prazo, uma vez que a tecnologia da Aleph Farms para produzir carne cultivada estaria disponível no Brasil já em 2024.  Também em 2021, a JBS, líder global na produção de proteínas e a maior empresa de alimentos do mundo, firmou acordo para aquisição do controle da empresa espanhola BioTech Foods, prevendo o investimento na construção de uma nova unidade fabril na Espanha para dar escala à produção. Além da aquisição, a JBS também anunciou a implantação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em Biotecnologia e Proteína Cultivada do Brasil. Esta é uma grande aportunidade para a indústria nacional, pois gera interesse e demanda em se desenvolver tecnologia em território nacional. Com isso, há também a necessidade de se incentivar a inovação e o empreendedorismo nacionais, e de se regulamentar de forma adequada a produção e a comercialização, além de se fomentar a pesquisa e a formação de recursos humanos para o setor. Perspectivas de futuro A produção de carne cultivada em escala industrial a partir de células animais para consumo humano é, sem dúvida, um grande desafio de nossa geração. Entretanto, este é um caminho sem volta em direção ao futuro da alimentação. Os passos iniciais mais importantes já foram dados, com inúmeros casos bem sucedidos.. Utilizando os mais avançados conhecimentos científicos e capacidade tecnológica, é possível transformar a forma como produzimos alimentos para que a cadeia se torne mais inteligente, sustentável e segura. O Brasil possui as condições necessárias para se tornar terreno fértil deste ecossistema. Com a união de esforços da iniciativa privada com os agentes governamentais, sobretudo com as instituições de ciência e tecnologia (ICTs) e agências reguladoras, é possível motivar o fluxo de capital e estimular o desenvolvimento de pesquisadores e profissionais dedicados a essa área tão estratégica para o país. O estabelecimento de um programa nacional de carne cultivada é uma oportunidade de promoção e qualificação de recursos humanos, que avançará a economia brasileira. Leia a publicação aqui.

Naturaltech: empresas plant-based demonstram que estão focadas em qualidade e inovação

A feira foi palco de lançamentos de dezenas de produtos vegetais e provou que o mercado nacional de proteínas alternativas está crescendo e evoluindo à todo vapor A cidade de São Paulo recebeu, entre os dias 8 a 11 de junho, as feiras Bio Brazil Fair | Biofach América Latina e Naturaltech. Enquanto a Bio Brazil Fair é uma das vitrines do mercado de produtos orgânicos e agroecológicos, a Naturaltech é a maior feira de alimentação saudável, suplementos e produtos naturais da América Latina. Ela é também o maior polo de negócios para os segmentos de produtos veganos e vegetarianos, reunindo centenas de marcas e de conteúdo especializado para esses setores.  As feiras, que aconteceram simultaneamente, contaram com mais de 750 expositores, milhares de visitantes e uma programação de mais de 120 horas com palestras sobre gestão, marketing, tendências e tecnologias. Guilherme Oliveira, especialista de engajamento corporativo do GFI, esteve presente no evento e relatou suas impressões sobre a edição de 2022 da Naturaltech: “A feira estava muito bem representada pela indústria de proteínas alternativas e foi palco de lançamento de vários produtos – e até de marcas – plant-based para o mercado. Ela serviu como um espaço de descobertas para centenas de consumidores interessados nesses produtos, além de um ambiente riquíssimo para networking entre varejistas, fabricantes, empreendedores e profissionais de saúde.” Alguns dos estandes visitados pela equipe do GFI foram os das marcas 100FOODS, Incrível, Yamo, Galpão Cucina, Naveia, Goshen, Lowko, Vida Veg, Natuterra, Basi.co, NotCo, Life Me, Uptaste, Nomoo, WVegan, The New, A Confiteria, Faba, Naturinni, Veggie Hoots, Food Venture e Plant Me. “Tivemos alguns lançamentos de marcas, como foi o caso da Incrível, que agora faz um importante movimento de se desvincular da Seara e se colocar como uma marca própria no mercado. Outras startups aproveitaram o evento para se lançar, como a Uptaste, por exemplo, que apresentou uma linha de proteínas alternativas (como hambúrguer, frango empanado, almôndegas, carne moída e salsicha vegana). Além disso, pudemos ver várias marcas plant-based ampliando seus catálogos de produtos”, conta Guilherme. Alguns exemplos: A Yamo, conhecida por sua linha de sorvetes veganos, lançou na feira uma linha inteira de bebidas vegetais, como Yamo Kids Chocolate e Yamo Inhame & Coco. A Naveia, marca de leite de aveia, adicionou ao seu portfólio dois novos sabores de bebidas vegetais (Manga e Chocolate). Já a Vida Veg lançou mousse de chocolate, queijo de fondue vegetal, parmesão ralado feito de castanha de cajú e húmus. A Nomoo apresentou, além de um iogurte vegetal, sua nova bebida proteica e a Basi.co lançou queijos cottage e minas padrão à base de plantas. A NotCo divulgou na Naturaltech alguns novos produtos cárneos vegetais, como almôndega, quibe e carne moída, e a The New adicionou ao seu portfólio a linguiça de porco plant-based. Já a Faba, startup de foodtech que desenvolve ingredientes para a indústria de alimentos a partir da aquafaba, lançou na feira três produtos 100% vegetais destinados para o consumidor final: o Hommie, um ketchup crocante, a BicOh (um creme de grão-de-bico sabor cacau estilo “Nutella”) e a Manté, primeira manteiga de aquafaba do Brasil.  Para o especialista do GFI, o evento serviu como uma demonstração da evolução e maturidade que o setor de proteínas alternativas atingiu nos últimos anos: “Mesmo com dois anos muitos difíceis por causa da pandemia da COVID-19, as várias marcas plant-based que estavam em estandes de destaque, expondo uma variedade de produtos com uma qualidade incrível e super inovadores, comprovam que o Brasil é uma potência quando se trata de empreendedorismo e que está acelerando para assumir a posição de protagonista no mercado de proteínas alternativas”.

GFI Brasil abre chamada para realização de Estudo Nutricional de Produtos Cárneos Feitos de Plantas

Empresas e instituições de pesquisas interessadas devem enviar propostas até 4 de julho. O The Good Food Institute está com chamada aberta para a produção de estudo nutricional focado em produtos cárneos feitos de plantas. A proposta selecionada receberá suporte financeiro para o desenvolvimento de um estudo técnico sobre o tema, visando promover informação e fomentar a inovação no setor. Através desta iniciativa, buscamos gerar conhecimento científico relevante para promover o desenvolvimento de novos produtos com melhores aspectos nutricionais pela indústria de proteínas alternativas no Brasil, fortalecer o setor por meio de melhorias nutricionais de produtos pelas indústrias e, assim,  ampliar o mercado consumidor.  A indústria de proteínas alternativas cresceu consideravelmente e uma grande quantidade de novos produtos foi lançada no mercado nacional. O objetivo é criar uma base de dados atualizada de informações nutricionais de produtos cárneos feitos de plantas, gerar dados, informações e argumentos em torno da qualidade nutricional destes produtos quanto ao teor de: calorias, proteína, gordura, gordura saturada, fibra,  sódio e aditivos, bem como entender a composição aminoacídica e lipídica de uma categoria de produtos cárneos feitos de plantas, a partir de uma abordagem analítica. A instituição selecionada deverá conduzir uma coleta de dados de rotulagem de produtos cárneos feitos de plantas, bem como realizar as análises para determinação dos perfis de aminoácidos e de ácidos graxos de uma categoria de produto e, a partir da tabulação destes dados, analisar e discutir as informações encontradas no estudo. O GFI Brasil oferece suporte ao longo do processo disponibilizando a expertise de seus especialistas e também na elaboração posterior da publicação dos resultados. São previstos oito meses para a realização do projeto,  que deve ter início em outubro deste ano. Para ler o edital completo e enviar sua proposta, continue lendo aqui.

7 de junho: Dia Mundial da Segurança de Alimentos

A alimentação segura é essencial para promover a saúde humana e erradicar a fome. GFI quer garantir a segurança de produtos à base de plantas. O Dia Mundial da Segurança dos Alimentos foi criado pela ONU em 2018 e é celebrado todo 7 de junho. O principal objetivo da data é chamar a atenção para a importância de todos os seres humanos terem acesso a alimentos seguros, além de fortalecer esforços para prevenir, detectar e gerenciar perigos  de origem alimentar. O acesso a quantidades suficientes de alimentos seguros e nutritivos é fundamental para sustentar a vida e promover a boa saúde. Apesar de ser um direito, o acesso à alimentação adequada ainda não é a realidade de muitas pessoas no planeta. Por isso, o tema da campanha de 2022 é “Alimentação Segura, Melhor Saúde”.  Segurança alimentar e segurança dos alimentos são dois conceitos que vêm ganhando destaque no debate público, especialmente no contexto da pandemia da COVID-19. Os termos são parecidos e estão correlacionados, mas têm significados diferentes: segurança alimentar é a garantia que todas as pessoas tenham acesso aos alimentos, com fornecimento estável, abastecimento assegurado e distribuição equitativa. Já a segurança de alimentos trata de garantir que os alimentos consumidos pelas pessoas sejam seguros e livres de contaminação, ou seja, não causem nenhum efeito adverso à saúde dos consumidores, quando consumidos de acordo com o seu uso pretendido. Não existe segurança alimentar sem segurança dos alimentos e, como cita o novo guia da FAO/OMS para o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, “se não for seguro, não é alimento”. Segundo a FAO, quase uma em cada três pessoas no mundo, ou 2,37 bilhões de pessoas, não teve acesso à alimentação adequada em 2020 – um aumento de quase 320 milhões de pessoas em relação ao ano de 2019. O trabalho do GFI pela segurança dos alimentos Os setores de alimentos feitos de planta (plant-based) e carne cultivada estão presentes em muitos dos drivers e tendências analisados pelo estudo da FAO “Pensando no futuro da segurança de alimentos – um relatório prospectivo”. Além dessas alternativas mais “populares”, a produção de algas marinhas e macroalgas e a produção de micoproteínas (derivadas de fungos filamentosos) também são citados pelo relatório como segmentos em expansão. A indústria de alimentos à base de plantas pode não só ajudar na transição para um  sistema alimentar global mais sustentável, saudável, ético e justo, mas também pode ajudar a evitar que crises relativas à segurança dos alimentos continuem surgindo. Isso porque produtos de origem animal (como ovos, peixes, frutos do mar, carne crua, leite e derivados), quando mal manuseados, se tornam fontes de transmissão de DTAS, e a adoção de uma dieta baseada em plantas poderia minimizar essas contaminações.  Além disso, o consumo de proteínas alternativas vai continuar crescendo e, como indica relatório do GFI (que prevê os requisitos globais de volumes de produção relativos à colheita, ingredientes, infraestrutura e investimentos para o setor em 2030), a indústria vai precisar se preparar e se adaptar para suprir a demanda.  Pensando nisso, o The Good Food Institute Brasil está trabalhando diretamente em duas iniciativas para contribuir com a segurança de alimentos das proteínas alternativas. A primeira iniciativa trata-se de um estudo de segurança de alimentos aplicado para carne cultivada. Este estudo, iniciado recentemente, está sendo realizado na UNICAMP por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e sob a coordenação do professor Dr. Anderson S. Sant’Ana. O objetivo final do estudo é estabelecer um plano de segurança de alimentos que aborde os aspectos de qualidade e segurança da produção de carne cultivada usando como  base as  recomendações do Codex Alimentarius. Além desta iniciativa, em maio o GFI lançou umaa chamada para o desenvolvimento de um outro estudo sobre segurança de alimentos, porém voltado para produtos plant-based. Por isso,convidamos pesquisadores, empresas e instituições interessadas a enviarem suas propostas até o dia 9 de junho. Estes dois trabalhos, , que terão duração de 4 e 5 meses, vão contribuir para geração de subsídios técnicos e científicos para orientar as futuras ações de legisladores, pesquisadores, professores, produtores e empresários do segmento.  Em comparação aos produtos de carne convencional, as alternativas à base de plantas geralmente são compostas por uma diversidade maior de ingredientes – as proteínas vegetais, por exemplo, variam entre leguminosas, pulses, sementes, cereais e tubérculos, e as gorduras costumam vir de um combinação entre óleos (como de canola, coco, soja e girassol), manteiga de cacau, etc. A diversidade de ingredientes nos produtos plant-based é uma vantagem, porque possibilita o ajuste da composição para alcançar as necessidades tecnológicas, funcionais e sensoriais desejadas, mas também pode gerar um ponto de atenção, porque aumenta o número de fontes de onde perigos podem surgir. Além disso, apesar da indústria de alternativas à base de plantas ter nascido fortemente associada à de produtos animais, as considerações de segurança entre elas são bem diferentes. O desafio de hoje é identificar todos os potenciais riscos para superá-los e quanto mais informações científicas, melhor. Por isso, o GFI vem trabalhando em parceria com o governo, municiando as equipes técnicas do Mapa e da Anvisa com dados essenciais para o processo regulatório dos produtos plant-based no Brasil. O que mais precisamos saber sobre Segurança de Aimentos? Incidentes locais, efeitos globais Além de essencial para a saúde humana, a produção de alimentos seguros também reduz o desperdício, preserva recursos, beneficia a economia, cria mercados nacionais prósperos, exportações estáveis e reduz a pressão sobre os sistemas de saúde. A segurança dos alimentos é afetada pela saúde dos animais, das plantas e do ambiente em que eles são produzidos; por isso, o problema deve ser tratado de forma holística, onde o planeta é visto como um sistema único e complexo. Hoje, qualquer incidente na cadeia de suprimento de alimentos pode desencadear efeitos negativos não só regionais, mas globais. De acordo com a ONU, embora o vírus da COVID-19 não seja transmitido por alimentos, a pandemia colocou em destaque muitas questões relacionadas a eles, como higiene, resistência antimicrobiana, doenças zoonóticas, mudanças climáticas e

Governo zera por decreto o IPI de bebidas vegetais alternativas ao leite animal 

por Vinícius Gallon O Governo Brasileiro publicou hoje (31/5) no Diário Oficial da União (DOU) o Decreto nº 11.087/2022, que cria uma classificação específica para as bebidas vegetais, antes classificadas apenas como “outras”, e zera a alíquota de bebidas vegetais, que era de 2,6%, na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). A matéria, que já está em vigor, inseriu na TIPI o desdobramento “Ex 05”, dentro da NCM 2202.99.00, que passa a contemplar as bebidas vegetais à base ou elaboradas a partir das seguintes matérias-primas: Entenda como foi o processo para zerar o IPI das bebidas vegetais A redução da tarifa tributária tem sido discutida já há algum tempo pelas empresas que produzem bebidas vegetais que substituem o leite animal. Em 2020, a A Tal da Castanha, que produz bebidas a base de castanha-de-caju, castanha-do-Brasil, amêndoa, coco, aveia e amendoim, começou a criar uma estratégia para apresentar um pleito ao governo solicitando a redução do imposto. “Sempre nos incomodamos com a carga tributária que incidia sobre as bebidas vegetais, diferente do padrão adotado para outras bebidas, especialmente à base de soja, que é uma matéria prima similar às que são usadas pelo mercado. Nos últimos anos, nosso setor mudou e cresceu muito rápido, e, com isso, o texto da lei ficou desatualizado”, explica Rodrigo Carvalho, Co-fundador e diretor da Positive Brands. Na época, a empresa encontrou dificuldades para criar a estratégia em parceria com outras empresas ou associações representantes de categorias, por isso resolveram empreender tempo e recursos sozinhos, a fim de criar a melhor estratégia para apresentar o pleito. “Estamos discutindo esse tema internamente desde o final de 2020. Mas foi só no ano passado que solicitamos apoio ao GFI Brasil, que nos apoiou prontamente.”, conta Rodrigo. “O GFI Brasil representa 33 empresas no GT de Proteínas Alternativas da ABBI – Associação Brasileira de Bioinovação, que dentre outras pautas, tem o papel de endereçar dentro do governo questões regulatórias e tributárias que influenciam os negócios atuais em proteínas alternativas. Ao tomar conhecimento da iniciativa da Positive Brands, que faz parte desse GT, o GFI Brasil apoiou o posicionamento junto ao Governo”, conta o VP de Políticas Públicas do GFI Brasil, Alexandre Cabral. “Essa ação beneficia o consumidor e todo o setor. O Ministério da Economia entendeu desde o início que era um pleito viável, nos apoiando inteiramente.”, completa Rodrigo. No momento, existem outras frentes tributárias sendo discutidas pelo GT a fim de criar, cada vez mais, igualdade de condições para a categoria de proteínas alternativas. Como o decreto impacta o setor de proteínas alternativas? O IPI, como também é chamada a Tabela TIPI, é segmentado de acordo com a importância do produto. Ou seja, quanto mais essencial para a população o produto é considerado pelo Governo, menor é o imposto incidente (alíquota). “O IPI é um valor que a empresa lança na nota, cobra do cliente e repassa pro governo. Com o valor zerado a empresa não lança na nota nem cobra do cliente nem repassa pro governo. O preço final poderia ser reduzido do total do imposto, aumentando a competitividade diante do produto animal. O leite e lacticínios animais, por exemplo, já estão contemplados no Capítulo 4 da TIPI, com alíquota zerada”, afirma Alysson Soares, especialista de Políticas Públicas do GFI Brasil. Mas, como reintera Cabral, IPI zerado não é garantia de redução nos preços das bebidas vegetais. “Estamos reduzindo um custo, não reduzindo o preço final do produto. Quem vende no varejo pode não repassar a redução para o consumidor. É uma decisão do varejo e não das marcas que produzem as bebidas vegetais. Mas, claro, esperamos que a redução tributária aumente a competitividade dos produtos beneficiados”, completa.

Quer ter a oportunidade de transformar o futuro da alimentação?

O GFI Brasil está com uma vaga aberta para profissionais interessados em prestar suporte operacional e analítico para a equipe de Ciência e Tecnologia. Inscreva-se até 8 de junho. Se você quer ter a chance de atuar em uma organização global que pensa estratégias para criar um sistema de produção de alimentos mais seguro, justo e sustentável, chegou a sua hora! O GFI Brasil recebe até o próximo dia 8 de junho (23h59min) candidaturas para a vaga de Analista de Ciência e Tecnologia.  Nesta função, você dará suporte técnico, operacional e analítico a projetos, produzirá relatórios e executará tarefas em geral para a equipe de Ciências e Tecnologia. Irá colaborar na elaboração de  documentos e projetos na área de carne cultivada, mas também nas demais áreas tecnológicas relacionadas a proteínas alternativas (proteínas vegetais ou obtidas por fermentação), de acordo com as demandas atribuídas pela equipe. Além disso, participará de projetos que fomentem o financiamento, público e privado, à pesquisa científica sobre proteínas alternativas  no Brasil.  O(a) Analista de Ciência a Tecnologia deve ter: Buscamos as melhores pessoas e não queremos preconceitos nos impedindo. Nós encorajamos candidatos e candidatas de todas as cores, orientações, idades, gêneros, origens e habilidades a se inscreverem. Valorizamos um local de trabalho diverso e inclusivo, e garantimos a sua proteção contra qualquer tipo de discriminação ou assédio durante o processo de inscrição e depois que se juntar à equipe. Você estará em um excelente ambiente de trabalho com gestão e equipe respeitosos e colaborativos. Terá oportunidade de crescimento profissional, liderança e RH focados em criar o melhor lugar possível para se trabalhar, promovendo e respeitando a diversidade, engajando a cultura, desenvolvendo ferramentas para apoiar a saúde mental e cuidar das necessidades individuais de cada membro do time. Pesquisas indicam que os homens tendem a se candidatar a empregos quando atendem a apenas 60% dos critérios, enquanto as mulheres e outros grupos só se candidatam se forem 100% compatíveis. Se você é apaixonado(a) pela missão do GFI e considera que tem o que é preciso para ter sucesso nesta função, mesmo que não se adeque totalmente ao perfil, inscreva-se. Analisaremos todos os perfis com muita atenção e carinho. Para saber outros detalhes da vaga, acesse o edital. Para se inscrever, preencha as suas informações neste formulário. Boa sorte!

MAPA promove workshop sobre uso de fermentação na produção de alimentos análogos aos de origem animal

GFI Brasil vai apresentar resultados do estudo regulatório sobre fermentação desenvolvido em parceria com o ITAL por Vinícius Gallon O The Good Food Institute Brasil participa no próximo dia 26 de maio, a partir das 8h30, do Workshop “O uso de processos fermentativos para obtenção de alimentos análogos à proteína animal”, promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O evento tem o objetivo de debater questões técnicas e de mercado relevantes para a regulação dos alimentos e ingredientes obtidos a partir de processos fermentativos. A transmissão será realizada no canal do Youtube do Sistema Unificado de Atenção Agropecuária Suasa – Mapa.  O workshop representa mais um importante passo do governo em direção à regulamentação do setor de proteínas alternativas no Brasil. No ano passado, o GFI Brasil promoveu uma série de workshops focados em produtos feitos de planta (plant-based) e o MAPA lançou uma tomada pública de subsídios, consultando a população sobre o tema. Neste ano, o GFI Brasil lançou três estudos regulatórios sobre carne cultivada, proteínas vegetais e fermentação, a fim de subsidiar as tomadas de decisão sobre o assunto.  “O estudo regulatório sobre fermentação, encomendado ao ITAL pelo GFI Brasil, concluiu que para os produtos à base de proteínas alternativas, o atual regulamento de novos alimentos e novos ingredientes é adequado, não sendo necessário desenvolver nenhum novo regulamento específico. Esperamos que a decisão do DIPOV ratifique as conclusões do estudo, apontando que o atual marco regulatório de novos alimentos será o documento utilizado pelas empresas que utilizem as tecnologias de fermentação em seus produtos”, afirmou Alexandre Cabral, vice-presidente de Políticas Públicas do GFI Brasil. O Estudo Regulatório sobre fermentação pode ser lido aqui. Confira a programação e acompanhe as discussões do evento. PROGRAMAÇÃO Abertura Glauco Bertoldo – Diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem vegetal – DIPOV/SDA/MAPA Painel 1 –  Visão Conceitual Do laboratório ao biorreator -Visão Geral do estado-da-técnica em fermentação aplicada à área de alimentos Paulo Coutinho – SENAI/CETIQT – ISI Biossintéticos Gustavo Mercaldi – Laboratório Nacional de Biociências (LNBio)/ Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) Mediadora: Karina Leandro DIPOV/SDA/MAPA Painel 2 – Visão de Mercado e Ambiente Regulatório Internacional Elementos para um mercado competitivo Marcos Pupin – Associação Brasileira de Bioinovação – ABBI Neusely da Silva – Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) Mediador: Elton Massarollo DIPOV/SDA/MAPA Painel 3 – Tendências O que vem por aí: produtos e pesquisas em desenvolvimento no Brasil e Marco Regulatório Ana Claudia Peluso – Novozymes Alexandre Cabral – Vice-presidente de Políticas Públicas do GFI Brasil Mediadora: Sibelle de Andrade Silva – SDI/MAPA Encerramento Hugo Caruso – Coordenador-Geral de Qualidade Vegetal – DIPOV/SDA/MAPA

Proteínas Alternativas ganham destaque na 2ª edição do NIS_Nutri Ingredients Summit

Evento conta com o apoio do The Good Food Institute Brasil e será realizado em São Paulo nos dias 24 e 25 de maio.  No próximo dia 24 de maio, o universo plant-based e as fontes de proteínas alternativas serão debatidos durante o NIS_Nutri Ingredients Summit, considerado o único evento técnico e de negócios focado em ingredientes. Com apoio do GFI Brasil, o evento contará com quatro painéis, duas mesas redondas, estudos de caso e um pitch focados exclusivamente em produtos feitos de planta e cultivados a partir de células. Se você tem interesse em saber mais sobre esses temas, confira abaixo a programação completa para não perder nada do que será apresentado:  14h30 | Abertura: O universo plant-based e as fontes de proteínas alternativas Gustavo Guadagnini, presidente do GFI Brasil Luis Madi, Diretor de Assuntos Institucionais do ITAL Cassiano Facchinett, sócio proprietário da GMF Painel 1 14h40: Tendências globais para o mercado plant-based – Fabiana Vancetto, Diretora de Contas LATAM da Mintel; Painel 2 15h: Tendências de consumo, oportunidades e desafios na produção de produtos plant-based no Brasil – Raquel Casselli, diretora de Engajamento Corporativo do GFI Brasil; Painel 3 15h20: Programa Biomas: o potencial da biodiversidade brasileira na busca por novos ingredientes para o mercado plant-based – Cristiana Ambiel, gerente de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil. Mesa Redonda 1 15h45: A Carne Cultivada está chegando ao Brasil Amanda Leitolis, especialista em Ciência e Tecnologia do GFI Brasil; Aline Bruna da Silva, professora e pesquisadora do CEFET-MG. Inaldo de Antoni, Diretor Global de Inovação e P&D da JBS; Raíssa Canova, pesquisadora da Ambi Real Food. Pitch Presentation 16h30: Mãe terra Mesa Redonda 2 16h40: Apresentação do status dos marcos regulatórios de plant-based, fermentação e carne cultivada Alexandre Cabral, diretor de Políticas Públicas do  GFI Brasil; Danilo Kamimura, Chefe da Divisão de Defesa Agropecuária da Superintendência Federal da Agricultura em São Paulo Luis Madi, Diretor de Assuntos Institucionais do ITAL Case de Inovação 1 17h10: A força do 1% – soluções em sustentabilidade Maria Constantino, criadora do Maria Virou Eco Case de Inovação 2 17h45: O caminho para o sucesso sensorial – soluções para o Mercado plant-based Renata Martin, Gerente de Serviço Técnico Sensient Food Colors Brasil Painel  4 Plant-based? É inevitável! Mônica Buava, Diretora Executiva da SVB Alessandra Luglio, Diretora de Campanhas da SVB Manu Matias, Relações internacionais da SVB Durante toda a feira, a equipe do GFI Brasil também estará presente em um estande para conversar com o público, tirar dúvidas e realizar conexões. Além disso, quem quiser contribuir com o trabalho que a instituição realiza para acelerar transformações no sistema de produção de alimentos, poderá realizar doações diretamente para a equipe presente. Veja aqui o mapa da feira para saber onde nos encontrar. Saiba mais sobre o evento: O NIS apresentará um congresso técnico de altíssimo nível, elaborado em parceria com os principais nomes da indústria, em paralelo a uma feira de negócios B2B, com a presença dos maiores fabricantes e distribuidores de ingredientes para a indústria. Na sua segunda edição, o NIS traz para o centro do debate “o papel do ingrediente para uma alimentação mais saudável, segura e acessível”, reforçando esse contexto em que o consumidor busca na sua alimentação uma fonte de saúde e bem-estar, além de indulgência e prazer.  Sob essa ótica, os maiores experts irão compor o NIS Congress desse ano, que foi dividido em quatro módulos, pautado nos principais desafios e oportunidades da indústria:  – A nova rotulagem frontal na prática – O universo “plant based” e as fontes de proteínas alternativas – Ingredientes inovadores e as próximas tendências de consumo – Os avanços no mercado de suplementos alimentares Além do congresso, que tem vagas limitadas, os visitantes poderão ter acesso ao NIS Free Content, uma área de conteúdo gratuita, preparada pelo time de patrocinadores, que apresentarão seus lançamentos em ingredientes e suas aplicações na indústria.  Logo na entrada do NIS, os visitantes já poderão visitar o NIS Innovation Zone, uma exposição dos principais protótipos e ingredientes dos patrocinadores, com suas aplicações na indústria, para dar um teaser do que os visitantes encontrarão nos stands.  As grandes novidades deste ano serão o NIS Taste Live – cozinha experimental onde os patrocinadores irão aplicar seus ingredientes num show ao vivo – e o NIS Label Experience – espaço onde os visitantes poderão entender melhor sobre a nova rotulagem frontal, que entra em vigor no final desse ano no país. O evento é aberto apenas para profissionais do setor e será gratuito para credenciamento antecipado até o dia 20 de maio pelo site. Para mais informações e credenciamento www.nisummit.com.br  Sobre o NIS_Nutri Ingredients Summit: 24 e 25 de maio de 2022 Transamerica Expo Center – São Paulo  https://www.transamericaexpo.com.br/localizacao/ Organização: GMF e Ânggulo www.nisummit.com.br 

GFI Brasil lança chamada para estudo sobre segurança de alimentos plant-based

Projeto inicia em setembro de 2022 e tem prazo de 5 meses por Victoria Gadelha O The Good Food Institute Brasil convida pesquisadores, empresas e instituições interessadas em desenvolver o Estudo dos Aspectos de Segurança de Alimentos Aplicados na Produção de Produtos Cárneos Feitos de Plantas a enviarem suas propostas até dia 9 de junho. O objetivo do estudo é estabelecer um plano que contemple os aspectos de segurança de alimentos para produção de produtos cárneos feitos de plantas, usando como base a ferramenta de “Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle” (APPCC). Devem ser abordados pelo menos quatro produtos feitos de plantas e devem ser considerados os principais pontos da cadeia de produção que precisam ser controlados para obter produtos seguros, assim como os pontos que requerem aprofundamento científico para identificação e controle dos perigos. Dessa forma, o documento visa prover subsídios técnicos e científicos para embasar e orientar as futuras ações de legisladores, pesquisadores, professores, produtores rurais e empresários desse segmento. O estudo será dividido em quatro etapas (estruturação da equipe multidisciplinar, treinamento da mesma, desenvolvimento do estudo e elaboração do relatório final) e o GFI Brasil, além de validar essas etapas, vai também acompanhar o processo por meio de relatórios e reuniões de acompanhamento. O projeto é previsto para iniciar em setembro de 2022 e o prazo desejado para a execução do estudo é de cinco meses. As propostas poderão ser enviadas até dia 9 de junho, em formato PDF, para o email ciencia@gfi.org. A proposta deve conter obrigatoriamente um cronograma, os valores previstos para a execução de cada etapa, o investimento total, a metodologia a ser utilizada e o currículo dos profissionais que irão desenvolver o trabalho. As orientações completas para submissão, assim como todas as demais informações sobre o estudo, podem ser acessadas neste link. Contextualização  Os produtos feitos de plantas costumam apresentar uma maior diversidade de ingredientes do que os produtos de carne convencional. Essa é, ao mesmo tempo, uma grande vantagem e uma desvantagem, porque apesar da possibilidade de usar vários ingredientes para ajustar a composição do produto e alcançar as necessidades tecnológicas, nutricionais, funcionais e sensoriais, um maior número de ingredientes também significa um maior número de fontes de onde perigos podem potencialmente surgir. Apesar da indústria de produtos cárneos feitos de plantas ter nascido fortemente associada à indústria de produtos animais, as considerações de segurança para produtos plant-based são diferentes das necessárias para produzir produtos de origem animal: a segurança dos alimentos à base de plantas depende do solo, dos insumos agrícolas usados onde as plantas de origem são cultivadas, de como as plantas são colhidas, armazenadas, transportadas, processadas para obter os isolados de proteína e manuseadas pós-processamento. O consumo de carne vegetal vai continuar crescendo nos próximos anos e a indústria precisa se preparar para atender à demanda. O Brasil tem grande potencial para se tornar referência mundial em proteínas alternativas: nossa capacidade, força e “know-how” de produção pecuária e agrícola, somadas à diversidade dos biomas brasileiros (que pode colocar o país no centro da produção sustentável de matérias-primas e desenvolver alternativas nacionais que sejam competitivas, como o Licuri), e ao anúncio feito recentemente pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de que vai regular o mercado de produtos plant-based, indicam que estamos nesse caminho. Agora, o desafio é conhecer os perigos potenciais para superá-los, estabelecendo as medidas de controle eficazes para que o Brasil possa avançar na oferta de produtos de carne feitos de plantas refrigerados e estáveis em temperatura ambiente (e não só congelados).  Vale destacar que o GFI Brasil vem trabalhando em parceria com o governo sob demanda das agências reguladoras MAPA e ANVISA, com o objetivo de fornecer informações científicas essenciais para o processo regulatório de produtos cárneos vegetais no Brasil envolvendo desde estudos regulatórios até o estudo de segurança alimentar.