Naturaltech: empresas plant-based demonstram que estão focadas em qualidade e inovação

A feira foi palco de lançamentos de dezenas de produtos vegetais e provou que o mercado nacional de proteínas alternativas está crescendo e evoluindo à todo vapor A cidade de São Paulo recebeu, entre os dias 8 a 11 de junho, as feiras Bio Brazil Fair | Biofach América Latina e Naturaltech. Enquanto a Bio Brazil Fair é uma das vitrines do mercado de produtos orgânicos e agroecológicos, a Naturaltech é a maior feira de alimentação saudável, suplementos e produtos naturais da América Latina. Ela é também o maior polo de negócios para os segmentos de produtos veganos e vegetarianos, reunindo centenas de marcas e de conteúdo especializado para esses setores. As feiras, que aconteceram simultaneamente, contaram com mais de 750 expositores, milhares de visitantes e uma programação de mais de 120 horas com palestras sobre gestão, marketing, tendências e tecnologias. Guilherme Oliveira, especialista de engajamento corporativo do GFI, esteve presente no evento e relatou suas impressões sobre a edição de 2022 da Naturaltech: “A feira estava muito bem representada pela indústria de proteínas alternativas e foi palco de lançamento de vários produtos – e até de marcas – plant-based para o mercado. Ela serviu como um espaço de descobertas para centenas de consumidores interessados nesses produtos, além de um ambiente riquíssimo para networking entre varejistas, fabricantes, empreendedores e profissionais de saúde.” Alguns dos estandes visitados pela equipe do GFI foram os das marcas 100FOODS, Incrível, Yamo, Galpão Cucina, Naveia, Goshen, Lowko, Vida Veg, Natuterra, Basi.co, NotCo, Life Me, Uptaste, Nomoo, WVegan, The New, A Confiteria, Faba, Naturinni, Veggie Hoots, Food Venture e Plant Me. “Tivemos alguns lançamentos de marcas, como foi o caso da Incrível, que agora faz um importante movimento de se desvincular da Seara e se colocar como uma marca própria no mercado. Outras startups aproveitaram o evento para se lançar, como a Uptaste, por exemplo, que apresentou uma linha de proteínas alternativas (como hambúrguer, frango empanado, almôndegas, carne moída e salsicha vegana). Além disso, pudemos ver várias marcas plant-based ampliando seus catálogos de produtos”, conta Guilherme. Alguns exemplos: A Yamo, conhecida por sua linha de sorvetes veganos, lançou na feira uma linha inteira de bebidas vegetais, como Yamo Kids Chocolate e Yamo Inhame & Coco. A Naveia, marca de leite de aveia, adicionou ao seu portfólio dois novos sabores de bebidas vegetais (Manga e Chocolate). Já a Vida Veg lançou mousse de chocolate, queijo de fondue vegetal, parmesão ralado feito de castanha de cajú e húmus. A Nomoo apresentou, além de um iogurte vegetal, sua nova bebida proteica e a Basi.co lançou queijos cottage e minas padrão à base de plantas. A NotCo divulgou na Naturaltech alguns novos produtos cárneos vegetais, como almôndega, quibe e carne moída, e a The New adicionou ao seu portfólio a linguiça de porco plant-based. Já a Faba, startup de foodtech que desenvolve ingredientes para a indústria de alimentos a partir da aquafaba, lançou na feira três produtos 100% vegetais destinados para o consumidor final: o Hommie, um ketchup crocante, a BicOh (um creme de grão-de-bico sabor cacau estilo “Nutella”) e a Manté, primeira manteiga de aquafaba do Brasil. Para o especialista do GFI, o evento serviu como uma demonstração da evolução e maturidade que o setor de proteínas alternativas atingiu nos últimos anos: “Mesmo com dois anos muitos difíceis por causa da pandemia da COVID-19, as várias marcas plant-based que estavam em estandes de destaque, expondo uma variedade de produtos com uma qualidade incrível e super inovadores, comprovam que o Brasil é uma potência quando se trata de empreendedorismo e que está acelerando para assumir a posição de protagonista no mercado de proteínas alternativas”.
7 de junho: Dia Mundial da Segurança de Alimentos

A alimentação segura é essencial para promover a saúde humana e erradicar a fome. GFI quer garantir a segurança de produtos à base de plantas. O Dia Mundial da Segurança dos Alimentos foi criado pela ONU em 2018 e é celebrado todo 7 de junho. O principal objetivo da data é chamar a atenção para a importância de todos os seres humanos terem acesso a alimentos seguros, além de fortalecer esforços para prevenir, detectar e gerenciar perigos de origem alimentar. O acesso a quantidades suficientes de alimentos seguros e nutritivos é fundamental para sustentar a vida e promover a boa saúde. Apesar de ser um direito, o acesso à alimentação adequada ainda não é a realidade de muitas pessoas no planeta. Por isso, o tema da campanha de 2022 é “Alimentação Segura, Melhor Saúde”. Segurança alimentar e segurança dos alimentos são dois conceitos que vêm ganhando destaque no debate público, especialmente no contexto da pandemia da COVID-19. Os termos são parecidos e estão correlacionados, mas têm significados diferentes: segurança alimentar é a garantia que todas as pessoas tenham acesso aos alimentos, com fornecimento estável, abastecimento assegurado e distribuição equitativa. Já a segurança de alimentos trata de garantir que os alimentos consumidos pelas pessoas sejam seguros e livres de contaminação, ou seja, não causem nenhum efeito adverso à saúde dos consumidores, quando consumidos de acordo com o seu uso pretendido. Não existe segurança alimentar sem segurança dos alimentos e, como cita o novo guia da FAO/OMS para o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, “se não for seguro, não é alimento”. Segundo a FAO, quase uma em cada três pessoas no mundo, ou 2,37 bilhões de pessoas, não teve acesso à alimentação adequada em 2020 – um aumento de quase 320 milhões de pessoas em relação ao ano de 2019. O trabalho do GFI pela segurança dos alimentos Os setores de alimentos feitos de planta (plant-based) e carne cultivada estão presentes em muitos dos drivers e tendências analisados pelo estudo da FAO “Pensando no futuro da segurança de alimentos – um relatório prospectivo”. Além dessas alternativas mais “populares”, a produção de algas marinhas e macroalgas e a produção de micoproteínas (derivadas de fungos filamentosos) também são citados pelo relatório como segmentos em expansão. A indústria de alimentos à base de plantas pode não só ajudar na transição para um sistema alimentar global mais sustentável, saudável, ético e justo, mas também pode ajudar a evitar que crises relativas à segurança dos alimentos continuem surgindo. Isso porque produtos de origem animal (como ovos, peixes, frutos do mar, carne crua, leite e derivados), quando mal manuseados, se tornam fontes de transmissão de DTAS, e a adoção de uma dieta baseada em plantas poderia minimizar essas contaminações. Além disso, o consumo de proteínas alternativas vai continuar crescendo e, como indica relatório do GFI (que prevê os requisitos globais de volumes de produção relativos à colheita, ingredientes, infraestrutura e investimentos para o setor em 2030), a indústria vai precisar se preparar e se adaptar para suprir a demanda. Pensando nisso, o The Good Food Institute Brasil está trabalhando diretamente em duas iniciativas para contribuir com a segurança de alimentos das proteínas alternativas. A primeira iniciativa trata-se de um estudo de segurança de alimentos aplicado para carne cultivada. Este estudo, iniciado recentemente, está sendo realizado na UNICAMP por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e sob a coordenação do professor Dr. Anderson S. Sant’Ana. O objetivo final do estudo é estabelecer um plano de segurança de alimentos que aborde os aspectos de qualidade e segurança da produção de carne cultivada usando como base as recomendações do Codex Alimentarius. Além desta iniciativa, em maio o GFI lançou umaa chamada para o desenvolvimento de um outro estudo sobre segurança de alimentos, porém voltado para produtos plant-based. Por isso,convidamos pesquisadores, empresas e instituições interessadas a enviarem suas propostas até o dia 9 de junho. Estes dois trabalhos, , que terão duração de 4 e 5 meses, vão contribuir para geração de subsídios técnicos e científicos para orientar as futuras ações de legisladores, pesquisadores, professores, produtores e empresários do segmento. Em comparação aos produtos de carne convencional, as alternativas à base de plantas geralmente são compostas por uma diversidade maior de ingredientes – as proteínas vegetais, por exemplo, variam entre leguminosas, pulses, sementes, cereais e tubérculos, e as gorduras costumam vir de um combinação entre óleos (como de canola, coco, soja e girassol), manteiga de cacau, etc. A diversidade de ingredientes nos produtos plant-based é uma vantagem, porque possibilita o ajuste da composição para alcançar as necessidades tecnológicas, funcionais e sensoriais desejadas, mas também pode gerar um ponto de atenção, porque aumenta o número de fontes de onde perigos podem surgir. Além disso, apesar da indústria de alternativas à base de plantas ter nascido fortemente associada à de produtos animais, as considerações de segurança entre elas são bem diferentes. O desafio de hoje é identificar todos os potenciais riscos para superá-los e quanto mais informações científicas, melhor. Por isso, o GFI vem trabalhando em parceria com o governo, municiando as equipes técnicas do Mapa e da Anvisa com dados essenciais para o processo regulatório dos produtos plant-based no Brasil. O que mais precisamos saber sobre Segurança de Aimentos? Incidentes locais, efeitos globais Além de essencial para a saúde humana, a produção de alimentos seguros também reduz o desperdício, preserva recursos, beneficia a economia, cria mercados nacionais prósperos, exportações estáveis e reduz a pressão sobre os sistemas de saúde. A segurança dos alimentos é afetada pela saúde dos animais, das plantas e do ambiente em que eles são produzidos; por isso, o problema deve ser tratado de forma holística, onde o planeta é visto como um sistema único e complexo. Hoje, qualquer incidente na cadeia de suprimento de alimentos pode desencadear efeitos negativos não só regionais, mas globais. De acordo com a ONU, embora o vírus da COVID-19 não seja transmitido por alimentos, a pandemia colocou em destaque muitas questões relacionadas a eles, como higiene, resistência antimicrobiana, doenças zoonóticas, mudanças climáticas e
Governo zera por decreto o IPI de bebidas vegetais alternativas ao leite animal

por Vinícius Gallon O Governo Brasileiro publicou hoje (31/5) no Diário Oficial da União (DOU) o Decreto nº 11.087/2022, que cria uma classificação específica para as bebidas vegetais, antes classificadas apenas como “outras”, e zera a alíquota de bebidas vegetais, que era de 2,6%, na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). A matéria, que já está em vigor, inseriu na TIPI o desdobramento “Ex 05”, dentro da NCM 2202.99.00, que passa a contemplar as bebidas vegetais à base ou elaboradas a partir das seguintes matérias-primas: Entenda como foi o processo para zerar o IPI das bebidas vegetais A redução da tarifa tributária tem sido discutida já há algum tempo pelas empresas que produzem bebidas vegetais que substituem o leite animal. Em 2020, a A Tal da Castanha, que produz bebidas a base de castanha-de-caju, castanha-do-Brasil, amêndoa, coco, aveia e amendoim, começou a criar uma estratégia para apresentar um pleito ao governo solicitando a redução do imposto. “Sempre nos incomodamos com a carga tributária que incidia sobre as bebidas vegetais, diferente do padrão adotado para outras bebidas, especialmente à base de soja, que é uma matéria prima similar às que são usadas pelo mercado. Nos últimos anos, nosso setor mudou e cresceu muito rápido, e, com isso, o texto da lei ficou desatualizado”, explica Rodrigo Carvalho, Co-fundador e diretor da Positive Brands. Na época, a empresa encontrou dificuldades para criar a estratégia em parceria com outras empresas ou associações representantes de categorias, por isso resolveram empreender tempo e recursos sozinhos, a fim de criar a melhor estratégia para apresentar o pleito. “Estamos discutindo esse tema internamente desde o final de 2020. Mas foi só no ano passado que solicitamos apoio ao GFI Brasil, que nos apoiou prontamente.”, conta Rodrigo. “O GFI Brasil representa 33 empresas no GT de Proteínas Alternativas da ABBI – Associação Brasileira de Bioinovação, que dentre outras pautas, tem o papel de endereçar dentro do governo questões regulatórias e tributárias que influenciam os negócios atuais em proteínas alternativas. Ao tomar conhecimento da iniciativa da Positive Brands, que faz parte desse GT, o GFI Brasil apoiou o posicionamento junto ao Governo”, conta o VP de Políticas Públicas do GFI Brasil, Alexandre Cabral. “Essa ação beneficia o consumidor e todo o setor. O Ministério da Economia entendeu desde o início que era um pleito viável, nos apoiando inteiramente.”, completa Rodrigo. No momento, existem outras frentes tributárias sendo discutidas pelo GT a fim de criar, cada vez mais, igualdade de condições para a categoria de proteínas alternativas. Como o decreto impacta o setor de proteínas alternativas? O IPI, como também é chamada a Tabela TIPI, é segmentado de acordo com a importância do produto. Ou seja, quanto mais essencial para a população o produto é considerado pelo Governo, menor é o imposto incidente (alíquota). “O IPI é um valor que a empresa lança na nota, cobra do cliente e repassa pro governo. Com o valor zerado a empresa não lança na nota nem cobra do cliente nem repassa pro governo. O preço final poderia ser reduzido do total do imposto, aumentando a competitividade diante do produto animal. O leite e lacticínios animais, por exemplo, já estão contemplados no Capítulo 4 da TIPI, com alíquota zerada”, afirma Alysson Soares, especialista de Políticas Públicas do GFI Brasil. Mas, como reintera Cabral, IPI zerado não é garantia de redução nos preços das bebidas vegetais. “Estamos reduzindo um custo, não reduzindo o preço final do produto. Quem vende no varejo pode não repassar a redução para o consumidor. É uma decisão do varejo e não das marcas que produzem as bebidas vegetais. Mas, claro, esperamos que a redução tributária aumente a competitividade dos produtos beneficiados”, completa.
Proteínas Alternativas ganham destaque na 2ª edição do NIS_Nutri Ingredients Summit

Evento conta com o apoio do The Good Food Institute Brasil e será realizado em São Paulo nos dias 24 e 25 de maio. No próximo dia 24 de maio, o universo plant-based e as fontes de proteínas alternativas serão debatidos durante o NIS_Nutri Ingredients Summit, considerado o único evento técnico e de negócios focado em ingredientes. Com apoio do GFI Brasil, o evento contará com quatro painéis, duas mesas redondas, estudos de caso e um pitch focados exclusivamente em produtos feitos de planta e cultivados a partir de células. Se você tem interesse em saber mais sobre esses temas, confira abaixo a programação completa para não perder nada do que será apresentado: 14h30 | Abertura: O universo plant-based e as fontes de proteínas alternativas Gustavo Guadagnini, presidente do GFI Brasil Luis Madi, Diretor de Assuntos Institucionais do ITAL Cassiano Facchinett, sócio proprietário da GMF Painel 1 14h40: Tendências globais para o mercado plant-based – Fabiana Vancetto, Diretora de Contas LATAM da Mintel; Painel 2 15h: Tendências de consumo, oportunidades e desafios na produção de produtos plant-based no Brasil – Raquel Casselli, diretora de Engajamento Corporativo do GFI Brasil; Painel 3 15h20: Programa Biomas: o potencial da biodiversidade brasileira na busca por novos ingredientes para o mercado plant-based – Cristiana Ambiel, gerente de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil. Mesa Redonda 1 15h45: A Carne Cultivada está chegando ao Brasil Amanda Leitolis, especialista em Ciência e Tecnologia do GFI Brasil; Aline Bruna da Silva, professora e pesquisadora do CEFET-MG. Inaldo de Antoni, Diretor Global de Inovação e P&D da JBS; Raíssa Canova, pesquisadora da Ambi Real Food. Pitch Presentation 16h30: Mãe terra Mesa Redonda 2 16h40: Apresentação do status dos marcos regulatórios de plant-based, fermentação e carne cultivada Alexandre Cabral, diretor de Políticas Públicas do GFI Brasil; Danilo Kamimura, Chefe da Divisão de Defesa Agropecuária da Superintendência Federal da Agricultura em São Paulo Luis Madi, Diretor de Assuntos Institucionais do ITAL Case de Inovação 1 17h10: A força do 1% – soluções em sustentabilidade Maria Constantino, criadora do Maria Virou Eco Case de Inovação 2 17h45: O caminho para o sucesso sensorial – soluções para o Mercado plant-based Renata Martin, Gerente de Serviço Técnico Sensient Food Colors Brasil Painel 4 Plant-based? É inevitável! Mônica Buava, Diretora Executiva da SVB Alessandra Luglio, Diretora de Campanhas da SVB Manu Matias, Relações internacionais da SVB Durante toda a feira, a equipe do GFI Brasil também estará presente em um estande para conversar com o público, tirar dúvidas e realizar conexões. Além disso, quem quiser contribuir com o trabalho que a instituição realiza para acelerar transformações no sistema de produção de alimentos, poderá realizar doações diretamente para a equipe presente. Veja aqui o mapa da feira para saber onde nos encontrar. Saiba mais sobre o evento: O NIS apresentará um congresso técnico de altíssimo nível, elaborado em parceria com os principais nomes da indústria, em paralelo a uma feira de negócios B2B, com a presença dos maiores fabricantes e distribuidores de ingredientes para a indústria. Na sua segunda edição, o NIS traz para o centro do debate “o papel do ingrediente para uma alimentação mais saudável, segura e acessível”, reforçando esse contexto em que o consumidor busca na sua alimentação uma fonte de saúde e bem-estar, além de indulgência e prazer. Sob essa ótica, os maiores experts irão compor o NIS Congress desse ano, que foi dividido em quatro módulos, pautado nos principais desafios e oportunidades da indústria: – A nova rotulagem frontal na prática – O universo “plant based” e as fontes de proteínas alternativas – Ingredientes inovadores e as próximas tendências de consumo – Os avanços no mercado de suplementos alimentares Além do congresso, que tem vagas limitadas, os visitantes poderão ter acesso ao NIS Free Content, uma área de conteúdo gratuita, preparada pelo time de patrocinadores, que apresentarão seus lançamentos em ingredientes e suas aplicações na indústria. Logo na entrada do NIS, os visitantes já poderão visitar o NIS Innovation Zone, uma exposição dos principais protótipos e ingredientes dos patrocinadores, com suas aplicações na indústria, para dar um teaser do que os visitantes encontrarão nos stands. As grandes novidades deste ano serão o NIS Taste Live – cozinha experimental onde os patrocinadores irão aplicar seus ingredientes num show ao vivo – e o NIS Label Experience – espaço onde os visitantes poderão entender melhor sobre a nova rotulagem frontal, que entra em vigor no final desse ano no país. O evento é aberto apenas para profissionais do setor e será gratuito para credenciamento antecipado até o dia 20 de maio pelo site. Para mais informações e credenciamento www.nisummit.com.br Sobre o NIS_Nutri Ingredients Summit: 24 e 25 de maio de 2022 Transamerica Expo Center – São Paulo https://www.transamericaexpo.com.br/localizacao/ Organização: GMF e Ânggulo www.nisummit.com.br
GFI Brasil lança chamada para estudo sobre segurança de alimentos plant-based

Projeto inicia em setembro de 2022 e tem prazo de 5 meses por Victoria Gadelha O The Good Food Institute Brasil convida pesquisadores, empresas e instituições interessadas em desenvolver o Estudo dos Aspectos de Segurança de Alimentos Aplicados na Produção de Produtos Cárneos Feitos de Plantas a enviarem suas propostas até dia 9 de junho. O objetivo do estudo é estabelecer um plano que contemple os aspectos de segurança de alimentos para produção de produtos cárneos feitos de plantas, usando como base a ferramenta de “Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle” (APPCC). Devem ser abordados pelo menos quatro produtos feitos de plantas e devem ser considerados os principais pontos da cadeia de produção que precisam ser controlados para obter produtos seguros, assim como os pontos que requerem aprofundamento científico para identificação e controle dos perigos. Dessa forma, o documento visa prover subsídios técnicos e científicos para embasar e orientar as futuras ações de legisladores, pesquisadores, professores, produtores rurais e empresários desse segmento. O estudo será dividido em quatro etapas (estruturação da equipe multidisciplinar, treinamento da mesma, desenvolvimento do estudo e elaboração do relatório final) e o GFI Brasil, além de validar essas etapas, vai também acompanhar o processo por meio de relatórios e reuniões de acompanhamento. O projeto é previsto para iniciar em setembro de 2022 e o prazo desejado para a execução do estudo é de cinco meses. As propostas poderão ser enviadas até dia 9 de junho, em formato PDF, para o email ciencia@gfi.org. A proposta deve conter obrigatoriamente um cronograma, os valores previstos para a execução de cada etapa, o investimento total, a metodologia a ser utilizada e o currículo dos profissionais que irão desenvolver o trabalho. As orientações completas para submissão, assim como todas as demais informações sobre o estudo, podem ser acessadas neste link. Contextualização Os produtos feitos de plantas costumam apresentar uma maior diversidade de ingredientes do que os produtos de carne convencional. Essa é, ao mesmo tempo, uma grande vantagem e uma desvantagem, porque apesar da possibilidade de usar vários ingredientes para ajustar a composição do produto e alcançar as necessidades tecnológicas, nutricionais, funcionais e sensoriais, um maior número de ingredientes também significa um maior número de fontes de onde perigos podem potencialmente surgir. Apesar da indústria de produtos cárneos feitos de plantas ter nascido fortemente associada à indústria de produtos animais, as considerações de segurança para produtos plant-based são diferentes das necessárias para produzir produtos de origem animal: a segurança dos alimentos à base de plantas depende do solo, dos insumos agrícolas usados onde as plantas de origem são cultivadas, de como as plantas são colhidas, armazenadas, transportadas, processadas para obter os isolados de proteína e manuseadas pós-processamento. O consumo de carne vegetal vai continuar crescendo nos próximos anos e a indústria precisa se preparar para atender à demanda. O Brasil tem grande potencial para se tornar referência mundial em proteínas alternativas: nossa capacidade, força e “know-how” de produção pecuária e agrícola, somadas à diversidade dos biomas brasileiros (que pode colocar o país no centro da produção sustentável de matérias-primas e desenvolver alternativas nacionais que sejam competitivas, como o Licuri), e ao anúncio feito recentemente pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de que vai regular o mercado de produtos plant-based, indicam que estamos nesse caminho. Agora, o desafio é conhecer os perigos potenciais para superá-los, estabelecendo as medidas de controle eficazes para que o Brasil possa avançar na oferta de produtos de carne feitos de plantas refrigerados e estáveis em temperatura ambiente (e não só congelados). Vale destacar que o GFI Brasil vem trabalhando em parceria com o governo sob demanda das agências reguladoras MAPA e ANVISA, com o objetivo de fornecer informações científicas essenciais para o processo regulatório de produtos cárneos vegetais no Brasil envolvendo desde estudos regulatórios até o estudo de segurança alimentar.
GFI Brasil divulga relatório com as principais conquistas de 2021

Documento apresenta as principais realizações da entidade para tornar o Brasil líder do mercado mundial de proteínas alternativas O The Good Food Institute Brasil divulga neste mês seu relatório anual, que apresenta as principais conquistas da instituição para transformar a cadeia de produção de alimentos, por meio da promoção do setor de proteínas alternativas. Entre as realizações do ano que passou, destaque para a adesão das gigantes JBS e BRF às pesquisas de carne cultivada, que contaram com o apoio do GFI. A entidade atuou conectando as empresas com startups, pesquisadores, profissionais do setor e na criação de planos de negócio que viabilizaram a entrada das marcas no setor. A previsão é de que os primeiros produtos das companhias sejam comercializados em 2024. A organização também contribuiu, por meio de consultorias, para o lançamento de 30 produtos no mercado das proteínas alternativas no país. Pesquisa científica Em 2021, mais de R$ 2 milhões foram investidos no Programa Biomas, que financia pesquisas para viabilizar novos ingredientes e fontes de proteínas a partir de plantas nativas da Amazônia e do Cerrado. Ao todo, são 13 estudos em desenvolvimento envolvendo a castanha-do-Brasil, baru, cupuaçú, babaçu, pequi e macaúba. Além de novos insumos para a indústria brasileira, o Programa também impulsiona a economia local ao conectar a academia com as comunidades estrativistas e coperativas das duas regiões. Além disso, outros sete projetos de pesquisa brasileiros foram aprovados no Programa Internacional de Incentivo à Pesquisa do GFI. As propostas visam acelerar inovações para os mercados de proteínas vegetais e de carnes cultivadas a partir de células. A organização participou ainda de 32 eventos de pesquisa científica e reuniu mais de 8 mil participantes em seus próprios eventos técnico-científicos. Incentivo à produção A fim de identificar os maiores desafios no desenvolvimento de produtos vegetais análogos aos produtos de origem animal em relação à qualidade, preço e características sensoriais exigidas pelos consumidores, o GFI Brasil fez uma pesquisa com profissionais da indústria de processamento de ingredientes e produtos vegetais. A pesquisa “Oportunidades e Desafios na Produção de Produtos Vegetais Análogos aos Produtos Animais” contou com a contribuição de 21 empresas, e identificou sete linhas de pesquisa prioritárias para o avanço do mercado de produtos vegetais no Brasil, as quais envolvem melhoria de processos, busca por novas fontes e matérias-primas, apelo clean-label, melhoria de características nutricionais, entre outras. A partir dessas informações foi possível identificar as áreas de oportunidade de melhoria para o setor produtivo de proteínas alternativas. A organização também realizou o mapeamento do setor de proteínas alternativas e identificou pelo menos 100 empresas atuando no mercado de proteínas vegetais e cultivadas e contabilizou ao menos 114 novos produtos. Políticas públicas O GFI Brasil tem atuado fortemente visando o desenho de um marco regulatório nacional para produtos proteicos alternativos no país. O objetivo é promover a construção de um mercado mais competitivo para produtos feitos de planta, obtidos por fermentação e cultivados a partir de células. Para isso, atuou no Congresso Nacional, participação em eventos da Frente Parlamentar da Bioeconomia, além de estabelecer parceria efetiva com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e com a Anvisa. Entre as principais contribuições está a produção de três estudos regulatórios sobre fermentação, carne cultivada e proteínas vegetais e a organização de workshops para profissionais do MAPA e da Anvisa. Para ter acesso ao relatório completo, acesse o link.
Proteínas alternativas são tema de nova disciplina oferecida pela UNICAMP

A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) agora oferece a disciplina “Proteínas Alternativas: Feito de Plantas, Fermentação e Carne Cultivada” dentro do programa de Pós Graduação da Faculdade de Engenharia de Alimentos. Por meio desta disciplina, com currículo inédito, os participantes terão um primeiro contato com os três pilares tecnológicos de produção de proteínas alternativas: proteínas vegetais, carne cultivada e fermentação. Além da base teórica introdutória sobre as tecnologias, será explorado também o cenário atual da indústria, com suas oportunidades e desafios. O objetivo é capacitar os alunos apresentando os fundamentos técnico-científicos das proteínas alternativas para que eles possam contribuir tanto para o desenvolvimento da ciência como para o crescimento da indústria. Ao todo, 29 alunos oriundos da indústria e da academia estão acompanhando as aulas. Saiba mais sobre o curso O programa faz um panorama geral das principais tecnologias utilizadas na produção de carnes, leites e laticínios alternativos: à base de plantas, obtidas por cultivo celular e fermentação. Além disso, explora as especificidades dos mercados nacional e internacional, assim como questões de sustentabilidade envolvendo o consumo mundial de proteínas e também os impactos ambientais dos diferentes tipos de produção de proteínas. Os temas são conduzidos por professores da própria UNICAMP, por professores convidados de outras universidades e instituições de pesquisa, além de profissionais da indústria, o que deixa o debate extremamente rico. Esta disciplina reúne os principais especialistas brasileiros no assunto, proporcionando aos alunos o que se tem de mais atual neste campo. Os especialistas do GFI Brasil participam do programa como palestrantes convidados e compartilham sua expertise sobre temas como o mercado nacional, cenário regulatório brasileiro, diferenças e potenciais de cada frente tecnológica no ambiente de proteínas alternativas. As aulas se encerram em julho, quando os alunos devem propor um produto inovador ou uma solução para o mercado de proteínas alternativas.
IPCC: Carne cultivada e à base de plantas podem desempenhar um papel fundamental na redução pela metade das emissões globais até 2030

O GFI defende mais financiamento público para proteínas alternativas, uma vez que os principais cientistas do mundo reconhecem que as inovações do setor agrícola – especialmente carne à base de plantas e cultivada – mitigam as mudanças climáticas e oferecem co-benefícios nas áreas de biodiversidade e de saúde global O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) lançou seu Sexto Relatório de Avaliação, no qual aponta a carne à base de plantas e cultivada como uma solução transformadora que, junto das transições nos setores de energia e transporte, pode cortar pela metade as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) até 2030. Comparado com as avaliações anteriores do IPCC, o Sexto Relatório de Avaliação é o que mais aprofunda nas proteínas alternativas e melhor destaca como elas podem reduzir significativamente as emissões em escala. Elaborado pelos principais cientistas do mundo, o relatório afirma que, mesmo se os combustíveis fósseis fossem eliminados da noite para o dia, as emissões do sistema alimentar por si só prejudicariam – a ponto de impedir – o cumprimento da meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C. Embora o relatório tenha constatado que “o maior potencial (para mitigar as mudanças climáticas) viria da transição para dietas baseadas em vegetais” (TS. 5.8), ele aponta que a crescente demanda por carne convencional deve gerar um aumento de 14% na sua produção até 2029 (TS. 5.8). Com a conclusão do IPCC de que a dieta humana, que é um hábito difícil de ser mudado, precisa migrar com urgência para fontes de alimentos mais sustentáveis (1.4.7), o The Good Food Institute defende que os governos invistam em carnes vegetais e cultivadas como alternativa à convencional. Formuladores de políticas podem tornar essa mudança de comportamento o mais fácil possível para os consumidores ao investirem em pesquisas que tornem essas opções tão deliciosas e acessíveis quanto a carne convencional, garantindo que a transição no sistema alimentar necessária para atender às metas climáticas globais aconteça. O relatório descobriu que tecnologias alimentares emergentes (como fermentação de precisão, carne cultivada e alimentos à base de plantas) podem “prometer reduções substanciais nas emissões diretas de gases de efeito estufa provenientes da produção de alimentos” (TS. 5.6.2). Citando um artigo de co autoria do cientista sênior do GFI Israel, Tom Ben-Arye, o relatório reconhece que, embora ainda esteja em seu princípio e ainda dependa de maiores investimentos, inovações a aprovações regulatórias, a carne cultivada oferece uma alternativa mais sustentável aos atuais sistemas de produção agropecuária e uso da terra (7.3.3). Além das reduções de emissões, o relatório destaca que as proteínas alternativas também “têm menor pegada de terra, água e nutrientes e tratam das preocupações com o bem-estar animal” (TS. 5.6.2). É possível identificar múltiplos co-benefícios associados a uma transição alimentar para carne à base de plantas e cultivada, que vão desde a diminuição do uso de pesticidas, antibióticos e de poluentes (que afetam a saúde e qualidade do solo, da água e do ar) até a redução do risco do surgimento de novas zoonoses (TS-91). “Os principais cientistas do mundo deixaram claro que a transformação do sistema alimentar é necessária para atender às metas climáticas globais e reconheceram a carne à base de plantas e cultivada como soluções de alto impacto para atender à crescente demanda global por carne. O investimento público continua sendo crítico e urgentemente necessário para levar as proteínas alternativas em escala ao mercado. Os governos de todo o mundo devem investir em carnes que sejam produzidas com muito menos terra e água, que gerem uma fração das emissões e que reduzam substancialmente os riscos à saúde global em comparação com a carne convencional. Temos uma chance de mudar a forma como a carne é feita, e agora é a hora de fazer isso.”, afirma Bruce Friedrich, fundador e CEO do GFI. “O ganho de escala da produção de carne à base de plantas e cultivada é fundamental para que a indústria cumpra seu potencial de mitigação climática. O IPCC identificou que o novo aspecto do mercado de proteínas alternativas é a escala proposta, que só pode ser alcançada com uma injeção de investimento público e privado. Esse investimento possibilitará que a carne de origem vegetal e cultivada compita com os produtos animais convencionais em sabor e preço, desencadeando um ciclo virtuoso de demanda do consumidor e mais inovação”, completa Emma Ignaszewski, gerente de projetos de engajamento corporativo do GFI. Mais informações Proteínas alternativas podem desempenhar um papel crucial na redução das emissões do sistema alimentar: 77% das terras agrícolas de todo o planeta são usadas para a pecuária, que fornece apenas 18% das calorias da dieta humana. Diante da escassez hídrica e dos crescentes índices de desmatamento, alternativas à pecuária podem ajudar a alimentar mais pessoas enquanto dependem de muito menos terra e água. De acordo com um relatório apoiado pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido e pela Climate Works Foundation, a diversificação da fonte do suprimento global de proteínas pode resultar na redução de 10% nos preços médios das safras até 2050, ao mesmo tempo em que libera 640 milhões de hectares de terra, uma área maior que a floresta amazônica – criando mais espaços para práticas agrícolas sustentáveis. Uma transição em direção ao consumo de carne à base de plantas reduziria as emissões em 30% a 90%, enquanto a produção da carne cultivada poderia cortar o impacto climático da carne em até 92% e o uso de terra em até 95%.
GFI Brasil participa da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Feijões, Pulses e Colheitas Especiais

Evento acontece entre os dias 11 e 14 de abril, em Cuiabá. GFI participa da mesa “Plant-based, estamos só começando” no dia 13, das 15h40 às 17h De 11 a 14 de abril, a cidade de Cuiabá (Mato Grosso) vai receber o maior evento do setor de Pulses do Brasil. A 8a edição do Fórum Brasileiro de Feijões, Pulses e Colheitas Especiais, promovida pelo IBRAFE (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses), neste ano conta também com o 1º Encontro Latino-americano de Amendoim e Gergelim e, no formato híbrido, espera receber mil participantes presenciais de toda a América Latina e dez mil de todo o mundo online. Com o objetivo de fomentar o mercado e compartilhar informações entre todos os players da cadeia (de pesquisadores, agrônomos e produtores à empacotadores, compradores e exportadores), os quatro dias de palestras e debates vão apresentar as novidades e tratar das melhores propostas e soluções para o setor de Feijões, Pulses e Colheitas Especiais. Os principais debates trazidos para o evento de 2022 incluem a importância da gestão da energia na agricultura irrigada, a revolução dos insumos biológicos, os desafios da logística internacional, a agricultura regenerativa e as oportunidades do mercado plant-based. E, como uma organização que trabalha para tornar a cadeia de produção de alimentos mais sustentável, segura, justa e saudável através do desenvolvimento do setor de proteínas alternativas, o The Good Food Institute Brasil não poderia ficar de fora: no dia 13, das 15:40h às 17h, o GFI participa da mesa “Plant-based, estamos só começando”, junto do IBRAFE, MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e R&S BLUMOS. O que são pulses? Pulses são as sementes secas comestíveis de leguminosas. No Brasil, seus representantes mais consumidos são os feijões, a ervilha, a lentilha e o grão-de-bico. Pulse, do latim “Puls”, significa “sopa grossa”, que é a característica do caldo que esses grãos produzem quando cozidos. Segundo a Embrapa, o Brasil é um dos maiores produtores globais de feijão (Phaseolus vulgaris) e a maior parte dessa produção é destinada ao consumo interno, nos tornando também um dos maiores consumidores mundiais do grão. De acordo com o IBRAFE, sete entre cada dez brasileiros comem feijão todos os dias e, apesar de existirem mais de 40 tipos de feijões no nosso país, o preto, o fradinho, o caupi, o vermelho, o mungo e o carioca dominam o mercado. O carioca, sozinho, ocupa 50% de toda a área de cultivo destinada para feijões no Brasil. Os pulses são ricos em proteínas, fibras, vitaminas e aminoácidos e possuem uma produção que demanda menos água que outros grãos (como a soja), além de melhorarem a absorção de carbono e fixarem nitrogênio no solo. Em um mundo previsto para alcançar 10 bilhões de pessoas em 2050, onde uma transição no sistema alimentar é necessária para garantir a segurança alimentar e a saúde global da população do planeta, os pulses são matérias-primas promissoras para o segmento de proteínas alternativas – no Brasil e no mundo. De acordo com Alysson Soares, Especialista em Políticas Públicas do GFI Brasil, há um grande potencial no uso de feijão como principal ingrediente na composição dos alimentos plant-based, e a ideia é incentivar e organizar a cadeia produtiva para que esteja preparada para atender a essa potencial demanda. “Há anos o Brasil ostenta com orgulho o título de ‘celeiro do mundo’, dado seu vasto território repleto de terras férteis, diferentes zonas climáticas, abundância de recursos naturais e um consequente alto potencial agrícola. Porém, historicamente, tal título está diretamente atrelado à produção de commodities in natura, ou seja, sem valor agregado. Esse foi o caso do ciclo do Pau-Brasil, seguido pelo da cana-de-açúcar, café e, mais recentemente, soja e milho. Mas, desta vez, surge uma oportunidade para que o país de posicione na vanguarda internacional como principal fornecedor de insumos para uma das mais importantes mudanças no sistema alimentar na história da humanidade: o advento das proteínas alternativas” O especialista também afirma que, apesar das primeiras iniciativas para produção de alimentos plant-based análogos à proteína animal terem surgido nos Estados Unidos e no Canadá, onde o cultivo de ervilhas e grão-de-bico é abundante, o Brasil e outros países da América do Sul (como Argentina e Paraguai), têm potencial de transformar os feijões, que são suas pulses predominantes, em fonte primária de uma crescente indústria global de alternativas proteínas. “Eles podem, inclusive, substituir a ervilha, que demanda condições climáticas mais frias do que aquelas tipicamente encontradas no Hemisfério Sul. Além disso, os feijões podem ser processados localmente em compostos proteicos, agregando valor às cadeias produtivas regionais e levando tecnologia e conhecimento mercadológico para o campo, numa via de duas mãos”, completa Alysson.
Setor de proteínas alternativas recebeu investimento recorde de $5 bilhões em 2021, 60% a mais do que em 2020

Interesse de investidores segue crescendo como solução sustentável em meio a crises de saúde pública e ambientais por Bruna Corsato e Vinícius Gallon para o GFI Brasil O The Good Food Institute acaba de divulgar dados comprovando que 2021 foi um ano de investimento recorde no ecossistema de empresas de alternativas aos produtos de origem animal. Neste setor estão incluídas não apenas empresas de proteína vegetal, mas também as de carne cultivada e de fermentação. Desde 2010, foram investidos quase US$11,1 bilhão no setor, sendo US$8 bilhões (73%) após o início da pandemia do coronavírus e a consequente disrupção dos mercados globais. Em um contexto onde o mundo está voltado a buscar soluções para mitigar a crise climática, lidar com questões de uso de terra e água, e prevenir a próxima pandemia, as proteínas alternativas despontam como um investimento que vai além de retornos rápidos, sendo sustentável para o planeta a longo prazo. A análise dos investimentos foi realizada utilizando a plataforma PitchBook Data, e mostrou que 740 empresas globais do setor, incluindo três brasileiras, receberam US$5 bilhões em investimentos em 2021. Este número é 60% maior que os US$3,1 bilhões registrados no ano anterior e cinco vezes mais que o US$1 bilhão investido no setor em 2019. “A metodologia utiliza como base anúncios públicos de investimentos, porém, há muitos outros acordos que figuram ainda em carater privado ou de confidencialidade. Por isso, o estudo não é suficiente para definirmos como os investimentos performaram no Brasil no último ano. No entanto, esses números são uma importante sinalização sobre o otimismo dos investidores sobre esse mercado globalmente que, sem dúvida, está se refletindo por aqui”, afirma Raquel Casselli, gerente de engajamento corporativo do GFI Brasil. As empresas de carne e frutos do mar cultivados garantiram US$ 1,4 bilhão em investimentos em 2021 – o maior capital levantado em qualquer ano na história do setor e mais de três vezes os US$ 400 milhões arrecadados em 2020. As empresas de carne cultivada receberam US$ 1,9 bilhão em investimentos desde a primeira divulgação de investimentos no setor em 2016, e mais de 70% disso foi arrecadado somente em 2021. Esse feito incluiu a Série B de US$ 347 milhões da Future Meat Technology, a Série B de US$ 100 milhões da Aleph Farms e o aumento de dívida conversível de US$ 60 milhões da BlueNalu. Enquanto 2020 viu a primeira empresa de carne cultivada a levantar uma rodada de financiamento da Série B, 2021 trouxe mais oito rodadas de estágio de crescimento – Série B ou superior – à contagem. Em 2021, a base de investidores do setor cresceu 62% em relação ao ano anterior, elevando o número total de investidores únicos para 458. Vale ressaltar que em 2021 a JBS anunciou investimento de US$ 100 milhões nesta nova frente, consolidando um trabalho de análise mercadológica iniciado há três anos, com apoio do GFI Brasil. Com esse recurso, a JBS firmou acordo para aquisição do controle da empresa espanhola BioTech Foods, prevendo o investimento na construção de uma nova unidade fabril na Espanha, além da implantação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em Biotecnologia e Proteína Cultivada no Brasil. Por não ter sido registrado no PitchBool Data Inc., esse investimento não foi contabilizado pelo estudo. As empresas de fermentação de proteínas alternativas garantiram US$ 1,7 bilhão em investimentos em 2021, quase três vezes os US$ 600 milhões arrecadados em 2020. As empresas de fermentação levantaram US$ 2,8 bilhões em capital investido desde o primeiro investimento rastreado pelo GFI no setor em 2013, sendo 60% apenas em 2021. Isso inclui a Série C de US$ 350 milhões da Nature Fynd, a Série D de US$ 175 milhões da The EVERY Company, contabilizando 434 investidores únicos. As empresas de carne, frutos do mar, ovos e laticínios vegetais receberam US$ 1,9 bilhão em investimentos em 2021, o que é compatível com os US$ 2,1 bilhões arrecadados em 2020 e quase três vezes os US$ 693 milhões arrecadados em 2019. Estas empresas arrecadaram US$ 6,3 bilhões em investimentos desde 2010, sendo 30% apenas em 2021. Estão incluídas aqui a rodada de financiamento de US$ 500 milhões da Impossible Foods, que aumentou o financiamento recorde de US$ 700 milhões da empresas em 2020; Série D de US$ 235 milhões da NotCo; Série B de US$ 110 milhões da v2food; a rodada de capital semente (seed money) recorde de US$ 30 milhões da Next Gen Foods, que é quase três vezes maior que a segunda maior rodada de semente levantada por uma empresa de proteína alternativa. Em 2021 a base de investidores do setor cresceu 40% em relação ao ano anterior, trazendo o número total de investidores únicos para 1.903. A confiança dos investidores em empresas de proteínas alternativas é impulsionada por vários fatores de mercado, e as crises de saúde pública e ambientais que dominaram o mundo ao longo de 2020 e 2021 tornaram claros os riscos associados a portfólios e práticas de negócios habituais. Nesse contexto, tem relevância ainda maior a perspectiva de carne produzida sem risco de contribuição para a transmissão de doenças zoonóticas e emissões dramaticamente menores do que a carne convencional. Embora os investimentos em proteínas alternativas tenham crescido a uma taxa impressionante, eles continuam sendo uma fração minúscula dos trilhões de dólares que foram investidos globalmente em empresas de tecnologia climática como um todo. Somente em 2021, o capital privado em empresas de tecnologia climática em estágio inicial totalizou US$ 47 bilhões. ”Com cada vez mais investidores reconhecendo que o risco climático é um risco de investimento, as proteínas alternativas oferecem uma solução escalável que aproxima o mundo de um sistema alimentar mais seguro e neutro em emissões de carbono. Gerenciar os riscos climáticos é impossível sem abordar os alimentos, e a agricultura e as proteínas alternativas nos oferecem uma ferramenta para fazer isso”, explica Sharyn Murray, especialista de engajamento corporativo do GFI-EUA. Apesar do bom momento, o processo de diversificação de tipos e fontes de investimento no setor está