Ações da Beyond Meat disparam após acordo com Pepsi

O anúncio da parceria com a PepsiCo. fez as ações da Beyond chegarem a subir 26.1%, antes de fecharem com 17.7% de valorização na última terça-feira, 9 de fevereiro. A nova parceria nasceu sob o nome de The Planet Partnership, e vai fazer uso da expertise da Beyond em desenvolver proteínas alternativas e a expiência comercial da Pepsi para criar novos produtos. O objetivo da joint ventura é investir na criação de novos snacks plant-based e também bebidas. A gigante multinacional PepsiCo tem histórico de inovação em snacks e lanches rápidos, sendo responsável pelo desenvolvimento das batatas assadas LAY’S e Gatorade, por exemplo. A união com a Beyond representa mais um passo nessa direção, desta vez buscando conquistar o novo território das proteínas alternativas. O chefe comercial global da Pepsi, Ram Krishnan, conta que “proteínas alternativas representam uma grande oportunidade de crescimento para nós, uma nova fronteira para os nossos esforços de construir uma cadeia de alimentos sustentável e ser uma força positiva para as pessoas e o planeta, enquanto ainda atendemos à demanda por um maior portfólio de produtos mais nutritivos”. A parceria também mostra uma confiança cada vez maior de atores de outros segmentos da indústria de alimentos e investidores no setor de proteínas alternativas. Nos últimos três meses, as ações da Beyond Meat subiram 13.6%, ganhando um total de 56,4% ao longo do ano passado. A previsão é que continue a crescer, mesmo com a pandemia afetando o setor de alimentação.
Carne de peixe cultivada está mais próxima de chegar ao mercado

Depois de duas rodadas de financiamento bem sucedidas, a BlueNalu, empresa americana com sede na Califórnia, anunciou que recebeu novo investimento no valor de US$60 milhões. O novo aporte, inédito até então no setor de pescados cultivados, vai possibilitar com que a empresa siga expandindo suas operações. Entre as próximas atividades previstas, está a construção de fábrica própria e o início de testes de aceitação do produto ainda em 2021. Esses são passos importantes em direção à carne de peixe cultivada chegar ao mercado. O mercado de frutos do mar, avaliado em US$200 bilhões, encontra- se em uma posição extremamente vulnerável por conta do consumo de recursos naturais e das variações do ambiente. Escalar a produção de pescados a partir do cultivo celular vem para introduzir soluções nesse sentido. A BlueNalu está se dedicando a aperfeiçoar a produção de carne de peixe por meio dessa tecnologia para desenvolver produtos sustentáveis. Para isso, planejam introduzir uma grande variedade de frutos do mar cultivados no mercado, começando com as carnes de mahi mahi e atum no fim deste ano. Também estão firmando parcerias-chave nos mercados onde pretendem operar, para que os produtos cheguem às gôndolas mais rápido e a um custo mais acessível. Olhando para o panorama dos pescados vegetais O anúncio da BlueNalu é um feito inédito para a indústria de pescados cultivados. O investimento de US$60 milhões representa o maior aporte que esse setor já recebeu até agora e solidifica a tendência de crescimento que vemos acontecendo no ecossistema de alternativas aos frutos do mar. E a BlueNalu não é a única empresa de frutos do mar alternativos a arrecadar fundos com sucesso em 2021. Na primeira semana de janeiro, a New Wave Foods anunciou a conclusão de uma rodada de $18 milhões da Série A para levar seu camarão vegetal ao mercado. Esses são sinais claros de que os resultados encontrados pelas empresas e pesquisadores estão inspirando a confiança de investidores em injetar recursos significativos em seu crescimento. Restaurantes também expressam a mesma confiança, demonstrando interesse em incorporar a carne de peixe cultivada em seus menus.
O consumidor brasileiro e o mercado plant-based

A preocupação com a saúde é uma tendência que tem crescido mundialmente, especialmente após o início da pandemia. Esse movimento também é presente no Brasil, com reflexos nas escolhas alimentares dos consumidores. A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostra que os brasileiros buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia. A pesquisa foi realizada pelo IBOPE, coordenada pelo GFI e apoiada por 11 empresas do setor de alimentos. Participaram 2000 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, sendo homens e mulheres a partir de 18 anos selecionados intencionalmente por cotas de gênero, idade e regiões do país. A partir dos resultados, é possível entender quem são os consumidores, onde estão, o que e como consomem. A preocupação com a saúde é uma tendência que tem crescido mundialmente, especialmente após o início da pandemia. Esse movimento também é presente no Brasil, com reflexos nas escolhas alimentares dos consumidores. A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostra que os brasileiros buscam incorporar opções mais saudáveis no seu dia a dia. Homens e mulheres estão diminuindo o consumo de proteína animal e as substituindo por proteínas alternativas mais frequentemente. Esse novo hábito é conhecido como flexitarianismo e representa um influente grupo de consumo, que passou de 29% em 2018 para 50% em 2020. O rápido crescimento fez com que a indústria de proteínas alternativas se potencializasse rapidamente no último ano. Panorama da indústria de proteínas alternativas O retrato da indústria de proteínas alternativas foi examinado por meio de uma pesquisa realizada pelo IBOPE e coordenada pelo GFI para melhor entender esse mercado. Participaram 2000 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, sendo homens e mulheres a partir de 18 anos selecionados intencionalmente por cotas de gênero, idade e regiões do país. A partir dos resultados, é possível entender quem são os consumidores, onde estão, o que e como consomem. As mudanças no prato do brasileiro A pesquisa mostrou que, dos 50% que já diminuíram o consumo de proteínas animais, 56% ainda consome frango pelo menos três vezes por semana e 43% carne bovina. Quase metade das substituições (47%) ainda é feita exclusivamente por legumes, verduras e grãos. Essas informações revelam que a proteína animal ainda ocupa expressivo destaque no prato do brasileiro e que o consumidor ainda não foi completamente atraído pelas opções vegetais disponíveis no mercado. Essas questões apontam um caminho para os avanços que o mercado deve concentrar-se nos próximos anos. “A alimentação tem um aspecto cultural bastante forte, e a carne está inserida em muitas das tradições brasileiras como a feijoada, o churrasco de domingo, o peru no Natal, etc. Por isso, a mudança desses hábitos depende de a indústria conseguir desenvolver produtos que se insiram nessas situações, que promovam a experiência sensorial que o consumidor espera e os aspectos de saudabilidade que ele valoriza”, explica Raquel Casselli, gerente de engajamento corporativo do The Good Food Institute. A pesquisa apresentou quais são os aspectos levados em conta pelo consumidor quando o tema envolve as mudanças de hábitos alimentares que resultam em mais qualidade de vida e saúde para os brasileiros, como quantidade de proteína, de gorduras e uso de aditivos naturais ao invés de artificiais. Esses contextos representam oportunidades de crescimento para as empresas do ramo, mas elas não se limitam às refeições especiais. Os dados também mostram que existe uma grande oportunidade e, ao mesmo tempo, um desafio para os produtos vegetais disponíveis no mercado: integrar-se ao cotidiano do brasileiro, unindo praticidade e sabor. A maioria dos entrevistados apontou que preferem consumir alternativas vegetais em casa, seja ao cozinhar (62%) ou pelo delivery (44%). Além disso, os momentos em que mais gostariam de ter essas alternativas são nas refeições do dia a dia (59%) e em refeições rápidas (54%). Esses dados indicam que, para entrar de forma definitiva nos hábitos alimentares, as proteínas alternativas devem trazer praticidade às refeições. Segundo Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo do GFI Brasil, “Há sempre que concentrar esforços no que é essencial: sabor, aroma e textura semelhantes, preço competitivo, e que esses produtos contenham características de saudabilidade desejadas pelo consumidor.” O fator preço A influência do preço no momento da compra também ganhou destaque nas descobertas da pesquisa. Apenas 36,5% dos entrevistados disse estar disposto a pagar a mais por um análogo vegetal. “Existe uma dinâmica natural de mercado: o preço vai ficando mais competitivo à medida que a escala aumenta, o domínio das tecnologias é maior e conseguimos nacionalizar os ingredientes.” explica Felipe. Comprovando a importância do preço na escolha, 39% dos entrevistados escolheram a opção mais barata, não se importando, por exemplo, com o tipo da proteína que estava na sua composição. “Isso reforça a necessidade e o desafio da indústria em desenvolver produtos com preços que atendam as expectativas dos consumidores, em consonância com o que é praticado dentro da categoria do seu análogo”, conclui Felipe. O estudo mostra que a indústria de produtos vegetais brasileira, apesar de recente, encontrou recepção bastante favorável entre os consumidores e, por isso, está em franca expansão. É esperado que continue a se desenvolver rapidamente, uma vez que existem grandes oportunidades ainda a serem exploradas no mercado. “O Brasil possui uma capacidade única de produzir alimentos, com uma rede logística estabelecida amplamente capilar, capaz de levar nossos produtos para todos os países do mundo. Além disso, existe a expertise do nosso produtor rural, nossa biodiversidade e toda a capacidade técnico-científica na área de alimentos. Fazendo uso de todos esses recursos, é possível assumirmos a liderança do setor de proteínas alternativas mundial.”, conclui Raquel Casselli. DOWNLOAD
Proteínas alternativas: um estudo de nomenclatura sobre carnes vegetais e cultivadas

O The Good Food Institute realizou um estudo de nomenclatura (Naming Study) inédito em parceria com o departamento de psicologia da Universidade de Bath, do Reino Unido, a fim de estabelecer o nível de aceitação do consumidor brasileiro em relação às carnes vegetais (ou feitas de plantas) e cultivadas. Foram ouvidas 1.852 pessoas, entre homens e mulheres, na faixa dos 18 aos 56 anos, de diferentes classes sociais, residentes em todas as regiões brasileiras. Os participantes foram recrutados por meio do painel de pesquisa da Positly. Carnes Vegetais (ou feitas de plantas) De acordo com o estudo, a palavra ‘vegano’ foi a que teve o maior número de associações negativas quando comparadas com outras descrições. Isso mostra que os brasileiros não possuem uma associação muito forte com o termo ao se referirem a produtos análogos aos de origem animal. Isso também mostra que ‘vegano’ pode ser uma palavra que não descreve muito bem a categoria para seus consumidores, da mesma forma que pode afastar potenciais consumidores para passarem a consumir esses produtos. O estudo mostrou, também, um crescente número de interessados em consumir produtos feitos de plantas no país. 89% dos entrevistados afirmaram que provariam uma carne vegetal, 72% comprariam o produto, e mais de 52% substituiria carnes convencionais por carnes feitas de plantas que possuíssem as mesmas características sensoriais (como sabor e textura). No entanto, o custo desses produtos impacta na decisão de compra. Somente 36,5% das pessoas pagariam mais por carnes vegetais, o que mostra que preços mais competitivos são essenciais pro desenvolvimento do mercado. Carne Cultivada Com relação à carne cultivada, a aceitação do brasileiro é alta: 76,5% experimentariam, 54,2% substituiriam a carne convencional pela cultivada, 65,6% comprariam e 37,1% pagariam mais pela carne cultivada. Os motivos que mais aumentaram a intenção de compra dos respondentes foram a percepção de saudabilidade e nutrição desses produtos. Portanto, é aconselhado que quem promove produtos assim foque nesses atributos. Houve pouca diferença entre os nomes, mas carne cultivada e carne sem abate performaram melhor do que carne de base celular. Mesmo que carne limpa tenha performado bem na intenção de compra, o nome foi classificado como menos descritivo e menos diferenciador do que os outros. No geral, o nome carne cultivada é recomendado para fins estratégicos. “Mesmo que não existam startups ou empresas operando publicamente com carne cultivada, a pesquisa mostra uma grande oportunidade visto que consumidores já expressam intenção de compra por produtos assim”, afirmou Felipe Krelling, coordenador de engajamento corporativo e um dos autores da pesquisa. “Estamos muito satisfeitos em ver mercados fortes para proteínas alternativas no Brasil. Observamos algumas diferenças importantes nos perfis do consumidor para carne vegetal e carne cultivada – por exemplo, carne vegetal atraiu mais as consumidoras do sexo feminino, enquanto a carne cultivada foi mais atraente para os homens. Essa, e outras diferenças, sugerem que há espaço para uma gama diversificada de proteínas alternativas no futuro cenário de proteínas no Brasil. Nossas análises de atitude sugerem que os profissionais de marketing devem se concentrar em promover a carne cultivada como saudável, ao passo que devem destacar o sabor e o apelo sensorial da carne vegetal.”, conclui Chris Bryant, co-autor da pesquisa e pesquisador do departamento de psicologia da Universidade de Bath. DOWNLOAD
Tecnocarne Xperience traz novas perspectivas de negócios no setor de alimentos

O evento, idealizado para o mercado de carnes brasileiro, reconhece a importância desse setor para a economia nacional ao mesmo tempo em que entende que ele está passando por grandes transformações. Para engajar, discutir e alavancar esse movimento, a programação desta edição foca em rever antigos conceitos e criar novos produtos que atendam às novas demandas de consumo. Para manter o mercado aquecido e em crescimento, é preciso refletir sobre os atuais desafios do setor e como gerar novas oportunidades de negócios para ele. Para tornar isso realidade, o evento traz webinars, demonstrações e painéis explorando temas que vão de sustentabilidade a embalagens. Gus Guadagnini, diretor do Good Food Institute Brasil, participa como moderador de um bate-papo junto a profissionais da área de proteínas alternativas, discutindo o tema “Plant Based: a revolução alimentar está cada vez mais na mesa do Brasileiro”. Estarão presentes Camille Lau, gerente de marketing da Unilever, Bruno Fonseca, co-fundador da The New Butchers, David Oliveira, diretor de Marketing da Superbom, e Maria Eduarda Lemos, gerente de certificação da Sociedade Vegetariana Brasileira. A conversa acontece no dia 19 de Novembro, às 10 da manhã. Para conferir a programação completa e participar, basta se inscrever gratuitamente pelo site do evento.
Food Design Week agora é parte da programação de eventos do IED São Paulo

O IED São Paulo é reconhecido como um dos polos mais importantes da DW!, semana de design que acontece simultaneamente em várias partes do mundo. Esse ano, o foco temático é o papel do design em refletir as grandes transformações que aconteceram em 2020 em decorrência da pandemia. Dos espaços de trabalho à ocupação urbana, todos os aspectos da vida contemporânea foram afetados – e tudo isso passa por design. Com a alimentação não é diferente. Por isso, esse ano a Food Design Week passa a integrar a programação da Design Week. A programação vai trazer um panorama do que é food design, mostrando seu desenvolvimento desde o início até os dias atuais. Vai mostrar também como o design pode ser usado para além da estética dos pratos, tornando-se uma ferramenta na inovação em todos os elos da cadeia alimentícia através da transformação e aprimoramento de processos produtivos e da interação de pessoas com os produtos finais. Para isso, food designers compartilham suas experiências atuando para conectar indústria, produtores, empreendedores e consumidores, além de debater desafios e oportunidades da área. Gus Guadagnini, diretor do The Good Food Institute Brasil, participa de uma live junto ao idealizador do Green Kitchen, Fábio Zukerman. Os dois discutem inovação, tecnologia e alternativas sustentáveis no 12 de Novembro, às 17 horas pelo canal do Youtube do evento. A DW! Design Week acontece de 9 a 20 de Novembro, online. A programação completa e formulário de inscrição para o evento estão disponíveis no site do IED.
Nutri Ingredients Summit foca em inovações da indústria de ingredientes

O Nutri Ingredients Summit, simpósio virtual com foco em tecnologia e saudabilidade, é estruturado como uma feira virtual, dando aos participantes a oportunidade de visitar digitalmente stands para entrar em contato e conhecer as novas tecnologias de ingredientes e aromas trazidas pelas empresas participantes. Em maio de 2021 também será realizada uma edição presencial do evento. Além disso, a programação também conta palestras online focando em aspectos técnicos e tendências para o setor trazidas por especialistas nacionais e internacionais, bem como espaço para interação e perguntas. Os temas que serão abordados incluem saudabilidade e novos hábitos de consumo, panorama do setor de suplementos e a relação entre pesquisa e empreendedorismo. Gustavo Guadagnini, diretor executivo do The Good Food Institute, participa falando sobre uma cadeia de produção de alimentos mais saudável, humana e sustentável. O evento virtual acontece nos dias 9 e 10 de novembro, das 9 às 17h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do site do NIS.
Whow, maior festival de inovação para negócios chega a sua quarta edição

A edição deste ano do Whow, festival focado em promover criatividade e soluções em empreendedorismo, se adaptou para continuar crescendo mesmo em meio à pandemia. A programação migrou para ambiente virtual e o conteúdo também foi pensado para trazer soluções para os novos desafios que o ambiente de negócios está enfrentando este ano. A proposta é trazer experiências digitais unindo diversos formatos como trend sessions, mentorias, painéis, workshops e Q&As com especialistas, para que os participantes possam tirar o maior proveito dos três dias de conteúdo. Além de inovação para o mundo pós-pandemia, o evento abordará temas como hiperdigitalização, acessibilidade e inclusão, algorítmos e blockchain, empreendedorismo feminino e novas formas de se alimentar. Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute Brasil, participa mediando um bate-papo com o tema “Todo o sabor da inovação: a revolução das carnes à base de plantas”, que acontece no dia 3 de novembro, das 11:30 às 12:30h. Ingressos para o Whow 2020 estão disponíveis no site do evento.
Foodtech 500 mapeia o empreendedorismo na intersecção entre alimentação, tecnologia e sustentabilidade

A Foodtech 500 é a principal publicação internacional dedicada a divulgar a inovação e empreendedorismo nos setores de foodtech e sustentabilidade. Organizada pelo Forward Fooding, o objetivo é divulgar as transformações na indústria de alimentos, causando impactos positivos para os consumidores e também para o meio ambiente. Essa é uma oportunidade para startups e empresas do ramo ganharem visibilidade divulgando seu trabalho junto a outros players que também estão trabalhando para criar soluções para os desafios do sistema de produção de alimentos. Na edição passada, foram mais de 1200 submissões que resultaram em uma lista com projetos de 54 países, ganhando assim enorme visibilidade na mídia do mundo todo, inclusive em veículos especializadas como Food Navigator, AgFunder e Sifted. A avaliação é feita por especialistas da área a fim de selecionar os pioneiros que estão contribuindo para o futuro da alimentação. As submissões podem ser enviadas até o dia 30 de novembro, com divulgação inicial dos resultados em dezembro. O ranking oficial das 500 empresas selecionadas para o ano de 2020 é divulgado em fevereiro. Para submeter uma proposta, é só acessar o site da FoodTech 500.
Dieta a base de plantas pode gerar 19 milhões de empregos para a América Latina e Caribe

A transição para uma alimentação baseada em vegetais, com diminuição significativa de produtos de origem animal, é um passo fundamental nos avanços da América Latina e Caribe em direção a uma economia com zero emissão de carbono e com mais geração de empregos. A conclusão é da Organização Internacional do Trabalho em Parceria com o Banco de Desenvolvimento Interamericano em estudo sobre o futuro da empregabilidade em economias livres de carbono. O desafio é tão grande quanto o continente: a mudança de hábitos envolvida em se adotar uma dieta baseada em vegetais é significativa, uma vez que a região é uma das maiores exportadoras de carne e frango do mundo e a demanda por carne entre a população segue aumentando. O setor da pecuária na América Latina tem crescido a uma taxa anual de 3,7%, superior à taxa média de crescimento global de 2,1%. Só no Brasil, segundo dados da OECD-FAO, o consumo per capita anual de carne bovina é de 25,2 kg por ano, muito próximo dos dois primeiros lugares, EUA e China. Já o consumo de frango chega a 40,3 kg e o de porco 12,8 Kg por ano. Geração de novos empregos No entanto, as vantagens de uma transição são atrativas. Ainda que a substituição de dietas baseadas em carnes, aves, peixes e produtos lácteos possa levar a cerca de 4,3 milhões de perdas de empregos na região até 2030, a adoção de alimentos vegetais cultivados com métodos agrícolas sustentáveis pode gerar 19 milhões de novas oportunidades de emprego. O relatório também afirma que não há garantias de que estes trabalhadores consigam facilmente migrar de uma área para outra. Seria necessário investimentos em treinamentos que facilitem o processo. Segundo o Breakthrough Institute, somente a indústria de alimentos feitos de plantas nos Estados Unidos suporta mais de 60 mil empregos remunerados acima da média, fornecendo US$ 3,6 bilhões em renda a cada ano, em pelo menos 35 estados diferentes. Se a demanda do consumidor e os desenvolvimentos da pesquisa continuarem, até 2030 o mercado poderá crescer quase 10 vezes, gerando quase 200 mil empregos no país. O Brasil também já caminha nessa direção com bons resultados. O país, que é o maior exportador de carne do mundo, viu seu mercado de proteínas alternativas passar por um crescimento acelerado no último ano. O mercado nacional foi inundado por novos produtos, graças ao envolvimento das principais empresas de carne no setor e também startups de foodtech. Mais sustentabilidade e saúde A mudança pode acontecer antes do que se imagina, impulsionada por necessidades globais. Os efeitos da crise climática devem acelerar a transição da cadeia de produção de alimentos, como forma de diminuir a produção dos gases que aumentam a temperatura atmosférica. Um estudo realizado pela Beyond Meat em parceria com a Universidade de Michigan afirmou que, em comparação com a produção de um bife animal, a carne vegetal emite 90% menos gases de efeito estufa, 99% menos água, 93% menos terra e 46% menos energia. Preocupações com a saúde, que ganharam mais força devido à pandemia, também entram nessa equação, uma vez que a criação e o confinamento de cada vez mais animais aumentam os riscos de transmissão de doenças para seres humanos. De acordo com a OMS, 60% das novas doenças infecciosas se originaram em animais. A produção de alimentos tem sido uma das mais importantes rotas de transmissão dessas doenças, também pelo uso intensivo de antibióticos na produção animal. “Sem dúvidas a América Latina tem um potencial enorme não só como grande mercado consumidor de proteínas alternativas, mas também como produtor e exportador. Temos algumas das maiores empresas de proteína animal do mundo com alta capacidade de execução e distribuição, a potência do nosso agronegócio já é reconhecida como uma das responsáveis por alimentar grande parte da população mundial, temos ainda startups, cientistas e pesquisadores trabalhando incansavelmente para inovar nesse mercado. Não esperamos menos do que a liderança no setor de proteínas alternativas na região”, afirma Raquel Casselli, gerente de Engajamento Corporativo do The Good Food Institute (GFI) no Brasil. Uma mudança para formas sustentáveis de agricultura, que utilize novas tecnologias para melhor aproveitamento e menor desperdício de colheitas e um investimento cada vez maior em proteínas alternativas desponta como solução para essa questão. As razões para transformar a produção de alimentos já são conhecidas e as vantagens em fazê-lo, muitas. O Brasil já mostra que é possível fazer diferente, é uma questão de tempo para que outros países da América Latina também adicionem novos hábitos.