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Dieta a base de plantas pode gerar 19 milhões de empregos para a América Latina e Caribe

A transição para uma alimentação baseada em vegetais, com diminuição significativa de produtos de origem animal, é um passo fundamental nos avanços da América Latina e Caribe em direção a uma economia com zero emissão de carbono e com mais geração de empregos. A conclusão é da Organização Internacional do Trabalho em Parceria com o Banco de Desenvolvimento Interamericano em estudo sobre o futuro da empregabilidade em economias livres de carbono. O desafio é tão grande quanto o continente: a mudança de hábitos envolvida em se adotar uma dieta baseada em vegetais é significativa, uma vez que a região é uma das maiores exportadoras de carne e frango do mundo e a demanda por carne entre a população segue aumentando. O setor da pecuária na América Latina tem crescido a uma taxa anual de 3,7%, superior à taxa média de crescimento global de 2,1%. Só no Brasil, segundo dados da OECD-FAO, o consumo per capita anual de carne bovina é de 25,2 kg por ano, muito próximo dos dois primeiros lugares, EUA e China. Já o consumo de frango chega a 40,3 kg e o de porco 12,8 Kg por ano. Geração de novos empregos No entanto, as vantagens de uma transição são atrativas. Ainda que a substituição de dietas baseadas em carnes, aves, peixes e produtos lácteos possa levar a cerca de 4,3 milhões de perdas de empregos na região até 2030, a adoção de alimentos vegetais cultivados com métodos agrícolas sustentáveis ​​pode gerar 19 milhões de novas oportunidades de emprego. O relatório também afirma que não há garantias de que estes trabalhadores consigam facilmente migrar de uma área para outra. Seria necessário investimentos em treinamentos que facilitem o processo. Segundo o Breakthrough Institute, somente a indústria de alimentos feitos de plantas nos Estados Unidos suporta mais de 60 mil empregos remunerados acima da média, fornecendo US$ 3,6 bilhões em renda a cada ano, em pelo menos 35 estados diferentes. Se a demanda do consumidor e os desenvolvimentos da pesquisa continuarem, até 2030 o mercado poderá crescer quase 10 vezes, gerando quase 200 mil empregos no país. O Brasil também já caminha nessa direção com bons resultados. O país, que é o maior exportador de carne do mundo, viu seu mercado de proteínas alternativas passar por um crescimento acelerado no último ano. O mercado nacional foi inundado por novos produtos, graças ao envolvimento das principais empresas de carne no setor e também startups de foodtech. Mais sustentabilidade e saúde A mudança pode acontecer antes do que se imagina, impulsionada por necessidades globais. Os efeitos da crise climática devem acelerar a transição da cadeia de produção de alimentos, como forma de diminuir a produção dos gases que aumentam a temperatura atmosférica. Um estudo realizado pela Beyond Meat em parceria com a Universidade de Michigan afirmou que, em comparação com a produção de um bife animal, a carne vegetal emite 90% menos gases de efeito estufa, 99% menos água, 93% menos terra e 46% menos energia.  Preocupações com a saúde, que ganharam mais força devido à pandemia, também entram nessa equação, uma vez que a criação e o confinamento de cada vez mais animais aumentam os riscos de transmissão de doenças para seres humanos. De acordo com a OMS, 60% das novas doenças infecciosas se originaram em animais. A produção de alimentos tem sido uma das mais importantes rotas de transmissão dessas doenças, também pelo uso intensivo de antibióticos na produção animal.  “Sem dúvidas a América Latina tem um potencial enorme não só como grande mercado consumidor de proteínas alternativas, mas também como produtor e exportador. Temos algumas das maiores empresas de proteína animal do mundo com alta capacidade de execução e distribuição, a potência do nosso agronegócio já é reconhecida como uma das responsáveis por alimentar grande parte da população mundial, temos ainda startups, cientistas e pesquisadores trabalhando incansavelmente para inovar nesse mercado. Não esperamos menos do que a liderança no setor de proteínas alternativas na região”, afirma Raquel Casselli, gerente de Engajamento Corporativo do The Good Food Institute (GFI) no Brasil. Uma mudança para formas sustentáveis de agricultura, que utilize novas tecnologias para melhor aproveitamento e menor desperdício de colheitas e um investimento cada vez maior em proteínas alternativas desponta como solução para essa questão. As razões para transformar a produção de alimentos já são conhecidas e as vantagens em fazê-lo, muitas. O Brasil já mostra que é possível fazer diferente, é uma questão de tempo para que outros países da América Latina também adicionem novos hábitos.

Maior feira de produtos naturais da América Latina tem sua primeira edição virtual

A Naturaltech reúne há 15 anos os diversos setores do mercado de produtos naturais em um evento que explora oportunidades de negócios na área, promove lançamento de novos produtos, e traz as tendências despontando nesse mercado mundo afora. Este ano a feira deixa São Paulo e acontece em ambiente virtual, mas sua proposta não será diferente. Ao longo de três dias, a programação vai contar com 40 horas de conteúdo selecionado pensando especialmente no mercado de alimentos naturais e orgânicos, para engajar tanto quem já atua no setor quanto quem tem interesse em entender melhor esse mundo. A proposta é trocar conhecimento e estimular conversas ao redor de temas como vegetarianismo, produção orgânica e suplementação alimentar em um contexto mundial onde saúde, segurança alimentar e qualidade de vida ganham cada vez mais importância no debate público. Entre os especialistas convidados pelo evento está Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute Brasil. Ele fala sobre novas tecnologias para desenvolvimento de proteínas vegetais no segundo dia do evento. A participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas por meio do site da Naturaltech. Clique aqui para conferir a programação completa. Ele fala sobre novas tecnologias para desenvolvimento de proteínas vegetais no segundo dia do evento.

Brasil tem seu primeiro curso pensado para os profissionais do mercado de proteínas alternativas

O setor de proteínas alternativas tem se desenvolvido rapidamente no mundo todo e passou por um crescimento extremamente significativo nos últimos três anos no Brasil. Como resposta a esse movimento, a equipe da AGN Consultoria e Negócios idealizou O curso “Descomplicando o Mercado da Alimentação Plant-Based”. O objetivo é oferecer conhecimento de qualidade para capacitar profissionais a atuar na área, que tende a continuar crescendo.  O programa oferece um panorama geral das diversas áreas desse novo mercado e vai abordar temas como mudança de hábito alimentar, produtos e tendências, marketing e  as oportunidades do setor, com atenção especial ao empreendedorismo e como implementar ideias e projetos na área. O curso também marca o início das atividades da plataforma Descomplicando, de ensino online. As metodologias envolvem microlearning com aulas dinâmicas e um ambiente online moderno e descomplicado para manter os alunos engajados e aprendendo de forma leve. Além do curso, o interessado também pode adquirir uma mentoria, que acontecerá online e ao vivo. Ao todo serão 4 sessões de 1h15, uma vez por semana. Os interessados em participar do curso podem se inscrever pelo site do Descomplicando. Com o cupom GFI20 é possível garantir 20% de desconto.  O diretor executivo do The Good Food Institute, Gustavo Guadagnini, é um dos professores dessa iniciativa inédita e ministrará a masterclass “A revolução dos alimentos”, no canal da Descomplicando no Instagram. A aula acontece hoje (8/10), às 19:30h, e faz parte de um ciclo de palestras online que aborda aspectos da indústria de proteínas alternativas.

TechStart Food recebe inscrições para aceleração de startups da indústria de alimentos

O TechStart Food, que acelera mais de 15 projetos ao ano no setor de alimentos, ajuda a construir o futuro da alimentação através do fomento ao empreendedorismo. O programa de aceleração de startups trabalha para catalisar a inovação tecnológica por meio da geração de conhecimento específico para os diversos setores da cadeia produtiva como alimentos, ingredientes e bebidas e embalagens.  Por trás do projeto, estão três hubs de inovação: Venture Hub, Food Ventures e Conexão.f. Em parceria com o The Good Food Institute, oferecem conhecimento, experiência, redes de contatos e oportunidades de investimento às startups. Esse tipo de apoio é útil a empresas e projetos nascentes que buscam crescer rapidamente e desenvolver soluções para os atuais desafios da indústria de alimentos de forma disruptiva e sustentável.  O programa aceita propostas em diversas áreas, para contemplar a pluralidade de oportunidades nesse setor em crescimento. As principais frentes são alimentos feitos de plantas, novos ingredientes e matérias-primas, soluções mais saudáveis e novas formas de consumo, desperdício e sustentabilidade, e também big data, predição de mercado e soluções para embalagens. Uma vez selecionadas as startups, a aceleração ocorre nas áreas de tecnologia, de negócios e relacionamento com parceiros. As inscrições vão até o dia 27 de setembro. Para saber mais e submeter sua proposta, é só clicar aqui.

Em crescimento, mercado de carnes vegetais ganha novas marcas no Brasil

Foi há pouco mais de um ano que a startup Fazenda Futuro lançou o primeiro hambúrguer feito à base de plantas no Brasil. Na época, causou estranheza e curiosidade. Agora, a maior variedade de produtos, o refinamento do sabor e queda no preço ajudaram a levar a carne “plant-based” para a mesa de mais pessoas. Com isso, o mercado caminha para um período mais maduro e amplo, enquanto novas empresas miram no prato do brasileiro. Segundo dados divulgados pelo Grupo Pão de Açúcar, os hambúrgueres vegetais representam 1/3 da venda bruta total dos hambúrgueres congelados comercializados nacionalmente nas lojas. Enquanto isso, uma pesquisa da Dupont indica que 67% dos brasileiros possuem interesse em produtos de origem vegetal. Além disso, os próximos passos são promissores. A consultoria AT Kearney prevê que, em 2040, o mercado de carnes será dividido em 40% de carne convencional, 25% de carne vegetal e 35% de carne cultivada, uma tecnologia nova que deverá ter os primeiros produtos lançados nos próximos anos. “É um mercado em franco crescimento”, resume Raquel Casseli, gerente de engajamento corporativo do The Good Food Institute Brasil. Expansão e novos desafios Com esses bons números, o mercado começa a ficar agitado. A pioneira Fazenda Futuro, por exemplo, expandiu seu catálogo de produtos. Além do já tradicional hambúrguer, a empresa também vende carne moída, almôndega e linguiça. Tudo à base de plantas. E além disso, quebrou as barreiras das fronteiras. A empresa já chegou no Reino Unido, Alemanha e Holanda — na terra dos moinhos, aliás, já são mais de 40 pontos de vendas. Além disso, há cerca de um mês, a Future Farm — como é conhecida fora do Brasil — recebeu autorização para ser comercializada nos Estados Unidos pela FDA, a Anvisa local. “Assim como o Brasil é um dos maiores exportadores de carne, temos a obrigação de sermos uma exportadora de carne de planta”, afirma Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro. “Nós temos o diferencial, também, de termos acesso direto aos ingredientes aqui do Brasil. Muitas empresas de ‘plant-based’ importam daqui. Isso acaba nos tornando muito mais competitivos na Europa. Conseguimos chegar próximo ao preço da carne animal”. Mas, como qualquer mercado em crescimento, outras empresas não querem deixar a Fazenda Futuro se divertir sozinha. Primeiramente, a chilena NotCo. Após o leite, sorvete e até maionese à base de plantas, a startup entrou no mercado de carne. Para isso, a empresa abriu um restaurante em São Paulo para servir via iFood. No cardápio, produtos como sanduíches e petiscos. Venderam em uma semana o que esperavam vender um mês. “O mercado cresceu muito desde o ano passado no Brasil, com a entrada de novas marcas e de grandes empresas lançando suas linhas a base de plantas”, conta Luiz Augusto Silva, presidente da NotCo no Brasil. “Hoje é possível encontrar uma variedade de alimentos plant-based, que pretendem substituir produtos de origem animal. Em todo o mundo há uma tendência de crescimento do mercado e de diminuição do consumo de carne animal”. Para completar a trinca de empresas, tem a Beyond Meat. Sensação no mercado dos Estados Unidos, a companhia produz cerca de 1.200 toneladas por mês e faturou US$ 113 milhões no último trimestre. Agora, chegou ao Brasil por meio das 19 lojas da rede de supermercados St. Marchée. O preço, por enquanto, é salgado: a caixa com dois hambúrgueres custa R$ 65,99 e a carne moída (em um pacote de menos de 500g) tem um custo de R$ 99,90. “Nossa entrada no mercado brasileiro marca um passo importante para promover nossa missão de aumentar a acessibilidade à carne de origem vegetal em todo o mundo”, afirmou Ethan Brown, CEO da Beyond Meat, por meio de comunicado enviado para a imprensa. “Como o terceiro maior mercado do mundo em termos de consumo de carne animal, o Brasil oferece uma oportunidade significativa para a adoção de carne à base de plantas.” Questionado sobre a entrada de tantos competidores num mercado antes solitário, Marcos Leta deixa claro: atualmente, a Fazenda Futuro tem os frigoríficos e o mercado de carne animal como concorrentes. Afinal, no Brasil, este é um mercado de mais de R$ 200 bilhões ao ano. “Como tornar cada vez mais os frigoríficos obsoletos? Queremos entregar o que o consumidor ama comer, sem gastar tantos recursos naturais — e sem matar um boi”, disse. Futuro promissor Para especialistas e outros nomes do mercado, essa competição e o avanço das empresas brasileiras é extremamente positivo para todo o setor. “Os players vão chegar e essa movimentação demonstra exatamente essa força que o mercado tem”, ressalta Ricardo Laurino, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira. “E vai haver disputa. Não só no mercado da carne vegetal, mas também na disputa com as carnes animais. Isso é claro”. O Burger King foi uma das primeiras redes de fast food a adotar o hambúrguer à base de plantas em seu cardápio com o Rebel Whopper. Segundo a empresa, desde outubro de 2019, quando o produto foi oficialmente lançado em todo o País, foram vendidos mais de 1,5 milhões de unidades do sanduíche nacionalmente. Um número que representa, no total de vendas, cerca de 6% da representatividade da família Whopper em todo o Brasil. “A proposta do Rebel Whopper é focar no público flexitariano, que são pessoas que comem carne, mas buscam reduzir o consumo da proteína animal”, compartilha Thais Souza Nicolau, diretora de marketing e inovação do BK no Brasil em entrevista ao Yahoo Finanças. “Os hambúrgueres à base de planta são uma tendência global. Nós já estávamos de olho no mercado e seguimos nesse mesmo movimento, sempre avaliando possibilidades”. Luiz Augusto Silva, presidente da NotCo no Brasil, relembra um aspecto importante: melhorar cada vez mais o sabor. “Comemos os alimentos que comemos porque eles nos dão prazer. Esse é o ponto que deve ser preservado na relação com a comida”, diz. “Mudamos a forma de produzir o alimento, mas sem mudar a experiência do consumidor”. Fonte: Yahoo Finanças Foto: divulgação

O que o setor de proteínas alternativas pode aprender com o de biocombustíveis?

O tema das proteínas alternativas vem chamando a atenção de cientistas, empresários, investidores e reguladores públicos no mundo todo. Não seria diferente no Brasil. O que está em pauta é uma reconfiguração do mercado de alimentos, proporcionada por inovações recentes em biotecnologia, aproveitadas pela engenharia de alimentos para desenvolver novos ingredientes e formulações. Como resultado, os produtos que chegam ao mercado têm conquistado cada vez mais consumidores desde os primeiros lançamentos no país em 2019. O êxito deve-se, sobretudo, pela capacidade da indústria em inovar na produção de alimentos análogos de base vegetal que proporcionam a mesma experiência dos produtos de origem animal quanto ao sabor, aroma e textura. O setor também trabalha para agregar ainda mais valor aos produtos por meio de preço competitivo e conveniência. Essas estratégias atingem em cheio as expectativas do flexitariano, consumidor que deseja reduzir o consumo de alimentos de origem animal, sem interrompê-lo por completo, mas mantendo seus hábitos alimentares. Boas estratégias de marketing também souberam associar características de qualidade, segurança do alimento e sustentabilidade a esta nova categoria de produtos. Basta observar a utilização de termos como “sem colesterol”, “feito de plantas”, “100% vegetal”, entre outros, presentes nas embalagens e nas campanhas das marcas.  No mesmo campo de debate, encontram-se as possibilidades prometidas pelos produtos obtidos a partir de multiplicação celular, apontando disrupções importantes nos  setores de carnes, ovos, pescados, leite e seus derivados. Soma-se a isso os riscos econômicos da necessidade de abate de rebanhos inteiros em decorrência dos surtos recentes causados pelos vírus da família HxNx e os danos à saúde pública decorrentes desses eventos. Estes elementos apontam que não é mais o caso de pensarmos em “se”, mas “quando” e “em que medida” os alimentos baseados em proteínas alternativas serão uma alternativa real em suas diversas modalidades para o consumidor. Esse será o momento onde poderemos entender o quanto será reconfigurado o mercado de proteínas de origem animal para consumo humano a partir desse processo de inovação. Mapeamentos recentes no Brasil e no mundo já apontam algumas tendências. Uma delas é o volume crescente de investimentos em startups, ao mesmo tempo determinante e determinado pelo aumento do número de novas empresas ano a ano. Outra tendência é a montagem de unidades de negócio de proteínas alternativas nas empresas já em atividade no mercado da proteína animal, inclusive nas de grande porte. Por fim, parece clara a mobilização e a especialização da cadeia de ingredientes para atender a demanda destes novos negócios.  O debate sobre as proteínas alternativas ganha força no momento atual. Assim como os biocombustíveis e a química de renováveis durante a primeira década deste século, a discussão sobre as tecnologias envolvidas e sua entrada no mercado dependem de fatores como investimentos, reações dos atores econômicos atuais, regulação e apoios governamentais. Há desafios muito semelhantes. Primeiramente, o de tornar o produto final competitivo em custo e acesso em relação aos produtos de origem animal, entregando uma experiência sensorial e de sabor semelhantes. O desafio envolve a execução em larga escala de um processo produtivo baseado em uma nova tecnologia e a solução das questões técnicas e econômicas relacionadas a esse volume de produção.  Em seguida, a necessidade de um marco regulatório favorável à inovação, fundamental para um ambiente de negócios saudável e atrativo. Se no caso dos biocombustíveis os agentes econômicos anteriores atuavam no passado sobre marcos regulatórios e mecanismos de benefícios fiscais consolidados durante décadas, o mesmo ocorre com as proteínas alternativas hoje em dia. A demanda pela atualização do marco regulatório para produtos a base de plantas e obtidos por fermentação e a criação de um marco regulatório para produtos obtidos por multiplicação de células, tanto em âmbito nacional (pelas agências regulatórias de cada país) quanto internacional (no Codex Alimentarius) está colocada e é uma necessidade natural advinda de uma inovação disruptiva dessa magnitude. Por fim, o desafio de definir a melhor estratégia de negócios na transição da fase de demonstração do produto para a produção e comercialização efetiva. O desenho de negócios, especialmente o investimento em plantas produtivas e estruturas de distribuição, é fortemente afetado pelo grau de maturidade das tecnologias capazes de entregar os produtos desejados. Neste sentido, algumas empresas de carne cultivada tem optado por inicialmente desenvolver análogos de carnes raras de baixo volume e alto valor de mercado. Exemplo semelhante ocorreu com a recomendação para o setor de biocombustíveis e química de renováveis considerar a produção de especialidades em vez de commodities durante o processo de escala de produção.  Como procuramos demonstrar, há paralelos importantes entre o momento atual do setor de alimentos feitos a partir de proteínas alternativas e o cenário do setor de biocombustíveis e química de renováveis no início deste século. Entre os aprendizados mais relevantes que podem ser trazidos de um cenário para o outro está a necessária capacidade de adaptação dos modelos de negócio e suas cadeias produtivas. Isso implica em diversificar as opções tecnológicas, antecipando e mitigando eventuais falhas ou mudanças de percurso durante o processo de escala. Além disso, desenvolver uma cadeia de fornecimento robusta em vez do desenho de negócios verticalizados pode ser uma opção capaz de minimizar a necessidade de investimentos fixos e ao mesmo tempo ajudar a lidar com variações inesperadas de preço dos produtos análogos, operados hoje dentro das regras dos mercados de commodities. O Brasil pode se tornar protagonista no cenário atual das proteínas alternativas, desenvolvendo novas cadeias produtivas no setor de alimentos, intensivas em tecnologia e de alcance global. Os alimentos de base vegetal e os obtidos por multiplicação celular representam uma enorme oportunidade para produtores, empresários e o setor produtivo como um todo. O futuro da alimentação passa por pensarmos o alimento do futuro sob a ótica da bioinovação. Autores Raquel Casselli – Comunicadora Social, especialista em Sustentabilidade e gerente de Engajamento Corporativo no The Good Food Institute Brasil Alexandre Cabral – Sociólogo, Mestre em Propriedade Intelectual e Inovação, assessor de políticas públicas no The Good Food Institute Brasil Texto originalmente publicado no site da ABBI – Associação

Warm Up Food Ingredients South America 2020

Entre os dias 17 e 21 de agosto será realizado o Warm Up Food ingredients South America 2020. O evento é uma semana digital gratuita, dedicada à inovação, com conteúdos em diversos formatos, debates, networking e negócios para profissionais do setor alimentício. Logo no primeiro dia, o diretor executivo do The Good Food Institute, Gus Guadagnini, mediará o debate sobre proteínas alternativas a base de plantas, que contará com a presença de Durval Cavalcanti, diretor de operações da Marfrig, Fernando Santana, sócio-fundador e diretor de estratégia e novos Negócios da R & S BLUMOS, José Cirilo, diretor executivo de marketing e trade marketing da Seara e Marcos Leta, CEO da Fazenda Futuro. De acordo com informações dos organizadores, a semana digital vai inaugurar a Fi South America Xperience, a única plataforma do mercado que reúne em um mesmo ambiente os pilares da edição física da feira: conteúdo, negócios e networking. Idealizada para criar oportunidades para o mercado de ingredientes durante todo o ano, a plataforma vai potencializar os negócios e contatos por meio da BLUE, uma inteligência artificial que vai conectar compradores a vendedores com base em interesses, potencial de compras e comportamentos de consumo. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas no site do evento.

Live com The Good Food Institute e Thought For Food Brasil discute disrupção no setor alimentício

O desafio de alimentar quase 10 bilhões de pessoas até 2050 de forma sustentável é uma das preocupações compartilhadas entre o The Good Food Institute (GFI) e o Thought For Food (TFF). Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que será necessário aumentar a produção de alimentos em 70% para alimentar toda a população. Para que isso seja possível, será necessário transformar a cadeia produtiva de alimentos por meio do investimento em inovação e tecnologia. Muitas soluções já estão em curso e tem ganhado cada vez mais espaço. No entanto, algumas questões ainda permanecem sem respostas ou esbarram no sistema vigente. Por isso, para refletir sobre a necessidade de aproximação dos atores da cadeia da alimentação e os desafios para a implementação de soluções disruptivas no setor alimentício, o coordenador de pesquisa e inovação do  GFI Brasil, Felipe Krelling, e o embaixador do TFF Brasil, Kleiton Machado, farão uma live nesta quinta-feira (6/8), às 18h, no perfil @thoughtforfoodbrasil, no instagram.    Na ocasião, Felipe irá explicar a atuação do GFI em países em desenvolvimento; expor as dificuldades encontradas em unir atores do setor alimentar e algumas ideias de superá-las; a importância do trabalho em rede na busca por soluções; evidenciar em quais regiões os hábitos alimentares estão mais enraizados e em quais há maior poder de compra; e, por fim, como atuar em parceria com o mercado para criar um sistema mais sustentável. 

GFI Ásia-Pacífico realiza Summit sobre o setor de proteínas alternativas da região

Entre os dias 20 e 21 de agosto o The Good Food Institute Ásia-Pacífico vai realizar o evento Summit on Alternative Proteins 2020. Na ocasião, 18 especialistas vão aprofundar questões sobre o setor de proteínas alternativas e o que os países da região estão fazendo para desenvolver o setor.  Estima-se que 31% do crescimento do consumo global de proteínas entre 2018 e 2025 venha da China e 13% do restante da região Ásia-Pacífico, enquanto apenas 2% é atribuído à América do Norte. Por isso, entender como essa indústria opera, quais são seus maiores potenciais e desafios é imprescindível para o mercado global. O Summit é aberto e gratuito e as inscrições podem ser feitas no site do evento.

FoodTech Movement se prepara para a sua 9ª edição

Entre os dias 27 e 28 de julho será realizada a 9ª edição do FoodTech Movement, uma iniciativa da Builders Construtoria, com apoio do The Good Food Institute. Pela primeira vez em ambiente virtual, o público terá acesso a conferências para discutir inovação, tecnologia e o futuro da cadeia agroalimentar, showcase de novos produtos e serviços criados por startups; além de momentos para trocar experiências com outros participantes e experts globais. As inscrições podem ser feitas no site do movimento.   Serão 4 ambientes divididos entre Lobby, Main Stage, Networking Lounge e um Showcase de AgFoodtechs. Os participantes poderão aproveitar o conteúdo no auditório principal, fazer novas conexões com outros participantes e keynote speakers no Lounge e conhecer as mais inovadoras startups do AgFood System no Showcase, aberto para reuniões a todos os presentes.  Especialistas da China, Israel, Brasil, Dinamarca e EUA vão orientar empresas, startups, investidores e entusiastas com informações e tecnologia de ponta necessárias para a evolução do segmento de F&B (food and beverages), proporcionando um ambiente propício para inovação e negócios.  Inscreva-se Programação Dia 01  – 27/07/2020 Main Stage – Auditório 9h: Boas vindas / Inicio Showcase 09h05 às 09h45: Mudamos ou aceleramos? O que está  realmente acontecendo no nosso AgFood  system   10h às 10h45: Substitutos de carne, como está esse mercado agora e o que esperar no futuro?  ​11h às 11h45: China, o que esperar deste gigante em termos de AgFood Innovation? De Foodtechs a Food Safety, um olhar para o fantástico mercado asiático. 13h: Abertura – Período da Tarde 13h05 às 13h45: Como o agronegócio está lidando com essas mudanças? Tecnologia e novas formas de produzir alimentos de forma inteligente ​14h às 14h45: Os desafios da cadeia de suprimentos em Food. Um olhar para possíveis próximas crises.  15h00 às 15h45: Por que agora é a melhor hora para investir em Foodtechs?    Dia 02 – 28/07/2020 Main Stage – Auditório 9h: Abertura 09h05 às 09h45: Ecossistemas, de The New Black a Game Changer. A importância de fazer parte de algo maior e mais inteligente;  10h às 10h45: Transformação digital no varejo e inteligência artificial: fórmula chave do sucesso para atrair, reter e criar diferença com os novos consumidores;​ 11h às 11h45: Como está se saindo  o delivery em países em desenvolvimento? Números, perspectivas e a realidade dos países da América Latina  vs EUA e Europa.