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Plataforma reúne pesquisadores do mundo todo interessados em pensar a alimentação do futuro

Atuando para acelerar o desenvolvimento do alimento do futuro, o The Good Good Institute (GFI) lança um diretório para conectar pesquisadores da área de proteínas alternativas do mundo todo. A plataforma facilita que cientistas encontrem colaboradores com habilidades complementares para que juntos possam acelerar a transição para a próxima geração de carnes, pescados, ovos e lácteos. Os pesquisadores podem compartilhar informações sobre suas áreas de pesquisa diretamente na plataforma, publicar oportunidades de colaboração para outros cientistas, laboratórios e empresas em seus projetos, e ser encontrado por outros pesquisadores ou empresas interessadas em projetos de pesquisas. Cria-se assim uma rede global de networking científico focada em tecnologias para desenvolvimento e melhoramento da produção de proteínas alternativas. O objetivo é fomentar a criação de uma cadeia de produção de alimentos mais justa e sustentável com o desenvolvimento de um ecossistema de inovação focado em fontes alternativas de proteínas produzidas a partir de vegetais, algas ou fungos, por tecnologias de cultivos de células ou fermentação. A iniciativa conta tanto com pesquisadores já ativos no setor de proteínas alternativas quanto com interessados em atuar nessa área. Para fazer parte do diretório, basta ser um pesquisador ativo ou que tenha interesse em estudar proteínas alternativas, e preencher este cadastro. Assista aos vídeos abaixo para conhecer melhor o diretório.  

Tecnocarne Xperience traz novas perspectivas de negócios no setor de alimentos

O evento, idealizado para o mercado de carnes brasileiro, reconhece a importância desse setor para a economia nacional ao mesmo tempo em que entende que ele está passando por grandes transformações. Para engajar, discutir e alavancar esse movimento, a programação desta edição foca em rever antigos conceitos e criar novos produtos que atendam às novas demandas  de consumo.  Para manter o mercado aquecido e em crescimento, é preciso refletir sobre os atuais desafios do setor e como gerar novas oportunidades de negócios para ele. Para tornar isso realidade, o evento traz webinars, demonstrações e painéis explorando temas que vão de sustentabilidade a embalagens. Gus Guadagnini, diretor do Good Food Institute Brasil, participa como moderador de um bate-papo junto a profissionais da área de proteínas alternativas, discutindo o tema “Plant Based: a revolução alimentar está cada vez mais na mesa do Brasileiro”. Estarão presentes Camille Lau, gerente de marketing da Unilever, Bruno Fonseca, co-fundador da The New Butchers, David Oliveira, diretor de Marketing da Superbom, e Maria Eduarda Lemos, gerente de certificação da Sociedade Vegetariana Brasileira. A conversa acontece no dia 19 de Novembro, às 10 da manhã. Para conferir a programação completa e participar, basta se inscrever gratuitamente pelo site do evento.

Whow, maior festival de inovação para negócios chega a sua quarta edição

A edição deste ano do Whow, festival focado em promover criatividade e soluções em empreendedorismo, se adaptou para continuar crescendo mesmo em meio à pandemia. A programação migrou para ambiente virtual e o conteúdo também foi pensado para trazer soluções para os novos desafios que o ambiente de negócios está enfrentando este ano. A proposta é trazer experiências digitais unindo diversos formatos como trend sessions, mentorias, painéis, workshops e Q&As com especialistas, para que os participantes possam tirar o maior proveito dos três dias de conteúdo. Além de inovação para o mundo pós-pandemia, o evento abordará temas como hiperdigitalização, acessibilidade e inclusão, algorítmos e blockchain, empreendedorismo feminino e novas formas de se alimentar. Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute Brasil, participa mediando um bate-papo com o tema “Todo o sabor da inovação: a revolução das carnes à base de plantas”, que acontece no dia 3 de novembro, das 11:30 às 12:30h. Ingressos para o Whow 2020 estão disponíveis no site do evento.

Dieta a base de plantas pode gerar 19 milhões de empregos para a América Latina e Caribe

A transição para uma alimentação baseada em vegetais, com diminuição significativa de produtos de origem animal, é um passo fundamental nos avanços da América Latina e Caribe em direção a uma economia com zero emissão de carbono e com mais geração de empregos. A conclusão é da Organização Internacional do Trabalho em Parceria com o Banco de Desenvolvimento Interamericano em estudo sobre o futuro da empregabilidade em economias livres de carbono. O desafio é tão grande quanto o continente: a mudança de hábitos envolvida em se adotar uma dieta baseada em vegetais é significativa, uma vez que a região é uma das maiores exportadoras de carne e frango do mundo e a demanda por carne entre a população segue aumentando. O setor da pecuária na América Latina tem crescido a uma taxa anual de 3,7%, superior à taxa média de crescimento global de 2,1%. Só no Brasil, segundo dados da OECD-FAO, o consumo per capita anual de carne bovina é de 25,2 kg por ano, muito próximo dos dois primeiros lugares, EUA e China. Já o consumo de frango chega a 40,3 kg e o de porco 12,8 Kg por ano. Geração de novos empregos No entanto, as vantagens de uma transição são atrativas. Ainda que a substituição de dietas baseadas em carnes, aves, peixes e produtos lácteos possa levar a cerca de 4,3 milhões de perdas de empregos na região até 2030, a adoção de alimentos vegetais cultivados com métodos agrícolas sustentáveis ​​pode gerar 19 milhões de novas oportunidades de emprego. O relatório também afirma que não há garantias de que estes trabalhadores consigam facilmente migrar de uma área para outra. Seria necessário investimentos em treinamentos que facilitem o processo. Segundo o Breakthrough Institute, somente a indústria de alimentos feitos de plantas nos Estados Unidos suporta mais de 60 mil empregos remunerados acima da média, fornecendo US$ 3,6 bilhões em renda a cada ano, em pelo menos 35 estados diferentes. Se a demanda do consumidor e os desenvolvimentos da pesquisa continuarem, até 2030 o mercado poderá crescer quase 10 vezes, gerando quase 200 mil empregos no país. O Brasil também já caminha nessa direção com bons resultados. O país, que é o maior exportador de carne do mundo, viu seu mercado de proteínas alternativas passar por um crescimento acelerado no último ano. O mercado nacional foi inundado por novos produtos, graças ao envolvimento das principais empresas de carne no setor e também startups de foodtech. Mais sustentabilidade e saúde A mudança pode acontecer antes do que se imagina, impulsionada por necessidades globais. Os efeitos da crise climática devem acelerar a transição da cadeia de produção de alimentos, como forma de diminuir a produção dos gases que aumentam a temperatura atmosférica. Um estudo realizado pela Beyond Meat em parceria com a Universidade de Michigan afirmou que, em comparação com a produção de um bife animal, a carne vegetal emite 90% menos gases de efeito estufa, 99% menos água, 93% menos terra e 46% menos energia.  Preocupações com a saúde, que ganharam mais força devido à pandemia, também entram nessa equação, uma vez que a criação e o confinamento de cada vez mais animais aumentam os riscos de transmissão de doenças para seres humanos. De acordo com a OMS, 60% das novas doenças infecciosas se originaram em animais. A produção de alimentos tem sido uma das mais importantes rotas de transmissão dessas doenças, também pelo uso intensivo de antibióticos na produção animal.  “Sem dúvidas a América Latina tem um potencial enorme não só como grande mercado consumidor de proteínas alternativas, mas também como produtor e exportador. Temos algumas das maiores empresas de proteína animal do mundo com alta capacidade de execução e distribuição, a potência do nosso agronegócio já é reconhecida como uma das responsáveis por alimentar grande parte da população mundial, temos ainda startups, cientistas e pesquisadores trabalhando incansavelmente para inovar nesse mercado. Não esperamos menos do que a liderança no setor de proteínas alternativas na região”, afirma Raquel Casselli, gerente de Engajamento Corporativo do The Good Food Institute (GFI) no Brasil. Uma mudança para formas sustentáveis de agricultura, que utilize novas tecnologias para melhor aproveitamento e menor desperdício de colheitas e um investimento cada vez maior em proteínas alternativas desponta como solução para essa questão. As razões para transformar a produção de alimentos já são conhecidas e as vantagens em fazê-lo, muitas. O Brasil já mostra que é possível fazer diferente, é uma questão de tempo para que outros países da América Latina também adicionem novos hábitos.

UNISINOS organiza simpósio internacional sobre inovação na alimentação

A Universidade do Vale do Rio dos Sinos, através do Programa de Pós-graduação em Nutrição e Alimentos e do Instituto Tecnológico em Alimentos para a Saúde – itt Nutrifor organiza anualmente o International Summit In Innovation Nutrition Food And Health, simpósio internacional para divulgar e debater as mais recentes descobertas científicas relacionadas à intersecção entre saúde e nutrição.  O evento discute também as inovações tecnológicas na área de alimentos, que possibilitam e promovem maior segurança alimentar, tema cada vez mais importante em decorrência da pandemia. O objetivo é aproximar pesquisa e indústria, para juntos criarem novas perspectivas para o futuro da alimentação através de tecnologia de ponta. Esse ano marca a quarta edição do simpósio, com uma programação que vai abordar as mais recentes descobertas e novidades dentro dos temas principais. Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo do The Good Food Institute Brasil, participa de uma discussão sobre os desafios da indústria alimentícia frente às novas demandas de consumo. O evento é pensado para profissionais e pesquisadores da área de Saúde e de Alimentos. A inscrição pode ser feita gratuitamente através do site do evento.

Maior feira de produtos naturais da América Latina tem sua primeira edição virtual

A Naturaltech reúne há 15 anos os diversos setores do mercado de produtos naturais em um evento que explora oportunidades de negócios na área, promove lançamento de novos produtos, e traz as tendências despontando nesse mercado mundo afora. Este ano a feira deixa São Paulo e acontece em ambiente virtual, mas sua proposta não será diferente. Ao longo de três dias, a programação vai contar com 40 horas de conteúdo selecionado pensando especialmente no mercado de alimentos naturais e orgânicos, para engajar tanto quem já atua no setor quanto quem tem interesse em entender melhor esse mundo. A proposta é trocar conhecimento e estimular conversas ao redor de temas como vegetarianismo, produção orgânica e suplementação alimentar em um contexto mundial onde saúde, segurança alimentar e qualidade de vida ganham cada vez mais importância no debate público. Entre os especialistas convidados pelo evento está Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute Brasil. Ele fala sobre novas tecnologias para desenvolvimento de proteínas vegetais no segundo dia do evento. A participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas por meio do site da Naturaltech. Clique aqui para conferir a programação completa. Ele fala sobre novas tecnologias para desenvolvimento de proteínas vegetais no segundo dia do evento.

Brasil tem seu primeiro curso pensado para os profissionais do mercado de proteínas alternativas

O setor de proteínas alternativas tem se desenvolvido rapidamente no mundo todo e passou por um crescimento extremamente significativo nos últimos três anos no Brasil. Como resposta a esse movimento, a equipe da AGN Consultoria e Negócios idealizou O curso “Descomplicando o Mercado da Alimentação Plant-Based”. O objetivo é oferecer conhecimento de qualidade para capacitar profissionais a atuar na área, que tende a continuar crescendo.  O programa oferece um panorama geral das diversas áreas desse novo mercado e vai abordar temas como mudança de hábito alimentar, produtos e tendências, marketing e  as oportunidades do setor, com atenção especial ao empreendedorismo e como implementar ideias e projetos na área. O curso também marca o início das atividades da plataforma Descomplicando, de ensino online. As metodologias envolvem microlearning com aulas dinâmicas e um ambiente online moderno e descomplicado para manter os alunos engajados e aprendendo de forma leve. Além do curso, o interessado também pode adquirir uma mentoria, que acontecerá online e ao vivo. Ao todo serão 4 sessões de 1h15, uma vez por semana. Os interessados em participar do curso podem se inscrever pelo site do Descomplicando. Com o cupom GFI20 é possível garantir 20% de desconto.  O diretor executivo do The Good Food Institute, Gustavo Guadagnini, é um dos professores dessa iniciativa inédita e ministrará a masterclass “A revolução dos alimentos”, no canal da Descomplicando no Instagram. A aula acontece hoje (8/10), às 19:30h, e faz parte de um ciclo de palestras online que aborda aspectos da indústria de proteínas alternativas.

UFPR e GFI abrem inscrições para a segunda turma do curso de Introdução à Zootecnia Celular

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) acaba de abrir as inscrições para a segunda turma da disciplina “Introdução à Zootecnia Celular”, desenvolvido em parceria com o The Good Food Institute (GFI). Ofertado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, o curso possui carga horária de 30h e é ministrado totalmente em inglês. As inscrições encerram amanhã (9/10). De acordo com a diretora de Ciência e Tecnologia do GFI, Dra. Katherine de Matos, “a iniciativa tem como principal objetivo formar profissionais capazes de responder a um dos grandes desafios da atualidade: alimentar uma população que deve chegar a quase 10 bilhões de pessoas em 2050, produzindo alimentos com menos impacto ambiental e danos à saúde humana.”. Por isso, o curso de Introdução à Zootecnia Celular apresenta aos alunos uma série de conhecimentos relevantes no processo de inovação da produção de alimentos, com foco na carne cultivada: impactos para bem-estar animal e meio-ambiente; aspectos biotecnológicos e regulatórios; a nova cadeia de valor; implicações para especialistas que atuam na cadeia da carne, entre outros. Primeira Edição A primeira turma do curso de Introdução à Zootecnia Celular contou com a participação de 25 alunos. As aulas tiveram início no dia 28 de julho e finalizaram no dia 13 de agosto. “A primeira edição da disciplina foi uma experiência positiva marcante, em especial pela qualidade dos participantes, que trouxeram a visão da academia, da indústria de alimentos e de importantes institutos de pesquisa”, conta a professora responsável pela criação da disciplina na UFPR, Dra. Carla Molento.  De acordo com outro professor da disciplina, Dr. Germano Glufke Reis, o sucesso da primeira turma motivou a reabertura do curso, que traz várias novidades: “Percebendo a motivação dos participantes e grande procura, o curso será estendido (mais horas e dias de duração), criando mais espaços de troca de conhecimento, ideias, expectativas e visões. Tal como na primeira edição, além de nós, atuarão nas aulas (como professores/palestrantes convidados) diferentes atores que compõem o ecossistema da carne cultivada, de startups a especialistas em venture capital. A proposta é que seja um curso que atenda as expectativas de profissionais com diferentes formações e backgrounds; entendemos que essa perspectiva transdisciplinar será chave para a configuração da nova cadeia, formação de novos modelos de negócios e para trazer a carne cultivada ao consumidor nos próximos anos.   Anna Paula Viana Graziadio Pinto – diretora R&D do grupo Mantiqueira, foi uma das alunas da primeira turma. Segundo ela, o curso trouxe reflexões importantes sobre o bem estar animal e as alternativas para alimentar uma população em crescimento. “Me senti honrada em fazer parte da primeira turma do Curso e participar das discussões sobre novas tecnologias, mapeando possibilidades de inovar – baseado em ciência – para desenvolver novos alimentos que garantirão a alimentação da população nos próximos anos. Outro ponto importante, também bastante  debatido, foi como considerar a vida dos animais e seu bem-estar, principalmente como parâmetro crucial para o avanço desta iniciativa”, refletiu Anna Paula.  Renata do Nascimento, gerente de P&D Plant Based da Seara, também foi aluna da primeira turma. Segundo ela, o curso proporcionou uma visão geral sobre a tecnologia de cultivo celular, assim como apresentou o status atual e os principais desafios para torná-la viável em grande escala. “Me sinto mais preparada para atuar no mercado e em uma próxima oportunidade gostaria de mais informações práticas de como obter a carne cultivada como formulações e dados de processo”, comenta Renata. O cultivo da carne, área totalmente nova da ciência, abre um um leque imenso de oportunidades para todos, mas certamente ainda tem um longo caminho a percorrer. Essa é a melhor parte: continuaremos trabalhando em conjunto, de forma colaborativa e com empatia, representando todos para encontrarmos uma solução”., finaliza Anna. Sobre a Carne Cultivada A diferença dessa nova forma de se produzir carne está no processo de obtenção do alimento final. Do jeito tradicional, a produção é feita por meio da criação, reprodução e abate dos animais. Já a carne cultivada é produzida por meio de uma amostra inicial de célula animal, que depois é inserida em um biorreator onde são alimentadas com uma mistura de ingredientes que permite que as células cresçam e ganhem estrutura. SERVIÇO Inscrições: 9 de outubro de 2020 Acesse: http://tiny.cc/AgriculturaCelular  Aulas: 13/10, 27/10, 03/11, 10/11 e 17/11 das 8h30 às 12h30. Modalidade: à distância Carga Horária: 30h Idioma: Inglês Quem pode se inscrever: qualquer pessoa com diploma de nível superior  Tire suas dúvidas: ppgcv.ufpr@gmail.com   

GFI lança o primeiro Relatório sobre Fermentação em Proteínas Alternativas

A carne cultivada e à base de plantas são reconhecidas como dois pilares principais da indústria de proteínas alternativas. Contudo, a fermentação está emergindo como uma importante tecnologia para o setor. Novas aplicações da fermentação como fonte primária de proteínas e como facilitador para produtos vegetais ou cultivados mostram uma promessa incrível para o futuro de proteínas alternativas. A fim de destacar o impacto potencial da fermentação, o The Good Food Institute está lançando a primeira análise aprofundada sobre a ciência da fermentação, assim como questões de empreendedorismo, política e investimento. O relatório analisa as principais formas como a fermentação é usada em proteínas alternativas, o cenário competitivo, aplicações de ingredientes, tendências de investimento, oportunidades de inovação, uma cartilha regulatória, novos gráficos e números. O que é fermentação e como ela está sendo usada? A fermentação – uso de fungos, bactérias, micélio, microalgas e outros micróbios como plataforma de bioprodução – tem uma longa história na produção de alimentos. Cerveja, pão fermentado, kimchi e muitos produtos básicos conhecidos existem graças a métodos rudimentares de fermentação. A tecnologia moderna capacitou esses micróbios a criar agentes de processamento de alimentos funcionais e ingredientes como enzimas nas últimas décadas. Por exemplo, a quimosina derivada da fermentação substituiu o coalho (antes originado do estômago de bezerros) como o principal coagulante na produção moderna de queijo. A maioria das pessoas hoje consome regularmente produtos que dependem da fermentação. A fermentação também já está possibilitando a próxima geração de carnes, ovos e laticínios sem animais, com uma carga ambiental radicalmente menor do que a pecuária. Além das carnes à base de micoproteínas da Quorn, pioneira da indústria, novos produtos como o sorvete da Perfect Day, o ferro heme do Impossible Burger e o bife de Meati estão abrindo uma nova classe de alternativas aos produtos de origem animal industrial. “Dada a amplitude de aplicações, acreditamos que a fermentação pode resolver muitos dos desafios atuais enfrentados por proteínas alternativas. Por um lado, a fermentação da biomassa pode criar proteínas nutritivas e limpas de uma forma altamente eficiente e de baixo custo. Por outro lado, o potencial da fermentação de precisão para produzir ingredientes de valor agregado, altamente funcionais e nutritivos é muito estimulante e pode revolucionar a categoria à base de plantas ”, disse Rosie Wardle, investidora da empresa de capital de risco CPT Capital. Com a fermentação se estabelecendo rapidamente como o próximo pilar da indústria de proteína alternativa, o relatório de fermentação do GFI é uma leitura obrigatória para quem deseja entender o futuro dos alimentos. Os destaques incluem: Segmentação da categoria em fermentação tradicional, biomassa e fermentação de precisão; Catalogação de 44 empresas de fermentação com foco exclusivo ou predominantemente em proteínas alternativas, tendo metade se formaram em 2019 e no primeiro semestre de 2020. 24 empresas adicionais têm iniciativas no setor, como a MycoTechnology em sua nova linha de carnes livres de animais; Agregação de $837 milhões em capital de risco investido em empresas de fermentação de proteínas alternativas dedicadas de alguns dos principais investidores, empresas de alimentos e governos do mundo. $274 milhões foram investidos em 2019 e $435 milhões foram investidos apenas nos primeiros sete meses de 2020 – 85% do financiamento de todos os tempos; Desenvolvimento de uma estrutura de cadeia de valor para oportunidades de inovação tecnológica na seleção de moléculas-alvo, desenvolvimento de cepas hospedeiras, projeto de bioprocessos, purificação e formulação e fabricação de produtos finais; Análise do impacto desta tecnologia na saúde global, sustentabilidade e segurança alimentar e previsões para o futuro; Thomas Jonas, CEO da Nature’s Fynd, afirma que a indústria estava precisando dessa tecnologia. “Pela primeira vez, alguém articulou uma visão ampla e setorial do espaço e esclareceu os diferentes tipos de fermentações. O trabalho do GFI vai colocar no mapa um fato que as pessoas perderam completamente: a fermentação está rapidamente se tornando a tecnologia número um em termos de investimentos em novas proteínas. O raciocínio é simples: a fermentação é mais eficiente e os mercados odeiam ineficiências.”. Baixe agora! Texto: Nate Crosser and Liz Specht

Em crescimento, mercado de carnes vegetais ganha novas marcas no Brasil

Foi há pouco mais de um ano que a startup Fazenda Futuro lançou o primeiro hambúrguer feito à base de plantas no Brasil. Na época, causou estranheza e curiosidade. Agora, a maior variedade de produtos, o refinamento do sabor e queda no preço ajudaram a levar a carne “plant-based” para a mesa de mais pessoas. Com isso, o mercado caminha para um período mais maduro e amplo, enquanto novas empresas miram no prato do brasileiro. Segundo dados divulgados pelo Grupo Pão de Açúcar, os hambúrgueres vegetais representam 1/3 da venda bruta total dos hambúrgueres congelados comercializados nacionalmente nas lojas. Enquanto isso, uma pesquisa da Dupont indica que 67% dos brasileiros possuem interesse em produtos de origem vegetal. Além disso, os próximos passos são promissores. A consultoria AT Kearney prevê que, em 2040, o mercado de carnes será dividido em 40% de carne convencional, 25% de carne vegetal e 35% de carne cultivada, uma tecnologia nova que deverá ter os primeiros produtos lançados nos próximos anos. “É um mercado em franco crescimento”, resume Raquel Casseli, gerente de engajamento corporativo do The Good Food Institute Brasil. Expansão e novos desafios Com esses bons números, o mercado começa a ficar agitado. A pioneira Fazenda Futuro, por exemplo, expandiu seu catálogo de produtos. Além do já tradicional hambúrguer, a empresa também vende carne moída, almôndega e linguiça. Tudo à base de plantas. E além disso, quebrou as barreiras das fronteiras. A empresa já chegou no Reino Unido, Alemanha e Holanda — na terra dos moinhos, aliás, já são mais de 40 pontos de vendas. Além disso, há cerca de um mês, a Future Farm — como é conhecida fora do Brasil — recebeu autorização para ser comercializada nos Estados Unidos pela FDA, a Anvisa local. “Assim como o Brasil é um dos maiores exportadores de carne, temos a obrigação de sermos uma exportadora de carne de planta”, afirma Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro. “Nós temos o diferencial, também, de termos acesso direto aos ingredientes aqui do Brasil. Muitas empresas de ‘plant-based’ importam daqui. Isso acaba nos tornando muito mais competitivos na Europa. Conseguimos chegar próximo ao preço da carne animal”. Mas, como qualquer mercado em crescimento, outras empresas não querem deixar a Fazenda Futuro se divertir sozinha. Primeiramente, a chilena NotCo. Após o leite, sorvete e até maionese à base de plantas, a startup entrou no mercado de carne. Para isso, a empresa abriu um restaurante em São Paulo para servir via iFood. No cardápio, produtos como sanduíches e petiscos. Venderam em uma semana o que esperavam vender um mês. “O mercado cresceu muito desde o ano passado no Brasil, com a entrada de novas marcas e de grandes empresas lançando suas linhas a base de plantas”, conta Luiz Augusto Silva, presidente da NotCo no Brasil. “Hoje é possível encontrar uma variedade de alimentos plant-based, que pretendem substituir produtos de origem animal. Em todo o mundo há uma tendência de crescimento do mercado e de diminuição do consumo de carne animal”. Para completar a trinca de empresas, tem a Beyond Meat. Sensação no mercado dos Estados Unidos, a companhia produz cerca de 1.200 toneladas por mês e faturou US$ 113 milhões no último trimestre. Agora, chegou ao Brasil por meio das 19 lojas da rede de supermercados St. Marchée. O preço, por enquanto, é salgado: a caixa com dois hambúrgueres custa R$ 65,99 e a carne moída (em um pacote de menos de 500g) tem um custo de R$ 99,90. “Nossa entrada no mercado brasileiro marca um passo importante para promover nossa missão de aumentar a acessibilidade à carne de origem vegetal em todo o mundo”, afirmou Ethan Brown, CEO da Beyond Meat, por meio de comunicado enviado para a imprensa. “Como o terceiro maior mercado do mundo em termos de consumo de carne animal, o Brasil oferece uma oportunidade significativa para a adoção de carne à base de plantas.” Questionado sobre a entrada de tantos competidores num mercado antes solitário, Marcos Leta deixa claro: atualmente, a Fazenda Futuro tem os frigoríficos e o mercado de carne animal como concorrentes. Afinal, no Brasil, este é um mercado de mais de R$ 200 bilhões ao ano. “Como tornar cada vez mais os frigoríficos obsoletos? Queremos entregar o que o consumidor ama comer, sem gastar tantos recursos naturais — e sem matar um boi”, disse. Futuro promissor Para especialistas e outros nomes do mercado, essa competição e o avanço das empresas brasileiras é extremamente positivo para todo o setor. “Os players vão chegar e essa movimentação demonstra exatamente essa força que o mercado tem”, ressalta Ricardo Laurino, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira. “E vai haver disputa. Não só no mercado da carne vegetal, mas também na disputa com as carnes animais. Isso é claro”. O Burger King foi uma das primeiras redes de fast food a adotar o hambúrguer à base de plantas em seu cardápio com o Rebel Whopper. Segundo a empresa, desde outubro de 2019, quando o produto foi oficialmente lançado em todo o País, foram vendidos mais de 1,5 milhões de unidades do sanduíche nacionalmente. Um número que representa, no total de vendas, cerca de 6% da representatividade da família Whopper em todo o Brasil. “A proposta do Rebel Whopper é focar no público flexitariano, que são pessoas que comem carne, mas buscam reduzir o consumo da proteína animal”, compartilha Thais Souza Nicolau, diretora de marketing e inovação do BK no Brasil em entrevista ao Yahoo Finanças. “Os hambúrgueres à base de planta são uma tendência global. Nós já estávamos de olho no mercado e seguimos nesse mesmo movimento, sempre avaliando possibilidades”. Luiz Augusto Silva, presidente da NotCo no Brasil, relembra um aspecto importante: melhorar cada vez mais o sabor. “Comemos os alimentos que comemos porque eles nos dão prazer. Esse é o ponto que deve ser preservado na relação com a comida”, diz. “Mudamos a forma de produzir o alimento, mas sem mudar a experiência do consumidor”. Fonte: Yahoo Finanças Foto: divulgação