Novo estudo do GFI Brasil e UNICAMP mapeia fontes de proteínas vegetais cultivadas no Brasil com potencial para a indústria plant-based

Arroz, aveia, centeio, cevada, milho, sorgo, trigo, canola, amendoim, feijão preto, feijão caupi, feijão mungo, grão-de-bico, lentilha, mandioca, sementes de gergelim e de girassol e batata foram as espécies analisadas, quatro se mostraram mais promissoras Em parceria com pesquisadores da UNICAMP, o The Good Food Institute Brasil apresenta o novo Estudo de Proteínas Vegetais Nacionais Aplicadas à Produtos Plant-Based, que tem como objetivo explorar a capacidade de matérias-primas cultivadas no Brasil para serem aplicadas em alimentos vegetais análogos. O trabalho visa impulsionar o aproveitamento dessas fontes, contribuindo para a diversificação das opções de proteínas vegetais disponíveis no mercado nacional. Além disso, a pesquisa busca identificar as matérias-primas mais promissoras em termos de desempenho tecnológico e econômico, visando a sustentabilidade e a viabilidade desses alimentos. A soja e a ervilha são, atualmente, as principais fontes proteicas utilizadas na produção de produtos cárneos vegetais. No entanto, a biodiversidade brasileira abriga uma vasta gama de matérias-primas vegetais com um potencial ainda inexplorado para a indústria de proteínas alternativas, e essa necessidade de inovação é ecoada pela comunidade empresarial do país: uma pesquisa realizada pelo GFI Brasil em 2021 revelou que 84% das empresas brasileiras consideram prioritário o desenvolvimento de novos ingredientes proteicos de origem nacional. Considerando este cenário, o estudo identificou 18 espécies vegetais nacionais com potencial para a indústria plant-based, das quais quatro – milho, mandioca, arroz e batata – se destacaram como as fontes mais promissoras para fornecer ingredientes proteicos para o setor, por serem as variedades que movimentam a economia nacional devido ao volume produzido. Além de beneficiar diretamente o setor de proteínas alternativas, novas fontes de proteínas vegetais produzidas nacionalmente podem trazer vários outros benefícios para a economia brasileira, como geração de renda extra para os agricultores, fortalecimento da indústria agrícola e alimentícia, redução de preços para os consumidores e promoção de práticas sustentáveis. Alinhado às tendências globais de consumo e à demanda crescente por alternativas alimentares que sejam mais sustentáveis e respeitem a biodiversidade nacional, este estudo representa um passo na direção de uma indústria brasileira mais sustentável e competitiva no mercado global, beneficiando tanto os consumidores quanto os produtores. “O mercado de proteínas alternativas no Brasil vem crescendo a cada ano e mostrando todo o seu potencial. Nós acreditamos que estudos voltados para a valorização de subprodutos e resíduos nacionais na obtenção de proteínas são uma estratégia chave para o desenvolvimento de novos ingredientes, contribuindo para a diversificação de fontes para além da soja e da ervilha” – Graziele Karatay, especialista de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil. Acesse o resumo executivo e o relatório completo aqui.
COP28: Sistemas alimentares devem estar no centro do debate climático

GFI apresentará Coalização Global pelas proteínas alternativas O The Good Food Institute (GFI) vai participar da COP 28, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) que acontece em Dubai, dos dias 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023. O GFI estará presente para debater com lideranças do mundo todo estratégias para diminuir o impacto dos sistemas alimentares no agravamento da crise climática, apresentando as proteínas alternativas como solução viável para esse desafio. Ao todo, a organização estará presente em pelo menos 40 eventos, seja como palestrante, moderadora, co-organizadora ou ouvinte. Entre os especialistas do GFI que participarão da programação estão o presidente global do GFI, Bruce Friedrich, o presidente do GFI Brasil, Gustavo Guadagnini, além de representantes da organização na Ásia e nos Estados Unidos. O GFI pretende, ainda, apresentar durante as duas semanas de conferência a proposta de uma Coalizão Global pelas Proteínas Alternativas, a fim de unir esforços de governos, empresas, organizações, academia e outros setores da sociedade na criação de ações para fortalecer as proteínas alternativas como estratégia para mitigar os efeitos da crise ambiental na agricultura e reduzir os atuais impactos dos sistemas alimentares no clima. Proteínas alternativas devem ser incorporadas ao setor de alimentos como uma das soluções para a crise do clima. Entenda o por quê: Desde a COP21 em 2015, as COPs têm se debruçado sobre como implementar o Acordo de Paris, que possui três objetivos principais: manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C e reunir esforços para limitar o aumento a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais; adaptar-se às mudanças climáticas e criar resiliência; e alinhar os fluxos financeiros com um caminho rumo a baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e um desenvolvimento resiliente ao clima. A produção de alimentos é a principal responsável pela emissão de GEE (34%) e a produção de proteína animal, sozinha, gera metade desse valor. Embora a pecuária ocupe 77% das terras agrícolas do mundo, a carne animal fornece apenas 18% do suprimento alimentar da humanidade e 37% das proteínas na dieta humana. Por isso, as proteínas alternativas são uma opção mais sustentável. A sua adoção é capaz de oferecer de 14% a 20% da mitigação de emissões que o planeta precisa até 2050. Além disso, segundo relatório do Boston Consulting Group, se as proteínas à base de plantas (plant-based) e as carnes cultivadas representarem 11% de todo o consumo de proteínas até 2035, é possível reduzir 0,85 gigatoneladas de CO2 equivalente (CO2e) em todo o mundo até 2030, o que equivale à descarbonização de praticamente toda a aviação civil. Apesar da relevância, o papel do setor de alimentos na emergência climática só foi apresentado pela primeira vez na COP 27, que aconteceu ano passado, no Egito. A edição contou com o Food System Pavilion, trabalho articulado de uma coalizão de 9 organizações, entre elas o GFI, com o objetivo de levantar essa pauta no lugar mais importante de negociações internacionais sobre o clima. Boa parte dos eventos em Dubai serão transmitidos online. Para acompanhar, basta acessar a agenda oficial do evento ou o Instagram do GFI Brasil. Confira a nossa programação: Domingo, 3 de dezembro UNFCCC official Side event – Unleashing the Power of Alternative Proteins for Climate Resilience and Food Security Horário: 15:00-16:30 UAE (9:00-9:30 BRT) Local: Room 9 Moderador: Gustavo Guadadnini, presidente do GFI Brasil Palestrantes: Vinod Kumar, diretor administrativo da String Bio; Alessandro Cruvinel, Diretor de Inovação do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil; Tasneem Karodia, Cofundador e COO da Newform Foods; Kafilat Oyebola, Cofundadora da VeggieVictory Link da transmissão do evento: https://www.youtube.com/watch?v=Q3kOrf_PTzw Terça, 5 de dezembro Shining a light on and scaling climate solutions Horário: 10:30-11:15 UAE (3:30-4:15 BRT) Local: Climate Action Innovation Zone Endereço: Madinat Jumeirah – King Salman Bin Abdulaziz Al Saud St – Al Sufouh 1 – Dubai – United Arab Emirates Palestrantes: Mariana Bernal, analista de políticas públicas do GFI Brasil; Joshua Amponsem, codiretor da Youth Climate Justice Fund; Tessa Ferry, Líder da Race to Zero; Johan Falk, CEO da Exponential Roadmap Initiative; Kaya Axelsson, diretora de políticas públicas da Oxford Net Zero; Ragy Ramadan, fundador e CEO da NoorNation Quarta, 6 de dezembro The Food Systems Transition and its Implications for the Environment, Consumption and Public Health (evento em Português) Horário: 9:00-10:15 UAE (2:00-3:15 BRT) Local: Brazil Pavilion, Blue Zone Evento co-organizado pelo GFI: A transição dos sistemas alimentares e suas implicações para o meio ambiente, consumo e saúde pública Moderador: Maurício Alcântara, Cofundador do Instituto Regenera Palestrantes: Juliana Tângari, Diretora do Instituto Comida do Amanhã; Puyr Tembé, Secretária de povos Indígenas do Estado do Pará; Raquel Santiago, Professora Associada da Universidade Federal de Goiás e Coordenadora do Hub Latino-americano de Saúde Planetária; Laura Lamonica, Gerente Executiva na Coalizão Brasil. Link da transmissão do evento: https://apexbrasil.com.br/content/apexcop/br/pt/home/agenda.html Domingo, 10 de dezembro Unlocking the agri-food system transformation: Aligning regenerative farming with sustainable food choices Horário: 11:15-12:00 UAE (4:15-5:00 BRT) Local: Food4Climate Pavilion Palestrante: Presidente do GFI Brasil, Gus Guadagnini; outros ainda a confirmar Domingo, 10 de dezembro Sustainable Snacking for Future Champions Horário: 15:05-15:55 UAE (8:05-8:55 BRT) Local: Children and Youth Pavilion Palestrantes: Mariana Bernal, Analista de Políticas Públicas do GFI Brasil; Sara Merhi, membro do conselho da ProVeg Youth; Perran Harvey, líder de política global da Upfield; Juliette Tronchon, especialista em políticas públicas da ProVeg International; Nanine Wyma, diretora da PAN International (não confirmada); Xananine Calvillo, membro da Stop Financing Factory Farming
Esforço do Sul Global para cumprir metas do Acordo de Paris é maior, mas ciência precisa ser desenvolvida localmente

Gustavo Guadagnini (*) As mudanças que afetam o clima estão acontecendo muito mais rápido do que o previsto e são sentidas em todo o planeta, mas não com a mesma intensidade. Os efeitos do aquecimento global atingem, sobretudo, as economias mais pobres, que possuem menos recursos para responder à crise climática. Por isso, um dos temas centrais nas negociações para mitigar os seus efeitos é o financiamento climático, mais precisamente o cumprimento do acordo firmado em 2015, durante a COP21, em que os países mais ricos prometeram destinar US$ 100 bilhões por ano para que os países em desenvolvimento criem medidas de enfrentamento e adaptação. Na prática, isso implica em reconhecer a capacidade que o Sul Global tem de criar inovações e soluções tecnológicas para cumprir com o Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC até 2030. Segundo o Programa de Desenvolvimento da ONU (PNUD), os países em desenvolvimento, inclusive os mais vulneráveis, são os que mais têm se esforçado na elaboração e aplicação das suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), que são metas de curto a médio prazo para reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE). A maioria tem apresentado metas de mitigação e adaptação cada vez mais ambiciosas, com soluções integradas que envolvem economia circular, gestão de recursos hídricos, implementação do mercado de carbono e envolvimento do setor privado. Os compromissos dos países africanos, por exemplo, são mais robustos do que a média global, com metas mais fortes em relação à resiliência climática, aumento nos esforços de transparência das ações e adoção de tendências emergentes, como os conceitos de “empregos verdes” e “transição justa”. Já as NDCs apresentadas pelos países da América Latina e do Caribe apresentam níveis mais elevados de envolvimento e inclusão de grupos marginalizados (como mulheres, jovens, povos indígenas e idosos) nas tomadas de decisões, tornando o processo das NDCs mais transparente e garantindo que seus resultados beneficiem os mais vulneráveis. Sul Global será mais afetado pela crise climática mesmo não sendo responsável pela maior parte das emissões de GEE Os países do Sul Global, frequentemente chamados de Maioria Global, somam cerca de 85% da população mundial e concentram apenas 39% do PIB do planeta. Ou seja, por mais que se esforcem, a maioria desses países expressam enormes necessidades de apoio financeiro externo e de transferência de tecnologia para conseguirem alcançar suas metas. De acordo com a agência de classificação de risco S&P Global, os efeitos da crise climática podem causar a perda de 4% da produção econômica global até 2050, mas os países emergentes deverão ter perdas no Produto Interno Bruto (PIB) 3,6 vezes maior em relação às nações mais ricas. Um cenário que demonstra a importância da justiça climática, uma vez que, embora não sejam os maiores responsáveis pelo agravamento da crise climática, acabam pagando um preço muito maior por seus efeitos. Qual é o papel do Sul Global no setor de proteínas alternativas? Apesar de todas as desvantagens, é enorme o potencial dos países do Sul Global ganharem espaço e protagonizar as mudanças mais relevantes e consistentes em direção a uma economia mais sustentável, especialmente as maiores economias como China, Índia, África do Sul e Brasil, atual líder do G20 e sede da COP30, em 2025. Essas regiões possuem capacidade produtiva, biodiversidade, massa crítica e todo o potencial para desenvolver essas tecnologias localmente. Importá-las significa que, além de já sofrerem com os efeitos de uma crise global, motivada sobretudo pelo padrão de consumo das grandes potências, essas nações ainda precisam comprar tecnologia, que é exatamente o que tem impossibilitado a aplicação de suas NDCs. Um exemplo disso é a indústria de proteínas alternativas. De acordo com uma pesquisa do The Good Food Institute com a indústria brasileira em 2020, 85% das empresas locais ainda usam a ervilha, que é um ingrediente desenvolvido em países do norte, como principal fonte de proteína para seus produtos plant-based. Essa proteína recebeu muitos investimentos em pesquisa e, por isso, suas funcionalidades são excelentes para a indústria. Assim, os países do Sul se tornam importadores, pagam mais caro na matéria prima e acabam oferecendo alimentos mais caros nas prateleiras para o consumidor. É por isso que o GFI financia pesquisas em feijões brasileiros e relacionadas à biodiversidade da Amazônia e do Cerrado, com o objetivo de criar ingredientes locais e sustentáveis que, além de serem mais baratos por serem produzidos aqui, vão gerar impacto social positivo para as comunidades produtoras. O debate sobre o Sul Global envolve protagonismo, e todos os fatores indicam que essa região é altamente relevante no contexto das proteínas alternativas, dado o potencial dessas soluções para superar os desafios enfrentados por essas zonas com necessidades únicas e diversas. É necessário abordar proteínas alternativas com uma compreensão sensível dos variados contextos locais, promoção da inclusão e fomento da colaboração para uma transformação positiva em direção à segurança alimentar e nutricional, no desenvolvimento econômico, na diversidade alimentar e na sustentabilidade. (*) Gustavo Guadagnini é presidente do The Good Institute Brasil
Conheça e invista nos projetos apoiados pelo Programa Biomas

A primeira edição do Programa Biomas, que financiou pesquisas voltadas a transformar espécies nativas da Amazônia e do Cerrado em ingredientes para o mercado plant-based, foi finalizada! O programa foi coordenado pelo The Good Food Institute Brasil com aporte financeiro da Fundação Climate and Land Use Alliance (CLUA). Como o objetivo é que os resultados das pesquisas se transformem em oportunidades de negócios, o GFI Brasil realizou um Pitch Day para apresentar os resultados dos projetos a empresas e stakeholders interessados. Agora, disponibilizamos os vídeos e os portfólios que produzimos dos projetos, assim como seus resumos e o Pitch Day na íntegra. Se você ou sua instituição se interessou por alguma pesquisa e gostaria de apoiar e investir na continuidade do projeto, entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail ciencia@gfi.org. Full Baru: novos ingredientes para o mercado plant-based / Dra. Mariana Egea – IFGoiano https://www.youtube.com/watch?v=lNvc5S-GTbc O Full Baru nasceu da ideia de aproveitar integralmente os subprodutos da cadeia de processamento de baru, com a finalidade de aumentar o valor agregado das matérias-primas e trazer possibilidades não-sazonais aos beneficiadores do fruto. A partir dos subprodutos do baru foram desenvolvidos um hidrolisado proteíco, um ingrediente fibroso modificado e um pigmento vermelho microbiano. A tecnologia desenvolvida para a produção do hidrolisado proteico requer baixa temperatura e controle de pH. O ingrediente final seco apresentou altos teores de proteína, alta absorção de água e óleo, além de formação de emulsão e espuma, demonstrando capacidade de aplicação em produtos análogos de carne mesmo em baixas concentrações. Este ingrediente pode substituir a proteína de ervilha, que é dependente de importação, e proteína de soja, que é um ingrediente alergênico. A fibra hidrolisada foi produzida a partir de uma matéria-prima que originalmente iria ser descartada. Ela demonstrou um importante perfil de fibra dietética, capacidade de formar e estabilizar emulsão e alta estabilidade térmica. Por fim, o pigmento microbiano vermelho que desenvolvemos pode ser um avanço na indústria de corantes, visto que o Vermelho 40 pode demonstrar toxicidade e o vermelho de carmim tem limitações na aplicação em virtude da sua baixa estabilidade térmica. Nós produzimos um pigmento por condições controladas e ajustadas, com um espectro de cores variável de amarelo a laranja (dependendo das condições de cultivo) que é estável a pH de 4 a 8 e a altas temperaturas e que possui potencial como ingrediente antioxidante. https://youtu.be/qw7zAnegXzU MacaúbaINfoods: a solução viável, sustentável e nacional para novos produtos plant-based / Dr. Acácio Antonio Ferreira Zielinsk – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) https://www.youtube.com/watch?v=3Q3-lYcOyOI O projeto MacaúbaINfoods avaliou o potencial uso das tortas (resíduos da extração do óleo) resultantes do processamento da polpa e da amêndoa de macaúba no desenvolvimento de ingredientes e produtos plant-based. A macaúba apresenta interesse industrial pela sua alta produtividade de óleo e seu potencial uso como biodiesel, além de aplicações farmacêuticas. O cultivo dessa espécie vem sendo incentivado principalmente no estado de Minas Gerais, onde as palmeiras são plantadas em sistemas consorciados com lavouras, visando melhorar a renda de produtores e atuar no sequestro de carbono e na regeneração do solo. Com os resultados, foi proposto um processo visando o total aproveitamento dos subprodutos da macaúba por meio de extrações sequenciais e integradas usando fluidos à alta pressão, que podem ser consideradas sustentáveis e ambientalmente amigáveis devido ao menor tempo de processo e consumo de solventes. Por meio dessa abordagem, foram obtidos 4 ingredientes a partir da torta da polpa (ácidos graxos, corante natural com bioatividade, polissacarídeos e fibras) e 4 ingredientes a partir da torta da amêndoa (ácidos graxos, corante natural com bioatividade, proteína e fibras). Tais ingredientes apresentaram alto potencial de aplicação em produtos plant-based, especialmente em um análogo ao nugget. A principal vantagem do processo proposto está na etapa de recuperação da fração proteica a partir da torta da amêndoa da macaúba, que foi realizada à 60 °C utilizando água como solvente, à pressão de 10 MPa e em 15 minutos. Esse processo apresentou eficiência de recuperação proteica de 19% e concentração de proteína próximo à 90%. A literatura reporta eficiência de 12% em um processo que resulta em um ingrediente proteico a partir da amêndoa da macaúba com 94% de proteína em um tempo de processo muito maior (de 1 hora). Além disso, a solubilidade dessa fração proteica obtida, acima de 70%, é superior à proteína vegetal comercial da ervilha, que apresenta valores inferiores a 20%, e da soja, entre 15 e 60%. Essa fração apresentou capacidade de absorção de água similar à proteínas de cereais e capacidade elevada de absorção de óleo, superior à capacidade da proteínas comerciais como a de soja e ervilha. Estas características são interessantes para aplicação em produtos como hambúrgueres e nuggets. Com relação às características nutricionais, a proteína proveniente da amêndoa da macaúba atendeu quase que totalmente ao padrão de aminoácidos (AA) essenciais requeridos por grama de proteína, apresentando escores abaixo do exigido apenas para isoleucina e leucina. Portanto, o ingrediente proteico obtido pode suprir inteiramente os AAs sulfurosos (Met + Cys) e AA aromáticos (Phe + Tyr), que geralmente são aminoácidos limitantes em leguminosas como feijão, soja e ervilha; além de suprir o padrão de exigência de lisina (Lys), o aminoácido limitante na maioria das proteínas de cereais. https://www.youtube.com/watch?v=a5vIXzUtxME Ingrediente rico em fibras, obtido de amêndoa de babaçu / Nedio Jair Wurlitzer – Embrapa Agroindústria Tropical https://www.youtube.com/watch?v=-Stfe0unqhU&t=35s O projeto buscou avaliar como utilizar o resíduo de processamento de amêndoa de babaçu para desenvolver um ingrediente rico em fibras para ser usado em produtos plant-based. Foram determinadas as condições de processamento e também a composição química e estabilidade durante a estocagem, além da aplicação do ingrediente em formulações de produtos plant-based como análogos de hambúrguer e mortadela. O ingrediente apresentou em sua composição 42,7% de fibra alimentar e, quando aplicado em formulações de produtos, permite que sua rotulagem indique “alto conteúdo” de fibra alimentar, considerando os requisitos da Legislação de rotulagem nutricional. O ingrediente também demonstrou alta capacidade de retenção
Conheça a Coalizão Global pelas Proteínas Alternativas!

Na COP 28, que acontece em Dubai entre novembro e dezembro de 2023, o The Good Food Institute quer ampliar a exposição do setor de proteínas alternativas como parte da solução para a crise climática. Para isso, criamos a Coalizão Global pelas Proteínas Alternativas, uma iniciativa voluntária comprometida em mitigar os efeitos da crise ambiental na agricultura e reduzir os atuais impactos dos sistemas alimentares no clima. Nós precisamos reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera até 2030: essa meta é ambiciosa, mas possível, se transformarmos o setor responsável pela maior parte das emissões — o dos sistemas alimentares. Com as proteínas alternativas, podemos produzir alimentos de forma mais eficiente e destinar os recursos disponíveis para alimentar diretamente as pessoas. E, mais que um novo mercado, esse setor propõe um olhar crítico e um senso de urgência sobre a realidade: a agroindústria não deixará de produzir alimentos de origem animal e as pessoas não deixarão de consumi-los no tempo necessário. Ao contrário de dietas que eliminam carne, ovos, leite e seus derivados, as tecnologias envolvidas na produção de alimentos feitos de plantas, de carne cultivada e obtidos por fermentação não lutam contra o desejo e os hábitos culturais e alimentares das pessoas e, ao lado de iniciativas como agricultura regenerativa, agroflorestas e bioeconomia, são a melhor chance de sobrevivência da humanidade. Entenda aqui o que a nossa comida tem a ver com a crise do clima e porque as proteínas alternativas são parte da solução. Faça parte dessa missão Como um movimento não se faz sozinho, convidamos você a se juntar a nós na busca de soluções mais sustentáveis para alimentar 10 bilhões sem consumir o planeta. Apenas o trabalho coletivo e multissetorial é capaz de promover todas as mudanças necessárias e nossa coalizão existe para que o seu esforço e desejo de contribuir para um mundo melhor não sejam isolados, mas catalisem uma ação climática real com impacto global e sistêmico. Ao fazer parte da Coalizão Global pelas Proteínas Alternativas, que será lançada na COP 28, você e sua instituição se comprometem a um ou mais dos seguintes princípios da nossa carta de compromissos: 1 – Reconhecer o potencial das proteínas alternativas em mitigar os impactos da crise climática relacionados à redução das emissões dos gases de efeito estufa, à conservação da terra e dos recursos hídricos e à preservação da biodiversidade. 2 – Apoiar a pesquisa, o desenvolvimento e a comercialização de tecnologias e produtos à base de proteínas alternativas, garantindo que sejam atrativos, seguros, nutritivos e acessíveis a todos. 3 – Facilitar a colaboração entre os setores públicoe privado, instituições de pesquisa e sociedade civil para acelerar o crescimento e a adoção de proteínas alternativas, respeitando os sistemas e práticas agrícolas existentes. 4 – Incentivar políticas e investimentos que fomentem a inovação, impulsionem a demanda do mercado e criem um ambiente propício para o setor de proteínas alternativas. 5 – Participar de fóruns abertos de diálogo e de compartilhamento de conhecimento para enfrentar desafios, identificar oportunidades e promover as melhores práticas no setor de proteínas alternativas. 6 – Monitorar e relatar o progresso e o impacto de nossos compromissos com a coalizão, contribuindo para um processo transparente e responsável que impulsione mudanças positivas. 7 – Promover ativamente o setor de proteínas alternativas por meio de esforços de comunicação, advocacy e educação, para aumentar a conscientização sobre os benefícios, a compreensão e a aceitação do público. Acesse nosso site para participar da Coalizão Global pelas Proteínas Alternativas e siga nosso Instagram para acompanhar nossos conteúdos!
Maior responsável pelas emissões de gases de efeito estufa, sistema alimentar deve ser foco na contenção da crise climática

Os próximos 6 anos definirão se a humanidade será capaz de cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global em 1,5ºC. Gustavo Guadagnini, Presidente do GFI Brasil. Setembro de 2023 foi um mês marcado por eventos climáticos extremos: em apenas 12 dias, dez países foram assolados por tufões, inundações, tempestades, ondas de calor e ciclones. No hemisfério norte, recordes de temperatura foram registrados entre os meses de junho a agosto. O Brasil teve o inverno mais quente dos últimos 61 anos, com ciclones extratropicais no Rio Grande do Sul e 150 botos mortos no Amazônas, depois que o Lago de Tefé e o Baixo Solimões alcançaram os 40ºC. De acordo com o Observatório europeu Copérnicus, 2023 deve ser o ano mais quente da história. Catástrofes climáticas sempre ocorreram, mas, à medida que o nosso mundo aquece, esses eventos extremos – que antes contavam com anos, às vezes décadas de intervalo – estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos. A maioria dos países não possui estrutura para lidar com esses desastres e isso resulta em centenas de milhares de mortes, pessoas desabrigadas e refugiados climáticos pelo mundo. Os governos precisam se preparar para melhorar a capacidade de resposta frente a essas situações, mas é igualmente urgente que ações sejam tomadas não somente para se adaptar, mas também para mitigar os efeitos da crise climática. É por esse motivo que tratados e acordos internacionais sobre o clima passaram a existir: sem metas e compromissos a serem estabelecidos e cumpridos por todos os países, nenhuma ação isolada será suficiente para um impacto climático positivo. O Acordo de Paris foi assinado em 2015 com o objetivo principal de não permitir que o planeta aqueça além de 2Cº até o final do século 21 e representou uma grande mudança nas negociações sobre o clima, ao criar uma abordagem universal para alcançar objetivos coletivos com um mecanismo de monitoramento do progresso global. Cada país signatário auto definiu metas de curto a médio prazo para reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE), chamadas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), que devem ser atualizadas – para metas mais ambiciosas – a cada cinco anos a partir de 2020. Coletivamente, as NDCs demonstram o quão perto ou longe o mundo está de atingir os objetivos climáticos. A primeira geração das NDC, que fez parte da adoção inicial do Acordo de Paris em 2015, refletiu uma redução agregada da meta de temperatura média global para 3,7ºC. Já a segunda geração, atualizada em 2020 para metas mais ambiciosas, reduziu esse valor para 2,7ºC, ainda insuficiente. Brasil A NDC brasileira de 2015 estabeleceu que o Brasil deveria reduzir suas emissões em 37% até 2025 e 43% até 2030 em relação às emissões de 2005. Em 2021, essas metas foram ampliadas para 50% de redução até 2030 e, recentemente, a ministra Marina Silva elevou os compromissos brasileiros de redução de emissão para 48% até 2025 e para 53% até 2030. Os sete setores contemplados pela NDC nacional incluem energia, mobilidade urbana, florestas, biocombustíveis, resíduos sólidos, iluminação pública e transportes. Como é possível ver, os sistemas alimentares, mais especificamente a agropecuária, não aparecem como foco estratégico e o mesmo vale para muitos outros países. É um erro estratégico não colocar os sistemas alimentares no centro do debate climático O atual sistema alimentar é responsável por 34% de todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e é preciso encontrar maneiras mais eficientes de produzir alimentos, principalmente as proteínas. Isso porque a produção de proteína animal, sozinha, gera mais da metade do total de emissões do sistema alimentar. Além disso, a pecuária ocupa 77% das terras agrícolas do mundo. Mesmo assim, a carne animal fornece apenas 18% do suprimento alimentar da humanidade e 37% das proteínas na dieta humana – o resto vem de alimentos vegetais. O setor agropecuário é, ainda, responsável por mais de 90% do consumo global de água, e 41% disso se destina à irrigação e crescimento de grãos para ração e pasto para bois, porcos e galinhas. O Sexto Relatório de Avaliação do IPCC, elaborado pelos principais especialistas e cientistas do mundo e lançado em 2021, afirma que, mesmo se os combustíveis fósseis fossem eliminados da noite para o dia, as emissões do sistema alimentar por si só impediriam o cumprimento da meta do Acordo de Paris. Por isso, diversificar a atividade agropecuária é uma solução de impacto excepcionalmente elevado para a crise climática global. Na prática, isso implica em liberar terras e recursos como a água para atividades altamente benéficas para o planeta e que também podem ser lucrativas para o agronegócio. Estamos falando de bioeconomia, agroflorestas e agricultura regenerativa, por exemplo. Um sistema de produção baseado nestas práticas é capaz de, em um mesmo espaço, alimentos diversos, insumos industriais, energia e reflorestamento. alimento, fibra, madeira e até mesmo energia, aumentando assim a produtividade. O impacto ambiental também é considerável. Segundo o EOS DATA ANALYTICS, este sistema pode reduzir de 20 a 30% as emissões de gases de efeito estufa e sequestrar em torno de 8 toneladas de CO2 por hectare a cada ano. As proteínas alternativas também são uma das maiores apostas na mitigação da crise climática. Segundo relatório do Boston Consulting Group, se as proteínas à base de vegetais, cultivadas e obtidas por fermentação representarem 11% de todo o consumo de proteínas até 2035, podemos reduzir 0,85 gigatoneladas de CO2 equivalente (CO2e) em todo o mundo até 2030, o que equivale à descarbonização de 95% da indústria da aviação. Além disso, qualquer mudança significativa na dieta global para mais proteínas alternativas produzirá um efeito de arrefecimento imediato no planeta, uma vez que a criação de animais é responsável por até 50% das emissões de metano, que tem um potencial de aquecimento muito maior do que o CO2 e uma vida atmosférica muito mais curta. Consequentemente, a redução dos níveis de metano na atmosfera não apenas evitaria um maior aquecimento, mas também traria um efeito de resfriamento à Terra. Apesar
Projetos com feijão conquistam primeiro e segundo lugar no FI Awards 2023

A Avante Food Systems e a SL Alimentos foram as grandes vencedoras do FI Awards 2023. Consideradao o maior prêmio de inovação da indústria de alimentos, bebidas e ingredientes, o Food and Ingredients Innovation Awards e StartUp Innovation Challenge aconteceu no dia 16 de outubro, em São Paulo, e consagrou dois projetos de feijão, um ingrediente nacional, de baixo custo, plantio sustentável, alto valor nutricional e que tem muito potencial de assumir maior protagonismo no setor de alimentos plant-based, onde a soja e a ervilha ainda predominam como fontes proteicas. A SL Alimentos, empresa referência em alimentação humana e nutrição animal, conquistou o prêmio “Inovação em Sustentabilidade” com sua proteína concentrada de feijão caupi, que pode ser utilizada para a aplicação em alimentos infantis, extrusados, biscoitos, pães, bolos suplementos, análogos de carne e proteína texturizada. Além de conter o dobro de proteínas em relação aos demais cereais utilizados pela indústria, o feijão caupi é altamente nutritivo, rico em fero e zinco, e oferece diversos benefícios à saúde. Para o diretor de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da SL Alimentos, Thomaz Setti, “o feijão é o ingrediente do presente e do futuro, porque é obtido sem a necessidade de explorar os recursos hídricos e sem a utilização de reagentes químicos. Para o consumidor, oferece ainda as vantagens de aumentar o teor de proteína dos alimentos e melhorar o perfil de aminoácidos, além de contribuir para a segurança alimentar. Estamos emocionados e orgulhosos com esse reconhecimento”. Já a paulista Avante Food Systems, antiga R & S BLUMOS, foi finalista em duas categorias e premiada na categoria Sustentabilidade com sua proteína culinária Carnevale® WUT. O alimento é obtido por extrusão úmida e elaborado a partir de proteínas de leguminosas brasileiras combinadas, proporcionando um ingrediente 100% plant-based, de textura proteica única e versátil, com até 23% de proteínas, zero carboidratos, baixa gordura e calorias e livre de conservantes. Um de seus ingredientes principais é um concentrado protéico de feijão carioca de upcycling, iniciativa pioneira no mundo na criação e aplicação de ingredientes do feijão carioca. Hoje as proteínas culinárias Carnevale® são comercializadas para clientes industriais através da BLUMOS e para estabelecimentos como restaurantes, hotéis e cafeterias por meio da Plural Food Solutions. “É uma proteína boa para o planeta e boa para as pessoas que buscam diversificar suas fontes proteicas, por ser versátil para múltiplas receitas e pratos, deliciosa e com textura surpreendente. E, para oferecer pratos proteicos e deliciosos com a Carnevale WUT, estamos nos aproximando de Chefs de cozinha que elevam o potencial da nossa proteína culinária e tornam a experiência sensorial incrível”, afirma Fernando Santana, CEO da Avante Food Systems. A premiação do FI Awards comprova que o feijão é um foco estratégico que está ganhando espaço. Recentemente, o GFI Brasil está financiou uma pesquisa conduzida pela Dra. Caroline Mellinger, pesquisadora da Embrapa, que visa encontrar alternativas para o uso do feijão carioca pela indústria de proteínas alternativas. Além disso, também estamos trabalhando junto a associações de produtores rurais do Mato Grosso e à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado na elaboração de um acordo de cooperação técnica que tem como objetivo testar a viabilidade, tanto tecnológica quanto econômica, do processamento de feijão dentro das cooperativas rurais.
Alt Protein Project: 24 novos grupos passam a integrar o projeto, 2 deles brasileiros

A cada ano, temos a honra de ter mais e mais grupos de estudantes aderindo ao movimento das proteínas alternativas em novos países, incluindo Suiça, Turquia, Portugal, Brasil, Malásia e Japão. Essa comunidade diversificada de estudantes de graduação e pós-graduação, que estudam desde biologia sintética e engenharia mecânica até filosofia e ciência da computação, garante uma riqueza em troca de ideias, perspectivas culturais e conhecimentos. Os grupos brasileiros que passam a integrar o Alt Protein Project são da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os objetivos incluem garantir que o assunto das proteínas alternativas seja abordado e disseminado em disciplinas de graduação e pós, proporcionar cursos, treinamentos e eventos sobre o tema para os alunos, conectar pesquisadores, gerar pesquisas colaborativas com soluções multidisciplinares e incentivar parcerias entre laboratórios, universidades e iniciativa privada, entre muitos outros. Nascido em 2020, o Alt Protein Project começou como uma comunidade conectada por cinco universidades. Hoje, já somos uma comunidade de 53 grupos ativos, com mais de 450 membros. Se você é aluno universitário e gostaria de se juntar ao nosso movimento, entre em contato conosco através do e-mail ciencia@gfi.org para dúvidas e apoio! Saiba mais sobre o projeto! “A possibilidade de representar a comunidade APP em uma das melhores universidades do Brasil se apresentou como uma grande oportunidade e responsabilidade para nós. A vontade de contribuir com a construção de novos sistemas alimentares nos conectou e depois de um mês conhecendo melhor sobre o projeto, conhecendo fundadores de outros APPs ao redor do mundo, somos o Unicamp Alt Protein Project. Tem sido uma experiência cheia de novos aprendizados, muitos desafios e esperamos que, em breve, muita gente da nossa universidade se encontre para falar, experimentar e pesquisar sobre proteínas alternativas.” @unicampaltprotein Nossa intenção é criar uma comunidade de estudantes dispostos a espalhar a palavra das proteínas alternativas. Estamos com expectativas bem legais de fazer eventos de realizar alguns eventos para recrutar novos alunos interessados em fazer projetos de pesquisa, professores interessados em criar novas linhas de pesquisa em seus laboratórios, para quem sabe, podermos criar uma comunidade grande de pesquisadores, uma rede colaborativa que vai fazer da UFMG um polo nacional e internacional de produção de proteínas alternativas. Nós decidimos participar dessa oportunidade do GFI porque nós já tínhamos no nosso laboratório um projeto de pesquisa fomentado pelo GFI desde 2021 que foi responsável por criar o primeiro frango cultivado do Brasil. Então dentro desses arranjos vemos a UFMG crescendo cada vez mais como polo de inovação e desenvolvimento, o instituto de Ciências Biológicas da UFMG como referência nacional e internacional, um dos maiores institutos da América Latina em Ciências Biológicas com pesquisadores de ponta, várias linhas de pesquisa que poderiam ser muito bem aplicadas a todas as áreas de proteínas alternativas, como fermentação, bioprocesso, bioimpressão, desenvolvimento de linhagem celular. Então sabíamos que a UFMG seria excelente candidato e nós, com uma equipe muito boa, com 8 alunos no total, conseguimos esse projeto do GFI e agora estamos representando a UFMG no mundo como polo de desenvolvimento de proteínas alternativas.” @ufmgaltprotein
Estamos criando o mapa de pesquisadores de proteínas alternativas do Brasil e precisamos de você!

Preencha o formulário disponível na bio (formulário) – leva menos de 2 minutos! – para contribuir com nosso mapeamento de pesquisadores brasileiros que já atuam ou têm interesse nas áreas de alimentos plant-based, cultivados e obtidos por fermentação. Com esse mapeamento, o GFI Brasil pretende estabelecer estratégias mais assertivas para promover, conectar e impulsionar a pesquisa no setor de proteínas alternativas no país. Nenhum dado será compartilhado sem autorização. Caso queira conhecer com profundidade a nossa política internacional de proteção e armazenamento de dados, acesse: https://www.gfi.org/privacy. Ajude-nos a construir esse mapa de pesquisadores e mostrar o enorme potencial brasileiro de desenvolvimento de pesquisas no setor!
Direto do Chile: Projeto de Lei que proibiria a rotulagem de alternativas vegetais com termos associados à produtos cárneos passa a permití-la

O PL, apresentado na Câmara dos Deputados chilena em 2019, altera o código sanitário do Chile para introduzir o conceito de carne, que é o mesmo utilizado aqui no Brasil. Os deputados incluíram no projeto um artigo que previa que produtos plant-based não poderiam utilizar em seus rótulos termos normalmente atribuídos a produtos cárneos, como hambúrguer, salsicha e presunto, por exemplo. Nesta quarta-feira (13/09), após discussão na Comissão de Agricultura do Senado, esse artigo do PL foi alterado para permitir o uso das nomenclaturas desde que seguidas de termos que deixem claro para o consumidor a origem vegetal do produto. Isso signfica que o Senado chileno entende que, desde que explicitado no rótulo de que se trata de um produto de origem vegetal, não há necessidade para a proibição da nomenclatura para produtos plant-based. O Projeto de Lei agora segue para análise do Plenário do Senado. Caso seja aprovado na forma sugerida pela Comissão de Agricultura, o texto retorna para a Câmara dos Deputados apenas para revisão do ponto alterado. O GFI Brasil participou ativamente das discussões legislativas em torno do PL e, em parceria com a ONG chilena Vegetarianos Hoy, que recebeu em julho deste ano nosso Especialista em Políticas Públicas, Alysson Soares, deselvolveu uma estratégia de atuação conjunta na Câmara, no Senado e também junto a órgãos de Governo como o Ministério da Agricultura chileno. “Essa é uma importante vitória para a cadeia produtiva de produtos plant-based não apenas no Chile mas também em toda a região da América Latina. Contudo, ainda é necessário seguirmos atentos e atuantes para garantir que as alterações conquistadas não sejam retiradas do texto final nas votações que ainda faltam no Plenário do Senado e possivelmente na Câmara dos Deputados” concluiu Alysson.