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GFI Brasil e Fundação Araucária anunciam R$ 2 milhões em investimentos para Programa de Pesquisa em Proteínas Alternativas

O GFI Brasil e a Fundação Araucária anunciam R$ 2 milhões para apoiar pesquisas em proteínas alternativas no Paraná. A iniciativa busca desenvolver tecnologias inovadoras em fermentação e cultivo celular para criar alimentos mais acessíveis, sustentáveis e nutritivos. Com prazo de submissão até 25 de julho de 2025, o edital reforça o protagonismo do estado na produção de alimentos do futuro.

No Dia Mundial da Segurança de Alimentos, o GFI Brasil apresenta estudos sobre carne cultivada e proteínas vegetais

No Dia Mundial da Segurança de Alimentos, o GFI Brasil apresenta dois estudos técnicos inéditos que reforçam a importância da segurança no setor de proteínas alternativas. Um deles traz uma análise aprofundada dos riscos e medidas de controle na produção de alimentos vegetais análogos à carne, incluindo planos APPCC para hambúrguer, frango, linguiça e peixe vegetal. O outro estudo, focado em carne cultivada, propõe um plano de segurança alimentar baseado em uma linha piloto de hambúrguer, identificando perigos e lacunas que exigem mais pesquisa.

COP 29: reflexões e o caminho para Belém

Como era esperado pela maior parte dos países e organizações, a COP 29, embora muito bem organizada, não trouxe avanços significativos para a agenda climática. Apesar disso, o evento reforçou a importância de continuar o trabalho conjunto e destacou que a atenção global agora está voltada para a COP 30, que acontece em 2025, em Belém. Mais do que uma pausa, esse intervalo representa uma oportunidade: temos um ano para trabalhar intensamente, fortalecer alianças e garantir que as soluções necessárias, como as proteínas alternativas, ganhem o destaque que merecem. Ainda que os resultados da COP 29 tenham ficado aquém das expectativas, o fortalecimento da comunidade global focada em alimentos e clima é um avanço que não pode ser ignorado. Hoje, estamos mais alinhados e preparados para avançar com essa conversa, tanto na COP quanto em outros espaços estratégicos. Essa força coletiva será essencial para garantir que, em Belém, o foco esteja na urgência de transformar os sistemas alimentares e de redirecionar recursos para as soluções com maior impacto positivo possível. Avanços e desafios da COP 29 O principal resultado desta edição foi o acordo para destinar US$300 bilhões anuais para o financiamento climático até 2030. Embora distante do US$1,3 trilhão inicialmente demandado pelos países do Sul Global, o valor representa uma direção importante. O texto final, no entanto, menciona alimentos apenas uma vez, destacando que as medidas de mitigação e adaptação a serem implementadas não devem colocar em risco a produção de alimentos,  mas falha em oferecer detalhes sobre como o financiamento será direcionado a sistemas alimentares sustentáveis. Além disso, produtores rurais e pequenos agricultores, considerados grupos vulneráveis, não foram citados no documento final, o que foi criticado pela sociedade civil. No próximo ano, o debate será centrado na chamada “Road from Baku to Belém”, com o desafio de transformar os US$300 bilhões anuais em um total de US$1,3 trilhões. Esse escalonamento exigirá a diversificação das fontes de financiamento, mobilizando não apenas recursos públicos, mas também investimentos privados, parcerias internacionais e mecanismos inovadores. Essa abordagem integrada será essencial para garantir que as soluções climáticas sejam robustas e efetivas. O GFI Brasil está comprometido em apresentar projetos que demonstrem o impacto positivo de sistemas alimentares alternativos, especialmente nas economias do Sul Global. Aproveitaremos as lições aprendidas nas COPs anteriores para propor soluções práticas e ampliar as oportunidades de financiamento climático. Outro destaque desta edição foi a Declaração sobre Metano, que gerou controvérsia ao focar exclusivamente nas emissões provenientes de resíduos orgânicos, responsáveis por cerca de 18% das emissões globais de metano, enquanto ignorou completamente a pecuária, que contribui com aproximadamente 40%. Mais de 30 países se comprometeram a incluir metas de redução de metano derivados dos resíduos orgânicos nas suas futuras NDCs, mas essa abordagem reflete uma resistência em enfrentar diretamente o impacto ambiental da produção de produtos de origem animal – e reforça a necessidade de organizações como o GFI intensificarem o debate sobre soluções escaláveis na indústria de alimentos. Além disso, o Trabalho Conjunto de Sharm el-Sheikh sobre Agricultura (SSJWA) lançou um portal online para compartilhamento de projetos relacionados à agricultura e segurança alimentar, com potencial de atrair investimentos e facilitar a ampliação de iniciativas climáticas na agricultura. Essa ferramenta, em desenvolvimento desde a COP 27, busca integrar uma abordagem mais ampla e inclusiva para os sistemas alimentares, que abrangem múltiplos setores da economia e todos os elos da cadeia de produção e consumo de alimentos. O GFI Brasil continuará trabalhando ao lado de negociadores e parceiros para apresentar projetos bem-sucedidos e buscar recursos que ampliem o impacto de iniciativas alinhadas a essa agenda. Esse trabalho é essencial para garantir que os sistemas alimentares sejam priorizados em futuras discussões climáticas, especialmente na “Road from Baku to Belém” que se desenrolará até a COP 30 no Brasil. Por fim, foi lançada a Iniciativa Climática Baku Harmoniya para Agricultores, que busca harmonizar programas existentes e integrar agricultores, especialmente mulheres e comunidades rurais, às ações climáticas voltadas para alimentos. Apesar da proposta ser muito promissora para construir soluções climáticas inclusivas e sustentáveis, sua operacionalização ainda precisa ser detalhada, e nós acompanharemos de perto seus desdobramentos. Oportunidades na NDC Brasileira Durante a COP 29, Brasil, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos apresentaram atualizações de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). No caso do Brasil, a revisão da NDC está associada ao Plano Clima e seus planos setoriais,com previsão de finalização até março de 2025. Há uma expectativa crescente de que as versões finais sejam mais inclusivas e ambiciosas. O GFI Brasil enxerga essa revisão como uma oportunidade crucial para integrar políticas que incentivem a produção sustentável de alimentos, especialmente as proteínas para consumo humano, como parte de uma estratégia alimentar mais alinhada com os desafios climáticos. Incorporar metas específicas para sistemas alimentares será essencial para posicionar o Brasil como líder em soluções sustentáveis, contribuindo significativamente para a mitigação das emissões globais. Um caminho positivo para Belém O maior legado da COP 29 não está nos textos finais ou nos compromissos firmados, mas no fortalecimento de uma comunidade global de comida e clima mais unida e determinada a enfrentar os desafios climáticos. Esse alinhamento será fundamental para garantir que, na COP 30, os sistemas alimentares estejam no centro das discussões. Ao longo das COPs 27, 28 e 29, o GFI Brasil colaborou com diversos parceiros para consolidar a agenda de sistemas alimentares no centro das negociações climáticas. O próximo desafio é transformar essa conexão em ações climáticas concretas, apresentando projetos robustos que demonstrem o impacto positivo de novas formas de se produzir  proteínas como uma solução viável, escalável e estratégica no combate às mudanças climáticas. A COP 30 será uma oportunidade única para avançar essa agenda. Com planejamento estratégico, mobilização de recursos e parcerias fortalecidas, estamos confiantes de que Belém terá o potencial para gerar mudanças estruturais na agenda climática global Belém nos espera e, com ela, a chance de transformar o potencial das proteínas alternativas em soluções concretas e duradouras para um futuro mais sustentável.

Novas fontes e sistemas de produção de alimentos: principais resultados do relatório FAO 2023

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou recentemente o relatório da Reunião Técnica de Prospectiva de Segurança de Alimentos sobre Novas Fontes e Sistemas de Produção de Alimentos de 2023, que aconteceu em novembro do mesmo ano. Este encontro contou com a presença de especialistas globais, incluindo Graziele Karatay, Especialista de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil, para discutir os desafios e oportunidades relacionados à segurança dos alimentos plant-based, e das tecnologias de fermentação de precisão e impressão 3D de alimentos.   O documento sintetiza a literatura existente nessas novas fontes e sistemas de produção de alimentos, abordando tanto os riscos à  segurança de alimentos, quanto outros aspectos relevantes, como características nutricionais, impactos ambientais e percepção dos consumidores.   1. Questões de Segurança de Alimentos   Esse tópico emergiu como um dos principais pontos de discussão no desenvolvimento de novos alimentos e sistemas de produção e os principais pontos destacados no relatório nas três áreas são:  Plant-based   Os perigos de segurança de alimentos são semelhantes aos dos alimentos convencionais. Os consumidores podem erroneamente considerar os produtos não cozidos como seguros. Uma gestão adequada da segurança de  alimentos pode reduzir significativamente os riscos, como microrganismos patogênicos e de deterioração, e contaminantes químicos.   Fermentação de precisão   As etapas de produção são geralmente bem conhecidas e controladas. Perigos potenciais: crescimento de microrganismos patogênicos, contaminantes químicos, alergenicidade. A seleção rigorosa de cepas, o monitoramento adequado e o cumprimento das diretrizes de segurança de  alimentos podem reduzir os riscos.   Impressão 3D de alimentos   Fatores-chave para prevenir o crescimento microbiano: Parâmetros para impressão, processamento, armazenamento e condições de formulação dos ingredientes de entrada. O projeto higiênico do equipamento é crítico para evitar a lixiviação  (processo pelo qual substâncias indesejadas, como contaminantes, são transferidas do equipamento, no caso a impressora, para o alimento).   2. Características Nutricionais   Plant-based   Possíveis benefícios para a saúde: melhoria nos marcadores cardiometabólicos e na saúde intestinal. Possíveis deficiências nutricionais: vitamina B12 e certos aminoácidos (como metionina e cisteína, no caso de alimentos à base de leguminosas).   Fermentação de precisão   Pode alterar as propriedades dos produtos nativos (por exemplo, reduzir a alergenicidade e aumentar a biodisponibilidade) ou produzir novos produtos.   Impressão 3D de alimentos   A dosagem precisa de vários ingredientes ou nutrientes pode ajudar a atender às necessidades nutricionais individuais.   3. Aspectos Ambientais   Plant-based   Alimentos à base de plantas podem ter uma pegada ambiental menor do que os alimentos de origem animal, mas comparações diretas são complexas.   Fermentação de precisão   Menor impacto ambiental em comparação com laticínios convencionais (por exemplo, emissões de metano e agroquímicos). A produção de alimentos em ambientes fechados e controlados não é afetada pelas condições climáticas. Alto consumo de eletricidade.   Impressão 3D de alimentos   Os aspectos de sustentabilidade ambiental da impressão 3D de alimentos permanecem inexplorados.   4. Percepção do Consumidor   Plant-based   Interesse do consumidor em experimentar alimentos à base de plantas. Percepção de serem “altamente processados”. Reduzir os custos e aumentar a diversidade de produtos melhorará a adoção pelos consumidores.   Fermentação de precisão   Disposição do consumidor para experimentar produtos com ingredientes feitos por fermentação de precisão. Segurança, nutrição, sabor e impactos ambientais são fundamentais para a aceitação do consumidor.   Impressão 3D de alimentos   As percepções dos consumidores são influenciadas pela falta de conhecimento sobre alimentos impressos em 3D e pela terminologia técnica (por exemplo, vistos como “não naturais” e “sintéticos”).   Conclusão   O relatório da FAO oferece uma visão abrangente dos avanços e desafios na produção de alimentos plant-based, obtidos por fermentação de precisão e impressão 3D, reafirmando a importância de regulamentações robustas, desenvolvimento contínuo e uma comunicação clara com o consumidor. O GFI Brasil segue acompanhando esses avanços para garantir que essas inovações possam ser amplamente implementadas, com segurança e benefícios claros tanto para o meio ambiente quanto para a saúde pública.   Acesse o relatório completo aqui. A FAO também produziu uma série de 4 vídeos a partir de entrevistas feitas com os especialistas durante a reunião técnica. Confira a playlist no Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=1N7KhFl5bD8&list=PLzp5NgJ2-dK7OoCcSAP-tyVzmuiCsEo8G&index=5

Oportunidade: envie sua proposta de estudo estratégico sobre a categoria de carnes vegetais análogas no Brasil!

O The Good Food Institute Brasil lançou uma chamada para propostas com o objetivo de contratar uma empresa especializada para realizar um estudo estratégico sobre a categoria de carnes vegetais análogas no Brasil. O foco é analisar o mercado e desenvolver estratégias para o crescimento e consolidação dessa categoria no país, inspiradas em aprendizados de outras categorias de consumo e mercados que enfrentaram desafios semelhantes. O estudo deve identificar caminhos e boas práticas que orientem a indústria de proteínas alternativas a avançar, propondo ações eficazes que possam ser adotadas pelas empresas do setor. O objetivo final é criar um plano estratégico que aumente a participação de mercado das carnes vegetais análogas, considerando toda a categoria, e não apenas produtos ou marcas específicas. As propostas devem ser enviadas até o dia 28 de outubro de 2024 e o resultado final desta chamada será divulgado até dia 11 de novembro de 2024. Acesse aqui as informações completas para a subsmissão e envie sua proposta!

Semana do Clima de Nova York: impacto dos sistemas alimentares ganha destaque no evento preparatório para a COP

Com foco nas dietas “plant-rich”, a edição de 2024 reforça a urgência de integrar a alimentação nas estratégias climáticas globais A Semana do Clima de Nova York, realizada anualmente em setembro, paralelamente à Assembleia Geral da ONU, reúne líderes de governos, empresas, acadêmicos, ONGs e representantes da sociedade civil para discutir soluções climáticas. A edição de 2024, que aconteceu entre os dias 22 e 29 de setembro, trouxe pela primeira vez um dia inteiramente dedicado às discussões sobre dietas com menos produtos de origem animal, chamado de “Food Day”. Realizado no segundo dia da conferência, o evento reuniu mais de mil participantes para debater a relação entre sistemas alimentares e mudanças climáticas, com painéis conduzidos por representantes de organizações como a Sociedade Vegetariana Brasileira, PAN e Humane Society. A abordagem central do Food Day foi o conceito “plant-rich diet”, que pode ser traduzido como “dieta rica em vegetais”, sugerindo que alimentos de origem vegetal sejam priorizados na composição da dieta. Essa perspectiva busca promover escolhas alimentares sustentáveis de forma inclusiva e abrangente, evitando rótulos restritivos e contemplando uma maior diversidade de dietas. A Semana do Clima se consolidou como um evento preparatório para a COP e funciona como uma plataforma para revisar metas de sustentabilidade e alinhar esforços, preparando o terreno para os compromissos formais que serão discutidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Muitos dos temas debatidos nesta semana, como descarbonização, financiamento climático e sistemas alimentares, são os mesmos que guiarão as negociações na COP, o que torna esse encontro uma oportunidade valiosa para avaliar o progresso global e definir o tom para as futuras ações climáticas. O GFI esteve ativamente presente na Semana do Clima, com representantes de todo o mundo participando de painéis e co-organizando eventos para reforçar as proteínas alternativas como a solução climática viável que elas já se provaram ser. Recentemente, o estudo “Recipe for a Livable Planet”, publicado pelo Banco Mundial, posicionou esses alimentos como uma das estratégias mais promissoras para mitigar as mudanças climáticas: ao analisar 26 intervenções no setor agroalimentar, a publicação concluiu que as proteínas alternativas ocupam a segunda posição em termos de potencial de redução de emissões, ficando atrás apenas do reflorestamento, com a capacidade de reduzir até 6,1 bilhões de toneladas de CO2 anualmente – o que equivale a retirar aproximadamente 1,3 bilhão de carros de circulação globalmente durante o mesmo período. No entanto, apesar dos sistemas alimentares contribuírem com 33% das emissões globais, eles ainda recebem apenas 3% do investimento climático, valor 22 vezes menor do que o recebido pelos setores de energia e transportes, por exemplo. Por isso, um dos focos da Semana do Clima foi a inclusão dos sistemas alimentares em estratégias climáticas globais, como as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Elas são os compromissos que cada país estabelece de forma autônoma para atingir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, conforme estipulado no Acordo de Paris. Esses compromissos refletem as metas e estratégias de cada nação para combater as mudanças climáticas e são revisados periodicamente. Na COP 28, um avanço importante foi a inclusão dos sistemas alimentares e da agricultura no Global Stocktake, um relatório revisado a cada cinco anos que avalia o progresso global em relação aos objetivos do Acordo de Paris. Pela primeira vez, foram mencionadas a necessidade de aumentar a produção sustentável de alimentos e fortalecer a resiliência dos sistemas alimentares. Embora essas menções ainda sejam tímidas, elas abriram caminho para que o tema seja trabalhado de forma mais robusta em futuras COPs e em outros instrumentos internacionais. O time de políticas públicas do GFI Brasil já vem trabalhando para integrar os sistemas alimentares nas NDCs nacionais, promovendo um alinhamento entre o setor agroalimentar e as metas climáticas do país. E, com a COP 30 marcada para acontecer em 2025 em Belém (PA), a expectativa é que o Brasil possa assumir um papel de liderança nesta pauta, incluindo os sistemas alimentares nas NDCs e formando coalizões entre governos, empresas e organizações da sociedade civil para acelerar uma transição alimentar sustentável. O Food Day também foi palco do lançamento do Tilt Collective, uma iniciativa global que trabalha com pesquisa, financiamento de projetos e comunicação estratégica para enfrentar os impactos da agricultura intensiva e acelerar a transição para dietas que priorizem alimentos de origem vegetal. No painel, Zenia Stampe, deputada dinamarquesa líder da comissão de agricultura do parlamento, apresentou a nova legislação em aprovação no país que introduz impostos sobre a produção de carne. Segundo ela, um terço das emissões da Dinamarca vem da agricultura – em consonância com os números globais – e a associação de fazendeiros apoiou o programa governamental de aumentar o foco em produções vegetais em vez da pecuária. Stampe explicou que os produtores rurais recebem financiamento público para produzir mais vegetais e que, nesse processo, eles vêm deixando de sofrer com diversos problemas recorrentes ligados à criação de animais. Gus Guadagnini, presidente do GFI Brasil, esteve presente no debate e ressaltou que essa é uma lição importante para o nosso país: “a modernização das práticas agrícolas pode trazer benefícios diretos para o produtor rural, desde que haja um investimento comprometido com a questão social e uma transição justa para a produção vegetal. Para transformar os sistemas alimentares, é fundamental capacitar e fornecer os recursos necessários aos fazendeiros, permitindo que eles sejam protagonistas dessa mudança. Isso se torna ainda mais crucial no Brasil, onde o rebanho bovino atingiu um recorde histórico, com mais de 238 milhões de cabeças de gado em 2023, mostrando que precisamos urgentemente equilibrar nossas práticas de produção com a crescente demanda global por alimentos mais sustentáveis.” O presidente do GFI Brasil reforça, ainda, que o caminho para um futuro sustentável passa, inevitavelmente, pela transformação de como produzimos e consumimos nossos alimentos: “a pauta dos sistemas alimentares começou a ser debatida apenas em 2022, na COP do Egito. Desde lá, ela vem ganhando mais foco, comprometimento dos países, engajamento da comunidade internacional, fontes de financiamento para o setor e até dias

Novo estudo do GFI Brasil explora o potencial da aplicação de algas em produtos de proteínas alternativas

O GFI Brasil acaba de lançar a publicação técnica “Potencial de Aplicação de Algas em Produtos de Proteínas Alternativas”, trazendo uma contribuição inédita ao cenário nacional. Por ser a primeira publicação do Brasil sobre o tema, ela oferece uma revisão abrangente e detalhada da literatura disponível, contextualizando o leitor sobre a relevância e o potencial das algas no setor alimentar e como ingredientes inovadores na produção de produtos de proteínas alternativas.   Desenvolvido para leitores que estão se familiarizando com o tema e para aqueles que buscam um conhecimento mais aprofundado, o estudo é dividido em duas partes principais: a primeira é dedicada a fornecer uma base sólida sobre o tema, abordando a classificação das algas, métodos de cultivo e coleta, além dos usos alimentares convencionais e questões de segurança alimentar, destacando como as algas podem ser integradas na narrativa das proteínas alternativas.   A segunda parte do estudo explora o potencial nutricional e tecnológico das algas, ressaltando suas propriedades funcionais que as tornam uma fonte promissora de ingredientes para produtos plant-based. Além disso, são discutidos os aspectos de sustentabilidade associados ao uso de algas.   A publicação também identifica diversas oportunidades de pesquisa, incentivando a exploração das algas como ingredientes-chave para a criação de novos produtos no mercado de proteínas alternativas. Ela foi elaborada não apenas para cientistas e pesquisadores, mas também para profissionais do mercado, oferecendo uma visão completa das vantagens tecnológicas, nutricionais e sustentáveis que as algas podem proporcionar. Resultados:   Os resultados apresentados revelam que as algas têm um grande potencial como fonte de proteínas alternativas, com capacidade de contribuir significativamente para a sustentabilidade e diversificação da produção alimentar. Além de seus benefícios à saúde humana, as algas possuem propriedades funcionais e tecnológicas que as tornam uma fonte promissora e versátil para a produção de alimentos mais saudáveis e sustentáveis.   As proteínas são essenciais na formulação de alimentos vegetais análogos à carne, não só pelo valor nutricional, mas também pelas suas funcionalidades tecnológicas. As algas são uma fonte viável de proteínas, com uma composição de aminoácidos essenciais que atende aos requisitos da FAO, comparável a outras fontes como soja e ovo. As microalgas, em particular, podem conter entre 40-60% de proteína (base seca), oferecendo aminoácidos essenciais e propriedades nutricionais e funcionais, como baixa alergenicidade e boa digestibilidade.   Além disso, possuem propriedades físico-químicas ideais para várias aplicações, incluindo solubilidade, emulsificação, geleificação e formação de espuma. Algumas macroalgas podem ser usadas como substitutos do sal em alimentos, ajudando a reduzir o teor de sódio, e seus pigmentos, como carotenos e xantofilas, são amplamente utilizados como corantes na indústria alimentícia.   A produção de algas como fonte de proteínas apresenta várias vantagens em relação a outras fontes vegetais. As algas têm crescimento e produção mais rápidos, maior eficiência fotossintética, baixo consumo de água e não competem por terras aráveis. Além disso, possuem baixo teor de lignina, facilitando a extração, e podem armazenar carbono, contribuindo para uma produção sustentável. Com oceanos e mares cobrindo mais de 70% da superfície terrestre, há um vasto potencial para o cultivo sustentável e a colheita em grande escala de algas. Acesse a publicação

GFI Brasil no I Congresso Brasileiro de Biotecnologia Industrial!

O I Cobbind, que acontece em Florianópolis (SC) entre os dias 25 e 28 de agosto de 2024, une oficialmente os três eventos mais importantes na área de biotecnologia industrial do Brasil: o XXIII Simpósio Nacional de Bioprocessos (SINAFERM), o XIV Seminário de Hidrólise Enzimática de Biomassas (SHEB) e o XIV Seminário Brasileiro de Tecnologia Enzimática (ENZITEC).   E, na manhã do dia 28, o GFI Brasil vai realizar o evento “A Biotecnologia na Construção de um Sistema Alimentar Mais Sustentável”, para promover a ciência das proteínas alternativas, com foco nas tecnologias de fermentação e carne cultivada, e apresentar para os pesquisadores e estudantes do campo da biotecnologia as oportunidades para atuar nessa área. Nossos painéis incluirão discussões sobre o cenário, desafios e perspectivas para jovens pesquisadores e as possibilidades de carreira neste novo setor.   Este é um convite para se conectar e explorar as oportunidades com os maiores especialistas da atualidade! INSCREVA-SE Confira os detalhes do evento do GFI Brasil:   Data: 28 de agosto de 2024 (quarta-feira) Horário: 9h30 às 12h30 Local: Costão do Santinho Resort, Florianópolis/SC   Programação:   9h30 – Abertura: O que são proteínas alternativas e por que precisamos delas Gustavo Guadagnini – Presidente do The Good Food Institute Brasil   9h40 – Painel I:  Perspectivas da Biotecnologia para o Desenvolvimento de Proteínas Alternativas no Brasil (50 min)Painelistas: – Ms. Isabela Pereira – Analista de Ciência e Tecnologia do The Good Food Institute Brasil – Dr. Germano Reis – Professor da Escola de Administração da Universidade Federal do Paraná – Dr. Servio Tulio – Professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP- FGV) – Dra. Amanda Leitolis – – Especialista de Ciência e Tecnologia Sênior do The Good Food Institute BrasilMediadora: Ms. Cristiana Ambiel – Gerente de Ciência e Tecnologia do The Good Food Institute   10h30 – Perguntas da plateia (10 min)   10h40 – Painel II: Mesa Redonda: Potencial e Desafios da Fermentação na Produção de Alimentos Seguros e Sustentáveis (50 min)Painelistas: – Dra. Rosana Goldbeck – Professora do Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP – Dr. Eduardo Bittencourt Sydney – Co-fundador e CTO da Typical – Dra. Anna Rafaela Cavalcante Braga – Professora do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de São Paulo– Dra. Jaciane Lutz Ienczak – Professora adjunta do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa CatarinaMediadora: Ms. Isabela Pereira – Analista de Ciência e Tecnologia do The Good Food Institute Brasil   11h30 – Perguntas da plateia (10 min)   11h40 – Painel III: Prioridades de Pesquisa para que a Carne Cultivada Chegue ao Prato de Todos e Recomendações para Jovens Cientistas que Buscam Construir um Novo Sistema Alimentar (40 min)Painelistas: – Dr. Mark Post – Professor de Sustainable Industrial Tissue Engineering, Maastricht University – Dra. Silvani Verruck – Professora do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina – Ms. Jorge Guadalupe – Doutorando em Biologia Celular pela Universidade Federal de Minas Gerais e Presidente do The UFMG Alt Protein ProjectMediadora: Dra. Amanda Leitolis – Especialista de Ciência e Tecnologia Sênior do The Good Food Institute Brasil   12h20 – Fechamento do evento INSCREVA-SE Venha descobrir as oportunidades e os desafios desta nova cadeia de produção de alimentos. Sua presença é fundamental para construirmos juntos um sistema alimentar mais sustentável!

Brasil corre para tentar reduzir emissão de gases do efeito estufa e diminuir o impacto das mudanças climáticas no país

Relatório do Banco Mundial elege proteínas alternativas com potencial revolucionário na mitigação das mudanças, atrás apenas do reflorestamento. Um documento elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e setores industriais, deverá ser apresentado até novembro de 2024 ao Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, responsável pelo Plano Nacional de Mudança do Clima. O objetivo é criar diretrizes que servirão para a implementação, com manutenção da competitividade, da produção industrial com redução proporcional de emissão de gases do efeito estufa (GEE). Pelo Acordo de Paris, a meta brasileira é reduzir em 37%, até 2025, as emissões de GEE em relação aos níveis de 2005. Em 2030, a redução terá de ficar 43% abaixo dos níveis de 2005. Para tanto, o País se comprometeu a aumentar a participação de bioenergia sustentável na matriz energética para cerca de 18% até 2030 e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas. Até agora, o Brasil tem enfrentado desafios significativos em relação ao desmatamento e às políticas ambientais, o que tem impactado negativamente suas metas de redução de emissões. No entanto, o país também possui um grande potencial para fontes de energia renovável, como hidrelétricas, eólicas e solares, que podem contribuir significativamente para a redução das emissões. Além disso, como uma tendência crescente entre os consumidores brasileiros de buscar opções alimentares mais saudáveis e sustentáveis, startups e grandes empresas alimentícias brasileiras estão investindo em pesquisa e desenvolvimento de produtos à base de plantas e carne cultivada. Segundo relatório do Banco Mundial divulgado no ano passado, o setor representa um potencial revolucionário na mitigação das mudanças climáticas. Ao analisar 26 intervenções promissoras no setor agroalimentar, o estudo “Recipe for a livable Planet (Receita para um planeta habitável)” conclui que estes alimentos ocupam a segunda posição em termos de potencial de redução de emissões, ficando atrás apenas do reflorestamento.  A produção de alimentos, especialmente de origem animal, é responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa. De acordo com o Banco Mundial, as proteínas alternativas podem reduzir as emissões em até 6,1 bilhões de toneladas de CO2 por ano. “Mover-se das dietas atuais para uma dieta que exclui produtos animais poderia reduzir as emissões de GEE em 49%”, afirma o relatório. Além disso, também  diminuiria o uso da terra em 76%, o que beneficiaria diretamente as estratégias de reflorestamento e redução do desmatamento . Investimento climático deve focar recursos nos sistemas alimentares Para acelerar esse processo de desenvolvimento e adoção de tecnologias inovadoras, diz o presidente do The Good Food Institute Brasil, Gus Guadagnini, são necessários investimentos governamentais. “Os sistemas alimentares recebem apenas 3% do investimento climático, enquanto contribuem com 33% das emissões de gases. Esse valor é 22 vezes menor do que o recebido pelos setores de energia e transportes, por exemplo. Com o apoio adequado, as proteínas alternativas podem se tornar uma ferramenta poderosa na luta contra as mudanças climáticas e na construção de um futuro mais sustentável”, comenta o presidente do GFI. De acordo com o relatório “Global Innovation Needs Assessment: Food System Methane, para que o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas ocorra e gere benefícios ambientais e para a saúde global, são necessários $10,1 bilhões em investimentos anuais, com $4,4 bilhões para pesquisa e desenvolvimento e $5,7 bilhões para incentivos ao setor privado. A “Innovation Commission: Climate Change, Food Security, Agriculture”, da Universidade de Chicago, liderada pelo Nobel de economia Michael Kremer, concluiu que asproteínas alternativas podem: 1) contribuir para a segurança alimentar ao reduzir os preços dos alimentos; 2) diminuir as emissões climáticas diretas; 3) Aliviar a desnutrição; e 4) fornecer uma maneira mais adaptável ao clima de produzir proteínas. Para o grupo de trabalho que está elaborando o relatório do MDIC com a CNI, o olhar diferenciado para o setor de proteínas alternativas, com investimentos significativos em ciência e tecnologia, faz-se mais do que necessário, afirma Guadagnini, é urgente. 

Estudo da UNIFESP aponta que 80% das carnes vegetais disponíveis no mercado brasileiro têm boa qualidade nutricional

O estudo publicado na Current Research in Food Science, uma revista de alto fator de impacto  na área de Ciência e Tecnologia de alimentos, analisou a qualidade nutricional de produtos vegetais análogos à carne e os comparou com seus correspondentes de origem animal. De acordo com a pesquisa, 80% dos produtos disponíveis no mercado brasileiro possuem boa qualidade nutricional de acordo com o indicador Nutri-Score. Conduzido pelo time da Profa. Dra Veridiana de Rosso da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e financiado pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), a pesquisa avaliou as informações nutricionais declaradas nos rótulos de 349 alimentos vegetais análogos à carne e 351 produtos cárneos, como hambúrgueres, almôndegas, empanados, embutidos, quibe, kaftas, salsicha, linguiça, mortadela, bacon, entre outros, no período de julho de 2022 a junho de 2023. Para analisar a qualidade nutricional desses produtos, além das informações de rotulagem, foram utilizados diferentes indicadores, entre eles o Nutri-Score (utilizado em países europeus, como Bélgica, França, Espanha, Holanda, Suíça e Alemanha), a classificação NOVA e o Perfil Nutricional estabelecido pela RDC 429/2020 da ANVISA (chamado de Lupa). A NOVA classifica os alimentos pelo grau de processamento e quantidade de ingredientes; o Nutri-Score avalia a presença de nutrientes desejáveis (como proteínas e fibras) e menos desejáveis (como teores de gordura saturada, açúcar, sal e alto valor energético) e a rotulagem nutricional frontal estabelecida pela RDC 429/2020 da ANVISA identifica os produtos com alto teores de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. Principais Resultados: Os resultados do estudo demonstraram que a qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne foi melhor representada por indicadores como Nutri-Score e Perfil Nutricional estabelecido pela RDC 429/2020 da ANVISA do que pela NOVA, uma vez que os dois primeiros são os perfis que atuam de forma mais eficiente para definir se um alimento tem boa qualidade nutricional. De acordo com a Dra. Graziele Bovi Karatay, especialista do GFI Brasil, o fato de ambos os produtos de origem animal e vegetal serem classificados como ultraprocessados, mas terem resultados diferentes nos outros indicadores de qualidade nutricional, demonstra que o conceito de ultraprocessado não representa adequadamente os atributos de qualidade nutricionais dos alimentos vegetais análogos à carne. “Mesmo sendo classificados como ultraprocessados, em função do grau de processamento e quantidade de ingredientes, os alimentos vegetais análogos à carne se diferem nutricionalmente dos demais alimentos ultraprocessados, sejam de base vegetal ou animal. Portanto, não é adequado classificar e avaliar a qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne da mesma forma que são classificados e avaliados os demais produtos ultraprocessados.” explica a especialista do GFI. O estudo avaliou ainda outros dois indicadores de qualidade: (1) o modelo de perfil nutricional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que define quando os produtos são ricos em açúcares, gorduras, gorduras saturadas, gorduras trans e sódio e é baseado nas metas de ingestão de nutrientes para a população e (2) uma classificação desenvolvida especificamente para o estudo considerando a classificação pelo Nutri-Score e NOVA. O estudo também trouxe informações sobre os nutrientes presentes nos alimentos analisados, quanto à: Gordura saturada, ácidos graxos e sódio: Proteínas: Segundo a Dra Veridiana, essa variação reforça o quanto seria oportuna a definição de uma   regulamentação específica para os alimentos vegetais análogos à carne no Brasil, principalmente em relação à qualidade nutricional e ao perfil de identidade. O  mercado de produtos cárneos é bem regulamentado, e o perfil de identidade e qualidade foi recentemente revisado, principalmente no que diz respeito aos níveis mínimos de proteína exigidos para hambúrgueres de carne (15%), quibe (11%), almôndegas (12%) e presunto (16%). A definição desta regulamentação para os alimentos vegetais análogos faz parte da Agenda Regulatória 2024-25 da Anvisa e a indústria aguarda essa definição para poder balizar seus produtos.  Ainda de acordo com a pesquisadora, uma recente atualização da legislação brasileira, incluiu a exigência de um perfil específico de aminoácidos indispensáveis ​​para o uso de alegações nutricionais proteicas (histidina: 15 mg /g de proteína; isoleucina: 30 mg/g; leucina: 59 mg/mg: lisina: 45 mg/g; metionina + cisteína:  22 mg/g, fenilalanina + tirosina: 38 mg/g, ; triptofano: 6 mg/g e  valina: 39 mg/g). Em geral, leguminosas como soja, ervilha, grão-de-bico, feijão e cereais como trigo e quinoa, que normalmente são empregados como fontes de proteína em análogos de carne no Brasil, apresentam diferentes escores de aminoácidos indispensáveis ​​digestíveis (DIAASs). As proteínas de batata e soja são classificadas como proteínas de alta qualidade com valores médios de DIASS equivalentes a 100 e 91, respectivamente. Além disso, uma estratégia interessante para o desenvolvimento de alimentos cárneos plant-based é que as proteínas da soja e da batata possam complementar uma ampla gama de proteínas vegetais para compensar as limitações indispensáveis ​​dos aminoácidos. A combinação de proteína de arroz:feijão (2:1), por exemplo, tem potencial para alcançar eficiência nutricional ideal quando combinada apenas com proteínas vegetais ou quando suplementada com metionina e cisteína + lisina. Fibras: Conclusões: Segundo a Dra. Veridiana, o estudo permite recomendar que os consumidores escolham o indicador representado pela rotulagem nutricional frontal brasileira (lupa) para escolherem os alimentos vegetais análogos à carne. “Essa recomendação se justifica especialmente devido à excelente concordância entre este indicador e o Nutri-Score, por terem sido capazes de diferenciar efetivamente produtos com baixa qualidade nutricional. Já a NOVA, ou a denominação de ultraprocessados, não teve este mesmo desempenho, portanto não é um indicador adequado para representar os atributos de qualidade nutricional dos alimentos vegetais análogos à carne.”, conclui. Dra Veridiana reforça que, embora os indicadores de Qualidade Nutricional utilizados neste estudo sejam importantes para avaliar a qualidade nutricional dos produtos cárneos vegetais, eles não cobrem todos os aspectos nutricionais importantes quando se pretende substituir produtos cárneos, o que deve envolver uma abordagem multifacetada, incluindo análise de macronutrientes, avaliação sensorial e estudos de digestibilidade. Além disso, a presença de nutrientes positivos, como vitaminas B, ferro, zinco e fibras solúveis e insolúveis, e a boa qualidade proteica devem ser considerados como diferenciais de produtos cárneos vegetais nutricionalmente adequados. “Assim, esse estudo fornece insights valiosos